Debian versus Mindshare Vigoroso para Linux

Eu só posso concordar com o que o Thiago Vinhas escreveu em seu artigo.

Não estou muito próximo do projeto Debian, mas meu feeling sobre ele é que ele está se auto-canibalizando. Antropofagia pura.

Se o único objetivo dos membros do projeto é se divertir criando um sistema operacional, seu produto só acabará sendo usado para diversão, em casa ou em laboratórios. Não inspira confiabilidade e “flor-que-se-cheire” a longo prazo. Sem isso, empresas (com dinheiro no bolso) nem chegam perto dele.

Escondendo marcas já consagradas como o Firefox e Thunderbird só para exagerar essa liberdade que as pessoas não entendem – mas que elas já tem – ajuda a destruir uma marca e mindshare coeso que Linux como um todo pode criar. Ai eles é quem perderão a liberdade de trabalhar com o que gostam: Linux.

O foco do projeto Debian parece ser única e exclusivamente a religião.
E eu acredito que o melhor balanço está no equilíbrio entre religião e razão – coisa que distribuições que se propuseram a trabalhar com as pressões do mercado, como Red Hat e Novell, fazem muito melhor.

E lembrem-se: leis mercadológicas só dão espaço para duas opções. Um é pouco, três é demais.

Longa vida a quem sabe balancear as coisas.

5 thoughts on “Debian versus Mindshare Vigoroso para Linux”

  1. Numa coisa você tem razão, o Debian não existe para inspirar confiança em empresas.

    O foco do projeto não é uma única coisa – muito menos religião, que não faz parte. Agora, o Contrato Social do Debian (já ouviu falar, pelo menos?) é algo muito importante para seus desenvolvedores. Assim como é a qualidade do Debian – o projeto segue políticas de empacotamento que ainda não existem em outras distribuições, respeita a FHS como nenhuma outra distribuição (o SUSE chega até a colocar binários em /usr/share, só para citar um exemplo que li ontem). O Debian não lança uma versão estável antes de todos os bugs sérios serem eliminados – outras distribuições são lançadas quando os clientes maiores precisam de Xen ou o que seja que a versão atual não suporta.

    Eu acho que o equilíbro entre “religião e razão” (argh – horrível escolha de palavras para falar “software livre e proprietário”) é algo bem alcançado pelo projeto Debian; existe o repositório “main”, exclusivo para software livre, e o repositório “non-free”, para o que você considera como “razão”. O Firefox pode fazer parte do Debian com seu logotipo não livre, mas não no repositório livre, apenas em “non-free”.

    No equilíbro do Debian eu encontro um sistema operacional que distribui (com suporte) mais de 15000 pacotes de software livre, que oferece suporte a 10 arquiteturas diferentes, a pelo menos 3 kernels diferentes (Linux, FreeBSD, GNU Hurd). Para você pode não ser importante, mas não é só para empresas clientes da RH e Novell que software livre é desenvolvido. Aliás, quando o projeto Debian foi fundado, em 1993, você já tinha ouvido falar de Linux? Pois eu te garanto que a maioria dos clientes da Novell e da Red Hat não.

    Enfim, ao comparar (o projeto) Debian com (as empresas) Red Hat e Novell você demonstra que não faz idéia do que leva o projeto Debian com seus três mil e poucos desenvolvedores a existir. Fica minha sugestão para que você visite http://www.debian.org e passe 10 minutos lendo sobre o projeto, vai aprender coisas que vai achar no mínimo interessantes.

  2. > horrível escolha de palavras para falar “software livre e proprietário”

    Bem, é que não estava falando de SW livre e proprietário ao citar religião e razão. Mas sim de pensar racionalmente (usar a razão) versus seguir um movimento unica e exclusivamente pelo altruismo da liberdade, sem interpretar os desdobramentos práticos dessa liberdade.

    Mas já que tocou no assunto do SW proprietário, é importante não confundi-lo com padrões proprietários. Eu gosto muito de Open Source, mas é religião cega achar que ele é solução para tudo. Inovações de valor sempre serão primeiro criadas como software fechado. Quando esse SW fechado desenvolve um mercado, adquire concorrentes, etc, ai Open Source entra em cena como um modelo – o mais inovador – para reimplementa-lo. O importante é sempre usar PADRÕES ABERTOS.

    > No equilíbro do Debian eu encontro um sistema operacional que distribui (com suporte)

    Bem, mas o mercado global não encontra produtos certificados em Debian, e infelizmente um arquiteto de TI nem chega perto de coisas que não rodam (ou que ninguém diz, formalmente, que roda) com outras coisas. Isso se chama certificação, homologação, ecossistema – a coisa mais valiosa e dificil de se construir ao redor de um produto.

    > Aliás, quando o projeto Debian foi fundado, em 1993, você já tinha ouvido falar de Linux?

    Uso Linux, BSD e Solaris desde 1992 ou 1993, mais ou menos. Mas isso é irrelevante. Conheço gente que nunca, nunquinha mesmo, usou nada disso, mas tem uma visão muito mais madura, pragmática e pé-no-chão do cenário, do que muitos usuários idealistas da comunidade (da qual nós fazemos parte).

  3. O contrato social do Debian não significa que software livre é solução para tudo, tanto que o projeto Debian disponibiliza um repositório de software proprietário (non-free).

    Agora, o projeto Debian não tem os mesmos objetivos de produtos como o RHEL e SLED, e você parece ainda ignorar isso. Por exemplo, a Nokia usa o Debian para criar o seu Nokia 770. O Fedora não tem homologação em nada, e é a base do OLPC. Enfim, o Debian (e software livre de forma geral) vai muito mais além do meio onde as certificações que RHEL e SLE exibem são requerimento. De fato, o Debian foi criado antes dessas empresas olharem para software livre, e o objetivo do projeto nunca foi criar um produto para essas empresas.

    Enfim, o Debian não faz parte do ecossistema que interessa a você, mas faz parte de um ecossistema muito maior e fundamental para o software livre. Tente enxergar um pouco além do seu ambiente que verá isso facilmente.

  4. O Debian é um projeto que segue os mesmo padrões do sistema “Free Software” diferente da Novell e da RH que seguem como empresas usando o “Free Software” como ferramenta de ganhar dinheiro.

    Conheço os padrões de empresas que não seguem o uso do Debian, é puro desconhecimento sobre o Projeto Debian, sobre o Linux e sobre a diferença pratica entre um produto e um projeto.

    O linux é um projeto e o debian é uma distribuição que seguem como a filosofia do Linux, um projeto.

    Em meios práticos, só ofereço GNU/Linux Debian em meus cleintes porque visa 2 itens que a RH e nem a Novell não cobrem.

    1 – Estabilidade

    2 – Fácil administração/atualização/modelação

    Pensar em Marketing voce não pensa em Debian, voce pensa em empresas como essas, mas no dia a dia eu não levo o Marketing a sério. Apenas resultados práticos.

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