Here are some album series (large collection of albums) with very popular songs interpreted in a Bossa Nova style.
Read MoreCategory: Music & Podcasts
Things I listen or think about music, and podcasts.
Eu odeio LPs
🇧🇷 Eu odeio LPs.
Não porque têm som ruim.
Mas porque, na nossa era, representam a vitória do capitalismo tóxico, aliado a extraordinário marketing, sobre a ingenuidade e ignorância das pessoas, quando lhes vende um refugo obsoleto como se fosse artigo de luxo.
Fica pior quando se descobre que boa parte dos novos fonogramas, impressos e vendidos em vinil a preço de ouro, foram originalmente gravados em estúdio moderno com processo inteiramente digital.
🇬🇧 I hate LPs.
Not because they have bad sound.
But because, in our era, they represent the victory of toxic capitalism, allied with extraordinary marketing, over the naivety and ignorance of people, when it sells them obsolete junk as if it were a luxury item.
It gets worse when it is discovered that a good part of the new phonograms, printed and sold on vinyl at the price of gold, were originally recorded in a modern studio with an entirely digital process.
Music in digital formats is high fidelity by definition and is the closest thing you can get from the musicians recording their performance in a studio.
A Frequência Cardíaca de Yuja Wang
Chamando todos os cientistas de dados, sobretudo os que lidam com séries temporais, como eu, para ver um experimento.
Read MoreBaddadan, translated
Baddadan is a powerful grime style song released in 2023 by British artists. Its lyrics may sound as gritty depictions of urban life at first, but they are actually about self empowerment. The song beat and atmosphere are very refreshing and innovative, while the “baddadan” phrases are intriguing, having the word derived from “badder than”. Their mistery is explained here.
Read MoreNefasta campanha de estatísticas de audição do Spotify
Sem chance de eu obter qualquer estatística sobre meus gostos musicais, artistas e músicas que mais ouço. Ora, porque não uso Spotify. Ouço música majoritariamente de meu acervo pessoal (via Jellyfin, Kodi e outros tocadores) ou no Tidal que ganhei do plano de telefonia. E também em rádios como Soma.FM, Mixcloud, Rádio USP FM e Cultura FM onde o repertório é feito diretamente por humanos.
Read MoreRelaxing Orient album
“Relaxing Orient” is an album I’ve been listening to for years to meditate, relax, calm down, or work with focus. It consists of 21 instrumental tracks, virtually percussion-free, very slow, and featuring textures, melodies, and instruments from the Far East. It takes me on a journey.
The artists on the album are Wayne Jones, Karen Hua-Qi Han, and Amy Hayashi-Jones. Wayne Jones, in particular, has other excellent albums of completely different styles that are worth checking out.
It’s available on all music platforms.
Barbie Girl
Andei muito pela Av. Paulista e diversos xópens nos últimos dias e vi uma enormidade de gente vestindo cor-de-rosa para celebrar o filme da Barbie.
Para mim isso é um grande e bem-vindo déjà vu à belíssima canção Barbie Girl de 1997 do Aqua, que deixo aqui em inúmeras versões deliciosas.
Somos todos pela cultura pop!
Read MoreFilme Koyaanisqatsi
Esse filme Koyaanisqatsi, de 1982, é maravilhoso. Tinham que fazer similares a cada 10 anos para capturar as rápidas mudanças do nosso mundo. A música de Philip Glass dá o tom dramático e vanguardista perfeito para o filme.
Álbum Nascentes de Mariana Zwarg
Eu amo de paixão este álbum da Mariana Zwarg. Discípula direta do Hermeto Pascoal e sua chamada “música universal”.
Mais videos de Mariana Zwarg:
Read MoreVoa Rita
Rita Lee tinha câncer e apelidou seu tumor convenientemente de Jair.
Apesar dessa irreverência derradeira não se comparar a grandiosidade de sua obra, eu achei no ponto.
Voa Rita! Tâmo aqui te ouvindo.
Estação de Rádio a partir de uma Música
Todas as plataformas de música têm uma função incrível que cria uma estação de rádio a partir de uma música. Aí comecei com «The Captain of Her Heart», da banda suíça Double, e o que se seguiu foi um pé na jaca das coisas mais melecadas e saudosas dos anos 80. Já salvei a playlist como “Cheesy 80s”.
Não preciso nem dizer que é prá você experimentar também a função com a música que mais estiver a fim de ouvir no momento.
Melhores Álbuns de Jazz
Re-assisti o filme Whiplash, sobre um jovem baterista virtuoso de Jazz e seu terrível professor.
Aí pesquisei sobre os maiores álbuns de Jazz e encontrei essa lista com uma enormidade de coisas que não conheço.
Muitas coisas avançadas e difíceis de se ouvir, como Alice Coltrane. Mas também excelentes surpresas, como Kurt Rosenwinkel.
Cristina Azuma no Instrumental SESC
Cristina Azuma ontem no Instrumental SESC deu uma aula-show sobre a história do Violão. Da Viola Barroca — em uso na foto — com peças do espanhol Santiago de Murcia (1673–1739), saborizadas com interpretações já latino-americanas, depois Viola Caipira — no meio na foto —, e depois violão. Foi uma viagem, pelo tempo, pelo mundo e também pelos sentidos.
Read MoreConcierto Índio na Sala São Paulo
Música latino-americana nos concertos matinais de domingo da Sala São Paulo!
Na Semana dos Povos Indígenas, a Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí e convidados tocaram um lindo e pouco conhecido «Concierto Índio» do peruano Theodoro Valcarcel.
Nara Pinheiro e Mariana Zwarg no Instrumental SESC
Não são só os Tocafrio que levam pessoas a shows.
Eis a mineira Nara Pinheiro hoje no Instrumental SESC Brasil. Nova safra de instrumentistas que dá gosto de ver e ouvir. Trouxe também banda (ótima) e Mariana Zwarg como convidada especial (deve ser parente do Itiberê Zwarg, que sempre acompanhou Hermeto Pascoal).
Read MoreChamamé Latino-americano
O Chamamé latino-americano está para a bacia do Rio da Prata (Pantanal brasileiro, Misiones na Argentina, Pampas paraguaio, Uruguay) assim como o Blues americano está para a bacia do Rio Mississippi.
— Almir Sater, violeiro pantaneiro
Lembre-se disso sempre que for ouvir um Blues americano sem nunca ter ouvido um Chamamé latino-americano.
O violeiro gaúcho Valdir Verona faz essa ponte com seu Chamamé Blues #2.
Álbum Espelho Cristalino de Alceu Valença
Espelho Cristalino é álbum espetacular de Alceu Valença, de 1977. É essencialmente rock nordestino com viola sertaneja e muito repente. Revolucionário.
Eu tirei ele da gaveta porque, vejam vocês, fui comprar um espelho com a Tati e saímos da loja cantando a canção Espelho Cristalino, lançada neste álbum.
Colecionador de música
Colecionador bom mesmo é o que compra todos os CDs originais (aquele de plástico) de seus artistas favoritos, compra também os LPs (vinil). Ripa tudo em formatos lossless pro computador. Mas na hora de sentar prá ouvir música usa os serviços de streaming mesmo, porque são terrivelmente convenientes.
Semana Cultural Intensa
Eventos culturais e emocionais que fui nesta semana linda…
Read MoreCanção Um Índio, de Caetano
Esta canção voltou à minha cabeça creio que por causa das coisas que ando lendo sobre mudança climática, decadência social de grande quantidade de pessoas etc.
Fala de uma Terra depredada pela civilização e aí vem um índio-messias que deixa todos atonitos por falar e fazer nada mais do que o óbvio.
Uma pessoa — Caetano Veloso — que escreve uma letra profética como esta, já em 1976, 45 anos atrás, merece todo o meu respeito.
Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada
Das mais avançadas das tecnologias
Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranquilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto, em cheiro
Em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer
Assim, de um modo explícito
Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranquilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio
Encontro com Caetano Veloso
O coração pulou num show praticamente privado que Caetano Veloso nos concedeu na Casa do Povo. Uma hora de canções conhecidíssimas, que ele poderia ter extendido por muito mais tempo, pois tem repertório para tal. Performou super afinado, em ótima forma e técnica e fez questão de espontaneamente se declarar “de esquerda” no palco.
Após o show tive o privilégio de conversar com a figura quase mítica. Contou histórias sobre as décadas de 60, 70, 80 etc. Contei que ao longo de seu show lembrei de sua canção «Prá Ninguém» e ele por sua vez contou sua história, desconhecida para mim. Em 1993 Chico Buarque escreveu a música «Para Todos» que Caetano ouviu pela primeira vez na casa do autor e chorou de emoção ali mesmo. «Prá Ninguém» é a resposta de Caetano para a canção de Chico, poema musicado que cita um monte de cantores e suas canções famosas compostas por outros. Disse também, quase como um segredo, que João Gilberto adora a canção de Chico, e a partir daí contou diversas histórias malucas sobre João.
Que noite !
Jornada musical até Engenho de Flores
Na década de 1990 eu entrei na faculdade no interior de São Paulo e saí do casulo em diversos aspectos. Um deles foi o casulo musical pois passei a ter acesso a estilos musicais que eu mal conhecia. Meu batismo no Jazz/Fusion foi com um grupo local chamado Matisse – tratava de não perder nenhum show –, do guitarrista Aquiles, e foi com eles que descobri o barato do improviso jazzístico. Mas o que me definiu como brasileiro foi a MPB que se ouvia por lá, trazida de todos os cantos do país, e que nunca havia escutado em casa porque minha família era estrangeira. Depois criei asas e literalmente rodei o planeta em minhas descobertas musicais, tratando de divulgar o que eu achei e continuo achando de melhor.
Tô contando tudo isso porque hoje, mais de 20 anos depois, esbarrei na canção que ouvi em alguma festa de república uma única vez e passei os anos seguintes cantarolando prás pessoas perguntando se conheciam, como se chamava, de quem era, onde poderia ouvir novamente etc. Aí vai ela. É a «Engenho de Flores», do maranhense Josias Sobrinho mas que ficou conhecida na voz de Papete (1978) e Diana Pequeno (1979). Ufa… que jornada! Nem sei o significado da letra, mas sua sonoridade me devolve praquele tempo onde tudo era uma suave novidade. Ainda é, na verdade.
Impressões sobre o show do Vento em Madeira
Ontem, 16 de junho de 2015, fui ao show do Quinteto Vento em Madeira no Centro Cultural Cachuera. Dividiram o palco com Mônica Salmaso. Apesar da presença da cantora, não foi um show de MPB. Mônica novamente exercitou seu lado B jazzístico, deixou as letras de lado e ficou só no tum-dá-chibum dos scats.
O quinteto é liderado pela ótima flautista Léa Freire que tem um longo currículo de composições e gravações muito boas. Há também Teco Cardoso, que já me fez perder a conta de quantos álbuns monumentais da Música Instrumental Brasileira ele participa. De Ulisses Rocha a Orquestra Popular de Câmara, ao Pau Brasil, enfim… Em boa parte do show os sopros de ambos participaram de exuberantes diálogos: sax baixo de Teco subia quando a flauta de Léa descia e assim por diante.
Como bons representantes da cena instrumental paulistana, o Quinteto Vento em Madeira é vanguardista. Digo isso como um contraponto à cena carioca, que é mais renovadora do bom e velho choro/bossa/samba em roupagem instrumental. Mas voltando à vanguarda paulistana, ela é avançada, ou seja, exige algumas boas “escutadas” por ouvidos já amaciados para que seja apreciada. É o caso do Duofel, Grupo Medusa, Feijão de Corda, D’Alma e outros daqui da Pauliceia, que preferem a jornada do experimentalismo dissonante ao invés do pop instrumental.
Mas esse não é, repito: NÃO É, o caso do Vento em Madeira. Apesar de claramente soarem como a geografia vanguardista paulistana, eles conseguem ser fáceis e deliciosos. Ocupam assim um espaço incomum, difícil de preencher e é isso o que faz o Vento em Madeira extraordinário. Talvez pelo comando da natureza melódica dos instrumentos de Léa e Teco, talvez porque se projetaram assim, sei lá. E não importa. O que importa é que foi um dos melhores shows que fui nos últimos tempos, composições automaticamente inspiradoras e melódicas à moda antiga, só que tudo novinho em folha.
Acho também que eles tinham que sequestrar a Mônica de vez e virar um sexteto. Esse negócio de “participação especial” já não cola mais porque a gente sabe que ela tá em todas. E se arriscar muito ela passa a Joyce que para mim é ainda a maior “scater” do Brasil.
Uma coisa que me deixa mordido de feliz são os maracatus que aparecem do nada no meio das músicas. Adoro maracatu. Não há nada mais brasileiro, intenso e chacoalhante do que maracatu. E é tudo culpa do baterista Edu Ribeiro. O pianista Tiago Costa também se destacou como autor de ótimas composições.
Ponto marcante do show foi o veterano pianista Amilton Godói (ex-Zimbo Trio) roubar a cena com Léa, ele no piano, ela na flauta contra-baixo, instrumento este que eu nunca tinha visto nem ouvido. Do tamanho de uma pessoa de pé, soa grave e delicado, acompanhamento perfeito para a suave composição de Amilton.
Tem que ser muito petulante, ou escravo de rádio ruim, ou tremendamente desinformado prá dizer que a Música Brasileira está perdida, que não se faz mais coisa boa por aqui. O Vento em Madeira está aqui prá desdizer isso.
Fiquei feliz também que veio meu amigo Luiz e ganhei dele um álbum do violeiro Levi Ramiro que adoro. E que também consegui convencer meu ocupado colega de trabalho Alvaro Guimaraes, flautista, a adiar seus afazeres profissionais e vir ao show.
Exchange large amounts of files with me
I maintain a large amount of browseable files at http://amp.alkalay.net/media/Musica/ that can be accessible also by SFTP on sftp://amp.alkalay.net:/home/pubsandbox/.
You can access thse files with any SFTP (Secure Shell FTP) client on sftp://everestk2:k2everest@amp.alkalay.net:/home/pubsandbox/.
There is a visual way to download files from there using FileZilla. Just follow the steps. Read More
Ambient Music
You can say whatever you want, I’ll keep saying that Ambient Music (the style of music you can listen in albuns such as Buddha-Bar, Café Del Mar etc) is merely a fusion between New Age and João Gilberto‘s Bossa Nova.
Coral Russo Sretensky no Mosteiro de São Bento
Conforme havia twittado ontem, assisti ao Coral Russo do Monastério Sretensky ontem no Mosteiro de São Bento.
Filas gigantescas e mosteiro lotadíssimo garantiram que assistiríamos de pé. Mas valeu a pena. Um coral de uns 30 homens soltaram a voz que ecoou forte no teto alto da catedral.
Quando fui a Russia, no ano passado, descobri os corais sacros de lá e fiquei exaltado. Esperava aquele tipo de música inspiradora mas a apresentação de ontem foi mais folclórica, popular e de ritmos mais rápidos. Bom também.
Devo parte da diversão de ontem à visão dos litúrgicos da Igreja Ortodoxa Russa, com suas longas barbas e que se vestem de forma peculiar aos nossos olhos brasileiros.
Sobre o Mosteiro de São Bento, no centro de São Paulo, nunca havia entrado antes. Muito bem decorado e preservado, com diversas inscrições em latim, imagens de santos, anjos etc. Vale a visita.
Almanaque Brasil
Que delícia que é ler o Almanaque Brasil. Faz um monótono vôo (da TAM no caso, onde ele é distribuido gratuitamente) passar bem mais rápido.
É o tipo de revista que a gente lê de cabo a rabo. E como o vôo foi longo, lá no comecinho descobri que todo seu conteúdo é Creative Commons, incentivando sua disseminação.
E já que é assim, vou copiar para cá algo que aprendi em sua sessão Lambe-Lambe da edição 111 da revista, sobre como nasceu a música mais famosa do Brasil, a Garota de Ipanema, num único célebre encontro de seus autores Tom Jobim, Vinicius de Moraes e João Gilberto em 1962 no restaurante Au Bon Gourmet no Rio. Conta que precederam a primeira apresentação com o seguinte diáglogo:
- João: Tom, e se você fizesse agora uma canção que possa nos dizer, contar o que é o amor ?
- Tom: Olha, Joãozinho, eu não saberia sem Vinicius para fazer a poesia.
- Vinicius: Para essa canção se realizar, quem dera o João para cantar.
- João: Ah, mas quem sou eu? Eu sou mais vocês. Que bom se nós cantássemos os três.
- Todos: ♪ Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça… ♪
Virada Cultural 2008
Fico sem fôlego de tanta emoção que me causou a Virada Cultural que aconteceu este final de semana. É um evento simplesmente fantástico, genial, alucinante, maravilhoso e qualquer outro adjetivo que você possa imaginar.
Para quem ainda não sabe o que é, instituiram que em um certo final de semana perto de abril e maio de todos os anos, a cidade de São Paulo inteira — mas principalmente o centro — abrigará 24 horas ininterruptas de atividade cultural gratuita, indiscriminada, intensa e a céu aberto. Vai de música, a teatro, a cinema, a dança e por aí vai. Começou sábado umas 17:00 e foi até o final da tarde de domingo. E olha, não dá pra descrever o que foi aquilo, mas vou tentar.
Tenho a sorte de morar perto do centro e fizemos todos os programas a pé. Os dias estavam lindos e nos divertimos à beça. Confira:
- Madeira de Vento, Theatro São Pedro, sábado às 22:00
Um quinteto de clarinetes que fez um show belíssimo de música instrumental brasileira, percorrendo várias composições de choro, maxixe etc. Os músicos têm formação erudita e trouxeram toda sua experiência sublime aos refinados arranjos para música popular. Na verdade a música popular também emprestou um cromatismo todo vivo e alegre à sua formação erudita. Um “sopro” novo na rica cena da Música Instrumental Brasileira. - Teatro Mágico, palco da Av. São João com R. Aurora, domingo às 9:00
Nunca ouvi esse grupo mas foram muito bem recomendados por amigos. Um show lotado de moçada que conhecia todas as letras, cantava as músicas em coro e usava camisetas com trechos de suas poesias. Seu estilo musical é bem legal com letras jovens e inteligentes que me lembraram os Smiths, mas sem sua conhecida melancolia. O Teatro Mágico faz sucesso sem tocar em rádio porque são independentes (ou seja, não têm uma gravadora por trás para ficar pedindo que as rádios toquem seus albuns). São conhecidos porque deixam suas canções disponíveis para download em seu site, e ainda por cima promovem que copiem suas músicas a vontade. - River Boat Jazz Quartet no terraço do Bar Brahma, Av. São João com Av. Ipiranga, às 10:30
Este não estava no programa. Íamos para o Municipal e fomos dragados pelas deliciosas notas desse conjunto de músicos alegres e de instrumentos um tanto bizarros. Dançamos, tiramos fotos e nos divertimos com o resto do povo que também foi pego de surpresa. - Eduardo Gudin, Paulo Cesar Pinheiro e Marcia no Teatro Municipal, às 12:00
Depois da fila em baixo do sol do meio-dia, veio o conforto e beleza do Municipal. Paulo Cesar Pinheiro — marido de Clara Nunes e um dos mais importantes compositores de Samba e MPB — foi saudado de pé ao entrar no palco. Ele e os outros bambas mandaram ver como é que se faz a fina flor da nossa música melodiosa e de rimas ricas. Estávamos diante dos dinossauros da música brasileira. - Tarancón, palco da Av. Rio Branco com Av. Ipiranga, às 13:00
Saimos às pressas do Municipal para ainda pegar este show, e conseguimos. A música do Tarancón é singular na Terra do Samba. Praticam um estilo musical mais popular na Bolívia, Chile e Peru, chamado de Latino Americano. Lançam mão dos charangos, tambores de pele, flautas de bambu e outros instrumentos indígenas e marcaram melodiosamente a raridade global da música deste continente, cantando em português, espanhol e quechua. O Canto Lunar foi deveras emocionante e sua apresentação fez as pessoas dançarem em roda como se fossemos integrantes de uma única grande tripo global. ♪ Ó Lua, navega serena, vai de Ipanema ao céu do Irã ♪. - Renato Borghetti, palco da Av. Rio Branco com Av. Ipiranga, às 15:00
A música de Renato Borghetti fica em algum ponto nebuloso entre o totalmente gaudério e o totalmente jazz contemporâneo. E também surpreende indo do sul-anteroidal ao norte-gonzagueante. Cá entre nós, quanto mais ele se movimentar em todas as geografias mais a gente gosta, afinal, este país é ou não é um caldeirão de estilos? Tocou a gauchíssima Redomona com sua gaita-ponto junto com os dedos velozes e precisos de Daniel Sá no violão. Alucinante.
Mas o mais bonito da Virada foram “aquelas pessoas andando pelo centro da cidade como donas do local” — para usar as palavras do Andre que resumiu bem o evento. Outro grande amigo também disse exatamente a mesma coisa e eu tenho que concordar com ambos.
Lamento não ter ido nos Bossacucanova, Tetê, nos violeiros do Mercado Municipal, Pepeu, Kroma, Celso Pixinga, e tantos outros que queria ver e prestigiar, isso sem nem contar as apresentações de dança, maratonas de cinema, teatro etc.
Ano que vem não perco a Virada por nada. Se tiver viagem, desmarco. Compromisso inadiável, falto. Se adoecer, fico são na hora. Mas vou. E espero encontrar você lá.
Veja também o mapa do Centro e os locais destes shows:
Minha Virada Cultural
Esta é a programação que pretendo fazer nesta Virada Cultural. São as coisas que eu quero ver, e em vermelho as coisas que mais quero e pretendo conseguir.
Este ano o foco vai ser só música. Não dá pra fazer tudo… 🙁
Azucar de Caña
Sempre achei que a canção Azucar de Caña dos peruanos Trio Los Chasquis é a melhor companheira da poesia Cantá. Na simplicidade da vida, na alegria do trabalho, no trabalho no campo e na beleza e quanto ambos me sensibilizam.
Better sleep leads to a better You
The title was the phrase written in a CD left in a Crown Plaza Hotel room I stood this days.
Its excellent content is a relaxation program with very soft music to listen and do after you go to bed and before you fall asleep, with the aim to make you sleep better.
I found it so effective that I read more through the CD cover. It is produced by a company called SoundSleep with the help of a certain Dr. Michael Breus.
The cover also contained some other “holistic approach to sleep principles” which I also find useful and would like to share:
- Relax before bedtime. Stress can make you miserable and restless. Take some time for a pre-sleep ritual to break the connection between stress and bedtime. Try listening to the enclosed Sleep CD, reading, meditating, light stretching, lavender aromatherapy or a hot shower.
- Watch the caffeine. Coffee and many teas and sodas contain caffeine and may keep you up. If you’ve already had too much, consider eating some carbohydrates like bread or crackers to help reduce the effects.
- Watch the alcohol. Alcohol may initially help you fall asleep, but as your body clears it from your system, it can also cause nightmares, sweats and headache. Drink one glass of water for every alcoholic beverage consumed to try to reduce these symptoms.
- Exercise at the right time. Regular exercise relieves stress and encourages good sleep. However, if a little exercise really gets your blood pumping, you’d be wise to not work out in the evening or just before bedtime.
- Cut down on noise, light and extreme temperatures. Try earplugs, a night light, an eye mask or drape clip. The best temperature for sleep is 20 to 22°C (68 to 72°F).
- East right, and sleep tight. Avoid eating a large meal just before bedtime or going to bed hungry. It’s about balance. Some foods that promote sleep include: milk, pumpkin, artichokes, avocados, almonds, eggs, peaches, walnuts, apricots, oats, aspargus, potatoes and bananas.
- Understand jet lag. Before you cross time zones, try waking up later or earlier to help the body adjust to time difference. And remember, it takes a few days for the body to catch up.
- Remember the purpose of the bed. Avoid TV, eating, and emotional discussions in bed. The mind and body associate bedtime activities with being in bed. So don’t let a bad habit keep you awake.
- No drinks after 8 p.m. It’s a fact; most of us cannot simultaneously go to the bath room and sleep. So shut down your fluid intake before 8 p.m. so you can get your rest.
- Nap smart. A little 20-minute power nap during the early part of the day can really be refreshing. But sleep too much, and you may spend the night staring at the ceiling.
Web 2.0 Party
Web 2.0 is about people. Its a global party where human beings exchange knowledge, experiences, information and even emotions.
Yesterday I saw the Xanadu movie again with ELO’s All Over the World, a good-vibe song from the 80’s that still has very current lyrics that explain what people are doing in our 2008’s Web 2.0.
Check out the movie excerpt with the song and the lyrics.
Everybody all around the world Gotta tell you what I just heard There’s gonna be a party all over the world I got a message on the radio All over the world, Everybody walkin’ down the street We’re gonna take a trip across the sea All over the world, |
London, Hamburg, Paris, Rome, Rio, Hong Kong, Tokyo L.A., New York, Amsterdam, Monte Carlo, Shard End and All over the world, Everybody all around the world All over the world, All over the world |
Adeus Lavrador, espero poder te reencontrar
Para lembrar o triste dia de hoje em que você, Lavrador de Café, um belíssimo Portinari, deixou o MASP para viver noutro lugar. É de ti que mais sentiremos falta.
Se cansou de ter o Trianon como vista do outro lado da avenida, espero então que encontre um cafezal sem fim para contemplar.
Como cantou Mercedes Sosa, na composição de Horacio Salinas:
Para Cándido Portinari la miel y el ron, y una guitarra de azúcar y una canción, y un corazón.
(imagem gentilmente roubada do blógue Ritual Café)
Interview with Ulisses Rocha
The website Music from Brazil just published an audio-interview/podcast/MP3 with brazilian acoustic guitar player Ulisses Rocha. Includes stories and full wonderful songs. Available in portuguese, english and spanish.
O LSD de Tim Maia na Flips
Um dos livros mais divertidos que lí é o Noites Tropicais de Nelson Motta que conta vários lados-B da história da MPB desde a década da Bossa Nova, mais ou menos.
Um dos mais deliciosos é o trecho abaixo, sobre Tim Maia.
Fiquei feliz em ganhar o livro de presente de aniversário este ano. Já tinha lido-o, mas numa cópia emprestada. E é um livro que preciso ter para consultas randômicas, como essa história do Tim Maia.
Tim foi a Londres e se esbaldou. Fumou, cheirou, bebeu, viajou de ácido, ouviu música, brigou com a mulher — tudo muito — e voltou para o Brasil com 200 doses de LSD para distribuir aos amigos. Assim que chegou foi à [gravadora] Philips, que ele chamava de “Flips”, onde visitou diversos departamentos, começando pelos que considerava muito caretas, como contabilidade e jurídico, onde cumprimentava o titular e repetia o mesmo discurso, com voz pausada e amistosa:
“Isto aqui é um LSD, que vai abrir sua cabeça, melhorar a sua vida, fazer de você uma pessoa feliz. É muito simples: não tem contra-indicações, não provoca dependência e só faz bem. Toma-se assim.”
Jogava um ácido na boca e deixava um outro na mesa do funcionário atônito. Como era um dos maiores vendedores de discos da companhia, todo mundo achou graça.[…] E Tim voltou para casa viajandão, dirigindo seu jipe e certo de que tinha salvado a alma da “Flips”.
Um barato, e recomendo a leitura.
Worshiping Joyce in Rio
Some time ago, my New Yorker cousin came to visit Brazil and I wanted to make sure she was leaving with her iPod full of brazilian specialities. A few weeks later we exchanged this conversation by e-mail.
- “Im listening to music you sent me while writing (I really like Joyce!…although right now im listening to Paulo Bellinati)” — she said
- “Joyce is a godess. I worship her every time I need a good something-between-samba-and-bossa-nova in my ears.”— in my reply
Joyce’s voice singing Bossa-Nova is probably what gets closer to the true spirit of Rio de Janeiro city.
Enough talking. This is some of her works. While listening, close your eyes and imagine a calm sunday walk in Ipanema beach.
(pictures link to the location they where found)
Chico Buarque e Seu Tanto Mar
Quem é que já foi ao bar Bom Motivo em São Paulo e não ouviu a canção Tanto Mar de Chico Buarque? O público no bar se empolga e bate palmas sincronizadamente durante a música. Coisa que só se vê lá.
Este é o video da música:
Poucos sabem que essa canção, que parece ingênua e alegrinha, parabeniza Portugal pela sua Revolução dos Cravos que derrubou a ditadura daquele país.
A letra foi censurada no Brasil porque ela é claramente uma nostalgia antecipada desejando que o mesmo acontecesse por aqui, bem no meio do nosso período de ditadura.
A versão que ouvimos em todo lugar tem uma letra atualizada de um período pós-ditadura. Mas a nostalgia ainda está lá: “Foi bonita a festa pá, fiquei contente. ♫ Ainda guardo renitente um velho cravo para mim. ♫ ”
Segue a letra original da canção, censurada e rara no Brasil.
Sei que estás em festa, pá Eu queria estar na festa, pá |
Sei que há léguas a nos separar Lá faz primavera, pá |
Se você for ao Bom Motivo, se o Luiz estiver ao violão, se tiver sorte, ele vai tocar a versão censurada da canção. Se não tiver sorte, tu podes protestar e pedir que ele toca.
Limites da Voz
Uma vez prestei atenção na belíssima letra da belíssima canção I Say a Little Prayer.
Pasmem, ela é uma oração, uma reza, e não uma canção de amor !
De todas as versões que existem por aí, eu acho que as da Aretha Franklin (como a do video acima) são as mais bonitas.
Para fazer uma boa cantora não basta ter só bela voz. Gosto como Aretha modula a voz e não cai na armadilha de repetir melodias. Ela sempre trata de inserir improvisações melódicas. Elis Regina, Milton Nascimento, Chico Buarque e muitos outros são cantores que independente de terem bela voz ou não, tocam o âmago do nosso ser porque sabem transmitir emoção.
Um exemplo inverso é a Natalie Merchant, famosa cantora do 10,000 Maniacs, que tem uma voz de timbre singular e bonito, mas que considero no máximo mediana. Ela não sabe cantar.
Bem, acabei de achar o tal video por aí e todas essas idéias e lembranças me ocorreram.
Bossa Nova to Samba to Choro
Before the famous Brazilian Bossa Nova type of music we had Samba and before that, Choro. Each style evolved from its predecessor.
Many will translate the word choro as cry but nobody is sad. In old Portuguese, choro refers to the vibration of the strings of the acoustic guitar. But yes, it makes me cry when I listen to such a beautiful music.
Choro is a style being played for more than one hundred years. In the 1950’s people started to forget it because the Bossa Nova movement was flourishing and stealing the scene. But then a bandolinist called Jacob do Bandolim took it over playing in bars his wonderful compositions as Doce de Côco and since then Brazilian big cities, specially Rio de Janeiro, find enough room for all styles. In fact, one can find Choro shows 7 nights per week in Brazilian cities as Rio and São Paulo.
Around the end of the 1890’s Samba appeared as a direct descendent of Choro. Identical in rhythm and as melodic as Choro. But while Samba values more percussion and dancing, choro is more concerned with musical solos and harmony between instruments, as we can hear when the trombone plays together with the trumpet on O Trombonista Romântico.
Choro is Brazilian Jazz since before Jazz even existed.
The samples here are played by the outstanding duo of Zé da Velha e Silvério Pontes playing trombone and trumpet, a very uncommon combination of instruments for Choro, together with other excellent musicians from groups as Nó em Pingo D’Água, and other independent musicians.
The harmony between them is so unique that I can say they are the best “chorões” in their old school style nowadays. Particularly about Zé da Velha, the trombonist, some people say he plays as he speaks, and his voice recalls his trombone playing. Just listen the famous Alvorada to understand that.
Other wonderful songs they registered in their recordings:
Lunar Landings
Now that I listened very well all Café del Mar CDs, I see many beautiful songs were missing from that sample.
Its difficult to chose but Lunar Landings from Kalliope deserves a few more words since it is special and has a very peaceful atmosphere. Enjoy.
Oh, and about Buddha-Bar, I almost don’t listen to it anymore.