Eu amo de paixão este álbum da Mariana Zwarg. Discípula direta do Hermeto Pascoal e sua chamada “música universal”.
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Things I listen or think about music, and podcasts.
Eu amo de paixão este álbum da Mariana Zwarg. Discípula direta do Hermeto Pascoal e sua chamada “música universal”.
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Rita Lee tinha câncer e apelidou seu tumor convenientemente de Jair.
Apesar dessa irreverência derradeira não se comparar a grandiosidade de sua obra, eu achei no ponto.
Voa Rita! Tâmo aqui te ouvindo.
Todas as plataformas de música têm uma função incrível que cria uma estação de rádio a partir de uma música. Aí comecei com «The Captain of Her Heart», da banda suíça Double, e o que se seguiu foi um pé na jaca das coisas mais melecadas e saudosas dos anos 80. Já salvei a playlist como “Cheesy 80s”.
Não preciso nem dizer que é prá você experimentar também a função com a música que mais estiver a fim de ouvir no momento.
Re-assisti o filme Whiplash, sobre um jovem baterista virtuoso de Jazz e seu terrível professor.
Aí pesquisei sobre os maiores álbuns de Jazz e encontrei essa lista com uma enormidade de coisas que não conheço.
Muitas coisas avançadas e difíceis de se ouvir, como Alice Coltrane. Mas também excelentes surpresas, como Kurt Rosenwinkel.
Cristina Azuma ontem no Instrumental SESC deu uma aula-show sobre a história do Violão. Da Viola Barroca — em uso na foto — com peças do espanhol Santiago de Murcia (1673–1739), saborizadas com interpretações já latino-americanas, depois Viola Caipira — no meio na foto —, e depois violão. Foi uma viagem, pelo tempo, pelo mundo e também pelos sentidos.
Na plateia reconheci diversos músicos importantes, como Paulo Bellinati, Fábio Zanon e outros que vieram prestigiar a colega.
Esses shows de 3ª no SESC Consolação eu vou sem nem ver quem vai tocar. São parte importante da minha formação musical, sempre bem produzidos, muitas agradáveis surpresas, sempre edificantes.
Próximos shows imperdíveis que anunciaram:
Música latino-americana nos concertos matinais de domingo da Sala São Paulo!
Na Semana dos Povos Indígenas, a Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí e convidados tocaram um lindo e pouco conhecido «Concierto Índio» do peruano Theodoro Valcarcel.
Não são só os Tocafrio que levam pessoas a shows.
Eis a mineira Nara Pinheiro hoje no Instrumental SESC Brasil. Nova safra de instrumentistas que dá gosto de ver e ouvir. Trouxe também banda (ótima) e Mariana Zwarg como convidada especial (deve ser parente do Itiberê Zwarg, que sempre acompanhou Hermeto Pascoal).
Read MoreO Chamamé latino-americano está para a bacia do Rio da Prata (Pantanal brasileiro, Misiones na Argentina, Pampas paraguaio, Uruguay) assim como o Blues americano está para a bacia do Rio Mississippi.
— Almir Sater, violeiro pantaneiro
Lembre-se disso sempre que for ouvir um Blues americano sem nunca ter ouvido um Chamamé latino-americano.
O violeiro gaúcho Valdir Verona faz essa ponte com seu Chamamé Blues #2.
Espelho Cristalino é álbum espetacular de Alceu Valença, de 1977. É essencialmente rock nordestino com viola sertaneja e muito repente. Revolucionário.
Eu tirei ele da gaveta porque, vejam vocês, fui comprar um espelho com a Tati e saímos da loja cantando a canção Espelho Cristalino, lançada neste álbum.
Colecionador bom mesmo é o que compra todos os CDs originais (aquele de plástico) de seus artistas favoritos, compra também os LPs (vinil). Ripa tudo em formatos lossless pro computador. Mas na hora de sentar prá ouvir música usa os serviços de streaming mesmo, porque são terrivelmente convenientes.
Eventos culturais e emocionais que fui nesta semana linda…
Read MoreEsta canção voltou à minha cabeça creio que por causa das coisas que ando lendo sobre mudança climática, decadência social de grande quantidade de pessoas etc.
Fala de uma Terra depredada pela civilização e aí vem um índio-messias que deixa todos atonitos por falar e fazer nada mais do que o óbvio.
Uma pessoa — Caetano Veloso — que escreve uma letra profética como esta, já em 1976, 45 anos atrás, merece todo o meu respeito.
Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada
Das mais avançadas das tecnologias
Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranquilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto, em cheiro
Em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer
Assim, de um modo explícito
Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranquilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio
O coração pulou num show praticamente privado que Caetano Veloso nos concedeu na Casa do Povo. Uma hora de canções conhecidíssimas, que ele poderia ter extendido por muito mais tempo, pois tem repertório para tal. Performou super afinado, em ótima forma e técnica e fez questão de se declarar “de esquerda” no palco.
Após o show tive o privilégio de conversar com a figura quase mítica. Contou histórias sobre as décadas de 60, 70, 80 etc. Contei que ao longo de seu show lembrei de sua canção «Prá Ninguém» e ele por sua vez contou sua história, desconhecida para mim. Em 1993 Chico Buarque escreveu a música «Para Todos» que Caetano ouviu pela primeira vez na casa do autor e chorou de emoção ali mesmo. «Prá Ninguém» é a resposta de Caetano para a canção de Chico, poema musicado que cita um monte de cantores e suas canções famosas compostas por outros. Disse também, quase como um segredo, que João Gilberto adora a canção de Chico, e a partir daí contou diversas histórias malucas sobre João.
Que noite !
Ontem, 16 de junho de 2015, fui ao show do Quinteto Vento em Madeira no Centro Cultural Cachuera. Dividiram o palco com Mônica Salmaso. Apesar da presença da cantora, não foi um show de MPB. Mônica novamente exercitou seu lado B jazzístico, deixou as letras de lado e ficou só no tum-dá-chibum dos scats.
O quinteto é liderado pela ótima flautista Léa Freire que tem um longo currículo de composições e gravações muito boas. Há também Teco Cardoso, que já me fez perder a conta de quantos álbuns monumentais da Música Instrumental Brasileira ele participa. De Ulisses Rocha a Orquestra Popular de Câmara, ao Pau Brasil, enfim… Em boa parte do show os sopros de ambos participaram de exuberantes diálogos: sax baixo de Teco subia quando a flauta de Léa descia e assim por diante.
Como bons representantes da cena instrumental paulistana, o Quinteto Vento em Madeira é vanguardista. Digo isso como um contraponto à cena carioca, que é mais renovadora do bom e velho choro/bossa/samba em roupagem instrumental. Mas voltando à vanguarda paulistana, ela é avançada, ou seja, exige algumas boas “escutadas” por ouvidos já amaciados para que seja apreciada. É o caso do Duofel, Grupo Medusa, Feijão de Corda, D’Alma e outros daqui da Pauliceia, que preferem a jornada do experimentalismo dissonante ao invés do pop instrumental.
Mas esse não é, repito: NÃO É, o caso do Vento em Madeira. Apesar de claramente soarem como a geografia vanguardista paulistana, eles conseguem ser fáceis e deliciosos. Ocupam assim um espaço incomum, difícil de preencher e é isso o que faz o Vento em Madeira extraordinário. Talvez pelo comando da natureza melódica dos instrumentos de Léa e Teco, talvez porque se projetaram assim, sei lá. E não importa. O que importa é que foi um dos melhores shows que fui nos últimos tempos, composições automaticamente inspiradoras e melódicas à moda antiga, só que tudo novinho em folha.
Acho também que eles tinham que sequestrar a Mônica de vez e virar um sexteto. Esse negócio de “participação especial” já não cola mais porque a gente sabe que ela tá em todas. E se arriscar muito ela passa a Joyce que para mim é ainda a maior “scater” do Brasil.
Uma coisa que me deixa mordido de feliz são os maracatus que aparecem do nada no meio das músicas. Adoro maracatu. Não há nada mais brasileiro, intenso e chacoalhante do que maracatu. E é tudo culpa do baterista Edu Ribeiro. O pianista Tiago Costa também se destacou como autor de ótimas composições.
Ponto marcante do show foi o veterano pianista Amilton Godói (ex-Zimbo Trio) roubar a cena com Léa, ele no piano, ela na flauta contra-baixo, instrumento este que eu nunca tinha visto nem ouvido. Do tamanho de uma pessoa de pé, soa grave e delicado, acompanhamento perfeito para a suave composição de Amilton.
Tem que ser muito petulante, ou escravo de rádio ruim, ou tremendamente desinformado prá dizer que a Música Brasileira está perdida, que não se faz mais coisa boa por aqui. O Vento em Madeira está aqui prá desdizer isso.
Fiquei feliz também que veio meu amigo Luiz e ganhei dele um álbum do violeiro Levi Ramiro que adoro. E que também consegui convencer meu ocupado colega de trabalho Alvaro Guimaraes, flautista, a adiar seus afazeres profissionais e vir ao show.
I maintain a large amount of browseable files at http://amp.alkalay.net/media/Musica/ that can be accessible also by SFTP on sftp://amp.alkalay.net:/home/pubsandbox/.
You can access thse files with any SFTP (Secure Shell FTP) client on sftp://everestk2:k2everest@amp.alkalay.net:/home/pubsandbox/.
There is a visual way to download files from there using FileZilla. Just follow the steps. Read More
You can say whatever you want, I’ll keep saying that Ambient Music (the style of music you can listen in albuns such as Buddha-Bar, Café Del Mar etc) is merely a fusion between New Age and João Gilberto‘s Bossa Nova.
Conforme havia twittado ontem, assisti ao Coral Russo do Monastério Sretensky ontem no Mosteiro de São Bento.
Filas gigantescas e mosteiro lotadíssimo garantiram que assistiríamos de pé. Mas valeu a pena. Um coral de uns 30 homens soltaram a voz que ecoou forte no teto alto da catedral.
Quando fui a Russia, no ano passado, descobri os corais sacros de lá e fiquei exaltado. Esperava aquele tipo de música inspiradora mas a apresentação de ontem foi mais folclórica, popular e de ritmos mais rápidos. Bom também.
Devo parte da diversão de ontem à visão dos litúrgicos da Igreja Ortodoxa Russa, com suas longas barbas e que se vestem de forma peculiar aos nossos olhos brasileiros.
Sobre o Mosteiro de São Bento, no centro de São Paulo, nunca havia entrado antes. Muito bem decorado e preservado, com diversas inscrições em latim, imagens de santos, anjos etc. Vale a visita.
Que delícia que é ler o Almanaque Brasil. Faz um monótono vôo (da TAM no caso, onde ele é distribuido gratuitamente) passar bem mais rápido.
É o tipo de revista que a gente lê de cabo a rabo. E como o vôo foi longo, lá no comecinho descobri que todo seu conteúdo é Creative Commons, incentivando sua disseminação.
E já que é assim, vou copiar para cá algo que aprendi em sua sessão Lambe-Lambe da edição 111 da revista, sobre como nasceu a música mais famosa do Brasil, a Garota de Ipanema, num único célebre encontro de seus autores Tom Jobim, Vinicius de Moraes e João Gilberto em 1962 no restaurante Au Bon Gourmet no Rio. Conta que precederam a primeira apresentação com o seguinte diáglogo:
Fico sem fôlego de tanta emoção que me causou a Virada Cultural que aconteceu este final de semana. É um evento simplesmente fantástico, genial, alucinante, maravilhoso e qualquer outro adjetivo que você possa imaginar.
Para quem ainda não sabe o que é, instituiram que em um certo final de semana perto de abril e maio de todos os anos, a cidade de São Paulo inteira — mas principalmente o centro — abrigará 24 horas ininterruptas de atividade cultural gratuita, indiscriminada, intensa e a céu aberto. Vai de música, a teatro, a cinema, a dança e por aí vai. Começou sábado umas 17:00 e foi até o final da tarde de domingo. E olha, não dá pra descrever o que foi aquilo, mas vou tentar.
Tenho a sorte de morar perto do centro e fizemos todos os programas a pé. Os dias estavam lindos e nos divertimos à beça. Confira:
Mas o mais bonito da Virada foram “aquelas pessoas andando pelo centro da cidade como donas do local” — para usar as palavras do Andre que resumiu bem o evento. Outro grande amigo também disse exatamente a mesma coisa e eu tenho que concordar com ambos.
Lamento não ter ido nos Bossacucanova, Tetê, nos violeiros do Mercado Municipal, Pepeu, Kroma, Celso Pixinga, e tantos outros que queria ver e prestigiar, isso sem nem contar as apresentações de dança, maratonas de cinema, teatro etc.
Ano que vem não perco a Virada por nada. Se tiver viagem, desmarco. Compromisso inadiável, falto. Se adoecer, fico são na hora. Mas vou. E espero encontrar você lá.
Veja também o mapa do Centro e os locais destes shows:
Esta é a programação que pretendo fazer nesta Virada Cultural. São as coisas que eu quero ver, e em vermelho as coisas que mais quero e pretendo conseguir.
Este ano o foco vai ser só música. Não dá pra fazer tudo… 🙁
Sempre achei que a canção Azucar de Caña dos peruanos Trio Los Chasquis é a melhor companheira da poesia Cantá. Na simplicidade da vida, na alegria do trabalho, no trabalho no campo e na beleza e quanto ambos me sensibilizam.
The title was the phrase written in a CD left in a Crown Plaza Hotel room I stood this days.
Its excellent content is a relaxation program with very soft music to listen and do after you go to bed and before you fall asleep, with the aim to make you sleep better.
I found it so effective that I read more through the CD cover. It is produced by a company called SoundSleep with the help of a certain Dr. Michael Breus.
The cover also contained some other “holistic approach to sleep principles” which I also find useful and would like to share:
Web 2.0 is about people. Its a global party where human beings exchange knowledge, experiences, information and even emotions.
Yesterday I saw the Xanadu movie again with ELO’s All Over the World, a good-vibe song from the 80’s that still has very current lyrics that explain what people are doing in our 2008’s Web 2.0.
Check out the movie excerpt with the song and the lyrics.
Everybody all around the world Gotta tell you what I just heard There’s gonna be a party all over the world I got a message on the radio All over the world, Everybody walkin’ down the street We’re gonna take a trip across the sea All over the world, |
London, Hamburg, Paris, Rome, Rio, Hong Kong, Tokyo L.A., New York, Amsterdam, Monte Carlo, Shard End and All over the world, Everybody all around the world All over the world, All over the world |
Para lembrar o triste dia de hoje em que você, Lavrador de Café, um belíssimo Portinari, deixou o MASP para viver noutro lugar. É de ti que mais sentiremos falta.
Se cansou de ter o Trianon como vista do outro lado da avenida, espero então que encontre um cafezal sem fim para contemplar.
Como cantou Mercedes Sosa, na composição de Horacio Salinas:
Para Cándido Portinari la miel y el ron, y una guitarra de azúcar y una canción, y un corazón.
(imagem gentilmente roubada do blógue Ritual Café)
The website Music from Brazil just published an audio-interview/podcast/MP3 with brazilian acoustic guitar player Ulisses Rocha. Includes stories and full wonderful songs. Available in portuguese, english and spanish.
Um dos livros mais divertidos que lí é o Noites Tropicais de Nelson Motta que conta vários lados-B da história da MPB desde a década da Bossa Nova, mais ou menos.
Um dos mais deliciosos é o trecho abaixo, sobre Tim Maia.
Fiquei feliz em ganhar o livro de presente de aniversário este ano. Já tinha lido-o, mas numa cópia emprestada. E é um livro que preciso ter para consultas randômicas, como essa história do Tim Maia.
Tim foi a Londres e se esbaldou. Fumou, cheirou, bebeu, viajou de ácido, ouviu música, brigou com a mulher — tudo muito — e voltou para o Brasil com 200 doses de LSD para distribuir aos amigos. Assim que chegou foi à [gravadora] Philips, que ele chamava de “Flips”, onde visitou diversos departamentos, começando pelos que considerava muito caretas, como contabilidade e jurídico, onde cumprimentava o titular e repetia o mesmo discurso, com voz pausada e amistosa:
“Isto aqui é um LSD, que vai abrir sua cabeça, melhorar a sua vida, fazer de você uma pessoa feliz. É muito simples: não tem contra-indicações, não provoca dependência e só faz bem. Toma-se assim.”
Jogava um ácido na boca e deixava um outro na mesa do funcionário atônito. Como era um dos maiores vendedores de discos da companhia, todo mundo achou graça.[…] E Tim voltou para casa viajandão, dirigindo seu jipe e certo de que tinha salvado a alma da “Flips”.
Um barato, e recomendo a leitura.
Some time ago, my New Yorker cousin came to visit Brazil and I wanted to make sure she was leaving with her iPod full of brazilian specialities. A few weeks later we exchanged this conversation by e-mail.
Joyce’s voice singing Bossa-Nova is probably what gets closer to the true spirit of Rio de Janeiro city.
Enough talking. This is some of her works. While listening, close your eyes and imagine a calm sunday walk in Ipanema beach.
(pictures link to the location they where found)
Quem é que já foi ao bar Bom Motivo em São Paulo e não ouviu a canção Tanto Mar de Chico Buarque? O público no bar se empolga e bate palmas sincronizadamente durante a música. Coisa que só se vê lá.
Este é o video da música:
Poucos sabem que essa canção, que parece ingênua e alegrinha, parabeniza Portugal pela sua Revolução dos Cravos que derrubou a ditadura daquele país.
A letra foi censurada no Brasil porque ela é claramente uma nostalgia antecipada desejando que o mesmo acontecesse por aqui, bem no meio do nosso período de ditadura.
A versão que ouvimos em todo lugar tem uma letra atualizada de um período pós-ditadura. Mas a nostalgia ainda está lá: “Foi bonita a festa pá, fiquei contente. ♫ Ainda guardo renitente um velho cravo para mim. ♫ ”
Segue a letra original da canção, censurada e rara no Brasil.
Sei que estás em festa, pá Eu queria estar na festa, pá |
Sei que há léguas a nos separar Lá faz primavera, pá |
Se você for ao Bom Motivo, se o Luiz estiver ao violão, se tiver sorte, ele vai tocar a versão censurada da canção. Se não tiver sorte, tu podes protestar e pedir que ele toca.
Uma vez prestei atenção na belíssima letra da belíssima canção I Say a Little Prayer.
Pasmem, ela é uma oração, uma reza, e não uma canção de amor !
De todas as versões que existem por aí, eu acho que as da Aretha Franklin (como a do video acima) são as mais bonitas.
Para fazer uma boa cantora não basta ter só bela voz. Gosto como Aretha modula a voz e não cai na armadilha de repetir melodias. Ela sempre trata de inserir improvisações melódicas. Elis Regina, Milton Nascimento, Chico Buarque e muitos outros são cantores que independente de terem bela voz ou não, tocam o âmago do nosso ser porque sabem transmitir emoção.
Um exemplo inverso é a Natalie Merchant, famosa cantora do 10,000 Maniacs, que tem uma voz de timbre singular e bonito, mas que considero no máximo mediana. Ela não sabe cantar.
Bem, acabei de achar o tal video por aí e todas essas idéias e lembranças me ocorreram.
Before the famous Brazilian Bossa Nova type of music we had Samba and before that, Choro. Each style evolved from its predecessor.
Many will translate the word choro as cry but nobody is sad. In old Portuguese, choro refers to the vibration of the strings of the acoustic guitar. But yes, it makes me cry when I listen to such a beautiful music.
Choro is a style being played for more than one hundred years. In the 1950’s people started to forget it because the Bossa Nova movement was flourishing and stealing the scene. But then a bandolinist called Jacob do Bandolim took it over playing in bars his wonderful compositions as Doce de Côco and since then Brazilian big cities, specially Rio de Janeiro, find enough room for all styles. In fact, one can find Choro shows 7 nights per week in Brazilian cities as Rio and São Paulo.
Around the end of the 1890’s Samba appeared as a direct descendent of Choro. Identical in rhythm and as melodic as Choro. But while Samba values more percussion and dancing, choro is more concerned with musical solos and harmony between instruments, as we can hear when the trombone plays together with the trumpet on O Trombonista Romântico.
Choro is Brazilian Jazz since before Jazz even existed.
The samples here are played by the outstanding duo of Zé da Velha e Silvério Pontes playing trombone and trumpet, a very uncommon combination of instruments for Choro, together with other excellent musicians from groups as Nó em Pingo D’Água, and other independent musicians.
The harmony between them is so unique that I can say they are the best “chorões” in their old school style nowadays. Particularly about Zé da Velha, the trombonist, some people say he plays as he speaks, and his voice recalls his trombone playing. Just listen the famous Alvorada to understand that.
Other wonderful songs they registered in their recordings:
Now that I listened very well all Café del Mar CDs, I see many beautiful songs were missing from that sample.
Its difficult to chose but Lunar Landings from Kalliope deserves a few more words since it is special and has a very peaceful atmosphere. Enjoy.
Oh, and about Buddha-Bar, I almost don’t listen to it anymore.
Depois de ler o artigo sobre a apresentação anônima de Joshua Bell no metrô, revisitei minha querida coleção de Bach para ouvir a Gavotte em Mí Maior da Partita n°3 para Violino Solo que Bell usou para abrir a sua experiência.
Que peça de extraordinária beleza !
Na mesma obra há também o Prelúdio que lembro muito bem a primeira vez que ouvi, em uma versão mais elétrica da Vanessa Mae que alguém me mandou pela Internet. Estava no trabalho, me fez fechar os olhos e quase chorar de emoção.
O gênio foi praticamente esquecido após a sua morte. Felix Mendelsson o redescobriu 1829 e desde então Bach não parou de influenciar músicos até os nossos tempos.
Há quem toque Bach em versões jazzísticas, como Jacques Loussier e outros. Há quem faça belíssimos arranjos vocais, como os Swingle Singers. E músicos brasileiros como Altamiro Carrilho, Villa-Lobos e Paulinho Nogueira vivem dizendo que Bach foi o primeiro compositor de choro do mundo. Comprovam isso com releituras em choro de suas composições, ou compondo novidades ao estilo Bach. Bach é inconfundivelmente brasileiro! Veja por exemplo as Bachianas de Villa-Lobos.
A técnica do contraponto vigoroso de Bach, sobrepondo diversas melodias similares em tempos defasados, exige um absoluto e matemático controle da harmonia, coisa que não é problema para o mestre. Um dos momentos mais vibrantes e perceptíveis dessa técnica é o último movimento do Concerto Brandenburgo n°3, onde uma avalanche de cordas e melodias cresce sem fim elevando nossa alma para justamente onde Bach queria nos trazer: perto de Deus.
Em momentos de graciosidade, Bach nos presenteia com clássicos como a Badinerie de sua Suite Orquestral n°2 ou o primeiro movimento do Brandenburgo n°5. E quando é hora de buscar nossa paz interior Bach nos deixa a sós com a famosa Ária da Suite Orquestral n°3.
Copiando Beethoven é o mais belo filme que fizeram sobre os grandes compositores eruditos. Apesar do pano de fundo do pequeno romance, as intrigas com o sobrinho etc, o foco do filme é a intensa relação emocional e espiritual do compositor com sua música, de onde vem a inspiração, e seu poder transformador na humanidade.
Mozart, Schumann e outra vez Beethoven também tiveram seus filmes populares. Bach ainda não. Uns dizem que é porque sua vida foi sem graça e não merece um filme. Mas a verdade é que o cinema ainda não é crescido o suficiente para comportar a paixão que é Bach.
Bach dizia que a função da música era elevar a alma para louvar Deus. Não um deus obsoleto das páginas da bíblia, do pecado, da igreja, das velhas tradições. Mas o Deus que é e está em tudo, no bem e no mal, e cuja multipolaridade inspirava em Bach seus belos contrapontos.
Li um excelente artigo na Revista Piauí que relatava como Joshua Bell, um dos maiores músicos eruditos do mundo, pegou o seu Stradivari Gibson ex Huberman, fabricado em 1713, e foi tocar numa estação plebéia em Washington, na hora do rush.
O experimento foi encomendado pelo Washington Post e os mandantes chegaram a especular que teriam que chamar a SWAT para aplacar as massas sedentas por arte. Bem, não foi exatamente isso o que aconteceu.
Mas não vou contar os detalhes. Leia-o no original em inglês ou traduzido na revista. Vale a pena. É cheio de análises filosóficas sobre o que é beleza, o contexto ou a moldura para experimentá-la, etc. Além de ser muitíssimo bem escrito.
O mesmo número tinha também um artigo do Nando Reis contando sobre sua semana, dia por dia, como se fosse um blog. Gostoso de ler.
Diga-se de passagem, a Revista Piauí é ótima. Já conhecia, mas nunca tinha lido. Acho que vou dar de presente para a minha namorada intelectual uma assinatura para mim.
Acabamos de voltar do show do Blue Man Group.
É um show de rock instrumental percursivo, e algumas músicas famosas e energéticas cantadas por uma mulher.
Muito bem feito, totalmente tropicalizado, sincronizado, inteligente mas não cerebral, e também um pouco bobo.
De homens azuis mesmo são só 3. O resto é uma banda supimpa com uns percussionistas com fogo no rabo.
Conforme o público vai se acomodando antes do show, vão mostrando umas frases provocantes e engraçadas.
A Tati viu eles em Nova York 10 anos atrás e achou muito mais legal porque o teatro era bem menor que o intimidante Credicard Hall do show de hoje.
Boa diversão, mas caro de mais.
O Brasil é um país de Imigrantes.
Gente que veio para cá cheio de esperanças em começar uma vida nova, de nações destruidas por preconceito, guerra, ou pela mão escravagista. Trouxeram sua cultura, sabores e música, muita música, para fazer do Brasil a colcha de retalhos colorida que é.
O Memorial do Imigrante em São Paulo revive tudo isso de forma muito emocionante. Na anual Festa do Imigrante, que acontece neste e no próximo final de semana, enche a casa conosco, seus descendentes.
Chorei emocionado, quando ví uma das fotos antigas que mostrava toda aquela população humilde esperando sua vez para oficialmente entrar num país “onde haja muito sol e que se possa correr livremente”, segundo o depoimento de uma romena.
Era como se toda a esperança daqueles imigrantes tivesse saltado da foto, atravessado os tempos e me invadido por inteiro. Foi incontrolável e tocante. Senti a mesma coisa na entrada do pavilhão do Brasil na Expo 98 de Lisboa, onde havia uma foto enorme de um capoeirista.
Depois desse pranto a exposição teve um tom especial. Eu já era todo emoção e outro momento forte foram os bonecos de pano de tamanho real, vestidos tipicamente e segurando suas bandeiras.
A quantidade enorme de gente que veio prestigiar a festa tratou de liqüidar com a comida da maioria das barracas de comidas típicas das nações. Menos da Itália, que tinha estoques sem fim de canelone, nhoque e pastiere. E a Tati observou que isso era a prova que os italianos sempre cozinham para um batalhão. Coisas de sabedoria irreverente dessa descendente de imigrantes italianos e poloneses.
Haviam também apresentações de danças típicas de diversos países. Tudo muito colorido, marcando cada retalho da colcha. Você descendente ou nativo, não deixe de visitar.
Eu sou brasileiro. Por ironia do destino não nasci no Brasil. Sou imigrante de corpo, porque minha alma sempre foi daqui.
Tinha um amigo mestre cervejeiro profissional que era capaz de provar qualquer cerveja de olhos fechados e cantar a marca, qualidade da água e até a fábrica de origem. Os apreciadores avançados de vinho também encontram ameixas, pneu, madeira e pêssego em suas degustações, que na verdade não estão lá.
Mas o que é realmente verdade neste mundo ?
Ontem fui ao show do aclamado Trio 202, formado por Nelson Ayres no piano, Toninho Ferragutti no acordeon e ninguém menos que Ulisses Rocha no violão. No Tom Jazz em São Paulo.
A combinação inusitada de instrumentos ficou em segundo plano perante a magnitude dos músicos. Não me admira ver críticos internacionais babando quando ouvem a música brasileira instrumental. Ela é a melhor do mundo.
Abriram o show com uma canção inédita chamada Seu Sorriso, mas como bom degustador de música, identifiquei imediatamente a fábrica: Ulisses Rocha.
Vamos às metáforas:
As composições de Toninho Ferragutti soam como São Paulo. Expressa, incansável, irreverente, enorme mas cheia de pequenos cantos e lugares interessantes para visitar. Deixou sua marca para o resto do show com Helicóptero, e parecia ser o portador de toda história paulistana em seu acordeon que migrou com os italianos mas fincou raizes fortes no Brasil.
Nelson Ayres tinha uma sonoridade verdejante. Seu Caminho de Casa traz a imagem de uma estrada de terra do interior com árvores por todos os lados que leva ao seio caloroso da família, onde nos esperam para o almoço, uma tarde ensolarada, desocupada, e crianças brincando.
E tinha o Ulisses. Ah Ulisses, cuja música não está em uma geografia. Mora na estratosfera universal e lança suas harmonias para suavizar as arestas do mundo. Ouça Moleque para entender. É extremamente interessante vivenciar um capítulo da história onde algo novo é criado: Charlie Parker e seu Bebop, Bach e sua música sublime de contrapontos, Ulisses e seu violão solar.
Tocaram também Moacir Santos, Tom Jobim, Edu Lobo entre outros. E quando tocam em uníssono é que todo potencial do trio pode ser percebido.
Saimos com gosto de quero mais. Mais shows, mais interpretações, mais composições originais.
Quando vou aos EUA faço questão de ouvir rádio.
Já não ouço muito Rock e Pop, e a Cultura FM de São Paulo é dez vezes melhor que qualquer rádio de música classica de qualquer cidade que já visitei ali. Já até ouvi maestros internacionais dizerem que em matéria de erudito, a Cultura FM é a melhor rádio do mundo. E pelas minhas andanças eu preciso concordar.
Então, ao contrário do Brasil que mal se encontra rádios de Jazz nas maiores cosmópoles, ali, qualquer cidade de interior tem ótimas radios que tocam do Bebop ao Jazz contemporâneo. E é nelas que sintonizo nessas viagens.
Já algumas vezes mudei minha rota imediatamente para uma loja de CDs após ter ouvido lindos temas de Jazz no rádio.
Foi o que aconteceu quando ouvi VooDooBop do Astral Project, que soa como um Bebop mas tem uma pegada surpreendentemente funky, groovy. Nunca ouvi coisa do gênero. Depois fiquei sabendo que eles são um dos melhores grupos de Jazz da atualidade, lá de New Orleans. Do mesmo album Voodoobop, The Queen Is Slave To No Man tem alucinações típicas das últimas canções de um album, mas é um tema dos mais belos.
E numa outra viagem aconteceu de novo com a Mother Nature’s Son de Lennon e McCartney (editado pela primeira vez no White Album dos Beatles), numa versão suave, instrumental e linda, no sopro e piano de Joel Frahm e Brad Mehldau respectivamente.
Para baixar os MP3 em alta qualidade, clique com o botão direito do mouse sobre o nome das músicas e selecione a opção correta.
Sabe, as vezes bate uma saudade dos velhos amigos. De épocas bem vividas. Não que os dias de hoje não sejam, mas em outros carnavais nossa mente estava em outra sintonia, que nos fazia levar a vida por caminhos diferentes.
Fico muito feliz quando conheço artistas e suas músicas que tocam minha alma diferente da média que a gente vai ouvindo por aí. Isso acontece poucas vezes por ano. E certos anos simplesmente não acontece.
Titane é uma cantora praticamente desconhecida que me levou para esse mundo da nostalgia. A saudade dos amigos que a gente pouco vê bate mais forte, ao mesmo tempo que rola uma esperança de estarmos mais próximos muito em breve.
Descobri suas músicas por aí, fui conhecendo mais e me encantei. Ela tem trabalhos que são deslumbrantes do começo ao fim. E que voz !
Zensider, de Edvaldo Santana e Ademir Assunção, era tocada às vezes na Rádio USP aqui em São Paulo, mas a Moda do Fim do Mundo, de Alice Ruiz e Chico César, do mesmo album mas jamais ouvida, é prá lá de mais interessante e melódica.
Curtam seus amigos. Agora, antes do fim do mundo.
The brazilian Viola Caipira has nothing to do with the orchestral Viola, used mostly in classical performances. It was brought to Brazil by the first portuguese people, and modified and evolved, making it almost a genuine, Brazilian-only instrument now.
It is used mostly on country-side small cities or farm regions of Brazil. And songs played with Viola Caipira sound like these places: home-made food, green landscapes, country life.
Almir Sater is a well known violeiro that used to be more active with the viola, and as an example, one of its beautiful compositions, Luzeiro, was used to open an old TV show focused on farming.
There are other excellent violeiros, as Paulo Freire [blog], Roberto Correa, Ivan Vilela, Braz da Viola and many others. Levi Ramiro is one of my favorites, with its Estiva Grande.
Songs played with Viola use to be accompanied by a Rabeca, a sort of simplified violin. Luis Eduardo Gramani was one of our masters in Rabeca compositions, writing beautiful songs as Deodora.
Do not forget to right click on each song link to download the hi-fi MP3 file.