MS Office 2007 já suporta ODF

A Microsoft anunciou ontem o suporte de leitura, modificação e gravação de documentos OpenDocument Format (nativo do OpenOffice.org e seus derivados) no Service Pack 2 do Office 2007.

A ODF Alliance soltou uma nota de boas vindas da MS a comunidade ODF, que eu endosso.

Endosso também uma observação do meu colega Roberto Salomon sobre a famosa estratégia adotar-estender-extinguir que a Microsoft já demonstrou ser adepta. Lembrem-se do LDAP+Kerberos ► AD, Java Virtual Machine ► MS Virtual Machine e Padrões W3C ► Internet Explorer, todos casos de “padrões adotados” e em seguida modificados ao ponto de serem completamente diferentes de sua origem.

Eu sou um otimista nato e acredito que a Microsoft tem desejo de mudar e melhorar. Por isso acredito e espero que o suporte ao ODF no MS Office siga a estratégia de adotar-estender-e-inovar-junto-com-a-comunidade.

Mas, conhecendo a história, recomendo a comunidade livre monitorar a qualidade do ODF gerado pelo MS Office, se é fiel a especificação e não uma variação com extensões proprietárias.

Diga-se de passagem, o SP2 ainda não suporta o OpenXML aprovado pela ISO. Diga-se de passagem, o OOXML aprovado pela ISO ainda nem existe como especificação para ser implementada. Diga-se de passagem, quando se salva um documento XLSX, DOCX e PPTX no MS Office 2007, aquilo está num formato proprietário e problemático intermediário, conforme foi apontado nos diversos ciclos de análise da especificação OOXML em 2007 e 2008, na ISO mundialmente.

Hoje, para quem ainda usa o MS Office 2007, a melhor opção de interoperabilidade e longevidade dos documentos é usar a atualização SP2 e gravar seus documentos no formato ODF.

Atualização 5/5/2009

Segundo várias fontes, o suporte a ODF no MS Office 2007 SP2 é ruim. Lê e grava com baixa qualidade documentos ODF de uma forma que não é produtiva nem prática. Você pode escolher duas formas para abordar esse assunto: “já era de se esperar” ou o “eles ainda vão melhorar isso”.

Como a IBM gradativamente abandona o MS Office

Aqui na IBM um funcionário troca de laptop mais ou menos a cada 4 anos. Minha última troca foi em novembro e recebi um ThinkPad T61 com CPU dual core, 2GB RAM e 120GB em disco. Uma maravilha de máquina.

Em termos de software, o computador já veio com Windows XP Pro, Lotus Notes, MS Word+Excel+PowerPoint 2002 e outros softwares que funcionários usam no dia-a-dia. O funcionário pode optar por instalar Linux, reparticionando ou não, com suporte interno. Pode também instalar aplicativos pré-homologados e pré-customizados de um repositório interno que chamamos de ISSI.

Symphony logoO Lotus Notes que usamos agora é a 8.0.1, que inclui o Symphony, suite de escritório baseado no OpenOffice.org e que nativamente lê e grava documentos no formato ODF (textos, planilhas e apresentações).

Semana passada recebemos um comunicado interno dizendo que novos computadores não terão mais o MS Office instalado. Caso o funcionário precise, terá que justificar e disparar um pedido de compra.

O Symphony é agora a suite de escritório oficial interna na IBM, globalmente. Significa também que o formato padrão de documentos é o ODF e formatos antigos como DOC, XLS são suportados como legado.

Por enquanto acredito que muitas pessoas vão justificar a compra do MS Office mas sempre serão a exceção. Como ODF é o porto seguro de formato que todo funcionário consegue abrir, o MSO será usado somente em casos especiais.

ABNT Decide Solicitar Cancelamento do OOXML na ISO

Hoje recebi o seguinte e-mail da ABNT:

De: Milena Pires
Assunto: Formal Appeal

Prezados Membros,

Por solicitação do Diretor de Normalização, Sr. Eugenio Guilherme Tolstoy De Simone, informamos que, após a análise dos comentários dos Srs. Murilo Dantas e Deivi Lopes, a ABNT decidiu solicitar à ISO o cancelamento de todo o processo de elaboração da ISO/IEC DIS 29500 e seu retorno como um novo item de trabalho (NWIP) seguindo o processo normal de elaboração (sem Fast-Track) no âmbito do ISO/IEC/JTC1/SC34.
Atenciosamente,

Milena Beguito Pires

Gerência do Processo de Normalização
ABNT/RJ – Av. Treze de Maio, 13 – 28º Andar
20031–901 – Rio de Janeiro – RJ

Significa que além de o Brasil ter votado NÃO em todo o processo de normalização do ISO/IEC DIS 29500 (mais conhecido como padronização do OOXML), tivemos também coragem de peitar a ISO e pedir o cancelamento de todo o processo por irregularidades que foram documentadas e enviadas a ISO semanas atrás.

Pelo que ouvi falar, isso nunca aconteceu antes em um processo Fast Track. Nunca inclusive houve uma apelação de nenhum país após um BRM antes do OOXML. Mas quatro países apelaram nesse caso.

Nunca antes também os processos da ISO foram tão expostos a níveis populares. Foi preciso um desejo de padronização de algo (o OOXML no caso) que tem enormes impactos populares, sociais, tecnológicos, e financeiros para expor esses processos (e a forma como são tocados) para que o mundo perceba como eles podem ser falhos e sucetíveis a opiniões pessoais. Onde só deveria haver espaço para posições independentes, tecnicamente fundamentadas.

O OOXML virando padrão ISO ou não (pelo andar da carruagem, não vai virar), o mundo aprendeu uma lição: a ISO precisa mudar.

OOXML in the ISO’s limbo

ISO has a press release about the 4 countries (India, Brazil, South Africa and Venezuela) and their appeal against the OOXML standardization.

The important part of it is this:

According to the ISO/IEC rules, a document which is the subject of an appeal cannot be published as an ISO/IEC International Standard while the appeal is going on. Therefore, the decision to publish or not ISO/IEC DIS 29500 as an ISO/IEC International Standard cannot be taken until the outcome of the appeals is known.

Which means OOXML cannot become a standard until the appeals get resolved and all countries get satisfied with the outcome.

In other words, OOXML is stucked in the limbo. It can’t be described, considered or even sold as an ISO standard.

It was sort of approved but can’t be approved. Well, the final specification text was not published yet anyways. With some luck, to technically fix OOXML can take the same amount of time as of solving the appeal.

Then we’ll go back to first question: does the world need tow standard ways to describe “helvetica, 12pt with red” or “a table with 3 columns and 5 rows” or even “page layout with 1.5cm margins” ?

As a reference, Brazilian appeal was published in Andy’s blog and is an informative yet concise enough text to understand the technical and process issues around OOXML.

OOXML: Open Letter to YES-voting and ABSTAIN-voting Countries

I am learning a lot from all this standardization process.

I was a member of the brazilian committee and I also analyzed the specification. My country disapproved OOXML and I think this was a decision based on logic lead by the process.

The JTC1 rules page 49 item 9.8 says:

NBs may reply in one of the following ways:

  • Approval of the technical content of the DIS as presented (editorial or other comments may be appended);
  • Disapproval of the DIS (or DAM) for technical reasons to be stated, with proposals for changes that would make the document acceptable (acceptance of these proposals shall be referred to the NB concerned for confirmation that the vote can be changed to approval);
  • Abstention (see 9.1.2).

[Note: Conditional approval should be submitted as a disapproval vote.]

In other words, from my understanding, if there is one or more technical problems, the NB must disapprove the DIS. Many countries found many technical problems in OOXML that are still unresolved even after the BRM.

I also understand that such an important matter as an International Standard for Office Documents can’t be defined by 10 or 30 opinions collected as votes in a committee. Thats why the JTC1 process above talks about technical content, not opinion or vote. What I learned from studying the OOXML specification is that it is not ready for acceptance since many countries have found and reached consensus that the spec has problems, even after the BRM. If the NB-leveraged technical team — formed by people that would vote YES and NO — has produced a list of submitted problems in the spec, this list is by itself the consensus that the spec is still problematic.

I would like to understand why an NB that has produced technical comments voted YES or ABSTAINED. I thought abstention is a position for countries that were not able to create a committee to technically discuss the specification for reasons such as logistics or lack of quorum.

I am learning about all this and I’d like to have more solid arguments to build an opinion about these NB’s maturity to run a well documented process.

OOXML: Venezuela changed vote from YES to NO

Check it out:

From: “***FONDONORMA***” <in*&%@fondonorma.org.ve>
To: <ki*%$#@itscj.ipsj.or.jp>, <br*%$#%@iso.org>, <tak*%$#%@iso.org>, <ga*%$#%@iso.org>, “Maria Teresa Saccucci” <mar*%$#%@fondonorma.org.ve>, “Norma Arias” <norm*%$#%@fondonorma.org.ve>, “***FONDONORMA***” <in*%$#%@fondonorma.org.ve>
Date: Fri, 28 Mar 2008 14:04:26 -0430
Subject: Modification to the vote on DIS 29500 – Venezuela (FONDONORMA)
Toshiko Kimura
Secretary ISO/IEC JTC 1/SC 34

Att.: Mr. Keith Brannon, Mr. Maho Takahashi, Ms. Martine Gaillen

Dear Mr. Kimura,

Attached please find a letter from Mrs. María Teresa Saccucci, Standardization Manager of FONDONORMA (Venezuela) through which Venezuela wishes to modify its position on DIS 29500, Information technology – Office Open XML file formats from “Approval with comments” to “Disapproval with comments”.

Best regards,

Leonardo Di Bartolo
Coordinator of International Relations
FONDONORMA
Venezuela

This NO was a result of a very difficult meeting. Consensus was not reached and a lot of confusion happened. Exactly as in the first brazilian NO.

The NB had to decide the final vote based on technical issues still open in OOXML. The problem was the method of deciding and those technical points were not presented. So people only had in their head the Microsoft arguments that I already knew were part half trues and part complete lies.

I participated in the OOXML process in 3 countries and I was able to build an opinion on how normalization happens today in the world, and I’ll show some ideas in a future post.

By the way, this is how Caracas looks like, a city surrounded by huge green mountains that have behind them the Caribbean Sea.

Caracas from the EuroBuilding hotel

Caracas and the Caribbean Ocean in the map
Caracas from the EuroBuilding hotel

OOXML’s BRM: A flow of dirt

Finally Jomar, one of the brazilian delegate that went to OOXML’s BRM in Geneva has started to tell all the dirty little details of what really happened in that meeting and the surreal modus operandi of how 120 people can discuss 1027 issues in 5 days. Have fun in english and portuguese.

Oh, and talking about dirty playing, check the domain www.DocumentFreedomDay.com but remember that the original one is www.DocumentFreedom.org. The first one really deserves a DDoS attack.

OOXML: Brazil Says NO. Again.

It is now official. Brazilian vote was decided by consensus of the entire technical team, including Microsoft crew’s: OOXML does not deserve to be an international ISO standard.

Our first vote, in august, was also NO, due to the same reasons: OOXML is an awful specification.

That outcome was expected because we simply followed the process: technically analyze the OOXML specification, make comments, wait for responses, analyze them and see if all problems were fixed. Is there any single remaining unresolved problem? Vote NO. And in fact there were many many unresolved problems.

If every country followed this simple process, OOXML would receive a NO from 100% of them.

But in some countries, how is the process? Invite a few companies and simply count their votes. The problem here: 10, 20 or 80 votes can never represent what is the best for that country. Only, maybe, if you collect one vote for each citizen.

What I am trying to say is that in this case a decision must be reached by technical consensus, not vote. It is not a matter of will, but a technical issue that can only be reached by rational analysis and deliberation.

In Chile for example, 21 voting companies will define a 15 million people country vote in ISO. How easy is to lobby these 21 companies with Power Point presentations telling complete plain lies ?

Technically speaking, if your country’s vote was YES or ABSTENTION, one of these possibilities happened:

  1. Nobody had time to analyze the OOXML specification and the ABSTENTION was the right choice.
  2. Nobody had time to analyze the OOXML specification and a few people decided for you to vote YES, based on ideology or a result of lobby, not technology benefits.
  3. Even having time to analyze the OOXML specification, a few people decided for you to vote YES, based on ideology or result of lobby, not technology benefits.

Seems stupid, but these are exactly the 2 possibilities of OOXML getting YES votes in ISO. It is still an awful specification.

By the way, Brazil would vote NO again and again and again even if all OOXML’s technical issues could be resolved. OOXML would still have legal issues and also serious overlap problems with the OpenDocument Format ISO standard.

I was not present in today’s meeting in ABNT because I already knew what would be the result, since the process of analysis and deliberation in Brazil was very strictly followed. Hopefully Jomar will write about it and you can check more details.

Microsoft sells Intra-operability as Interoperability

Interoperability

This is real Interoperability

  • Technical specifications for global interoperability and freedom
  • Interoperate through standards
  • Software product is less important
  • Switch products and keep access

Microsoft started their so called “interoperability” initiative. With a deeper look we find that the main objective of the released specifications is to let developers interact with their products only, something I like to call Intra-operability.

Intraoperability

This is Intraoperability

  • Technical specifications for interaction with and favor the product
  • Interoperate through the product
  • Software product is the main player
  • Switch product and loose access

See the difference?

Microsoft technical specifications have serious technical and legal issues, and are being released not to increase interoperability across people, organizations and applications, but to leverage the use of their products. For the standard document format scenario: OOXML is about allowing other people to interact with files that are primarily generated and manipulated with Microsoft Office. It is not about full interoperability, which would enable competition with Microsoft Office, for obvious reason.

For each purpose or scope, better open standards exist and should be adopted and used instead: Java versus .NET, XHTML versus IE-campatible-only DHTML, ODF versus OOXML, etc

My friend Cezar Taurion has also written some words about Intra-operability (in portuguese). Bob Sutor also put together some words about it.

These graphics are available in a friendly Creative Commons license, in this animated ODF file, in case you want to integrate them in your presentations. PDF export also available.

How Microsoft raped ISO

One of the most critical and discussed points of the whole OOXML subject is how the specification lets you include binary proprietary information.

Let me show you how it happens with a piece of an OOXML document, the red-marked text is the problematic part (see for yourself, §6.2.2.14, paper page 4,813, lines 7–13):

<v:shape>
<o:ink i="AMgFHQSWC+YFASAAaAwAAAAAAMA..." annotation="t" contentType="application/x-ms-ink"/>
</v:shape>

So you, as a programmer, please tell me what to do if you are developing an application that must read and generate this kind of document. How can I find documentation about this encoded binary stream? Is this a good practice in XML? Anyway, this kind of (bad) design appears in many parts of the OOXML spec. Want more examples of bad design? Have fun.

Suppose I really want to develop this kind of support in my application, I am a master programmer and reverse-engineered a few examples generated with a copy of MS Office 2007 that I had to buy. Or maybe I just found the specification of this proprietary application/x-ms-ink type and go to develop a library to handle it.

Inevitably, my library will reimplement aspects of some Microsoft library with same functionality, and according to a Software Freedom Law Center report, the Microsoft Open Specification Promise (OSP, basically the not-open-enough license Microsoft lawyers wrote for the usage and implementation of OOXML) cover’s the specification only, not code.

I will be sued for patent infringement. On software rewrite, not on specification usage.

Then the rape begins. Microsoft is claiming that this was solved in the ISO’s BRM meeting. This is the solution, from the ridiculous 12 pages resolutions, page 7:

Resolution 25: The BRM decides to accept the editing instructions contained in http://www.itscj.ipsj.or.jp/sc34/def/BRM/Response_0135_bitfields.doc in place of R 135, replacing “deprecated” by “transitional”, and with the following addition: The Editor shall ensure that all existing attributes defining the bitfields described above shall be “transitional”—so resolved.

Who reads this resolution with high level eyes may think that all binary fields will be removed from the specification. But please, you, as a programmer, tell me how the so called Editor will find all and every single part of a 6000+ pages specification containing bitfields? How he’ll expand all those bitfields in an XML subspecification? Will he invent some? Is he the right person (or team) to do that?

When done and if done, the specification will be something completely new, full of new parts. Will jump from 6063 pages to maybe 7500. Oh, and did I mention it will be something that even MS Office 2007 or 2008 don’t support today? Supporting or not, implemented or not, this new unexistent specification is the “thing” that countries’ National Bodies are voting right now, without even seeing it, without checking if it was corrected, without having time for this because they didn’t receive it for revision.

They won’t have time to review 6000+ pages because the deadlines defined by the ISO’s Fast Track process are over.

So the question is how ISO/IEC and JTC1 let such a big and problematic specification enter the light Fast Track process? My answare: ISO was raped.

I’ve been talking to several people that will define their country’s vote and their mindset is “are you really putting ISO in such a bad position?” Well, yes. You know, in the end ISO is not god. They are a bunch of people that, like you and me, have religions, aspirations, problems, family, go to the bathroom etc. Like you and me, they may be also naive in regard to some subjects, particularly document formats. Then comes Microsoft excellent speakers showing PowerPoint charts that are plain lies (e.g. “OpenOffice.org supports OOXML”) and people believes them.

People have two choices: to question ISO’s reputation in the OOXML case, or question IBM, Sun, Oracle, Red Hat, Free Software Law Center, ODF Alliance and many other institutions’ reputation when they massively scream in chorus that OOXML has serious technical, legal and standardization process issues.

This is a world where organizations like ECMA has completely lost the respect of the technical community. But this is not a big problem, because we have other similar, still reliable bodies as OASIS, W3C, OSF, etc.

This is a world where we will have to work hard to make ISO regain its (currently damaged) reliable status. This is a big problem, because we only have one (and only need one) International Standards Organization.

This is your responsibility. To start this work get involved with your country’s National Body for standardization and promote the creation of a formal letter to ISO about the OOXML process, its problems and how ISO let that happen. INCITS in USA, ABNT in Brazil, INN in Chile etc.

OOXML in Numbers

This is a numerical photography of what is the Microsoft Office Open XML wannabe specification:

  • 6063 pages written in 12 months
  • Only 6 months of analysis pointed 3500 issues that span from intellectual property, to standard date & time representation, to malformed XML definitions, to binary proprietary bits
  • 3500 issues where summarized in “only” 1027
  • ECMA proposed 2293 pages of mutually conflicting changes to make happy those 3500 comments
  • Only 30 days to analyze those 6063+2293 pages against those 3500 comments
  • Only 5 days of BRM to discuss 6063+2293 pages
  • Only 18% of these 1027 problems where discussed in BRM
  • 82% of problems were not even discussed
  • BRM produced a short 12 pages document containing alterations to those 6063 pages long spec based on 2293+thousands of pages of comments from all countries+19 months of technical writing and global analysis work. By the way, those short 12 pages propose such nebulous alterations — as Resolution 25 on page 7 — that it is difficult to foretell how they will technically fit in the new specification. If applied, those alterations could turn the original spec upside down, so deeply that it could become a completely new specification, maybe even worse than the first one.
  • Now countries must vote if they approve or not this still unfinished new OOXML that will be divided in 4 independent parts for strict conformance class+4 parts for transitional (deprecated) conformance class. These final multipart wannabe standards don’t exist yet and will be released about the same day countries will have to vote for it.

Or graphically:

History and confusion of OOXML

And you still think OOXML is ready to become an International Standard Format for storing YOUR documents ?

Come on, give me a break !

OOXML na ISO e os números que na verdade não existem

Li algumas coisas na Internet sobre o resultado final do BRM. Em alguns lugares encontrei números e interpretações das mais diversas sobre estes resultados. Como faço parte do comitê da ABNT que analisou o OOXML, resolvi conversar com o Jomar, que foi um dos delegados brasileiros em Genebra.

Ele me disse que não pode comentar nada sobre estes números e sobre o resultado, pois no último dia do BRM, a autoridade da ISO lá presente alertou a todos que nenhum número deveria deixar a sala de reuniões, pois sem conhecer os processos de decisão lá adotados, nenhum número ou estatística faz sentido.

Avisou ainda que qualquer divulgação ou utilização marketeira destes números é no mínimo irresponsável e segundo o entendimento dele uma
clara violação das regras estabelecidas (mas aliás… alguma regra foi seguinda neste processo todo ?).

Eu tentei insistir com o assunto (e olha que o cara é meu amigo), mas ele se recusou a me dar mais informações. Me pediu apenas para entrar em contato com quem divulgou as informações e pedir a ele os devidos esclarecimentos (incluíndo os critérios e regras de votação).

Como eu sou insistente mesmo, acabei arrancando pelo menos uma explicação metafórica dele:

“Se eu te disser que 85% da população mundial sobreviveu à II Guerra Mundial, você consegue concluir que esta guerra não foi tão ruim assim? Se não consegue é porquê conhece os detalhes do processo. Se consegue… vai ler os livros de história e estudar o processo e aproveite pois este episódio não teve uma “Lei do Silêncio” que obrigou todos os envolvidos a se calar. O BRM não vai ter “livro de história” para explicar a estatística.”.

Números são apenas números e marketing será sempre marketing (e o Jomar não abre a boca mesmo… que chato).

OOXML: Está rolando um barraco na ISO

Veja como as coisas são…

Segundo o post do Jomar que esteve no BRM da ISO, um cidadão chegou nele num intervalo e sutilmente pediu para que não levantasse uma questão importante no processo do OOXML da Microsoft virar ou não um padrão ISO: a inexistência do mapeamento entre o formato legado (ex: .doc) e o formato novo (ex: .docx).

Sem esse mapeamento, o propósito primordial da existência do OOXML como padrão ISO deixa de existir.

Só pra lembrar qual é o propósito do OOXML, extraido (em livre tradução) de sua especificação:

O objetivo deste padrão [OOXML] é […] representar fielmente o corpo de documentos existentes […]

Os tais “documentos existentes” são no caso todos os documentos em formato binário legado do MS Office (.doc, ,ppt, .xls), algo fora do escopo do OOXML.

Se esse mapeamento não fizer parte da especificação OOXML, seu objetivo primordial é inválido. A especificação é inválida. E a delegação brasileira queria levantar essa bola: cadê o mapeamento ?

Mas o barraco aqui é outro. Um cidadão pedir pra ele não levantar essa bola é uma coisa. Sei lá, tal cidadão deve ter razões políticas ou financeiras para querer ver uma especificação com sérios problemas conceituais [OOXML] virar um padrão internacional.

O que me escapa o entendimento é por que a ISO não deixou o Brasil apresentar esse questionamento ?

Só sei que a blogosfera vai desabar sobre esse assunto nos próximos dias e vou acompanhar de perto os blogs do Rob Weir, Bob Sutor, Andy Updegrove, Groklaw e a quantidade de reações que o post traduzido do Jomar recebe. Muitos desses blogs já estão descendo a lenha.

Primeiro dia de BRM do OOXML e Violência em Genebra

Não estou em Genebra, no Ballot Resolution Meeting do OOXML na ISO, mas falei pelo Google Talk com o Deivi do Serpro que é chefe da delegação brasileira, e em linhas gerais me contou o seguinte:

A delegação brasileira pediu para que eu tirasse as informações do ar para evitar problemas na ISO. O Jomar vai publicar algumas informações no blog dele.

Bob Sutor também publicou umas palavras.

A violência ficou para o sábado que antecedeu a reunião. Deivi saiu de um pub a noite para caminhar e foi atacado do nada por uns rapazes. Tomou um soco no rosto que lhe quebrou o maxilar. Fernando Gebara deu o maior apoio mas terá que ficar 6 semanas sem poder mastigar nada, nem o chocolate e queijo suiços que tanto prometeu degustar na viagem.

E agente achando que não há violência nas ruas da Europa…

Anúncio de Abertura de Formatos e Padrões da Microsoft

Teve um remelexo hoje na indústria de TI quando a Microsoft fez seu anúncio “interoperability by design”.

Gato escaldado tem medo de água fria…

Quem se lembra da promessa de portar o Internet Explorer para Solaris? Cadê? Bem, não que agente estivesse esperando por isso, nem precisasse…

E da promessa de abrir o .NET? Falando nisso, pra que reinventar a roda com .NET quando Java já estava bombando no mercado de desenvolvimento de aplicações comerciais? Simplesmente porque — é o que a história nos mostrou — não está no DNA dessa empresa trabalhar de forma cooperativa, num esquema ganha-ganha.

Esse anúncio agente tem que contextualizar no tempo e no espaço. O tempo é 2 dias úteis antes da reunião da ISO que vai decidir o destino do OOXML como padrão. E usuários estão percebendo que seus documentos não são realmente deles e sim do dono da ferramenta que os lê e grava, o que se traduz em indignação. Então o espaço é de aperto, o aperto dos acionistas da Microsoft que pediram mais ética.

Da análise técnica do OOXML aprendi que aquilo não foi exatamente “desenhado para interoperabilidade”. As víceras tiveram que ser abertas na marra porque a vantagem do ODF era periclitante.

Em face de todos esses fatos do passado, esse anúncio, por enquanto, não passa de marketing.

Mas vamos esquecer o passado e ser otimistas. Se a Microsoft realmente estiver a fim de mudar, isso deve ser recebido de braços abertos. A Web nos ensinou que quanto mais gente colaborar melhor ela fica. Não é diferente no mundo dos padrões e tecnologias. Então Microsoft, seus clientes, programadores, concorrentes, comunidade de software livre e o mercado em geral só tem a ganhar se tanto otimismo se pagar.

Vou me manter otimista e esperar agora por ações práticas, porque o blablablá nós já ouvimos. E foi ± isso que eu disse na entrevista ao IDG.

ODF in the State of Paraná

The state of Paraná, here in Brazil, is the first to have laws that specifically promotes the use of OpenDocument Format. This is a free translation of such law:

  1. All public companies and institutions under the state of Paraná administration will adopt, preferably, open formats for creation, storage and public availability of digital documents.
  2. We understand open formats as the ones that:
    1. promote interoperability between multiple applications and platforms, internal and externally;
    2. let users chose applications free from royalties;
    3. can be freely and independently implemented by multiple computer software vendors, in multiple platforms, without any charge for the intellectual property of the technology.
  3. The companies cited in point 1 must be enabled for receiving, publishing, visualization and preservation of digital documents in open formats according to norm ISO/IEC 26300:2600 (OpenDocument format – ODF).

This law was signed by Roberto Requião, the state gorvernor, and Nizan Pereira Almeida, secretary for strategic initiatives.

Other states in Brazil, inspired by Paraná, are creating similar laws.

Folks related to the ODF initiative in Paraná

The folks in the photo, left to right, are: Henrique Menezes, government relations, IBM. Jomar Silva, ODF Alliance chapter Brazil. State congressman Edson Praczyk. Vitorio Furusho, Celepar (a state public company), BrOffice.org users group and Open Source Movement in Paraná. Reginaldo Radel, congressman Prazyk assistent.

Linux e ODF no Banco do Brasil

Logo do Banco do BrasilEssas reuniões do grupo de trabalho da ABNT servem também para encontrar velhos amigos e um deles foi o Penna do Banco do Brasil, um dos responsáveis pela adoção em massa de Linux na empresa.

Contou que 100% das agências tem seus servidores rodando Linux. 100% dos caixas de atendimento. E a grande maioria dos PCs de atendimento personalizado.

Contou que por volta de 2004 e 2005 tudo rodava sobre OS/2 e havia a necessidade iminente de sair dessa plataforma. Mas grande parte do trabalho de porte das aplicações já havia sido feito em Linux pela equipe técnica.

Migrou-se então.

Apesar de terem ainda muitos documentos legados em formatos proprietários, o uso de BrOffice.org é praticamente universal e um departamento precisa ter um motivo que justifique a compra de qualquer outra suite de escritório. Na minha opinião, BrOffice.org é gratuito e bom o suficiente a ponto de o Banco do Brasil (ou qualquer empresa) poder ser chamada de financeiramente irresponsável se não o considerar.

A partir daí, como todo funcionário tem BrOffice.org em seu PC mas nem todos tem outra suite paga, o formato de documentos que circula tem que ser algo universal. E há algo mais universal que ODF?

Certa vez o Penna me contou também que pegaram um Sharp Zaurus (PDA que roda Linux) e recompilaram as aplicações da agência para rodar nele. Sim, eles montaram uma agência de demonstração com um PDA como seu servidor, só pra mostrar a portabilidade e que é simplesmente possível.

RIO D’JANEIRO É NOSSOOOO !!!!!!!!!!1111

Quando o Brasil votou NÃO ao OOXML em agosto, anexou também sessenta e tantos comentários justificando o porquê dessa rejeição. Muitos países fizeram o mesmo, inclusive alguns que votaram SIM.

Desde novembro a ECMA tem respondido a esses comentários em forma de alterações e melhorias a especificação OOXML para remediar os problemas apontados. O Grupo de Trabalho instaurado pela ABNT que esteve analisando essas respostas terminou seu trabalho hoje e foi um sucesso. A reunião aconteceu no Rio de Janeiro.

Semana que vem acontece a reunião final da ISO em Genebra onde os países terão chance de discutir as respostas da ECMA, quais aceitaram e quais não resolveram problemas de interoperabilidade, padronização etc do OOXML. O Brasil vai levar as seguintes resoluções:

  • De fato vários problemas principalmente editoriais foram resolvidos e as modificações propostas pela ECMA foram aceitas.
  • Há ainda diversos problemas de inconsistência como multiplos formatos de datas não padronizados e que chocam entre sí.
  • Há problemas de interoperabilidade: um documento OOXML pode conter trechos binários cujo formato do conteúdo não é aberto nem está especificado. Exemplo:
    <o:ink i="AMgFHQSWC+YFASAAaAwAAAAAAMA...">
  • Há problemas de interoperabilidade com itens “deprecated”, ou seja a especificação suporta sub-formatos proprietários antigos junto com novos para coisas do tipo representação de funções matemáticas, desenhos vetoriais etc. Neste ponto, a posição do Brasil é de que só deve entrar na especificação ítens “deprecated” que não se pode converter automaticamente, por exemplo, de .DOC para .DOCX.
  • Outros aspectos relacionados a falta de documentação na especificação.

A somatória desses ítens por enquanto mantém o voto do Brasil: NÃO ao OOXML.

Além disso, o grupo varreu e classificou também diversos comentários de outros países — e suas respectivas respostas da ECMA — para que a delegação brasileira possa argumentar quando esses pontos forem discutidos na reunião da ISO.

O trabalho do grupo foi excelente, de alto nível, pragmático e saudável. E por isso eu gostaria de agradecer e rasgar a seda:

Fernando Gebara da Microsoft que coordenou as reuniões, fez o “trabalho sujo” de documentação, agendar calls, administrar portais, wikis etc, manteve a neutralidade técnica que sem ela todo o trabalho teria empacado na guerra ideológica. Jomar Silva da ODF Alliance, o Homembit, que foi o catalisador e hub de toda a comunidade livre nessa empreitada, além de mergulhar de cabeça na missão técnica. Deivi Kuhn do SERPRO que se envolveu em cada detalhe e mereceu ser o chefe da delegação a Genebra. Marisa Rublescki do SERPRO também superenvolvida, responsável e dona de um olhar clínico para debulhar especificações gigantescas. Murilo Barreto do Banco do Brasil, pela dedicação e magia negra contra sua agenda apertada. Daniel Assad e Leandro Jekimim, da facção da UNESP a favor do OOXML, por trazerem argumentos técnicos para a discussão. Cezar Taurion da IBM, articulador, blogueiro, evangelista e fonte de inspiração para todos. E tantos outros que trabalharam na linha de frente ou retaguarda para esse trabalho sair, um muito obrigado.

Como essa reunião era do comitê que trata de padrões de documentos, foi feita também uma deliberação para acelerar a aprovação do ODF como o padrão brasileiro de documentos. E, na verdade por causa disso, RIO D’JANEIRO É NOSSOOOO !!!!!!!!!!1111

PS: O Jomar publicou mais alguns detalhes, alguns bem irônicos. Confira.

OOXML Tem Nome Inapropriado

Vejam esta conversa com uma agente de marketing e comunicações, por mensagem instantânea:

  • Ela: Recebemos a ligação de um jornalista da ###### dizendo que a IBM apoia o padrão XML porque os programaa IBM Lotus Quikr , IBM Websphere Portal , IBM DB2 9 XML suportam XML… vc sabe dizer se é verdade ? E se sim, porque fazemos isso ?
  • Eu: XML é um padrão universal de todos… com certeza apoiamos! Mas acho que ele quis dizer “Office OpenXML” da MS.
  • Ela: isso… quer dizer que estes produtos suportam XML não OPEN XML da MS ? é isso ? entendi certo ?
  • Eu: sim… todo mundo suporta XML… mas “Office Open XML” só a MS suporta
  • Ela: ah….
  • Eu: se “XML” fosse um “meio de transporte genérico”, então “Office OpenXML” seria um “Gol GL 1.6”.
  • Ela: ahah… essa foi boa

Ou seja, tem muita gente trocando as bolas entre XML e OpenXML, especialmente gente que tem acesso a mídia.

Deslizes e Tentáculos ao redor do OOXML

Algumas notas da blogosfera:

  • Roberto Salomon, do BrOffice.org e IBM, faz questão de lembrar quem são os verdadeiros donos dos documentos .doc, .ppt e .xls. O Service Pack 3 do MS Office 2003 simplesmente proibe um usuário abrir versões antigas desses formatos por serem declarados inseguros. Jomar também monta em cima e manda sua letra. Salomon discute muitas coisas interessantes ao redor da guerra de padrões em seu blog.
  • E o mesmo Salomon comenta com citações que o OOXML “é uma simples questão de interesses comerciais”, segundo a Microsoft.

OOXML é Incompatível com Formatos Anteriores

É importante enfatizar que a Microsoft anda dizendo que o OOXML é bom e necessário porque garante compatibilidade com o formato anterior (.doc etc).

Isso é uma imprecisão grosseira que cai bem nos ouvidos de quem não é técnico ou quem não pára pra pensar o que isso significa.

Explico: O .doc e companhia são formatos binários (ilegivel aos olhos humanos), e o OOXML é um formato baseado em XML (texto puro comprimido). Só este fato faz com que seja impossível haver compatiblidade entre os dois formatos. Dessa perspectiva, OOXML é mais compatível com ODF do que com .doc e companhia.

O que sim pode ser compatível com .doc e OOXML ao mesmo tempo é a suite de escritório MS Office, um programa que lê e escreve esses formatos — e que pode fazer o mesmo com ODF. Mas a guerra toda é sobre os formatos e não sobre programas, certo !?.

OOXML — o formato — não é compatível com nada anterior a ele, e agradeceria se pessoas influentes (mas imprecisas) parassem de achar e dizer que é.

Complete a Ponte

Lotus SymphonyE parece que o pessoal de marketing aqui na IBM tem usado a imaginação para mostrar a linha de produtos de colaboração com o lúdico site Complete A Ponte. Fizeram também uns vídeos engraçadinhos.

Um dos produtos mais em voga que está lá é o Lotus Symphony, suite de escritório gratuita, compatível com o formato aberto ODF, os proprietários do MS Office (.doc, .xls, .ppt) e também com o formato do antigo Lotus Smart Suite (.lwp, .prz, .123, .wk4). Ou seja, o Symphony pode ser usado para converter tudo isso para o moderno ODF.

Mas há outras coisas lá também como o Lotus Connections que traz para o ambiente corporativo o que há de mais atual na Web 2.0, como Wikis, Blogs, tagging e comunidades e redes sociais (a la Orkut). E claro não poderiam ficar de fora o Lotus Domino, servidor de workgroup mais popular do mundo, e outros.

Visite e complete a ponte !

Anarchy at ISO

The fundamental question, lack of tangible answer and the probable consequences

This is a translation for a blog post by Jomar Silva, head of the ODF Alliance Chapter Brazil.

In the coming days I’ll celebrate (or regret) one year working with OpenXML in ISO, and I must admit that the more time goes by I’m more far of finding a plausible answer to the most fundamental (and forgotten) question: “Why two standards ?”

The claim of proponents is the legacy support, which is not technically proven in more than 6 thousand pages of specification. It is also not proven the claim that the OpenXML fulfills the specific users needs… Did any of them read the specification of ODF (ISO / IEC 26300)?

The commercial reasons for the existence of this second standard is more than obvious and have been widely commented worldwide, but doesn’t it work as a warning that something is going wrong? Does the initiatives of international standardization are just moved by commercial interests of six guys and the argument that standardization helps to reduce artificial barriers to free trade is nothing more than cheap and utopian ideology?

Would the ISO 9000 be what it is for Quality worldwide if its opponents had proposed and made whatever was needed to ensure many different standards of quality, addressing different user needs? Will ISO accept in the coming years a proposal for more flexible quality standard, which is compatible with the legacy of disorganization that some companies still have today? Does the lack of ability of a small company to have and maintain decently a quality system based on the ISO 9000 configures “specific users needs” and therefore demand a new international standard?

Let us move to environmental issues? Do small and medium businesses have conditions and structure to maintain an ISO 14000 certificate correctly? Do the allegations of China on emissions of carbon (by the way, supported by USA position) configures the existence of the specific user needs in order to prepare a new environmental standard?

The precedent that OpenXML brought to international standardization, in my point of view, is the worst possible because based on the existence of two standards for editable documents, or at least the ability to mobilize the world and spend huge amounts of money in this discussion, will not allow the JTC1, the ISO, IEC and anyone else to refuse the discussions of new rules or alternatives standards for any economic sector. This really worries me, because all the efforts of standardization achieved in recent decades can go up in the garbage can in a short time and the worst is that everyone seems not to see it is happening. Want to see an example of the mess… I give one of the bests…

The PDF format is an ISO standard, the PDF/A which is the ISO 19005-1:2005, published in October 2005. It was developed based on a subset of the specification PDF 1.4 of Adobe. Several countries and organizations around the world have already adopted this standard as the default for non-editable documents.

Microsoft has released Windows Vista along with a new standard for non-editable electronic documents, called XPS (XML Paper Specification), which uses the same packaging concepts of OpenXML (OpenPackaging Convention) to represent non-editable documents. Who guess where XPS is standardized as another “Open Standard” wins a gift… ECMA… A lot of creativity is not needed to understand that this standard will also be submitted to ISO through a FasTrack in the coming months, just following the OpenXML opened path to that.

Adobe has realized this and has already expressed itself. A press release from the company itself, from January of this year already announced the delivery of version 1.7 of the standard to ISO. This proposal has followed their natural path and this week the vote of the standard in ISO has finished. According to the expectation of a blog from Adobe, published yesterday, the standard was adopted. My personal opinion is that this approval is very important, because now PDF becomes a full international standard, not a subset as was the PDF/A.

So I warn all involved and concerned to allocate a part of their budget for 2008 to discuss the FasTrack of XPS, because I think it will be inevitable.

I wonder what will be the other standards that will be run over (or who tries to trample) within ISO. How much money will be spend in this decade to learn this lesson?

What makes me more disappointed is to see that all these things can put ISO in a delicate position in the international standardization scene. The mess ISO is letting to happen in its own rules may cause that to be an ISO standard or a John Doe’s standard will have same value (at least to IT industry). I think this whole mess threatens the reputation that this entity has, which for me has always been synonymous with seriousness and responsibility.

The existence of unique standards, built through community is what today allows me to access the internet and write this article and that allows you to read it here from anywhere, using any browser and any operating system. This is what allows us to buy any CD with music and to use in any CD player (from $50 thousand to $1.00). This is the world created by international standards but looks like its not good for everybody.

Commodity market competition is for serious companies, competent and committed with the differentiation to their customers… It is not for anyone, regardless of their size or achievements in the past…

To relieve a little bit the post, in the last weekend I decided to play my acoustic guitar and ended up playing a song that reminded me a lot about all that I wrote here. I think it encouraged me to write this article.

The song is “Anarchy in UK” by the Sex Pistols and when I played in the weekend, just switched the UK to ISO and things made sense… Perhaps this is the answer to the question that doesn’t have an answer…

The part that I found most interesting is:

Anarchy at the ISO
It’s coming sometime and maybe.
I give a wrong time, stop a traffic line.
Your future dream is a shopping scheme.

That is what they want… Anarchy at ISO!

ODF versus OOXML: Liberdade de Escolha

No blog de segurança do Fernando Cima, no Technet da Microsoft, está rolando uma discussão muito interessante sobre ODF x OOXML. Ele (e a Microsoft) tem insistido em um ponto que faz parecer que OOXML é algo necessário para dar liberdade de escolha:

Nenhum formato atende a todos os cenários de uso — nem o Open XML certamente — e por isso liberdade de escolha é a melhor saída. Este é o ponto filosófico mais amplo que você parece ignorar.

Liberdade de escolha se dá no nível dos produtos e não no dos formatos.

Um único formato padrão deve ser adotado para eliminar falta de interoperabilidade. Se ao longo do tempo surgem novas necessidades que o formato não suporta, a sociedade trata de melhorá-lo. E para isso o processo que mantém o formato deve ser aberto. A sociedade não faria isso — não era muito natural — a 15 anos atrás na alvorada da Internet, mas hoje é a prática corrente.

Então para a liberdade de escolha que eu e ele (conforme a citação) queremos, é necessário o seguinte:

  • Um único formato padrão que obrigatoriamente evolui abertamente. Caso do ODF e que não é o caso do OOXML (porque o OOXML é e sempre será a documentação do que já foi implementado de forma fechada no MS Office).
  • Multitude de ferramentas que suportam, geram e consomem este formato. Caso do ODF, OpenOffice.org, BrOffice.org, Symphony, Abiword, GNumeric, KOffice, Corel Office, etc etc etc; e que não é o caso do OOXML e MS Office.

Claro que alguém pode escolher formatos não-padrão-aberto e suas ferramentas proprietárias por alguma razão técnica ou psicológica não resolvida. Isso também é liberdade. Mas em 2007 já somos bem grandinhos para saber que a longo prazo isso vai lhe trazer falta de interoperabilidade, amarrações comerciais e preços inflexiveis por conseqüência.

BrOffice Chega ao Varejo

Ia a um grande hipermercado na região da avenida Pacaembú em São Paulo quando me deparei com essa loja de Internet no estacionamento. A palavra “compatíveis” me chamou a atenção.

BrOffice em Cybercafés

Entrei para perguntar.

  • — Companheiro, o que é esse Word compatível ?
  • — Ah, é um programa aí que é compati…
  • — Tá, mas qual é o nome desse programa?
  • — É um que chama BrOffice.
  • — Muito obrigado. Tchau.

Se um cybercafé — que ganha a vida só com esse tipo de serviço — pode ser independente o suficiente a ponto de usar somente BrOffice, qualquer um também pode.

Você, usuário de alguma suite de escritório paga, te desafio a usar BrOffice.org, Symphony, Lotus Notes 8 ou qualquer outra suite baseada no OpenOffice.org por duas semanas e ver como se sai.

Microsoft Does Not Own OOXML

This is a reply to David Nielsen’s “OOXML and Microsoft” post. Since comments are closed there, I am writing here.

David, there is nothing wrong in Microsoft opening such an important spec. We should welcome this step. But there are several things that we should take care here:

  1. There is already an approved, open, internationally standardized spec for office documents: ODF. So OOXML can be another spec, but can’t be another standard spec for the same purpose. The standardization push is not welcome. It is simply too late, amongst other issues.
  2. Microsoft opened their spec not because they wanted, but because they needed to, after ODF acceptance as the ISO standard. If Microsoft will be successful in its anti-ODF campaign, they won’t need this openness status any more and I bet OOXML v2 will be closed.
  3. Microsoft does not own the spec. OOXML is Ecma’s document. What MS Office implements is a something that is today compatible with Ecma’s OOXML. But Microsoft already announced they can’t wait for ECMA to add new releases. In fact, there is no guarantee that something like MS Office 14 file format will be open or integrated into ECMA’s OOXML spec. This is an excerpt from Microsoft’s Brian Jones blog and shows how Microsoft does not own OOXML:

    To your last point, it’s hard for Microsoft to commit to what comes out of Ecma in the coming years, because we don’t know what direction they will take the formats. We’ll of course stay active and propose changes based on where we want to go with Office 14. At the end of the day though, the other Ecma members could decide to take the spec in a completely different direction.

  4. Microsoft is trying to fool everybody saying that OOXML is different from ODF. ODF is “a standard for office documents” while OOXML claims to be “a standard for office documents and compatibility with legacy office file formats”, just to not have a 100% overlap. But the “compatibility” part makes no sense because OOXML is textual XML and the legacy formats are binary. OOXML and legacy .doc, .xls, .ppt may have similar organization or structure but is impossible to be “compatible”. But even if OOXML wants to have a relation with legacy, the spec is incomplete and does not provide a mapping like “this OOXML tag is related to that stream of binary bytes in the legacy format”. In the National Bodies meetings to discuss OOXML standardization we proposed to include this mapping (then legacy .doc would become a truly open spec), or remove the compatibility statement from the spec title. If removed, OOXML would still be a beautiful spec, but could not be accepted as an ISO standards because of its full overlapping with ODF.
  5. OOXML reinvents the wheel and has many obscure parts. As a specification, currently OOXML doesn’t have a quality grade to be a standard.

Homembit e Seu Novo Blog

Homembit parece nome de super-herói.

Apesar de isso só existir em quadrinhos, há um Homembit circulando entre nós e seus atos tem sido bastante heróicos ultimamente.

Estamos falando de Jomar Silva, diretor da ODF Alliance Brasil, pessoa com quem tive o prazer de trabalhar em diversas frentes, principalmente na saga da definição do voto do Brasil/ABNT no caso OpenXML.

Ele acabou de migrar seus pensamento para algo que finalmente podemos chamar de blog. Como de costume, seu feed está exposto na minha barra lateral e sugiro assinarem.

Se vocês achavam que o meu blog era fonte para as últimas novidades de ODF e padrões, esperem só até ver o dele. Um dos posts mais chocantes ainda está na primeira página, sobre o real compromisso da Microsoft com o OpenXML.

Apesar do FUD na Mídia, ODF Está Vencendo

Graças a algumas notícias rasas e um tanto irresponsáveis que andaram saindo na mídia brasileira e internacional sobre um tal “abandono do ODF pelos seus criadores”, algumas pessoas ficaram confusas. Saibam que é tudo distorção de fatos.

Aconteceu que a OpenDocument Foundation, que não criou o ODF, começou a se interessar por uma tecnologia do W3C chamada CDF, que é interessante mas bastante imatura ainda. Fiz uma análise mais técnica no post anterior.

Jomar — o homembit — da ODF Alliance Brasil também fez alguns comentários em um artigo na SoftwareLivre.org e em seu blog.

Nos e-mails que andaram circulando por aqui sobre o assunto, um bem interessante foi o do Roberto Salomon, integrante ativo da ONG BrOffice.org, que me liberou um Ctrl-C+Ctrl-V para cá.

De: Roberto Salmon (Arquiteto de TI na IBM Brasil e integrante do BrOffice.org)
Data: 05/11/2007 15:03
Assunto: Re: ODF abandona apoio a padrão próprio

Li essa notícia mas não fiquei tão surpreso quanto outros com a súbita mudança de opinião da OpenDocument Foundation. Em especial com o novo posicionamento do Gary e do Sam (com quem troquei muitos e-mails no passado). Acho que no novo posicionamento reflete um ressentimento pessoal e não uma posição técnica.

Apesar do nome, a OpenDocument Foundation foi criada para acobertar um projeto comercial que seria constituído no plug-in “DaVinci” que seria capaz de dar ao MS Office a capacidade de ler e gravar arquivos ODF de forma transparente e com total fidelidade de formato. Este plug-in foi anunciado, alardeado mas nunca mostrado e nem teve o seu código liberado.

Em pouco tempo, no entanto, o Sam descobriu que não havia financiadores disponíveis para custear o projeto. Os grandes, em especial a Sun, ou se posicionavam por um modelo 100% ODF nativo ou produziram seus próprios plug-ins. Estas ações derrubaram a possibilidade da OpenDocument Foundation se estabelecer como a referência para a conversão de documentos.

Apesar do nome, a OpenDocument Foundation nunca foi uma organização oficial do ODF. Lembre-se que o padrão é mantido pelo Consórcio OASIS e não pela fundação.

A declaração do Gary, citada como sendo “A verdade é que o OpenDocument nunca foi concebido para atender às exigências de mercado”, na verdade foi a de que o ODF não foi pensado para atender às exigências de interoperabilidade impostas pela Microsoft com a sua “convergência” para o OOXML. Isso é fato. A função do ODF não é ser compatível com o MS Office, na verdade, o ODF deve ser implementado por produtos e não se dobrar às peculiaridades de cada fornecedor de software.

Dizer que o ODF reflete a maneira como o OpenOffice.org faz as coisas é no mínimo desconsiderar os anos de discussão onde Boeing, o Estado de Massachussets, IBM, Sun e outras entidades definiram o que hoje é o ODF.

Infelizmente, acho que esta nota é o canto do cisne de quem já foi um grande incentivador mas que resolveu sair atirando por não contar mais com apoio nem da comunidade nem das empresas que um dia lhe deram atenção.

Só complementando, o Rob Weir tem um comentário que vale a pena no seu blog: http://www.robweir.com/blog/2007/10/cracks-in-foundation.html

Um apelo à mídia: por favor exercitem sua responsabilidade tradicional que sempre demonstraram e pesquisem mais sobre o assunto, ouvindo outras fontes e outras opiniões antes de escrever algo tão sensacionalista como aquela matéria.

ODF versus CDF

There are some news popping on the web about ODF to be substituted by W3C’s Compound Document Formats.

Read them carefully, read other sources too and try to understand first before making assumptions.

Entities like OpenDocument Foundation are switching opinions in a quest for some sort of Universal Format, that still doesn’t exist, promoting CDF.

CDF is a W3C specification about mixing various XML idioms in one document. Things like SVG or MathML inside XHTML, etc. It is a good thing and an inevitable consequence of XML per se.

In my opinion, CDF is more suited to be used in web browsers and online. Some of its sub-specifications are still unifinished or incomplete — as CSS3, required for essential things like pagination.

The most irritating statement by OpenDocument Foundation is a chart from their site that says some several bizarre things:

  • OOXML would be compatible with legacy MS formats. If they can explain how a textual XML format can be compatible with a binary-only one I can accept it. Well, I won’t because I know they can’t.
  • CDF would be compatible with legacy MS formats. This is even worse. While a OOXML document may have same structure as its MS legacy binary equivalent, CDF is still completely different, built on top of technologies created for completely different purposes. If even OOXML can’t be compatible, CDF for sure isn’t compatible too. This is just a CDF-overselling incorrect argument.
  • ODF does not have an interoperability framework. What an “interoperability framework” means for people that does not even understand what is compatibility? In the Open Standards era, the proper use of them is already a simple path to interoperability. Want more sophisticated ways? Build tools around these Open Standards and you are done.
  • CDF would be big vendor-independent. That’s OK if W3C wants to stay independent. But CDF will go nowhere if no big vendor adopts it. And to be a real viable alternative to ODF it must prove its value to these big vendors.
  • ODF does not converges desktop, server, web and devices. Just one example that kills this argument is Google Docs. They are making a good (server) job letting (web) users upload, edit, maintain and download ODF documents. Google Docs is starting to be available for mobile devices too.

There are some people playing with CDF, mostly developers. Nice articles can be found in IBM developerWorks about it.

A successful format also needs user friendly software that implements it, cause I don’t expect my mother to write rich CDF docs in Notepad. That’s were the importance of OpenOffice.org (and all its derivatives) appear to help the ODF ecosystem.

So yes, use CDF to make great standards-oriented web pages, instead of proprietary Flash or Silverlight. But to say that CDF can be a universal format for office applications and documents is to overload the technology a little bit.

OOXML: ISO Reports from All Countries

Jomar Silva from the ODF Alliance Brasil, provided a link to all reports received by ISO regarding the OOXML process.

Jordanian report (J1N8726-27.doc) is just hilarious.

Even with 44 pages of technical comments (J1N8726-04.doc), US approved OOXML.

Spain’s single comment (J1N8726-02.doc) shows a situation almost lived in Brazil too: “There is no possible to get the necessary consensus in the mirrow comitte to support either of the other positions”.

Brazil’s report is J1N8726-01.doc.

And the list goes on.