Filme Amadeus

Filme Amadeus

O algoritmo do YouTube foi me tocando trecho do filme Amadeus, parte em que Mozart se encontra pela primeira vez com o imperador Joseph II e sua corte musical. Deliciei-me tanto com o trecho que logo fui assistir o filme inteiro novamente.

Que filme maravilhoso, que atuação impecável de Fahrid Murray Abraham (vilão Salieri)! Filme, ator, direção, roteiro etc mereceram os Oscars que ganharam em 1985.

Depois, fui ler a biografia de Mozart enquanto ouvia um de seus quartetos de cordas. Para minha surpresa, segundo cartas e evidências recuperadas, Mozart era bem assim como foi retratado no filme. O filme é fiel ao que se sabe sobre Mozart. Boca suja, fanfarrão, mulherengo, um tanto orgulhoso e irresponsável, mas também de inspiração profunda para compor música. O filme procura ser fiel também ao que se sabe sobre seu pai Leopold e sua esposa Constanz. Até a relação de inveja que tinha com Salieri parece ser fiel aos registros históricos. Mas não há evidências de que Salieri tenha causado a morte de Mozart, talvez só essa parte seja invenção engenhosa do filme.

Filme imperdível, tanto pelo entretenimento quanto pelo seu esforço de retratar historicamente figura tão importante para a humanidade como é Mozart.

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Panettone ou Chocottone

— Avi, você gosta mais de panettone ou chocottone?

— Eu gosto igual dos dois.

— Ah, eu já prefiro panettone mesmo. Se eu tivesse que escolher eu sempre escolheria panettone.

— Então, se eu tivesse que escolher eu deixaria prá outra pessoa escolher, prá não ter que lidar com a perda da outra opção.

Clientes sempre ativos

No caixa, na hora de pagar uma roupa, já foram fazendo meu cadastro. Nome, CPF, e-mail, celular, aniversário.

— Precisa mesmo de tudo isso, moça?

— É que fazemos umas promoções, aí prá você ficar sabendo.

— Mas aí vocês vão me pagar para eu receber suas propagandas? Costumo cobrar por essa audição.

Ela fechou a cara com um sorriso azedo e simplesmente só cobrou o item comprado.

Marketeiros que me perdoem, mas essa mentalidade de manter o cliente sempre ativado e desejoso, sempre informado sobre as coisas que ele nem sabia que precisava, é um câncer na nossa sociedade, na minha opinião.

Eu não quis ser rude com a moça, só irônico mesmo. Mas é que esse incentivo ao consumo sem fim tem implicações terríveis sobre a nossa existência neste planeta, eu não sou ingênuo quanto a isso e nem pretendo ser conformado ou leniente.


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Um sonho de verdadeiro poder

Sonhei que minha consciência de 48 anos de idade foi passar um tempo no meu corpo e na minha vida de 13 anos de idade.

Eu era plenamente consciente desse fenômeno incrível e achei uma linda oportunidade de assistir e observar minha vida de pré-adolescente, minha relação com minha mãe, meu pai e minha irmã. Eles ainda não tinham chegado em casa, só estava lá o Djavan e eu tinha hora marcada na ginástica, essas coisas malucas de sonho. Fui pro meu quarto, vi meu velho computador (que nem lembro se já tinha naquela época) e senti o frenesi de reusá-lo prá achá-lo frugal. Peguei um short para vestir, vi algumas das minhas roupas de adulto no meu armário de 1986 e pensei “puxa, as tenho desde então?!”. Eu estava ansioso por aquela experiência transcendental, mas aí o sonho acabou logo quando sai prá ginástica.

Quando acordei contei o sonho prá Tati e fiquei pensando na dualidade entre nossa vida material e espiritual. Onde temos sabedoria superior na vida espiritual, mas encarnamos na vidinha da Terra. No meu sonho, a minha consciência superior conferia serenidade, leveza, poder e sensação de oportunidade para a minha vida juvenil na Terra.

É esse sentimento que quero para a minha vida.

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Achados e perdidos na praia de Calhetas

Ontem eu perdi na praia chave do carro, chinelos e máscara de mergulho.

A chave achei metros de distância embrulhada numa toalha nada a ver.

Os chinelos, depois de ½ hora procurando desesperado, o amigo me diz que foram usados prá marcar os limites do gol 50m prá lá. E tavam lá mesmo, enfiados bonitinhos na vertical na areia.

A máscara de mergulho a onda me levou num belo dum caldo que arruinou os planos de snorkeling. 3 horas depois a maré trouxe de volta e meu filho achou.

Na volta encontrei a redenção no sorvete de doce de abóbora com coco no Rocha de Maresias.

Praia linda, dia perfeito, final feliz.

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Fascínio Sempre

Esta campanha presidencial foi uma das experiências mais incríveis e inesperadas da minha vida. Contundente também.

Nos revelamos nas redes e deixamos positiva e negativamente surpresos muitos amigos. Mas nossa faceta política é só uma entre muitas que nos constituem como humanos legítimos e complexos. Se a faceta de gostos políticos de um amigo me decepcionou, sua faceta musical, profissional, culinária ou de pai/mãe pode me fascinar. E vice-versa.

Meu objetivo de vida é eliminar minhas complexidades interiores para viver em constante fascínio com todos. Conectando o meu elementar humano com o elementar humano de todos a minha volta.

Inovação e o Filme do Steve Jobs

Jobs movie Ashton KutcherBom mesmo o filme sobre Steve Jobs, para mostrar como é árida a jornada para a Inovação. Como é solitário, como todos ficam te falando que está tudo errado.

Inovar não é repetir essa mesma palavra 800 vezes em PowerPoints. É ter Visão (A Centelha Motivadora), se preocupar com Detalhes e Persistir. Sendo que Visão é o fator menos importante porque ela muda, refina e se adapta durante a jornada. Persistir é deveras mais dispendioso para conseguir atravessar o mar de antiquados que tentarão te impedir.

Essa é pros loucos, pros deslocados, rebeldes, encrenqueiros, pros pinos redondos nos buracos quadrados… pros que vêem as coisas diferente — eles não curtem regras… Você pode citá-los, discordar deles, glorificar ou denegrí-los, mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los, porque eles mudam as coisas… eles empurram a humanidade prá frente, e enquanto alguns os vêem como loucos, nós vemos genialidade, porque aqueles que são loucos o suficiente prá achar que podem mudar o mundo, são os que mudam.

Rob Stiltanen & Ken Segall

Eu, Felipão e o Uzbequistão

Um amigo me ligou contando que comentaristas da Band News não acreditavam que o Felipão seria o técnico de um time de um tal país chamado Uzbequistão. Perguntaram no programa quem conhecia o Uzbequistão. Perguntaram também quem conhecia alguém que conhecia o Uzbequistão.

Pois bem, Band News, aqui estou eu em carne e osso como prova de que o Uzbequistão existe sim e é legal. Fomos prá lá em 2007 e pode-se ver um monte de fotos (como a do lado) ao longo do diário da viagem.

Confesso que quando minha namorada me propos essa viagem tive a mesma reação do pessoal da Band News. No roteiro adicionamos o Quirguiztão e Kashgar também.

Então vamos ajudar o pessoal da Band News a encontrar o Uzbequistão no planeta: aos olhos do pessoal da Band News (e para mim também, até antes de 2007), Uzbequistão está para a Russia assim como o Piauí está para o Brasil visto pelos olhos dos uzbeques. Mas diferente do Piauí que é um estado brasileiro, o Uzbequistão é um país que outrora fazia parte da União Soviética. O que eu quero dizer é que o Uzbequistão é tão fim do mundo para os brasileiros (ainda) quanto o Piauí é fim de mundo para os uzbeques.

Nada contra o Piauí. Lá é bem legal também, devidamente visitado e apreciado.

E se ainda tiverem dúvidas sobre o pequeno tamanho desse mundo, deixo vocês com a genial poesia do Gilberto Gil:

Antes mundo era pequeno
Porque Terra era grande
Hoje mundo é muito grande
Porque Terra é pequena
Do tamanho da antena
Parabolicamará

Salvo pelo Getting Things Done

Ontem meu pai veio me buscar de carro e disse que estava extremamente tenso, a ponto de arrebentar, estava quase tomando algum comprimido anti-stress ou calmante.

Perguntei por que e ele disse que estava com muitas coisas na cabeça, muitas preocupações, muito o que fazer. Detalhe: meu pai é praticamente aposentado e leva uma vida tranqüila. Entendi na hora que tratavam-se de atividades mal classificadas e rapidamente o introduzi ao GTD:

  • A mente é uma ferramenta poderosa de mais para ser usada como listadora de atividades. Digo mais, ela é uma péssima ferramenta para isso porque a memória tem dificuldade para apresentar uma mapa visual de tudo o que a precisamos executar.
  • Usar a mente para listar atividade ocupa-a com tralhas que limitam a imaginação e a criatividade, estas sim atividades dignas para nossa mente.
  • Falta de visão clara de o que e onde precisamos fazer as coisas gera stress. Exatamente o stress que meu pai estava sentindo.
  • A forma de contornar isso é remover essa lista de atividades da mente e delegá-la para uma ferramenta mais prática e “computacionalmente” mais barata: o papel e a caneta.

Seu semblante já mudou porque essa explicação lhe fazia muito sentido. Tasquei um pedaço de papel do porta-luvas e o dividi em categorias contextuais: CASA, TRABALHO, TELEFONE e INTERNET. E gastamos o resto do trajeto lembrando as coisas que ele precisava fazer e anotando-as sob o contexto onde ele precisava fazê-las. Quando estivesse em casa, faria as coisas que anotou para fazer em CASA e assim por diante.

Mais algumas dicas:

  • Sugeri manter sempre a mão papel e caneta para instantaneamente remover da mente qualquer nova atividade que ele possa lembrar. Poderia ser um PDA também. O importante é ter uma ferramenta confiável sempre a mão que deixa e mente num estado de “estou livre porque não preciso mais relacionar as coisas que estão anotadas naquela lista confiável e bem guardada”.
  • Execute as atividades por contexto e disposição e não por nível de urgência. Não adianta se estressar com o que precisa ser feito em casa enquanto se está no trabalho.
  • Relacione microatividades ou atividades físicas e não projetos. Por exemplo, use “ligar para João e obter lista de documentos necessários” ao invés de “resolver o problema do cartório”. Este último é exemplo de macroatividade que te deixa confuso por não esclarecer qual é a próxima coisa real a se fazer para ajudar a “resolver o problema do cartório”.

No final do trajeto, relacionamos só 12 atividades. Um número pequeno mas que se boiam soltas na mente ficam parecendo uma avalanche descontrolada.

O resultado foi que meu pai imediatamente ficou mais feliz e dirigiu com mais tranqüilidade. Grande parte porque livrou sua mente da famigerada lista de atividade, mas principalmente porque entendeu o que o deixava tenso e como esse mecanismo todo funcionava.

E eu fiquei feliz também.

Getting Things Done é uma metodologia simples de produtividade pessoal. Diria que é algo que qualquer Gerente de Projeto sabe mas David Allen nos mostrou como aplicar isso para atividades pessoais. E claro que ela vai além da explicação que dei para meu pai em 20 minutos.

Para quem está iniciando, a bíblia é o livro Getting Things Done (A Arte de Fazer Acontecer, título ruim em portugues que acho que deveria ser simplesmente “Mãos a Obra”) de David Allen. Sugiro também baixar, imprimir e pregar na sua mesa a página que resume graficamente a metodologia.

Um Novo Setor Industrial: Concursos

Este diálogo aconteceu poucos dias atrás:

  • — E de onde você é ? — eu perguntei
  • — De ${CIDADE}, interior de ${ESTADO_NO_MEIO_SUL_DO_BRASIL}
  • — Me conta mais, quantos kilómetros de São Paulo, quantos habitantes, etc ?
  • — Uns 1000km de São Paulo e somos 7000 habitantes.
  • — Puxa! Você conhece todo mundo quando anda na rua ?
  • — Sim, certamente, e todos me conhecem também.
  • — E o que você faz ?
  • — Sou baicharel em direito mas em breve quero ir para essa área de concursos [públicos].

Até aquele momento nunca veio ao meu conhecimento que prestar um concurso público é ingressar num novo setor industrial. Mesmo o que chamamos “setor público” é na verdade algo virtual que se divide entre os setores financeiros, jurídico e utilidades.

Mas francamente, como fazer para que mais desenvolvimento e oportunidades de trabalho alcancem lugares longíquos desse Brasilzão? Enquanto isso não acontecer, nosso país é meio comunista onde cria-se emprego quase que por se criar, muitas vezes sem uma real necessidade.

Uma pena…

Coral Russo Sretensky no Mosteiro de São Bento

Conforme havia twittado ontem, assisti ao Coral Russo do Monastério Sretensky ontem no Mosteiro de São Bento.

Filas gigantescas e mosteiro lotadíssimo garantiram que assistiríamos de pé. Mas valeu a pena. Um coral de uns 30 homens soltaram a voz que ecoou forte no teto alto da catedral.

Quando fui a Russia, no ano passado, descobri os corais sacros de lá e fiquei exaltado. Esperava aquele tipo de música inspiradora mas a apresentação de ontem foi mais folclórica, popular e de ritmos mais rápidos. Bom também.

Devo parte da diversão de ontem à visão dos litúrgicos da Igreja Ortodoxa Russa, com suas longas barbas e que se vestem de forma peculiar aos nossos olhos brasileiros.

Sobre o Mosteiro de São Bento, no centro de São Paulo, nunca havia entrado antes. Muito bem decorado e preservado, com diversas inscrições em latim, imagens de santos, anjos etc. Vale a visita.

Dois computadores na palma da minha mão

Da série Crônicas de TI Moderna, tenho essa foto para lhes mostrar.

2 computers in my hand

O cara chegou na sala, esticou o braço segurando isso pela correntinha e disse: “Estou com as duas VMs aqui”. Tratava-se desse minúsculo flash drive USB de 8GB, carregando duas máquinas virtuais de 4GB cada.

E me lembrei daquele artigo sobre Paravirtualização onde escrevi: “A máquina paravirtual passa a ser como um líquido que se adapta a qualquer recipiente, podendo ser migrada a quente para outro equipamento com apenas milissegundos de indisponibilidade real, armazenada em backup ou fazer parte de uma infra-estrutura de alta-disponibilidade de máquinas virtuais.”

Êita !

Quero imbicar na reca abafanética e viver meio amostrado, afuleimado nessa coisa arretada que é o passo. Se avexe na bacafusada se derreinhando encangado na alegria influído na massa, com munganga em vuco-vuco e rugi-rugi vou sentindo o furdunço, frege da multidão. Assim, arapuá, acochado, destabocado, meio cabreiro digo: eita! é o Frevo.

Glossário Pernambuquês

  • abafanética: ofegante
  • acochado: destemido
  • afuleimado: em estado de excitação
  • amostrado: exibido
  • arapuá: cabelo assanhado
  • arretada: coisa boa
  • avexe: se apresse
  • bacafusada: confusão
  • cabreiro: desconfiado
  • derreinhado: apaixonado
  • destabocado: exaltado
  • eita: surpresa
  • encangado: inseparável
  • frege: reboliço
  • furdunço: agitação
  • imbicar: mergulhar
  • influído: animado
  • munganga: jeito
  • rugi-rugi: esfrega-esfrega
  • reca: grupo de pessoas que segue uma direção
  • vuco-vuco: empurra-empurra

Extraido de um artigo sobre Frevo na revista Raiz de cultura popular, encontrado nas Montanhas do Japi.

Qual é a sua raça ?

Perguntaram-me esses dias qual era a minha raça. Respondi o seguinte:

A minha raça é a humana, como a de vocês e de qualquer pessoa que caminha ou caminhou sobre este planeta.
Acho que o que vocês querem saber é alguma coisa entre etnia e cor de pele das pessoas.

Hoje em dia a palavra “raça” não é mais usada para definir etnia. http://pt.wikipedia.org/wiki/Raça
Raça é o que diferencia o gorila do orangotango, ou o labrador do pequines. Não o homo negro do homo amarelo do homo branco.

Além de que a palavra “etnia” é muito mais chique. Eu por exemplo sou e-tno porque recebo muito e-mail, participo de e-meetings, estou envolvido em projetos de e-business que geram vendas de e-servers, e-tcetera.

Almanaque Brasil

Que delícia que é ler o Almanaque Brasil. Faz um monótono vôo (da TAM no caso, onde ele é distribuido gratuitamente) passar bem mais rápido.

Creative Commons logoÉ o tipo de revista que a gente lê de cabo a rabo. E como o vôo foi longo, lá no comecinho descobri que todo seu conteúdo é Creative Commons, incentivando sua disseminação.

E já que é assim, vou copiar para cá algo que aprendi em sua sessão Lambe-Lambe da edição 111 da revista, sobre como nasceu a música mais famosa do Brasil, a Garota de Ipanema, num único célebre encontro de seus autores Tom Jobim, Vinicius de Moraes e João Gilberto em 1962 no restaurante Au Bon Gourmet no Rio. Conta que precederam a primeira apresentação com o seguinte diáglogo:

  • João: Tom, e se você fizesse agora uma canção que possa nos dizer, contar o que é o amor ?
  • Tom: Olha, Joãozinho, eu não saberia sem Vinicius para fazer a poesia.
  • Vinicius: Para essa canção se realizar, quem dera o João para cantar.
  • João: Ah, mas quem sou eu? Eu sou mais vocês. Que bom se nós cantássemos os três.
  • Todos: ♪ Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça… ♪

Psicopatas usam Slackware !?

Juro para vocês, a seguinte notícia apareceu no jornal sensacionalista Hora H hoje. Como não tem permalink, segue o screenshot mesmo.

Psicopatas usam Slackware !?

Só faltou isto para ficar definitivamente provado que usuários de Slackware são assassinos e bebem o sangue de suas vítimas !

Bem, a notícia é verdadeira mas minha afirmação foi brincadeira… Eu, como a maioria dos usuários antigos de Linux, começamos com Slackware e é uma grande distribuição.

Fonte: Rodrigo Missiaggia

Pelas Estradas Paulistas Afora

Desde que fui morar em Rio Claro para estudar na UNESP, o interior paulista virou meu amigo do peito, irmão camarada. Adoro as paisagens, os sotaques e as estradas.

Eis que fui convidado para dar uma aula na UNIFEB em Barretos, e lá fui eu cair na estrada. É longe pacas, mais de 900km, ida e volta. Veja o mapa.

centro do mapa
intinerário

Para garantir a imersão, fiz questão de ouvir só as rádios locais das cidades do caminho. A programação é 30% música e 70% propaganda local. Tocam todos os estilos do sabor romântico, e quanto mais longe da capital, mais só sertanejo moderno se escuta. As modas de viola que falam do amor pela terra, contam causos de boiada ou que são inspiradas pelo amor de uma mulher são coisas do passado que deixou saudade. Agora é só melodrama de ciúmes, sofrimento de amor e tal, cantado com muito vibrato.

Notável exceção é a Rádio da Universidade Federal de São Carlos. Num mesmo bloco conseguem tocar Rock alternativo, a MPB Maldita de Jorge Mautner e música eletrônica, tudo com explicações detalhadas do quando, do onde e do porquê. Uma rádio crua e espetacular.

As amplas paisagens se revezam entre laranja e canaviais sem fim. Treminhões triplos são constantemente vistos carregados de cana e lançam caules na beira da estrada.

Estrada e Canavial

As estradas são da mais alta qualidade, praticamente todas duplicadas, limpas, grama aparada e bem cuidadas. Um tapete, e não tenho dúvida de que são as melhores do país.

Só os pedágios dóem de mais. Viajar por essas estradas custa aproximadamente R$1 por cada 9km rodados. Um absurdo de caro, visto que já ouvi especialistas dizerem que esse valor deveria cobrir dez vezes mais, uns 100km.

Comparado com o combustível necessário para esta viagem, são aproximadamente R$140 de gasolina para R$100 em pedágios. Com um carro mais econômico, o combustível para a viagem sairia mais barato que os pedágios. Algo que não parece ter nenhum cabimento.

R$52 em 9 pedágios para 458km rodados.
Ou 8.83km para cada R$1.
VOLTA

Pedágios das estradas paulistas
IDA

R$48 em 9 pedágios para 467km rodados.
Ou 9.74km para cada R$1.

Sua Privacidade na Receita Federal

Um conhecido me comentou que fez o seguinte teste:

  • Mora há anos no apartamento 32 de seu prédio, e assim sempre preencheu na declaração do imposto de renda.
  • Certo ano propositadamente trocou o apartamento na declaração de 32 para 32A, uma mudança que em termos práticos e de correspondência não faz nenhuma diferença.
  • Naquele ano começou a receber mala direta de uma grande editora de revistas endereçada para o tal apartamento 32A que o zelador obviamente mandava para o 32.

Bem, tire suas próprias conclusões. Depois imagine quais das suas informações financeiras pessoais foram negociadas entre a vazaram da Receita Federal para tal editora.

Minha Virada Cultural

Esta é a programação que pretendo fazer nesta Virada Cultural. São as coisas que eu quero ver, e em vermelho as coisas que mais quero e pretendo conseguir.

Este ano o foco vai ser só música. Não dá pra fazer tudo… 🙁

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