Fomentar acesso à Cultura é ver na Sala São Paulo um monte de gente que fica tirando foto das lindas instalações, inéditas para muitas delas. Porque elas não viriam se não fosse de graça.
Adoro e precisamos de mais disso aí.

Fomentar acesso à Cultura é ver na Sala São Paulo um monte de gente que fica tirando foto das lindas instalações, inéditas para muitas delas. Porque elas não viriam se não fosse de graça.
Adoro e precisamos de mais disso aí.
Tem gente achando que a PL das Fake News (péssimo apelido para projeto que debate liberdade, responsabilidade e transparência na Internet) vai restringir liberdades, como se hoje posts e opiniões circulassem livremente.
Deixa eu só explicar uma coisinha: não tem livre circulação nenhuma aqui, quem decide qual conteúdo você vai ver são algoritmos controlados por umas 3 empresas privadas. E tais algoritmos não selecionam conteúdo que é bom/saudável para você ou com base em qualidade, importância, relevância histórica, como faz o curador de um museu. Para os donos desses algoritmos, “conteúdo relevante” é o que atiça os neurônios dos usuários, faz você ficar ligadão e voltar e interagir, porque assim você consome mais publicidade dos clientes deles. Dessa forma, para os algoritmos, conteúdos sobre terra plana ou fascismo ou outro sensacionalismo qualquer ganham mais relevância e alcance justamente porque são mais polêmicos e geram interação.
Todo o resto da internet — sites de notícias, de museus, ou qualquer conteúdo excelente — são concorrentes dessas 3 empresas. Não é à toa que o Instagram não permite postar links externos, o que obriga as pessoas a terem que ficar falando o famigerado “link na bio”. Não é à toa que o Facebook bloqueia acesso ao conteúdo de seus usuários, mesmo ao totalmente público, se você não está logado na plataforma, pois acesso anônimo não tem dados a oferecer aos seus algoritmos de otimização.
Regular a Indústria da Atenção (o nome oficial dessa indústria das redes sociais) é tão importante e legítimo quanto termos regras de trânsito, normas comerciais, política de uso de terra, ética médica etc. O mundo inteiro está discutindo isso porque percebeu quão nocivo é não termos regras.
Este texto de Pedro Doria é a análise mais bacana que vi sobre a polêmica dos portais estrangeiros que burlam imposto sobre importação, fazendo a alegria da classe média baixa e o desgosto da indústria nacional.
“[…] revelam ao brasileiro médio algo que ele em geral não percebe. O Brasil é um país muito caro. O brasileiro paga mais que o europeu ou o americano por seu celular, por seu computador, por seu tênis, por sua camiseta… É mais pobre e, no entanto, paga mais.”
Este acordo milionário da Fox News comprova que vale a pena sim cometer o crime de deliberadamente divulgar notícias falsas e sensacionalistas. Neste caso, sobre o sistema eleitoral americano. Basta pagar pelos panos quentes.
Beeeem interessante ver os clientes libertários anti-governo do Silicon Valley Bank implorarem justamente para o governo vir salvá-los.
A conclusão é que, conforme aprendi com o Robert Reich, não existe cenário viável sem o governo. No começo você precisa da posição holística do governo prá regular como as coisas devem funcionar numa sociedade civilizada e empática, ou, se abrir mão disso para ser uma espécie de predador, vai precisar do governo depois prá te salvar quando estiver sofrendo as consequências do abuso de sua liberdade.
A lei municipal que restaurantes tentam combater os obriga a fornecer água potável de graça desde setembro de 2021.
Mas eu queria saber se você, ao levar a família para jantar ontem, onde a conta saiu mais de R$300, pediu “água da casa” de mais, a ponto de dar prejuízo ao estabelecimento. Ah, seu malvadão!
A lei do vereador Xexéu Tripoli visa consumo consciente e redução de resíduos plásticos. Se restaurantes acham que dá trabalho de mais anotar pedido e trazer 1 copo de água à mesa de cada vez, que já tragam jarra inteira sem pedir — economiza um tempão do garçom —, como é feito em inúmeros países desenvolvidos. Os outros argumentos da contestação são incabíveis ou até risíveis. Dá uma canseira ver lei progressista e boa como essa ser combatida com argumentos de “livre iniciativa”, quando sabemos que é simplesmente para mascarar desejo por mais lucro.
Quanto ao seu bolso, saiba que água na garrafa de plástico ou vidro do restaurante é em torno de 3500 vezes mais cara que a água da Sabesp. E a água produtificada na garrafa não tem qualidade melhor, como tenta vender o marketing dos fabricantes.
Fornecer água potável de graça é lei municipal nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasilia. Deveria ser lei nacional.
Sustentabilidade não é uma tendência. É a única forma de seguir adiante.
Nesta entrevista no New York Times, a reporter de ciência Apoorva Mandavilli explica como, após 3 anos, por diversos motivos mais políticos e menos técnicos, o governo americano vai finalmente retirar o estado de emergência imposto pela CoViD-19.
Read MoreSeria esse bolsonarismo autoritário e terrorista — que sempre existiu, mas que agora revelou toda a sua fúria até para os que não queriam acreditar — um novo “inimigo comum” que por hora unirá diversos humores do espectro político?
Read More24 horas depois e nem 1 palavra sequer do presidente da república repudiando os atos terroristas em Brasília.
Nem 1 palavra de repúdio sequer também do diretor da PF, Márcio Nunes de Oliveira.
Do ministro da justiça, Anderson Torres, só tweets dúbios e amenos.
Se for capaz, justifique para mim que esse presidente, ministro e diretor não têm sonhos e desejos golpistas.
Eventos culturais e emocionais que fui nesta semana linda…
Read MoreA marca Puma patrocina o jogador Neymar. Mas Neymar declarou apoio a um político condenado por crimes contra a humanidade (link nos comentários), conhecido pelo seu sadismo e elogios à tortura e que, nem veladamente, apoia, por exemplo, desmatamento ilegal.
Como fica a situação da Puma que é a 2ª empresa têxtil mais sustentável do mundo?
Artigo intrigante de Rodrigo Tavares na Folha de São Paulo.
Insightful tweet by Robert Reich, Public Policy professor at UC Berkeley and Harvard:
The naturally occurring “free market” is a myth. The market is a set of rules organized and maintained by governments.
The real question isn’t free market or government — it’s whether the current rules favor the many or the few.
Apesar da RELAÇÃO entre a posição do gato e o telhado amassado, o bom senso sabe que o gato não CAUSOU o amasso. O bom senso aqui vem do conhecimento que todos temos sobre o peso de gatos e a dureza de metais.
Bom senso é fruto de dados analisados, conhecimento, sabedoria, luxos que nem sempre estão disponíveis. Não para qualquer assunto, menos disponíveis ainda para assuntos longínquos, complexos e novos.
Fake news e “narrativas” mirabolantes exploram astutamente essa falta de dados e conhecimento das pessoas com o objetivo de fabricar uma causalidade na cabeça delas — “isto acontece por causa daquilo” — quando na verdade mal existe uma relação.
Agora imagine que você acabou de chegar no planeta, não conhece peso de gatos e tem a impressão que esses telhados são feitos de papel, pois aparentemente amassam como papel. Imagine que alguém adiciona um “malditos gatos” à imagem e que você recebe isso repetidas vezes, de formas diferentes. É bem provável que você comece a odiar os gatos “POR CAUSA do mal que fazem”. É assim que funciona nosso viés — começa com falta de informação — e é esta a fraqueza humana explorada por notícias falsas e memes em geral.
Cientistas de dados, estatísticos, economistas e pessoas que estudam fenômenos naturais e sociais, sempre, SEMPRE, precisam se lembrar que correlação observada não implica em causalidade para não cairem na armadilha do viés, que leva a conclusões erradas.
A foto do gato apareceu neste tweet: https://twitter.com/packetlevel/status/1451584653748408323
Mais correlações espúrias aqui:
https://tylervigen.com/spurious-correlations
Hoje eu recebi minha cidadania portuguesa! Minha irmã foi na minha cola e também se deu bem, como todos que seguem minhas dicas 😎