Sabe aquela multa de radar que você recebeu? Foi enviada pelo Tux.
Mas não o culpe por isso. Linux só foi a base tecnológica para todo o sistema.
Ontem conversei bastante com o pessoal da Engebras, empresa que cria e administra a maioria dos radares de São Paulo e outros estados. Já tinha ouvido falar que todos os sistemas para suportar essa monitoração era baseada em Linux, e eles contaram mais detalhes. Continue lendo…
Os radares são na verdade câmeras analógicas com sensibilidade melhorada conectadas a computadores próximos que rodam Linux que por sua vez digitalizam a imagem instantaneamente com a ajuda de placas de captura de vídeo. As placas dos carros são imediatamente reconhecidas por OCR por uma biblioteca de uma empresa israelense, a multa é impressa, enviada pelo correio, recolhida no banco e repassada para o governo estadual, federal ou município, dependendo da jurisdição.
Todos os carros que passam por um radar — infrator ou não — são filmados. Não é uma câmera fotográfica, e sim uma filmadora.
Tazo (gerente de informática da Engebras) e seu pessoal afirmaram que todos os sevidores da empresa rodam Linux. Coisa de 50 a 60 servidores. Mas são servidores paravirtuais. Porque servidores físicos mesmo a empresa tem menos de 10.
Fiquei feliz em ver um exemplo vivo de um datacenter inteiramente virtual, e imaginei a flexibilidade operacional que eles tem em fazer movimentações de serviços sem indisponibilidades.
Mostraram sua extranet onde pode-se ver as fotos de infrações do momento, mais estatísticas de variação de velocidade média por hora, número de veículos, e até seu tamanho. Mostraram também como motoqueiros cometem infrações, mas escondem sua placa com a mão.
Além disso, imediatamente consultam uma base de dados de veículos não licenciados (em MySQL), mas aqui não se pode multar por radar. Por outro lado uma aviso é enviado para a polícia da região, avisando a placa e o ponto onde o veículo foi detectado.
40% da frota nacional não é licenciada, inclusive viaturas da polícia.
Há também os radares de farol, onde não basta uma imagem estática. É necessário registrar o movimento do veículo ultrapassando o sinal vermelho como evidência. Neste caso são usados softwares livres como ffmpeg para gerar este clip em MPEG.
A comunicação entre os radares e o datacenter central é geralmente provida por GPRS, pelas operadoras de celular da localidade.
Se tiver sorte, o pessoal da Engebras vai passar no meu blog para dar mais detalhes de sua operação.
Muito interessante pela descrição que você conseguiu repassar da operação. Quem diria! Placas de captura de vídeo, bibliotecas proprietárias… quem disse que não há um bom suporte de terceiros para Linux?
Bom, eu conheço o sistema de um concorrente (por já ter trabalhado lá), e digo que é parecido (com Linux e tudo).
Não tenho muito mais a adicionar no post, tanto pela questão “segredo” (não pega bem, né fio) quanto pelo fato de ser bem completo.
Mas um fato que noto é que, pelo que eu sabia, o processamento das fotos era feito pelo cliente (órgão de trânsito), e não “em casa”.
Outro detalhe, para o “furar sinal” era gerada uma seqüência de fotos, e não um “filminho”.
Há, otimo blogg =)
Gosto mais dos post sobre musica e etc, achei muita coisa bacana puxando links daqui. Vlw aí!
Não me espantei. O linux vem crescendo cada dia mais e por isso aparece em lugares e tipos de aplicações que outro SO nunca vai conseguir espaço.
Abraço e ótima publicação.
Veja essa no meu Blog também!
Vlw!
Olá Avi,
fiquei muito contente ao ler essa máteria, pois em 1999 tive meu primeiro emprego e logo conheci o Linux, adivinha aonde ? Na Engebras !
Fiz parte do time que fez o “port” do DOS para o Linux.. o Tazo era o meu gerente.
A idéia básica de se usar o Linux era por causa do uso de threads, assim era possível captar mais de uma imagem ao mesmo tempo, em faixas distintas da pista e outros atributos. Os drivers das placas foram programados por dois programadores mais experientes, pq usávamos umas placas digitalizadoras importadas e passamos a usar uma nacional pelo custo, mas sem suporte. Foram ótimas experiências. Depois que saí de lá passei pela 4linux, Conectiva, TAM, EDS, Sec. da Fazenda e agora no Citibank…sempre no Linux e observando as diversas faces que ele pode operar.
[]’s
Uso Linux tanto em casa quanto na Empresa, onde dentro de mais um ou dois meses estaremos completando nossa mudança completa para esta plataforma.
É muito revigorante observar o crescimento deste sistema feito de forma colaborativa e que apresenta tanta qualidade.
Muito bacana…
eu não conhecia o sistema mas achei super interessante…
abç,
Everson.
Recebi uma multa por ecesso de velocidade no municipio de Corumbataí MT, por incrivle que paraça o carro nunca saiu do estado de São Paulo.
A placa do meu carro é BGN 5185, um MONZA – este carro esta em nome do meu irmão Jaime Antonio de Souza, por favor, dê-me uma luz de como recorrer dessa multa injusta.
Grato Cícero.
Cicero, não faço idéia.
Entre no processo normal para recorrer.
Mas não é muito confiável.
Boa sorte.
como posso pesquisar para procurar um carro que não sei aonde ta