Twitter e Liberdade de Expressão

Twitter e Liberdade de Expressão

O 𝕏 quer que acreditemos que liberdade de expressão só ocorre através dele, quando na verdade as pessoas continuam podendo se expressar livremente em outras plataformas digitais, praças públicas e na rua.

O 𝕏 quer usar sua enorme base de usuários brasileiros para manipular a opinião pública de modo que se acredite que sua plataforma é tão necessária e vital ao ponto de estar acima das leis do país.

O fato é que a novela do bloqueio do 𝕏 nada tem a ver com liberdade de expressão. Isso é só a tal da “narrativa”, onde se tenta criar uma relação de causalidade onde não há. O caso do 𝕏 é sobre uma empresa que quer usufruir da enorme audiência que tem no Brasil, extrair lucro de anunciantes, mas sem respeitar as leis do país.

O bloqueio não foi abrupto. O Judiciário do Brasil passou um tempão pedindo para que certos conteúdos fossem moderados. Se a direção do 𝕏 manda um “que se dane” para a visão de mundo de uma democracia gigante como o Brasil, eles terão problemas sim para operar aqui. Todas as pessoas físicas e jurídicas estão sujeitas a isso; por que não o 𝕏? É uma questão de soberania nacional contra direção predatória de uma empresa.

O bloqueio é uma medida contundente. Mas vejo que a justiça do Brasil ficou sem alternativas perante a petulância dos dirigentes do 𝕏. Basta o 𝕏 ter representação no Brasil, moderar conteúdo, que eles imediatamente serão desbloqueados. Com a conduta atual de seus dirigentes, era uma questão de tempo para que o 𝕏 fosse bloqueado em algum país. Aconteceu só de o Brasil ser o primeiro.

Enquanto isso, não faltam lugares físicos e virtuais para qualquer um exercer sua liberdade de expressão. Todos eles obviamente sujeitos as leis do país.

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Seu próximo laptop será outra coisa

Seu próximo laptop não será um “Intel Inside”. Finalmente.

Laptops baseados em Intel têm performance energética incrivelmente ruim. Isso se percebe quando a bateria dura menos de 2 horas e esquentam demais. Além disso essas CPUs acumularam uma quantidade razoável de bugs ao longo dos anos, exigindo contornos ineficientes por parte de fabricantes de compiladores e sistemas operacionais.

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Presente de Dia dos Pais

Neste dia dos pais, eu quero o presente do anti-consumismo.

Quero que meus filhos não me comprem nada.

Quero que eles não gastem um segundo sequer para ficar matutando no que eu gostaria de ganhar de presente. Porque afinal eles já sabem que é imaterial o que eu realmente quero deles.

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Sou Racista

Sou Racista

Será que sou racista?

Mas é claro, óbvio, com certeza absoluta que sou racista.

Por mais que eu me esforce, por mais que seja uma injustiça que precisa ser eliminada, eu sou racista sim.

Não tem a menor chance de eu não ser racista, imerso na sociedade que vivo e na qual cresci.

Já namorei com (poucas) pretas, tenho (uns poucos) amigos pretos, já morei com (poucos) pretos. Mesmo assim sou racista.

Eu sou racista enquanto pretos forem a esmagadora minoria na escola particular dos meus filhos e eu não achar isso estranho.

Eu sou racista enquanto pretos praticamente inexistirem no meu ambiente de trabalho de alto nível cerebral e eu não achar isso notável.

Eu sou racista enquanto os shows, restaurantes, padarias que vou não forem frequentados por uns 54% de pretos.

A pessoa ali diz que não é racista, como se estivesse em outro patamar evolutivo, fora desse contexto. Sinto lhe dizer, é racista sim. E míope.

Onde estão os negros?

(Foto da fachada do MASP que eu mesmo tirei em julho de 2018)

Filme Amadeus

Filme Amadeus

O algoritmo do YouTube foi me tocando trecho do filme Amadeus, parte em que Mozart se encontra pela primeira vez com o imperador Joseph II e sua corte musical. Deliciei-me tanto com o trecho que logo fui assistir o filme inteiro novamente.

Que filme maravilhoso, que atuação impecável de Fahrid Murray Abraham (vilão Salieri)! Filme, ator, direção, roteiro etc mereceram os Oscars que ganharam em 1985.

Depois, fui ler a biografia de Mozart enquanto ouvia um de seus quartetos de cordas. Para minha surpresa, segundo cartas e evidências recuperadas, Mozart era bem assim como foi retratado no filme. O filme é fiel ao que se sabe sobre Mozart. Boca suja, fanfarrão, mulherengo, um tanto orgulhoso e irresponsável, mas também de inspiração profunda para compor música. O filme procura ser fiel também ao que se sabe sobre seu pai Leopold e sua esposa Constanz. Até a relação de inveja que tinha com Salieri parece ser fiel aos registros históricos. Mas não há evidências de que Salieri tenha causado a morte de Mozart, talvez só essa parte seja invenção engenhosa do filme.

Filme imperdível, tanto pelo entretenimento quanto pelo seu esforço de retratar historicamente figura tão importante para a humanidade como é Mozart.

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Eu odeio LPs

Eu odeio LPs

🇧🇷 Eu odeio LPs.

Não porque têm som ruim.

Mas porque, na nossa era, representam a vitória do capitalismo tóxico, aliado a extraordinário marketing, sobre a ingenuidade e ignorância das pessoas, quando lhes vende um refugo obsoleto como se fosse artigo de luxo.

Fica pior quando se descobre que boa parte dos novos fonogramas, impressos e vendidos em vinil a preço de ouro, foram originalmente gravados em estúdio moderno com processo inteiramente digital.

Música em formatos digitais tem alta fidelidade por definição e é o mais próximo que se pode chegar dos músicos e sua performance no estúdio.

🇬🇧 I hate LPs.

Not because they have bad sound.

But because, in our era, they represent the victory of toxic capitalism, allied with extraordinary marketing, over the naivety and ignorance of people, when it sells them obsolete junk as if it were a luxury item.

It gets worse when it is discovered that a good part of the new phonograms, printed and sold on vinyl at the price of gold, were originally recorded in a modern studio with an entirely digital process.

Music in digital formats is high fidelity by definition and is the closest thing you can get from the musicians recording their performance in a studio.

O que fazer no Centro de São Paulo e Redondezas

No grupo de bairro chamado Cecilias e Buarques, alguém pediu dicas de coisas para fazer por perto, que não seja comer, pois estava de regime. Mandei as dicas abaixo.

Sala São Paulo, todo domingo 11h tem concertos gratuitos e muito convidativos. Chegue antes para pegar ingresso, sempre tem lugar, nunca lota. Programação aqui. Tem algumas pessoas em condição de rua no entorno, que deixam a região meio sinistra, mas não incomodam ninguém e não apresentam perigo nenhum.

Ao lado, tem o incrível Museu da Língua Portuguesa.

Uns quarteirões de lá, tem a Pinacoteca e o Jardim da Luz. Ambos imperdíveis e com a vocação para esculturas ao ar livre.

Todos esses museus, aos sábados têm entrada franca.

E já que estará próximo do Bom Retiro, as ruas lá são muito legais de se visitar, especialmente quando as inúmeras lojas de roupas estão abertas. É um bairro histórico e importante para a memória da imigração do Brasil. Tem lá também muitos restaurantes, cafeterias e sorveterias coreanas e judaicas que valem a visita.

Quando voltar a comer, vá ao Komah, restaurante coreano sofisticado, mas não muito caro, na Barra Funda. É fora de série.

Caminhe até o Largo do Arouche e Praça da República. Neste último, há anos, aos domingos 11h, tem uma roda de capoeira bonita e muito impressionante. Na Praça Dom José Gaspar tem uma galeria que às vezes abriga, em todos os seus andares, feira de artesãos de jóias, marchetaria, moda, velas etc. Informe-se sobre datas.

Essa região toda da República foi urbanizada de forma maravilhosa e você deve contemplar ali os prédios e como eles devolvem vitalidade à cidade. É uma pena que a região passa agora por um período de decadência (que já vai terminar).

Ainda na Praça da República, o Ester Rooftop é restaurante que você deve visitar. Contemple seu edifício Deco. Contemple a vista alta. Tem dias da semana que tem trio de jazz tocando lá dentro. De 3ª a sábado tem música ao vivo e cobrem vários estilos.

Ainda na República, no trajeto até o Theatro Municipal (que você também deve visitar e ir a espetáculos), mas antes de chegar lá, tem o SESC 24 de Maio, lindo, maravilhoso, adoro. Se você for sócio, tem uma piscina incrível na cobertura para usufruir. Fora a abundante programação cultural com teatro, exposições e atividades interativas.

Outro SESC é o Consolação, próximo ao Mackenzie. Ali toda 3ª 19h, há muitas décadas, tem shows importantíssimos de música instrumental brasileira, palco que dá espaço para artistas de projeção internacional mas que são menos conhecidos que as Anitas e Pablos do jabá. Esse projeto, Instrumental SESC, é gratuito e os shows são transmitidos ao vivo também em seu canal do YouTube, abarrotado de registros históricos.

Chegue até os calçadões do Centro e visite as inúmeras exposições do Farol Santander (Edifício Altino Arantes, edifício do Banespa), inclusive o Bar do Cofre no subsolo. Nessa Praça Antônio Prado há mais o que se ver, como o monumento a Zumbi dos Palmares. Neste mesmo passeio contemple a arquitetura Deco e Nouveau desses prédios históricos. Dê também um pulo ao Centro Cultural Banco do Brasil que vale pelo edifício e também pelas itinerantes exposições. Tem também a Caixa Cultural ali perto com exposições.

A Praça Ramos de Azevedo tem em seu entorno o Theatro Municipal, que tem visitas guiadas muito interessantes de dia, fora a programação cultural. Tem também o belíssimo edifício Matarazzo que hoje abriga a prefeitura da cidade, cuja cobertura creio que é aberta para visitação. E também o Shopping Light, com tours guiados e com um bar charmoso na cobertura.

O roteiro religioso inclui corais e atrações no Mosteiro de São Bento e na Catedral da Sé. Geralmente aos domingos, horário da missa. Informe-se antes.

A todos esses lugares você pode e deve ir a pé ou aproveitar ônibus gratuito aos domingos.

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Profissionais high-tech preferem MacBook

Há mais de 10 anos, por todas as últimas empresas que passei — umas 3 ou 4 — MacBook é o laptop padrão que profissionais high-tech usam.

E hoje em dia estranham quando só lhes deixam usar Windows. Mas não falam abertamente sobre isso por incorretamente acharem que é um assunto banal. Só que não é. Da perspectiva de RH e de ambiente de trabalho, no mínimo para o setor high-tech, equipamento de alta qualidade, moderno e adequado é ponto positivo de atração e retenção de talentos.

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“Político é tudo igual”

“Político é tudo igual, só estão lá prá roubar”

Ah claro, não vamos esquecer também que:

  • “toda loira é burra”
  • “todo preto é ladrão”
  • “todo judeu é avarento”
  • “todo muçulmano é terrorista”
  • “todo vendedor é malandro”
  • “todo evangélico é fanático”
  • “todo empresário é explorador”
  • “todo pobre é pobre porque não se esforçou o suficiente”

Essas generalizações, simplistas e superficiais, são porta de entrada para discurso de ódio, para narrativas fabricadas por grupos de interesses, e que fica a poucos centímetros de descambar para fascismo.

A evolução do mundo se dá somente através de debate, que é política. E só se faz política com políticos.

Escadaria em Pinheiros, São Paulo, com foto de Marielle Franco

Caso Marielle

Passei os últimos dias mergulhado em reportagens e artigos de jornal que respectivamente cobrem e opinam sobre a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco em 2018-03. Creio que, para esta encarnação, já tive dose suficiente de “romances” polícias.

Que história intrincada e infeliz. O que todos os brasileiros precisam temer do bolsonarismo é que esse suco de Rio de Janeiro, onde governo, polícia e crime trabalham juntos, não escale para níveis federais. Mesmo que a família Bolsonaro nenhuma relação tem com o assassinato de Marielle (por enquanto), o bolsonarismo, no fim, é isso. Governar em causa própria, uso privado do poder público, sumariamente matar quem for contra, populismo via polarização para capturar mentes raivosas e incautas.

Esse suco escalado a níveis federais seria muito pior, mais longevo, mais fatal que o descaso que matou 700 mil pessoas na pandemia.

Que a solução do caso Marielle seja um ponto de partida para uma limpeza mais profunda, não só o fim de um triste romance policial.

A foto é do Escadão Cristiano Viana, cruzamento da rua homônima com a rua Cardeal Arcoverde no bairro de Pinheiros em São Paulo.

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Livros de Chico Xavier

Eu gosto muito dos livros de Chico Xavier.

Mesmo para quem não acredita em reencarnação, mediunidade, vida após a morte e espiritismo, são histórias maravilhosas, cheias de lições de amor fraternal, perdão, desafios e superações.

O último que me emocionou foi “E a Vida Continua…” (em forma de filme), onde a existência dos personagens atravessa encarnações em que suas relações se entrelaçam, em que se machucam uns aos outros e se perdoam uns aos outros de formas surpreendentes e desesperadamente necessárias.

Para os céticos, o universo desses livros psicografados pode ser encarado do mesmo jeito que assistem filmes de ficção, histórias de fantasia, fábulas, em que há uma certa vida após a morte onde, com uma consciência superior, se compreende as mazelas da vida. Muitos filmes de ficção científica funcionam perfeitamente como metáforas à arquitetura de carma e reencarnação dos livros espíritas. Para céticos, histórias ditas psicografadas podem funcionar como entretenimento edificante e de alta qualidade filosófica. Até para céticos valem a pena.

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Ovos de Páscoa, de novo

Chegou aquela época do ano em que os supermercados se abarrotam de um velho produto cuja nova roupagem quadruplica seu preço.

Se realmente precisar mimar alguém com o celofane brilhante — que é lindo, mas que poluirá nosso planeta até depois de seus tataranetos morrerem — prefira os ovos feitos pela galera do bairro que tá no corre prá fazer alguma renda. Prefira os artesanais com cacau de qualidade e não os industrializados, que são tipo 0,003% cacau.

E lembre-se: o robalo que depois você vai comer, tartaruga, baleia, golfinho, engolem mas não digerem celofane. Cansei de ver esse lixo poluindo o mar.

Fica a dica.

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Israel-Palestina, o conflito em 6 pontos

Israel-Palestina, o conflito em 6 pontos de Thomas Friedman

Israel-Palestina, o conflito em 6 pontos

Numa longa e edificante entrevista no Ezra Klein Show, Thomas Friedman fecha com seis pontos muito interessantes sobre o eterno conflito Israel-Palestina, que reproduzo livremente aqui:

  1. Israel é um lugar incrível. O que foi construído em 75 anos em termos de cultura, agricultura, tecnologia e ciência é milagroso.
  2. Israel faz coisas terríveis às vezes, especialmente na Cisjordânia. Rouba terra dos palestinos, deixa colonos matarem palestinos com impunidade, permite árabes palestinos serem tratados como cidadãos de segunda classe.
  3. Israel está no meio de uma vizinhança incrivelmente perigosa e os fracos não sobrevivem.
  4. Os palestinos passaram por uma tragédia onde um outro povo (judeus) vieram em grande número para reivindicar seu direito histórico à terra. E mesmo que estivessem dispostos a compartilhar a terra, para os palestinos isso causou um enorme problema de refugiados. Chamam de Nakba ou “grande tragédia”, nome que não é um exagero.
  5. Palestinos fazem burrices e coisas ruins. Perderam grandes oportunidades, brigam entre si, são vis com judeus, têm um governo que tolera muita corrupção.
  6. Palestinos vivem numa vizinhança hostil, perigosa e que frequentemente os explora. Ditadores árabes da região, desde a década de 1940, usam uma frase que diz “nenhuma voz deve falar mais alto que a batalha”, onde, em outras palavras, chamam para falar sobre a questão palestina e não prestarem atenção em sua própria autocracia e corrupção. Assim, palestinos foram e são usados pelos seus vizinhos de forma injusta e pejorativa para a sua causa.

Thomas Friedman é o principal colunista sobre Israel-Palestina do New York Times, e autor de artigos que achei importantíssimos para entender toda essa questão. Ele adiciona um 7º ponto:

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Petição da África do Sul contra Israel

Se os palestinos precisam desassociar sua imagem do Hamas, os israelenses e até os judeus do mundo também precisam se desassociar das atuais lideranças políticas de Israel, nos nomes desses dementes Ben Gvir, Bezalel Smotrich, Giora Eiland, Nataniahu, Nissim Vaturi e outros.

Reinaldo Azevedo fez uma apuração e análise aprofundada sobre a petição da África do Sul contra Israel partindo de 3 perguntas:

  1. A petição ignorou o Hamas?
  2. Israel comete genocidio?
  3. O Brasil acertou em apoiar?
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100 dias de 7 de Outubro de 2023

Hoje completa 100 dias que o Hamas executou um massacre sem precedentes em Israel. Matou, sequestrou e estuprou crianças, mulheres, idosos e adultos.

Os sequestrados precisam ser devolvidos e isto é inegociável. Por mais óbvio que seja, precisa ser falado.

A resposta de Israel devolvendo uma invasão em Gaza é muito dolorosa. Em termos práticos, haveria outra saída? Alguma que fosse política ou diplomática? Eu não consigo enxergar contexto para isso, infelizmente.

Hamas, devolvam os sequestrados! Hamas, parem de se esconder atrás da população civil e dos sequestrados.

Israelenses e Palestinos, construam diplomacia para resolverem seus conflitos, pois guerra no longo prazo só fará a situação piorar.

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“Depende do Contexto”

No seu campus, pedir o genocídio de judeus representa violação de regras e código de conduta relacionadas a assédio e intimidação de sua universidade?

Três reitoras de três das mais renomadas universidades americanas responderam em coro, “depende do contexto”, a essa pergunta precisa numa audiência pública no congresso daquele país.

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Nefasta campanha de estatísticas de audição do Spotify

Sem chance de eu obter qualquer estatística sobre meus gostos musicais, artistas e músicas que mais ouço. Ora, porque não uso Spotify. Ouço música majoritariamente de meu acervo pessoal (via Jellyfin, Kodi e outros tocadores) ou no Tidal que ganhei do plano de telefonia. E também em rádios como Soma.FM, Mixcloud, Rádio USP FM e Cultura FM onde o repertório é feito diretamente por humanos.

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O pior dos dois mundos

Na década de 2010 o mundo corporativo começou a fazer um tradeoff.

Agora que todos os clientes e funcionários tinham um smartphone nas mãos, tornou-se imperativo uma transformação digital. A troca (tradeoff) foi abrir mão de infraestrutura muito controlada, mais barata e também burocrática do departamento de TI interno de suas empresas, numa corrida desenfreada para infra mais ágil, programável, self-service, elástica e também mais cara nas nuvens.

Barato, controlado e burocrático ➔ Ágil, self-service e caro. Este foi o tradeoff, onde cada lado tem suas vantagens e desvantagens.

Na nova década, com as nuvens se tornando o novo normal, chega o departamento de TI para “botar ordem nessa bagunça”.

Com os velhos argumentos de “segurança da informação”, “gerência de mudança”, “controle de custos” e outros, re-implantam suas montanhas de processos morosos numa infra jovem para assim chegarmos no pior dos dois mundos: burocrático, processos lentos, excessivamente controlado e bem caro, numa modalidade elástica.

A única coisa morosa eliminada foi o recorrente ciclo de negociações para comprar infra (equipamentos, energia, software). Antes se fazia meio que no atacado com muito desconto. Agora, na era das nuvens, é no varejo, a um clique de distância, com preço tabelado e praticamente inegociável.

Não era nada disso o que queríamos.

O investimento certo tem que ser feito em boa arquitetura de aplicações, e menos em controle de infraestrutura. Aplicações que nascem bem concebidas e bem desenvolvidas ganhariam o mérito de ir para a produção mais rapidamente, com mais frequência, com menos burocracia, menos controle.

Mas como as aplicações nascem com baixíssima qualidade, sem padrões nem boas práticas, sem arquitetura nenhuma, coladas com grampo e chiclete e na base da marretada, times de infraestrutura precisam aumentar o controle e burocracia lançando mão dos velhos chavões de “segurança da informação”, “gerência de mudança”, “controle de custos”. O resultado é que times de desenvolvimento de produtos e software ficam com acesso limitado a ferramentas novas ou simplesmente às certas, o que aumenta a necessidade de fazerem gambiarras. E a bola de neve vai aumentando.

Não era nada disso o que queríamos.

Reflexões sobre o Massacre de Simchat Torá — Israel, 2023-10-07

Reflexões sobre o Massacre de Simchat Torá — Israel, 2023-10-07

Em face dos atos terroristas de 7 de Outubro de 2023, eu já nem me arrisco a emitir opinião. Não quero entrar em discussões nem ser crucificado porque deixei de usar 1 vírgula em 1 frase qualquer. Tenho muitos parentes em Israel, país onde nasci, e também não posso ignorar minha veia humanista.

O que sentir e o que devo sentir numa hora dessas? O que vai acontecer com os inocentes sequestrados, com os palestinos oprimidos, com os israelenses, com a política da região, com as lideranças políticas, com a opinião global? Como espiritualista me pergunto também: o que vai acontecer com a alma dos inocentes assassinados a sangue frio e dos que puxaram o gatilho? Como o karma cósmico universal vai dissolver o desequilíbrio dessa equação?

Por hora fico preocupado com o ódio generalizado, revolta raivosa, e certo de que isso não vai levar a nada de bom.

Como não tem muito mais o que eu possa fazer, além de ler muito sobre a história da região, notícias do desenrolar, artigos de opiniões multilaterais, por hora quero organizar os pensamentos:

🌎 Povo palestino ≠ Hamas ≠ Árabes ≠ Islã

🌎 Povo israelense ≠ Governo do Estado de Israel ≠ Judeus de Israel ≠ Diáspora Judaica ≠ Judeus Laicos ≠ Judeus Ortodoxos ≠ Religião Judaica

Tenho pavor e asco ao ver ódio sendo fomentado quando astutamente misturam estes diferentes conceitos em narrativas que forçam criar causa e efeito onde não existe. Falo aqui de antissemitismo e islamofobia.

Dá desgosto também ver a exploração dessas múltiplas tragédias para se fazer política brasileira. Pior ainda quando se usa deliberadamente notícias falsas e/ou memes superficiais. É desumano para uma hora dessas, é fofoca imbecil e é injusto. As organizações acusadas tendem a ser melhores e mais complexas do que irresponsavelmente se pinta.

Que tenhamos misericórdia e compaixão uns dos outros.

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Semana de Trabalho de 4 Dias

Semana de Trabalho de 4 Dias

Semana de 4 dias é o primeríssimo item numa lista de benefícios que empresas prontas para isso lançam mão para atrair profissionais. E eu acho curioso e muito pertinente que no mercado de trabalho high tech, o segundo item que listam é “Equipamento Apple”.

Veja também este podcast da Folha que disseca mais o assunto num momento em que 400 empresas brasileiras se inscreveram para entrar num piloto da ONG Four Day Week:

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Os 10 trabalhos com maior potencial de crescimento

Os 10 trabalhos com maior potencial de crescimento

Os 10 trabalhos com maior potencial de crescimento, segundo o Fórum Econômico Mundial:

1️⃣ Especialista em inteligência artificial e em aprendizado de máquina
2️⃣ Especialista em sustentabilidade ambiental
3️⃣ Analista de «Business Intelligence»
4️⃣ Analista de segurança da informação
5️⃣ Engenheiro Fintech
6️⃣ Analista de dados e cientista de dados
7️⃣ Engenheiro de robótica
8️⃣ Especialista em Big Data
9️⃣ Operador de equipamento agrícola
🔟 Especialista em transformação digital

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A Maldição do Investidor

Newsletter da Nord (consultoria de investimentos) que analisa didaticamente as ações da NVIDIA, comparando com a Apple nas últimas décadas e Sun Microsystems. Spoiler: o analista não recomenda comprar porque o preço da ação da NVIDIA está sendo negociado a 40× as vendas da empresa.

Investidor é pessoa que vive infeliz. Lamenta não ter uma máquina do tempo para voltar e comprar Bitcoin, Apple, Nvidia, Yahoo. Ou, quando acerta quase que por sorte ter investido em algo que supervalorizou, lamenta ter comprado tão pouco quando o preço estava tão baixo.

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Anúncio do Drex

Anúncio do Drex

O Real digital vai se chamar Drex, conforme anunciou o BC, e ele pouca relação tem com criptomoedas, a não ser pela tecnologia sobre a qual ele roda: blockchain.

Para nós, compradores de bananada na hora do almoço, ele será pouco visível — não é algo que estará no dia a dia das pessoas tanto quanto o Pix. O Drex entra em ação em transações maiores, como a compra de um imóvel ou carro, lançando mão de minicontratos, simplificando, agilizando e barateando integração bancária e serviços como cheque caução, cheque administrativo, depósito em juízo etc.

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Investimento em marcados globais via Interactive Brokers

Investimento em marcados globais via Interactive Brokers

Nos últimos anos surgiram no Brasil meios mais fáceis de se investir em mercados globais, com a Nomad, Avenue, XP. Mas a melhor plataforma de investimentos que vi é a Interactive Brokers (ao abrir conta com este link você e eu ganhamos créditos e ações).

De todos que já usei, o aplicativo e site da Interactive Brokers é o que dá maior clareza de visão, facilidade de uso, opções de relatórios e acesso a informações de mercado. Inclusive quando comparado com os grandes bancos brasileiros de investimentos como XP e BTG.

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O dilema do mercado de imóveis

Eu como proprietário vendedor de um imóvel, gostaria que meu produto tivesse a maior exposição possível e o maior número de ofertas possível, por semana, por mês. Assim eu poderia escolher para quem vender e até negociar diretamente as melhores condições, ter opções B e C de compradores caso a oferta A falhe. E também venderia mais rapidamente pois teria uma noção mais real e pé no chão do preço de liquidação.

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Barbie Girl

Andei muito pela Av. Paulista e diversos xópens nos últimos dias e vi uma enormidade de gente vestindo cor-de-rosa para celebrar o filme da Barbie.

Para mim isso é um grande e bem-vindo déjà vu à belíssima canção Barbie Girl de 1997 do Aqua, que deixo aqui em inúmeras versões deliciosas.

Somos todos pela cultura pop!

A canção original de 1997, do Aqua
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