Tive a honra de ser convidado a palestrar sobre ODF no SECCOMP — evento de TI da UNESP Rio Claro. A coincidência é que eu mesmo me formei naquele curso, naquele campus, 12 anos atrás.
Já rodei o Brasil visitando diversas universidades de tecnologia e é bom ver como o nível do curso de Ciências da Computação da UNESP Rio Claro ainda está entre os mais a altos do país, ainda mais nesses tempos em que universidades (particulares) aceitam alunos sem nem sequer prestaram vestibular.
No meu tempo, o campus era conhecido por seu enfoque em hardware e robótica. Hoje os alunos mostravam cartazes sobre diversos trabalhos orientados a Web Services, posicionamento geográfico, aplicações distribuidas, mídia, etc.
Os alunos nem sabiam do antigo e esquecido foco em robótica. Tudo mudou porque entre o meu tempo e os dias de hoje, houve um divisor de águas gigantesco: surgiu a Internet, que aumentou o interesse em padrões, interoperabilidade etc.
A palestra foi sobre o Formato OpenDocumet e muitos alunos já conheciam e estavam engajados nesse assunto. Foi legal conectar idéias de ODF com a Web 2.0, evolução das comunidades e Open Source.
A certa altura, perguntei no auditório quais linguagens os alunos conheciam. Fiquei pasmo em observar que a linguagem oficial ainda é Pascal estruturado. É claro que os autodidatas depois (ou antes) se aventuram por C++, Java e outras.
Mas em pleno 2007, época em que Programação Orientada a Objetos reina absoluta em qualquer ambiente de desenvolvimento profissional, o primeiro contato dos universitários não pode mais ser só com Programação Estruturada. Hoje, POO já tem novos aliados como Programação Orientada a Aspectos e outras.
Isso é na verdade culpa da grade aprovada no MEC ou outras burocracias deste tipo. Para mudá-la, os estudantes devem se unir, tomar a mão dos professores e pedir a mudança dessa grade.
Vamos fundar o movimento Crie Objetos Já !
Olá Avi!
Então, a palestra deu tanto medo quanto trouxe facínio depois. É muito prazeroso poder passar conhecimento adiante – deve ser por isso que gosto de software livre 🙂 Eu fiquei bastante surpreso, pensei que nunca mais quisesse pisar em um palco novamente, mas pelo contrário: Se me convidarem denovo vou sim! Com muita honra!
(mas por que estou te respondendo aqui neste post?)
O fato é que teve um slide na minha apresentação que falava do OHA e do Android! Putz, quando vocês comentaram do Google Phone na palestra do Rafael eu logo pensei: “Ah! Pronto, não vai ser mais novidade :-\” Hehehehe…
E em breve vou escrever algo sobre a seccomp, incluindo um review da sua palestra e a do Rafael. 🙂
Abraço Avi, prazer imenso conhecê-lo pessoalmente.
Olha
Não sei se o fato de só estudarem Pascal estruturado tem a ver com o MEC. Com certeza o MEC determina as matérias, mas não o conteúdo em tal grau de “precisão”.
Isso não impede muitas universidades/faculdades (tanto públicas como privadas que eu conheço) de fornecer matérias de OO.
E mesmo que tivesse, não seria impedimento nenhum a universidade colocar matérias (extras) de OO/Java/C++ etc
Considero esse fato uma irresponsabilidade por parte da faculdade.
Só pra constar: http://z3r00.blogspot.com/2007/11/dia-do-software-livre-na-seccomp-2007.html
🙂
Bom, não sou da Unesp. Mas participei (estou participando) da Seccomp e já acompanhava o seu blog 🙂
Um dos pontos mais importantes da palestra para mim foi o fato de dar mais importância ao formato (odf) em si do que os ótimos programas livres que existem.
A partir de hoje pretendo fazer mais “propaganda” sobre o formato do que dos programas utilizados, tendo em base sua importância.
Abraços
Fernando
O interessante é que diversas faculdades dessas sem vestibular já não ensinam mais Pascal a anos. A UNESP precisa se atualizar para continuar sendo referência na área, senão essas particulares vão acabar formando alunos muito mais preparados que os das públicas. Mas assim como no software, as melhores continuam sendo as comunitárias.