O momento mais mind-blowing desta expedição à Amazônia nos foi promovido por um guia-biólogo do MusA.
É senso comum que a floresta se formou há milhões de anos e aí chegou o Homem para usufruir de suas riquezas.
O senso comum está errado.
A América do Sul tinha alguns focos florestais e muitas savanas de vegetação baixa e rasteira porque boa parte da região amazônica tem terra pobre e arenosa.
Foi a ação do bicho Homem, desde quando chegou na região, há uns 30 mil anos atrás, que muito lentamente e intuitivamente espalhou sementes e aumentou o alcance da floresta e dos animais que a habitam.
Em outras palavras, a floresta não foi criada pelo Homem, mas ela não teria atingido tamanha extensão, magnitude e exuberância sem a relação simbiótica e de longuíssimo prazo com o bicho Homem. A floresta é o que é por ação e por causa do bicho Homem.
Se insetos e animais promovem disseminação de pólen e sementes, por que o bicho Homem não atuaria da mesma forma, a sua maneira, com agricultura de pequenas tribos e estratégia sedentária/anti-nômade? Pois atuou sim!
Se o legado monumental dos egípcios são as Pirâmides, se os celtas deixaram Stonehenge como marca de sua presença, se os incas têm Pachu Picchu para contar sua história, o monumento grandioso dos nativos de Pindorama é a Floresta Amazônica. Simples assim.
A foto tem o fruto da castanheira do Brasil (castanha do Pará) na minha mão. E eu a escolhi de propósito para decorar este artigo, pois representa a importância da castanheira para todo o seu entorno, e o manejo que o Homem lhe proporcionou em todos esses milênios.
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