“Qual é a sua pretensão salarial?”

Esta pergunta, emitida pelos Recursos Humanos da empresa nos primeiros minutos de um processo seletivo, é um tanto desumana. Por favor parem.

Se o candidato dá um valor baixo, para facilitar sua aceitação, sai perdendo. Se ele dá um valor alto, como é alta a remuneração que qualquer pessoa adoraria ganhar, ele é eliminado de cara, e sai perdendo.

Por trás desta pergunta reside muito sutilmente a crença de que o empregador sempre deve sair ganhando e o candidato sempre perdendo.

Da perspectiva dos recrutadores, fazem isso para não perderem tempo com candidatos fora dos parâmetros. Estamos falando de pessoas empregadas e num contexto de crescimento (pois afinal estão empregando) que não querem perder tempo com potenciais desempregados. Tudo em nome da eficiência operacional. Não sei o que você acha disso, mas para mim soa como atitude leonina dos recrutadores frente a um contexto de alto desemprego como passa o Brasil.

A empresa deve fazer a proposta segundo seu orçamento e segundo o que avaliou sobre a senioridade do candidato ao longo do processo. E ai o candidato decide se aceita ou não. Somente o candidato é capaz de avaliar, no silêncio de sua própria meditação, se uma proposta completamente fora de suas expectativas vai lhe servir por motivos que vão muito além do mero valor do salário.

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