Seu próximo laptop não será um “Intel Inside”. Finalmente.
Laptops baseados em Intel têm performance energética incrivelmente ruim. Isso se percebe quando a bateria dura menos de 2 horas e esquentam demais. Além disso essas CPUs acumularam uma quantidade razoável de bugs ao longo dos anos, exigindo contornos ineficientes por parte de fabricantes de compiladores e sistemas operacionais.
Tudo isso ficou evidente quando an Apple trocou a CPU de seus laptops para M1, a partir de 2020, e nunca mais olhou para trás. Seus laptops esquentam pouco e a bateria parece ser infinita, durando praticamente o dia inteiro de trabalho. O lançamento do MacBook Air M1 em 2020 chacoalhou o mercado global de laptops estabelecendo um novo padrão mínimo de laptop que era ao mesmo tempo excelente, melhor que a média, e muito barato: em torno de $1000 para algo que atende 99% dos usuários.
Outros fabricantes se contorceram para concorrer. Só suas linhas premium conseguiam alcançar características de tela e leveza do modelo entry da Apple, mas jamais a duração da bateria e eficiência energética. E para justificar o preço também premium, só fornecem configurações exageradas para a maioria das pessoas, com quantidades desnecessariamente grandes de RAM e storage. Viraram a indústria do desperdício de energia e silício.
Uma advogada que quer um laptop Windows com Intel tão leve e com tela tão boa quanto o Retina do Air M1, só vai encontrar em algo como um Dell XPS (linha premium) por $1700 porque não fabricam com menos de 500GB SSD, 16GB RAM e i7, mesmo quando 128GB, 8GB e i3 é totalmente suficiente para ela e para 99% das pessoas e todas as suas tarefas. Não fabricam ou não tem pronta entrega. Pois se fabricarem ou customizarem, o preço não vai compensar.
O outro lado desta moeda, os laptops de custo acessível desses fabricantes, eram péssimos: display ruim (“Full HD” é considerado baixa resolução e obsoleto hoje em dia), enormes, pesados e deselegantes. Isso é pouco falado, mas uma tela de alta densidade de um laptop é o item mais valioso e importante para o usuário, trazendo conforto visual e ergonomia. A leveza vem em seguida, porque afinal estamos falando de um equipamento portátil. Armazenamento em estado sólido é o 3º item que garante performance notável. E só depois vem RAM e CPU em escala de importância para o usuário. Mas era sempre a CPU que ficava sob os holofotes, por uma questão de branding.
4 anos depois do M1 e a indústria finalmente se mexeu. A nova geração vem com CPUs ARM da Qualcomm, bem mais eficientes, que permitem a bateria durar quase 24h. Os fabricantes agora terão produtos semelhantes ao benchmark (Apple MacBook Air), inclusive no quesito de preço, pois não mais precisarão compensar com mais RAM e storage as ineficiências do produto final, poderão redirecionar valor para o que interessa: tela de maior resolução e tamanho fisicamente menor.
Em 2024, se te oferecerem um laptop “Intel Inside”, saiba que é obsoleto. Já era obsoleto desde 2020.
Seu próximo laptop Windows será um “ARM Inside”, mas não terá uma etiqueta para se gabar disso, porque não é isso o que importa.
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