Como promover a Netiqueta ?

Nós que já somos cidadão idosos da Internet conheçemos bem a Netiqueta. Mas sempre vão surgindo a mãe de um amigo, a sobrinha que cresceu ou o humanista que achava que a Internet era só para geeks etc que entram na rede e ficam somente a repassar piadinhas ou tralhas que recebem de sei-lá-quem.

Sobre o problema de todos os endereços, inclusive o meu, ficarem expostos na repassagem eu já nem esquento. O que mais me preocupa é que passo a desconsiderar e-mails dessas pessoas, e acabo perdendo contato digital com elas. Ai quando me convidam por e-mail para alguma festa, ou mandam uma mensagem realmente para mim, passa despercebido.

Eu sou meio cascagrossa e nas vezes que dava esse toque à pessoa, ela geralmente se ofendia e me mandava para aquele lugar. Então parei de dar o toque e tento conviver com isso.

Mas resolvi dar o toque novamente para uma amiga querida. Respondi isso:

Para: Selma
Assunto: Re: Fw: Re: Re: Re: “O AFOGAMENTO DE LULA…”{ABRA É ÓTIMA E NOVA}

Selma, eu reluto muito antes de dar essa dica para as pessoas, mas chegou a hora.

Como você espera que eu leia algum dia uma mensagem que você realmente precisa que eu leia, que a “Selma escreveu para o Avi” ?

Só recebo e-mails genéricos de você, que geralmente não tenho tempo de ler porque sei que são impessoais.

Não quero perder contato digital com você, mas por enquanto seus e-mails estão sendo tratados pelo meu sistema como “repassador generico, arquivar sem ler”.

Então a dica é: valorize suas mensagens, enviando para as pessoas somente o que for realmente pessoal entre você e elas.

Obrigado,
Avi

Lanço uma pergunta no ar: qual é a melhor forma de dar esse toque, sendo delicado e efetivo ?

Outra pergunta: como os sábios e idosos cidadãos da Internet lidam tecnicamente com isso? Regras de arquivamento automático no GMail? Filtros REGEX para /Re: Fw: Re:/ ?

8 thoughts on “Como promover a Netiqueta ?”

  1. Vou dividir meu comentário em duas partes.

    “ENC: RES: Lula tem conta na suissa !!!!!!”

    Confesso que não tenho grandes problemas com forwards mais. Resolvi isso lá pelo ano 2000 para ser sincero. Como? Pedindo para não ser incluído em mensagens do tipo sempre que recebia alguma.

    Obviamente muita gente acabou sentindo-se ofendida, mas passa. O ponto é que a pessoa está sendo inconveniente em primeiro lugar, de forma que não me sinto tão mal de reclamar.

    O e-mail que você mandou para a Selma foi um passo na direção certa (embora eu ache que o segundo e o terceiro parágrafos poderiam ter sido escritos de maneira mais, digamos, suave). A Selma vai responder de uma de duas formas: (a) ofendendo-se imensamente e pedindo desculpas ou (b) ofendendo-se imensamente e retrucando. Se não fizer de nenhum dos modos, parabéns, você se deu bem.

    Por outro lado, não tenho certeza se este tipo de coisa realmente é um caso de “netiqueta” (como entendido pela RFC – mais sobre isso abaixo). Muita gente gosta de receber este lixo. Aqui no trabalho o pessoal A-DO-RA ficar lendo e repassando PowerPoints com a última do Veríssimo ou do Jabor (normalmente falsos). Se eles gostam, quem somos nós para dizer que é errado?

    O que nos leva a…

    Netiqueta

    Acho que o termo “netiqueta” acaba referindo-se à RFC1855. Pelo menos no mundo nerd. Pessoalmente acho que a RFC1855 é interessante como guia, não como regra. Estamos em 2007, limitar anexos a 50kb é patético. Assim como é reclamar de e-mail HTML (não parte da RFC, por sinal).

    Se pensarmos em “netiqueta” simplesmente como um termo genérico para o bom comportamento (como, aliás, acho que deveria ser), então devemos tentar, quando possível, aplicar as regras de etiqueta da “vida real”. O que fazer com alguém que é inconveniente? Ou você passa a ignorar, efetivamente cortando o contato social (leia-se, “filtro de e-mail”) ou você conversa com a pessoa para resolver o problema (leia-se, sua resposta ao e-mail da Selma).

    No biggie.

  2. Eu acho que fiz isso umas duas vezes nos últimos dois anos. Eu normalmente mando um e-mail o mais educado possível, deixando claro que não acho que seja uma culpa da pessoa que ela esteja mandando, mas falando que acho que isso devia parar. Eu levo um bom tempo para escrever esses e-mails, tento dar um contexto, mas claro que nem sempre funciona.

    A Netiqueta não é mais tão comum, não faz parte da preocupação das pessoas como quando você ou eu começamos na Internet, e a maior parte das pessoas começa a usar a Internet sem ter contato com uma pessoa que seja que se preocupe com isso. É uma cultura que é minoritária, e é preciso levar em conta que a pessoa não tem culpa por não ter pensado nisso. Para nós foi fácil, já que na nossa época a maior parte das pessoas era preocupada com a Netiqueta.

    Hoje, como lembra o Bernardo, é 1593 de setembro de 1993.

  3. No início eu respondia as pessoas e solicitava que parassem de me enviar esse tipo de e-mail, mas como bem disse o Roberto, as pessoas sempre ficam chateadas (ou envergonhadas ou com raiva de você), então nunca mais fiz isso.

    Hoje eu apago todos os e-mails desse tipo que recebo e se a pessoa começa a abusar, eu marco os e-mails como SPAM. Mas a verdade é que isso tem me incomodado pouco… hmmm, acho que preciso arranjar mais amigos fora do círculo nerd. 🙂

  4. Além de simplesmente apagar e-mails assim eu costumo também esperar pacientemente a pessoa que o mandou entrar em contato. Sim, porque pessoas que mandam esse tipo de mensagem ESPERA que você fale, faça, comente algo com ela.

    Quando me perguntam “e aí, o que achou do e-mail com XYZ?” eu respondo “eu não costumo ler e-mails assim, acho que apaguei” e faço uma cara simpática de “sinto muito, você me forçou a isso”. Até hoje ninguém se ofendeu, menos a minha mãe… que manda essas mensagens mesmo assim.

  5. Já fui muito paciente com esse tipo de e-mail, mas hoje em dia estou ficando um pouco grosso, no 1 aviso a pessoa que esse tipo de e-mail é inconveniente e se mandar outro do mesmo tipo em menos de um mes eu irei colocar um filtro.
    No segundo eu mando uma mensagem que o e-mail estára bloqueado e para desbloquear apenas se for conversar comigo por msn ou gtalk, como estou ficando pouco tempo nesses serviços, algumas pessoas estão tendo o e-mail direcionado para o /dev/null.
    Claro que eu levo muito em consideração o tipo de pessoa que vou bloquear, mas no geral, apenas pessoas que não são afoitas com a informática ou aborrecentes(ou os eternos aborrecentes) mandam essas tralhas, ou seja, bloquear esses e-mails acaba ajudando a manter a minha sanidade mental 😀

  6. Oi Avi…

    Quando eu recebo algum e-mail com “piada”, “PPS”, “Mensagem de Reflexão”, “Frase do dia”, “Ajudem por favor”, “Funcionou comigo” ou “Leia até o fim, vale a pena” eu respondo o e-mail dizendo que eu não gosto de e-mails deste tipo, se houver reincidência aí eu uso o melhor Anti-Spam que eu já tive, “Rispidez”.

    Comigo funciona muito bem, ninguém que me conhece não envia e-mails inúteis, e sempre deixo bem claro que o problema não é pessoal, eu simplesmente não gosto.

    Kabloc Vacavoa.

  7. Particularmente, gostei da sua resposta. Acho até que vou passar a usá-la. Sou uma dinossaura que cansou até de reclamar de e-mail em HTML (esses eu desisti mesmo, mas me esforço para enviar em texto-puro) mas tem gente que me envia cada gracinha, cada PowerPoint (ODEIO!) e os incríveis textos atribuídos ao Jabor/Veríssimo/Millôr que todo mundo com um pouco de experiência sabe que não são deles (tem um até que é de um amigo meu, coitado), e todo dia a história do trema que vai ser banido! ARGH! Eu já andava estressada, já levei cada bronca por dizer “Isso é mentira” ou “Não me repasse essas coisas, tchau” assim, curta e grossa, que precisava de uma dica com mais tato. Obrigada!

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