Dediquei-me nos últimos meses a estudar o Drupal. Fiz isso nas horas vagas (tipo da meia noite às 6 da manhã) e foi uma longa curva de aprendizado.
Para quem não sabe, Drupal é um Sistema de Gerenciamento de Conteúdo (CMS) para a Web. Um fazedor de sites, em outras palavras. Quaisquer sites.
Umas semanas atrás ultrapassei o ponto da arrebentação. Agora é só um mar de calmaria, ou seja, a luta contra o maremoto da falta de conhecimento foi ultrapassado. Minha saga com CMSs começou com o WordPress, quando montei este blog que vos fala. A partir daí aprendi o que é um conteúdo atômico, como gerenciá-lo corretamente, taxonomias, tags, feeds, mashups, blogosfera, e as maravilhas da web semântica.
O WordPress é um CMS otimizado para blogs e por isso ele se dá ao luxo de ser fácil de usar. OK, você pode fazer outros tipos de sites com ele, mas isso exige uma violenta intervenção em seu mecanismo de temas, e ao longo do tempo esse site não-blog se tornará ingerenciável — uma aberração.
Se o WordPress foi feito para fazer blogs, Drupal foi feito para fazer qualquer tipo de site. O custo disso é que os elementos que o constituem são mais abstratos e por consequência mais difíceis de se entender. Além do mais, o Drupal Core por sí só é meio feio, pouco prático e não faz muita coisa.
No processo de aprendizado, é necessário dedicar uma boa lapa de tempo para conhecer seu ecossistema de plugin e extensões. Ultrapassar a arrebentação então constitui em vencer os seguintes passos:
- Entender os elementos básicos do Drupal e suas correlações: nó, taxonomia, URLs limpas, módulos, papéis (roles) e permissões, temas, etc
- Conhecer um conjunto razoável de módulos que se integram bem e que extendam enormemente a funcionalidade do Core. Alguns exemplos de extensões/módulos poderosíssimos: Views, Content Construction Kit, Busca Facetada, Painéis, CSS Injector
Construi dois sites relativamente complexos, semânticos, com múltiplos tipos de categorias, buscas facetadas, layouts diferenciados, look profissional etc, sem escrever sequer uma linha de código. OK, para não enganar vocês escrevi umas 30 linhas de CSS para embelezar alguns elementos da página. Só. Posso dizer que há algumas dezenas de pessoas encantadas com um deles, rodando na Intranet da minha empresa — IBM— e que ele é tão funcional, simples e interessante que até meu chefe comprou a idéia e está vendendo-o empresa a dentro.
Drupal tem o mérito de juntar duas características importantíssimas que cada uma por sí só já é ultravaliosa:
- Seu Core é extremamente bem arquitetado visando economia e extensibilidade total.
- Conseguiu montar um ecossistema de extensões que tornam o trabalho (depois da arrebentação) um prazer altamente produtivo.
Há outros CMSs por aí — Plone, Joomla etc —, não os conheço na prática. Mas acho que dificilmente alcançaram a maturidade e a solidez do Drupal. O retorno disso é que Drupal está conquistando algumas referências incríveis como o site da Casa Branca, Sony, MTV, etc.
Anotem esta previsão: Dentro de 2 ou 3 anos, Drupal estará para o mundo dos sites assim como Linux está hoje para o mundo do Sistemas Operacionais — não fará nenhum sentido criar um site sem ele.
Pois eh!
Arrebentacao, eh o que todo mundo passa e frustracao eh o que qualquer programador sente ao nao entender os Hooks tambem!
Drupal 5.x era horrivel, drupal 6.x melhorou e drupal 7.x eh o comeco dessa nova etapa, a que voce mencionou no final.
Oi, primo! 🙂 Pois é, Drupal é incrível. 😀 Conheci em 2005 e o começo foi difícil também, porque a curva inicial é puxada. Mas depois que aprendi… lembro que minha relação com Drupal teve alguns momentos marcantes: a primeira vez que usei Views. A primeira vez que fiz uma página usando Cpanels. Subscriptions. A mudança pro Drupal 6 (que fez com que fosse possível alguém além de nerds mexerem, porque o 5 era realmente casca dura). Recentemente, Rules e Flags, pra um projeto da Fundação UWC. Qdo chegar aí, quem sabe a gente não troca umas figurinhas? 😉 Bjs!