Numa longa e edificante entrevista no Ezra Klein Show, Thomas Friedman fecha com seis pontos muito interessantes sobre o eterno conflito Israel-Palestina, que reproduzo livremente aqui:
- Israel é um lugar incrível. O que foi construído em 75 anos em termos de cultura, agricultura, tecnologia e ciência é milagroso.
- Israel faz coisas terríveis às vezes, especialmente na Cisjordânia. Rouba terra dos palestinos, deixa colonos matarem palestinos com impunidade, permite árabes palestinos serem tratados como cidadãos de segunda classe.
- Israel está no meio de uma vizinhança incrivelmente perigosa e os fracos não sobrevivem.
- Os palestinos passaram por uma tragédia onde um outro povo (judeus) vieram em grande número para reivindicar seu direito histórico à terra. E mesmo que estivessem dispostos a compartilhar a terra, para os palestinos isso causou um enorme problema de refugiados. Chamam de Nakba ou “grande tragédia”, nome que não é um exagero.
- Palestinos fazem burrices e coisas ruins. Perderam grandes oportunidades, brigam entre si, são vis com judeus, têm um governo que tolera muita corrupção.
- Palestinos vivem numa vizinhança hostil, perigosa e que frequentemente os explora. Ditadores árabes da região, desde a década de 1940, usam uma frase que diz “nenhuma voz deve falar mais alto que a batalha”, onde, em outras palavras, chamam para falar sobre a questão palestina e não prestarem atenção em sua própria autocracia e corrupção. Assim, palestinos foram e são usados pelos seus vizinhos de forma injusta e pejorativa para a sua causa.
Thomas Friedman é o principal colunista sobre Israel-Palestina do New York Times, e autor de artigos que achei importantíssimos para entender toda essa questão. Ele adiciona um 7º ponto:
- Palestinos não estão prontos para um tratado de paz quando Israel está, e vice-versa.
“Se você não é capaz de manter esses 7 pontos na sua cabeça ao mesmo tempo, não venha para esse debate” — finaliza Thomas Friedman.