Moscow Circense

Este relato é parte de uma viagem à Ásia Central que começa aqui.

Metrô de Moscow

  • Acordamos antes do despertador, umas 7h, comemos frutas e milho em lata no quarto e preparamos uma mochila com tralhas para passar o dia caminhando em Moscow.
  • Descemos umas 10h e trocamos só uns $20 rublos porque o cambio do hotel não parecia ser dos melhores.
  • Caminhamos até o metro praticamente seguindo o fluxo das pessoas. A estação Partizanskaya tem estátuas bem soviéticas de partidários, homens e mulheres armados.
  • Tudo no metro é pesadão e feito para durar para sempre. Não necessariamente bonito. Todas as paredes são de mármore branco, cinza ou cor de carne, os trens são muito compridos, de metal grosso, robustos, rápidos e barulhentos. Tanto que não dá para conversar sem gritar durante a viagem e é comum ver pessoas com fones de ouvido engraçados e enormes que anulam ruídos externos. A viagem é longa e veloz de uma estação a outra, o que mostra que a cidade é grande, mas vê-se estações em toda parte, o que prova que a malha do metro é densa e eficiente.
  • Uma coisa que chama muito a atenção são as escadas rolantes. Tinham aparência industrial pesadona, bem soviética, antigas mas que transmitiam confiabilidade eterna. Feitas para durar para sempre. Nunca vimos uma quebrada e nem havia opção de escada tradicional ao lado. Nem pudera, pois transportavam pessoas por uns impressionantes 70m diagonais. Nunca vi escada tão comprida.
  • Elas não eram uma conveniência. Se quebrassem as pessoas provavelmente não teriam forças para subir a pé e esperariam serem consertadas. A viagem até em cima era veloz, íngreme e longa o suficiente. A Tati teve uma leve tontura pela mudança de referência de equilíbrio.
  • Eu bati uma foto lá de cima e saímos na rua. Uma mulher decidida me puxou pela mochila e reclamou algo em russo sem parar de andar. Fiz cara de “não entendi nada” com um sonoro “what ?” e ela fez sinal de fotografia com gesto negativo. Ou estava comunicando que era proibido tirar foto na estação — o que achamos improvável — ou avisava que não permitia tirarmos foto dela, usar sua imagem, etc. Ah, faça-me o favor. Coisa de ocidental ultracivilizado. Sem parar de andar, desistiu de reclamar pela ausência de meio de entendimento.

Spa, Consulados e Catedrais

  • Descemos na estação Arbatskaya e caminhamos pelas ruas de Arbat e Kropotkinskaya. Conseguimos trocar dólares num banco a 24.7 rublos por dólar. Uma boa taxa.
  • Para um brasileiro médio, Moscow é uma cidade cara. Em media, as coisas têm valores um pouco mais elevados que a parte cara de São Paulo. Apesar disso, pode-se encontrar coisas baratas também.
  • Bateu uma fominha e numa barraca no calçadão de Arbat e comemos umas burekas gostosinhas por uns 16 rublos cada. 600ml de Coca Light custavam 32 rublos nessa mesma barraca.
  • No fim do calçadão havia um supermercado elegantérrimo que vendia importados e outras delicadezas. Caríssimo também.
  • Entramos num bairro de ruas apertadas onde estavam todos os consulados: México, Canada, Áustria, Camboja e outros. Alguns ficavam em casas históricas ou de arquitetura art-nouveau.
  • Numa venda compramos um picolé Mega de cassis e frutas vermelhas, uma variedade que nunca vi no Brasil. Num dos congeladores havia caixas de produtos Sadia. Fiz questão de conferir que era feito no Brasil. E em outro dia vimos produtos da Perdigão mas que só reconhecemos pelo logo. Na Rússia chama-se Фазенда (Fazenda).
  • Um spa zen bem bonito, pequeno e escondido tinha serviços de massagem de 1.5h de duração por 2600 rub.
  • Entramos numa igreja ortodoxa pela primeira vez e vimos um estilo completamente diferente da católica: não há onde sentar, é perfumada de incenso e cheiro de velas queimadas, menos profunda, menor e decorada com pinturas de Jesus, santos e santas por toda parte. O estilo das pinturas é seco, simples, triste e plano, como as pinturas medievais pré-renascentistas, no pior estilo século XI. Incrível como 10 séculos depois o estilo não muda.
  • De lá fomos à Catedral Cristo Salvador que foi reconstruída em 1997. Seu estilo e magnitude não combinam mais com esta era e gerou muita revolta quando foi construída.
  • Almoçamos no restaurante Artist’s Gallery por 335 rub por pessoa num self-service que chamam de business lunch. Foi a gloria poder escolher entre tantas saladas frescas de folhas e com menos óleo. O restaurante era bonito também, uma casa antiga e bem conservada. Um dos salões tinha pé direito altíssimo e vitrais coloridos. Dava quase a sensação de estarmos a céu aberto.
  • Siando do restaurante vimos um prédio de arquitetura muito moderna, com vidro, estruturas expostas e formas inquietantes.

Circo

  • Atravessamos o rio Moscow que tem uma respeitável largura com o dobro do Tietê em São Paulo. Tentamos ir ao parque descansar um pouco, mas instalaram uma roda gigante dentro e outras diversões e cobravam entrada de 50 rub.
  • Desistimos e atravessamos a avenida para o parque anexo a exposição de arte e cochilamos num banco. O fuso horário da China ainda fazia efeito sobre nós.
  • Fomos pegar o metrô para nos levar ao Grande Circo de Moscow, perto da universidade.
  • Era uma construção redonda e relativamente moderna. Cabiam milhares de pessoas lá circundando o palco inteiro no centro abaixo. Parecido em forma mas menor que o MGM Grand em Las Vegas.
  • Compramos ingressos pelo preço: 300 rub. Haviam mais baratos e mais caros até uns 1700 rub que ficavam na beira do palco. Na sala de entrada vendiam tranqueiras e haviam bichos incomuns para as crianças segurarem e tirarem fotos.
  • A apresentação começou às 19h e tinha mais de duas horas de duração, um pouco comprida de mais apesar do intervalo. Palhaços modernos e talentosos, multinstrumentistas e que dançavam sapateado, cavalos e cavaleiros dando saltos perigosos, camelos, malabaristas e trapezistas aéreos, focas espertas enormes, leões e dançarinos e efeitos de raio laser dividiam o palco versátil que virava ringue de patinação no gelo e piscina profunda.
  • É um espetáculo bonito e que vale a pena, mas é bem tradicional e coisas como Cirque du Soleil já estão um passo a frente.
  • A mudança do fuso horário nos derrubou e fez a volta para o hotel parecer mais longa do que realmente era. E chegando lá ainda fizemos algumas ligações VoIP antes de chapar umas 23:30.

3 thoughts on “Moscow Circense”

  1. SOU JULIANA, DO RIO DE JANEIRO…
    OLÁ PRECISO MUITO DE INFORMAÇÕES SOBRE O CIRCO DE MOSCOU NO GELO Q VEIO AO BRASIL EM 2000 E SE APRESENTOU NO MARACANÃ, EM BELO HORIZONTE, VITÓRIA E SÃO PAULO. PRECISO DE UM CONTATO PARA LOCALIZÁ-LOS.SE POSSÍVEL ALGUMA INFORMAÇÃO EU AGRADEÇO.
    OBRIGADA AGUARDO RESPOSTA. JULIANA BETTOLO

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