Moscow do Kremlin

Este relato é parte de uma viagem à Ásia Central que começa aqui.

  • Fomos tratar do desjejum o mais longe possível do barzinho do dia anterior. O Izmaylovo Alfa-Beta era um edifício similar ao nosso, mas mais orientado a serviços, ou seja, tinha pequenos restaurantes, cafeterias e lojas de todos os tipos lá dentro. Um restaurante árabe exibia doces típicos e folhados salgados com ótima aparência. Escolhemos um de queijo e outro de queijo com alho. Estavam excelentes. Mas não aceitavam nem dolar nem cartão, e tive que ficar novamente como garantia enquanto a Tati trocava no guichê ao lado.
  • Gastamos o resto da manhã inteira mandando e-mails para os amigos que encontraríamos em Paris no dia seguinte e fazendo ligações. Só conseguimos sair do hotel às 13h.
  • Tomamos o metro até o Kremlin e compramos o ingresso por 300 rub.
  • Segundo o guia, as melhor atrações são fechadas ao público, visto que ali é ainda a sede do governo central. Dentro de seus muros, o Kremlin parecia um bairro bonito de largas ruas arborizadas e poucos carros. Além dos inúmeros prédios históricos que ainda serviam ao goveno russo, havia também um teatro ativo, muitos dos canhões que Napoleão perdeu na guerra, monumentos, um sino gigantesco (o maior sino do mundo, que nunca tocou pois se quebrou antes de ser implantado) e uma praça dominada por igrejas que foi o principal alvo de nossa visita. Todas as igrejas tinham a mesma decoração medieval soturna. Já havia me acostumado.
  • Em uma delas, alguns distintos homens e mulheres vendiam juntos CDs de coral religioso russo por €15 ou $20. Perguntei se dava para ouvir e um deles disse que cantavam a cada 10 minutos na igreja, para minha alegria. Montei em cima e fui contar para a Tati que havia encomendado uma surpresa para ela. Claro, ficou curiosa.
  • Sentamos e esperamos. Poucos minutos depois eles tomaram posição e soltaram lindamente a voz. Não durou 5 minutos. Bem, era só uma demonstração. No fim não comprei o CD de preço salgado.
  • Visitamos outras igrejas na mesma praça. Algumas eram usadas pelos reis e tinham seus tronos. Outras tinham túmulos de nobres famosos. Mas todas com a mesma imagem de um Jesus magro, triste e de cabelo estranho, e outra da Maria com seu filho pródigo com cara de adulto que parecia um mini ET.
  • Batemos perna de baixo de chuva mais um pouco pelo Kremlin e saímos.

A Catedral Colorida

  • Demos a volta por fora do Kremlin para chegar na famosa Catedral de São Basílio que é o ícone mais famoso de Moscow. É de fato muito colorida e pelo ângulo que vinhamos parecia totalmente assimétrica, o que conferia uma beleza irreverente.
  • Tínhamos poucos Rublos e tivemos que dizer que um de nós era estudante para conseguir meia entrada. A inteira custava 100 rub. Lá dentro não impressionava muito. Uma igreja ortodoxa comum. Não fosse por outro ótimo coral, desta vez inteiramente masculino, dando uma canja para vender CDs diria que nem precisávamos ter entrado.

Ovos Fabergè

Fabergè Egg

  • De lá corremos de volta para o museu Kremlin Armoury, que tínhamos comprado ingresso junto com o do Kremlin, por 350 rub cada. Tínhamos hora marcada para às 16:30, provavelmente para espalhar com previsibilidade os visitantes.
  • O Armoury é um museu exuberante de roupas, carruagens, armas e armaduras, jóias, tronos, louças, prataria e arte da monarquia pré-soviética. Suas peças encarnavam o melhor estilo rococó como uma carruagem toda dourada com relevos barrocos. Uma beleuza.
  • Entramos de bico num grupo cujo guia era simpático e cativante. Aprendemos um monte.
  • Um dos pontos altos era a pequena vitrine que exibia os famosos ovos Fabergè entre outras jóias dessa antológica joalheria de São Petersburgo. Era de fato impressionante a outra categoria a que pertenciam essas peças de lindos detalhes e mistura inusitada de materiais.

Caça ou Vegetariano ?

  • Não tínhamos almoçado e estávamos famintos. Decidimos ir jantar de metro no único vegetariano que aparecia no guia: Mantram. Era um restaurante-loja natural-boutique de roupas zen com ar de descolado. Tinha uma variedade grande de comidas expostas e com boa aparência. Mas o esquema não era muito familiar: escolhia-se algo individual, uma salada de brócolis por exemplo, que então colocavam numa cumbuca e custava ± 50 rub cada. O preço individual para cada coisa inibia montar um prato com diversidade. Fomos embora chateados comentando que o Brasil precisava exportar a idéia de restaurante por quilo para a Rússia, talvez para o resto do mundo.
  • O guia falava de um restaurante chamado Bege, perto dali. De fato todo bege, bonito, moderninho mas pequeno. Tanto que a recepcionista disse que toda as mesas estavam reservadas. Pena.
  • Decidimos sair andando, passamos em frente ao Mantram novamente, e mais abaixo topamos com um restaurante em que muita gente se amontoava na porta. A Tati ficou na fila enquanto entrei para ver. No bar tentei me comunicar com mímica, a mulher do caixa não entendeu nada, a garçonete idem, mas o barman tinha mais vontade e nos entendemos.
  • Tinham uma mesa bem bonita de saladas e algumas coisas quentes. Resolvemos ficar e a garçonete nos levou para uma mesa no andar de baixo. O teto era baixo, meio abobadado e de tijolos e a decoração era de temas rurais e de caça. Tudo isso conferia um ar de taberna ao lugar. Havia outras mesas vazias nesse andar e não entendemos porque as pessoas esperavam na fila.
  • Demorou para sermos atendidos, o garçom precisava trazer pratos para a nossa mesa para podermos nos servir. Mas ai rolou e mandamos ver o self-service por 270 rub por pessoa.
  • Uma menina muito loira da mesa ao lado, de uns 6 anos, ficou brincando com a Tati tirando fotos dela. E a Tati entrou na brincadeira.
  • Era sexta-feira e depois do jantar resolvemos dar uma volta nas ruas lá perto, pois estávamos perto de um dos bairro elegante e boêmios de Moscow. Vimos novamente a loja de departamentos Цум (Tsum), hotéis novos, etc.
  • Voltamos ao hotel e fomos dormir.

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