O Rio Amazonas tem 5 nomes.
Ainda jovem, no Peru, chama-se Apurimac, depois Ucaialy e Marañon.
Já no Brasil vira Solimões (el río de los limones) e por fim Amazonas (el rio de las amazonas).
A cidade de Manaus fica bem no encontro das águas cuja região era habitada pelo povo Manaó — daí o nome da cidade —, que foram dizimados pelos colonos portugueses. Mas não sem batalhas, cujas guerreiras eram suas mulheres, que, em referência à mitologia grega, foram chamadas de amazonas pelos europeus.
Os rios Negro e Solimões se encontram em Manaus e levam 40 quilômetros para se misturarem totalmente. Diferenciados por “água preta” e “água branca” respectivamente, suas composições químicas são muito diferentes e conferem enorme influência à vida que sustentam e ao seu redor. O PH ácido do Rio Negro não deixa insetos se proliferarem e suas espécies de peixes são contadas as centenas. Já o Solimões e Amazonas — “água branca” — tem festival de insetos, e peixes nas dezenas de milhares de espécies. As florestas de água preta e água branca são completamente diferentes entre si, e saber lidar com essas diferenças fazia parte do arcabouço tecnológico deveras avançado dos povos originários dessa zona de fronteira. Tecnologia e conhecimento estes que foram completamente perdidos.
Manaus teve seu período áureo de uns 50 anos que terminou na década de 1910. Foi uma das primeiras cidades do Brasil a ter energia elétrica, bonde e outros bons serviços urbanos graças a economia extrativista da borracha/látex. Que teve seu declínio quando mudas de seringueiras foram levadas à Ásia para plantio sistêmico e produção em massa da borracha. E posteriormente pelo advento da borracha sintética, invenção alemã cujas guerras na Europa a tornaram conhecimento público desprovido de royalties — qualquer um passou a poder produzir látex sintético.
Por volta de 1940 a cidade faliu e ficou muitos anos sem energia elétrica. Quem tinha recursos acendia velas com óleo de baleia ou de peixe boi, quem não tinha dormia cedo. O crescimento econômico só voltou com a Zona Franca de Manaus.
Muitas datas citadas aqui precisam ser confirmadas e só as registrei por memória do que falou o guia de um passeio curto.