Guerra Israel-Líbano

Gostei do editorial de 15/7/2006 dO Estado de São Paulo, sobre o estouro da guerra Israel-Hezbollah (Líbano). Essa é a frase chave do conflito:

É duvidoso, no mínimo, que a rotina das retaliações excessivas tenha contribuído para fortalecer a segurança de Israel. E é incompreensível que uma nação tão pronta a invocar a história demonstre tamanha dificuldade em assimilar as suas lições.

Eu sou israelense, e qualquer opinião minha sobre isso pode ter fortes tendências partidárias, mas essa frase é bem verdade.Estive em Israel a poucas semanas e descobri que não há nenhuma relação diplomática entre os dois paises. Uma pena.As coisas só podem se resolver mesmo numa conversa. Bomba nenhuma jamais resolveu algum assunto. De nenhum lado.

Mas por outro lado, imagino que há pessoas inteligentes tomando essas decisões de retaliação etc. E se o fazem, é porque ou não encontraram outra alternativa, ou proque seu orgulho não as permite sair a procura de caminhos pacíficos.

Orgulho não tem nada a ver com inteligência. As guerras geralmente nascem nas mãos de pessoas muito inteligentes, orgulhosas e poderosas, que sabem (ou acham que sabem) o que querem, são intolerantes (devido ao orgulho) e por que tem o poder de declarar a guerra.

Desventuras no Condomínio

Como esta história causou muita repercussão entre meus amigos. E como todos quiseram ouvir mais detalhes, resolvi publica-la na íntegra na Internet.

Certo dia recebi esta carta formal de meu condomínio:

Do
CONDOMINIO EDIFICIO DONA TUDINHA SALLES
Ao
Sr. Avi Alkalay

Prezado Senhor:

Gostaríamos de comunicar-lhe que foram inúmeras as reclamações que recebemos, devido ao barulho advindo de seu apartamento, até por volta das 3 horas da manhã desta segunda-feira.
Não bastasse a rotina (sempre após as 22h quando já vigora o horário de silêncio) , de sua secretária eletrônica, que é ligada em alto volume para que o Sr. tome conhecimento de seus recados, e de suas constantes invocações a Deus, seu encontro amoroso deste final de semana extrapolou, em muito, o bom senso, o que causou indignação àqueles que residem mais próximo, incluindo aí, pessoas idosas e pais de crianças que foram acordadas com tanto “ruído”!.
Sabedores que somos de sua vontade de colaborar para o bom andamento do condomínio, solicitamos que haja mais ponderação por parte de V.Sa. para que incidentes desta natureza não voltem a ocorrer e, desta forma, retorne o clima de boa vizinhança.
Na certeza de suas providências, agradecemos.

Atenciosamente_____________________
Síndica

E minha resposta

Excelentíssima Sra. Síndica,
Excelentíssimos Srs. reclamantes do outro apartamento,

Gostaria de ter a oportunidade de me explicar perante a surreal carta que recebi.Minha secretária eletrônica fica no quarto de fundo, onde não há nenhuma janela, e a casa é toda acarpetada (o que abafa muito o som), e isso me leva a crer que para que seja ouvida em outro andar, o som para mim deveria ser ensurdecedor, o que não acontece.
Quanto aos meus “encontros amorosos”, entendo que isso não deva interessar a absolutamente ninguém. Não me agrada saber que este assunto seja comentado entre funcionários e outros moradores do prédio. Mesmo assim, posso garantir que acontecem em tons de doces sussurros, e não incomodariam quem estivesse no quarto ao lado.
Quanto as minhas invocações a Deus, sou membro de uma seita neo-illimânica que estipula uma diretriz para faze-lo em alto e bom som, para que a energia possa chegar as alturas e alcançar os ouvidos do Todo Poderoso. Estarei repensando outras técnicas de faze-lo sem incomodar os que estão geograficamente próximos a mim.
Quanto a música que ouço, tento faz-lo sempre que estou em casa. Não posso evitar, pois a música é cor, é a minha vida. Mas novamente estarei ciente para faze-lo num volume inversamente proporcional ao horário.
Quanto a outros “ruídos”, sou uma pessoa muito ativa, participante de diversas frentes de trabalhos e pesquisas avançadas. As idéias jorram em horários inesperados, e isto causa movimentação. Não posso evitar de pensar alto e caminhar em minha própria casa.

Vale lembrar que várias vezes recebi reclamações interfônicas sobre ruidos que não eram meus. Num deles estava tomando banho, com o som desligado. Num outro já estava dormindo, e fui obrigado a acordar para atender o interfone.

Fecho pedindo mil perdões por quaisquer incomodos que causei, e levando a certeza que as próximas reclamaçõees – se houverem – serão bem embasadas, lúcidas, respeitosas, e principalmente de bom senso, garantindo o excelentíssimo relacionamento entre todos nós.

Aberto para qualquer conversa,

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Avi Alkalay, ap. 114
8/04/2001

OBS: Favor enviar cópia aos reclamantes

E a história começou a gerar interesse pela seita Neo-Illimânica…