Indefinição Marca Fim da Votação do OOXML na ABNT

Escrevi neste post detalhes minuto a minuto da reunião de hoje na ABNT, que vai decidir se o Brasil é SIM favorável ao Microsoft Office Open XML, ou se vai dizer NÃO porque prefere usar bons padrões abertos como o ODF.

Se você não entendeu nada, leia outro post que explica algumas coisas.

O resultado de hoje definirá a posição oficial do Brasil na reunião mundial da ISO, para tornar o MooX um padrão aberto ou não.

Hoje, o SIM é ruim para a comunidade livre. É o NÃO que buscamos.

Há uma chance de o dia de hoje levar o Brasil a se abster. Isso potencializa duplamente os outros votos SIM e NÃO na ISO, mas acima de tudo colocaria o Brasil numa posição indefinida, vergonhosa na minha opinião, para uma questão tão importante. A abstenção é o destino de uma reunião que não entrará em consenso.

  • 9:45. Fila para entrar. Sala se enchendo rápido. Pessoas na reunião: Jomar Silva da ODF Alliance, Marcelo Marques da 4Linux, Marisa e Deivi do Serpro, Corinto Meffe do Ministério do Planejamento, outros do ITI, Bimbo da Red Hat, IBGE, outras pessoas do governo, Claudio do BrOffice.org, estudantes da UNESP (provavelmente os que mais se aprofundaram na especificação do MooX), Cesar Brod, Pedro Rezende da Rede Livre, e várias pessoas usando bolsas de eventos da Microsoft.
  • 10:20. Sala lotada. Eugênio da ABNT abre a reunião dizendo que o papel da instituição é ser neutra e somente tocar o processo. Esclarece também alguns pontos questionados pelo Jomar sobre o que é voto “sim com comentários” e “não com comentários”, etc. Esclareceu também outros detalhes do processo da ISO. Contou também que é o maior quorum de uma reunião na ABNT. Ressaltou novamente que a ABNT não tomou nenhum partido.
  • 10:50. Ainda com o Eugênio ao microfone, Daivi do Serpro pediu a palavra para lembrar como a ISO define consenso. O voto será SIM ou NÃO se houver um consenso geral para isso.Fernando Gebara repassando os 63 comentários.
  • 11:00. Pessoas começaram a pedir para cumprirem a agenda, e começar a revisar as objeções a especificação OOXML.
  • 11:03. Marcia Cristina da ABNT contou que sempre, inclusive questões polêmicas, acabam em consenso. Quero ver como esta vai terminar.
  • 11:04. Fernando Gebara da Microsoft toma o microfone e se prepara para mostrar a lista de comentários a especificação.
  • 11:05. Cesar Taurion pede para citar quem participou do GT2. A partir da Parte 4, mais de 200 comentários foram postados no Wiki. UNESP, Celepar, Banco do Brasil, Serpro, Correios, ODF Alliance, IBM, Sun, 4Linux, Red Hat.
  • 11:10. Gebara conta como foi o processo de coleta de comentários, centrado num Wiki e com reuniões presenciais em SP, RJ e BSB, onde mais de 200 comentários foram consolidados em 61. Explicou também como é o template de documento da ISO para receber comentários de normas.
  • 11:18. Decide-se ler comentário por comentário pela voz de Fernando Gebara, conforme mostra a fotografia.
  • 12:03. Terminada a leitura dos comentários. Assuntos mais polêmicos como propriedade intelectual e reinvenção da roda em várias subespecificações como DrawingML versus SVG, MathML e outros ficarão para a tarde. Decide-se voltar as 13:15.

Foi uma manhã leve.

Na saida do intervalo, encontrei um velho amigo de uma empresa chamada Programmer’s. Perguntei qual seria seu voto. Ele respondeu que na opinião dele, quanto mais padrão melhor, ainda mais se é um padrão já muito usado. Isso é um total equívoco porque praticamente ninguém usa o OOXML ainda por ser extremamente novo.

Mas a Microsoft tem “vendido” o OOXML como um formato já antigo, na verdade como um formato de compatibilidade com os documentos legados do Microsoft Office. Como assim? Só pra começar, um é puramente binário e o outro é XML zipado? Não há absolutamente nenhuma compatiblidade entre os dois formatos.

Corcovado visto do escritório da ABNTCatedral de São Sebastião vista do escritório da ABNT

  • 13:40. Abriram a reunião discutindo a mudança do local da votação de Brasilia para o Rio e que isso não entrou de forma correta na ata da última reunião.
  • 13:50. Começaram a discutir os dois pontos mais polêmicos onde não se chegou num consenso se deveriam entrar ou não na lista de comentários.
  • 13:53. Ponto 1: se a especificação é para um formato de documentos e de compatibilidade com o legado, deve haver um mapeamento entre o OOXML e o formato legado, e isso não está incluido na especificação.
  • 13:56. A discussão fica mais quente quando Jomar explica que sem isso a especificação não se justifica.
  • 14:00. Pedro Rezende, Rede Livre, toma o microfone. Divaga sobre o uso livre da especificação e que ela está incompleta para uso livre.
  • 14:06. Raimundo da Microsoft diz que essa questão já foi discutida e que não deve voltar a tona.
  • 14:11. Ricardo Bimbo da Red Hat diz que tecnicamente há a necessidade de acesso ao mapeamento entre o OOXML e os antigos formatos binários.
  • 14:13. Jomar insite na necessidade dos mapeamentos porque qualquer um deve ser capaz de criar conversores entre os formatos binários legados e o OOXML.
  • 14:16. Leandro da UNESP diz que deve ser feito o questionamento sobre o mapeamento. Mas diz que isso não faz parte do escopo da norma.
  • 14:19. Raimundo da Microsoft diz que a norma atinge os objetivos e tal questionamento está fora do escopo.
  • 14:20. Murilo do Banco do Brasil lê o objetivo da norma, de seu documento de overview, mostrando que deve haver um documento de correlação entre os dois formatos. Muitos sussuram de que isso está claro.
  • 14:23. Outra pessoa diz achar que há a necessidade de um documento de mapeamento.
  • 14:24. Propuseram simplesmente adicionar o link para a especificação dos formatos binários de documentos.
  • 14:25. Bimbo deixa claro que não estamos ensinando ninguém a fazer norma. Diz que normas são vendidas e que devem ter alta qualidade. E adiciona que se a especificação binária existe, por que só não inclui-la ao padrão ?
  • 14:27. Jomar diz que o foco não é ter acesso a especificação binária, mas ao mapeamento do antigo formato binário ao novo OOXML.
  • 14:28. Leandro da UNESP diz que a norma não propõe essa conversão.
  • 14:30. Claudio da BrOffice.org diz que isso contradiz o objetivo da especificação.
  • 14:33. Raimundo diz que incluir tudo isso seria impossível. É um pedido impossível.
  • 14:42. Corinto diz que legado é uma coisa importante sempre e houveram pelo menos 3 desenvolvedores que disseram que um mapeamento é importante. Ele fala bem. Saiu aplaudido.
  • 14:44. Eu queria falar mas só uma pessoa deve falar por instituição, e este seria o papel do Cezar Taurion. A discussão se voltou para que as pessoas a mais de cada instituição deveriam sair da sala. Estou saindo mas continuarei ouvindo da sala anexa.
  • 14:46. Não me deixam sair !
  • 14:50. Maluf da Sun diz: esses dois pontos são tão polêmicos, que tal simplesmente votá-los.
  • 14:51. Cezar se cansa com essa discussão estéril e propõe voltar a discussão técnica ao invés de ficar se atendo a quem deve sair da sala ou não.
  • 14:52. Raimundo sugere desconsiderar os 2 pontos polêmicos porque estão fora da lista dos 61 comentários. Estão quase jogando cadeiras, lavantaram a voz e tal.
  • 14:57. Prof. Rezende argumenta que os dois pontos devem ser incluidos sim.
  • 14:59. Lêem a introdução da especificação para ficar claro que seu objetivo não combina com o conteúdo. Falta o mapeamento.
  • 15:01. Jomar, tentando ser pragmático, pede para alguém manifestar uma contraposição fundamentada para anular o argumento de que o objetivo da especificação não condiz com a especificação em sí.
  • 15:05. Vitório da Celepar coloca sua opinião técnica de que esse mapeamento é necessário.
  • 15:06. IBGE propõe que os ítens polêmicos devem ser votados pelos representantes das instituições.
  • 15:08. A mesa pergunta como essa votação deve ser feita.
  • 15:09. Djalma do ITI também pede votação.
  • 15:12. Claudio da BrOffice.org propõe retirar esse ponto polêmico do mapeamento e também remover todas os pontos da especificação referentes ao suporte legado. Era exatamente isso que eu queria falar quando não me deixaram.
  • 15:13. Tadao da Serasa fez uma pergunta processual para a ABNT que ninguém perto de mim entendeu.
  • 15:17. A mesa exige que se dê uma solução para o impasse. O ponto do mapeamento deve ou não entrar na lista de comentários?
  • 15:18. Jomar relembra que não há uma contraposição fundamentada ao comentário do mapeamento.
  • 15:22. Voltam ao ponto de representantes duplicados, a.k.a. eu.
  • 15:23. Marcelo Marques diz que não há contraposição técnica ainda para o ponto polêmico.
  • 15:25. Intercalam com o assunto de presença duplicada na sala e eu finalmente saio. Cezar Taurion levanta a voz e pede para voltarmos a discussão que importa.
  • 15:26. Corinto pede a contraposição, ou não.
  • 15:29. A discussão continua enrolada e sem fim. Acabei de ver o Gustavo Mazzariol do Metrô.
  • 15:32. Os participantes estão divididos: o ponto polêmico deve entrar ou não ?
  • 15:34. Bimbo sugere ir adiante e congelar este ponto pela falta de qualidade técnica na discussão.
  • 15:37. Marcia da ABNT mostra as opções que a ISO deu à ABNT para votar: SIM, SIM com comentários, NÃO e NÃO com comentários. Sugere a definição do grupo nesse sentido.
  • 15:43. Prof. Rezende relembra a questão do consenso e maturidade da norma. Sugere que a norma não está madura e portanto o voto do Brasil deveria ser NÃO.
  • 15:50. Da sala anexa em que estou posso ouvir gritos de desespero que não precisam do alto-falante para chegarem aos meus ouvidos.
  • 15:53. Bimbo comenta o constrangimento que seria o Brasil levar uma abstenção para a votação da ISO, e adicionou que o voto da Red Hat seria NÃO.
  • 15:59. Raimundo diz que o trabalho do GT2 foi no sentido de aprovar a norma e não aceita essa reversão para uma suposta desaprovação.
  • 16:01. Jomar diz que em nenhum momento o objetivo do trabalho era melhorar a norma, e sim avaliar sua qualidade.
  • 16:03. Murilo do Banco do Brasil reafirma o que o Jomar disse.
  • 16:04. Cezar Taurion reclama que a discussão técnica está sem técnicos, e isso vira algo comercial e vazio perante o objetivo da reunião. Diz que o que sabe é que a norma como está não pode ser aprovada.
  • 16:06. Vitório da Celepar diz que se sentiu ofendido e que não trabalhou para aprovar a norma.
  • 16:08. Maluf lembra que há outros 61 ítens que desqualificam a norma, e votaria NÃO. Apesar de os membros já estarem se expressando, isso não é ainda uma votação oficial.
  • 16:09. Eugênio volta a reunião e se atém aos 61 ítens que já são consenso de comentários à norma.
  • 16:13. Maurício da Associação de Parceiros Microsoft diz que seu voto seria SIM com comentários.
  • 16:20. Alguém da Cobra Tecnologia comenta sobre a questão de incluir binários (e potencialmente virus) dentro de um documento OOXML. É uma questão de segurança e por isso seu voto seria NÃO.
  • 16:26. Vários blablablás redundantes depois, o Ministério das Ciências e Tecnologia diz que seu voto seria NÃO.
  • 16:29. A mesa diz que praticamente só tem ouvido NÃO com comentários.
  • 16:32. Percebo que os parceiros da Microsoft estão se pronunciando muito pouco nessa fase de decisão. Quase nada. Calculo que eles não se sentem respaldados o suficiente para expressarem um suposto SIM.
  • 16:33. O representante da SUCESU-SP diz ser muito importante haver competitividade no mercado, do ponto de vista do consumidor. Comprimenta a Microsoft por abrir a especificação do OOXML. Diz que votaria SIM com os comentários anexos. Não contaram para ele que escolha é uma questão de produto, não de padrão de formato de documentos.
  • 16:35. Eugênio tenta achar uma solução para o impasse. Diz que em face dos 63 ítens, não precisamos mais da abstenção. Já temos instrumentos para decidir pelo SIM ou pelo NÃO.
  • 16:43. Jomar diz que nem todos os 63 comentários são impeditivos. Mas há 6 ou 10 que são, exemplo: não se pode definir senhas de documentos em chines, questões de Unicode, etc.
  • 16:45. O representante do Google Brasil se pronuncia dizendo que muitas empresas cresceram graças aos Padrões Abertos, felicita a Microsoft por entrar nesse time abrindo a especificação, e diz que votaria NÃO com os comentários.
  • 16:48. Corinto diz que se votamos NÃO com comentários, queremos que os comentários sejam considerados. E que não somos contra o padrão, mas contra o padrão como está proposto hoje.
  • 16:49. Gustavo Mazzariol do Metrô se posicionou, mas não ouvi sua resposta.
  • 16:49. Conab, sob o Minitério da Agricultura, vota NÃO com comentários.
  • 16:51. Alguém votou SIM com comentários, mas perdi quem era.
  • 16:51. Alguém diz que as questões de senha em chinês é problema da China, e não do Brasil. Ele vota SIM com comentários.
  • 16:52. Outro SIM com comentários da RGM.
  • 16:52. CompTIA vota SIM com comentários
  • 16:53. Cesar Brod vota SIM com comentários! Não esperava por essa !
  • 16:53. Serasa: SIM com comentários.
  • 16:54. UNESP: SIM com comentários. Prefiro acreditar que essa é a opinião do representante, e não da UNESP, instituição que me formou e que muito respeito.
  • 16:54. Outro SIM com comentários.
  • 16:56. Isso não era para ser uma votação. Eugênio tenta retomar o controle.
  • 16:57. Vira tumulto. Aparentemente não chegaremos a um consenso, segundo o sonho de todos. A reunião deve terminar às 17:00.
  • 16:59. Eugênio pergunta a todos se há um consenso de que existem 63 pontos a serem discutidos. Todos dizem SIM em côro. Então ele diz que agora deve-se discutir a categoria destes.
  • 17:01. Eugênio pergunta ao Jomar qual é o comentário mais crítico. Ele responde que é a questão de incluir blocos binários em documentos.
  • 17:02. Eugênio pergunta: isso é algo que deve ser modificado na especificação ?
  • 17:03. Raimundo quer se pronunciar e pergunta: porque os 63 ítens devem se transformar em condicionantes se eram só comentários adicionais. Da forma como ele colocou, muitos não concordaram com sua assertiva.
  • 17:04. Raimundo, com voz alta, acha que a regra do jogo foi mudada.
  • 17:05. Jomar diz que ele deveria ter lido as diretrizes do grupo de trabalho.
  • 17:05. Raimundo diz que Jomar usou diretrizes antigas.
  • 17:06. Eugênio diz que não o Jomar mas ele próprio trouxe as regras do grupo. É aplaudido.
  • 17:08. Eugênio lembra que consenso é ausência de contraposição fundamentada, e todos pedem ao Raimundo para fundamentar tecnicamente onde e como não concorda com o ítem de blocos binários.
  • 17:09. Raimundo comenta que o NB da Alemãnha acabou de votar SIM.
  • 17:11. Virou votação informal. Eugênio perguntou quem quer NÃO com objeções: 27 votos.
  • 17:11. SIM com comentários: 24 levantaram a mão.
  • 17:12. Eugênio pergunta quem quer abstenção. Ninguém.
  • 17:13. Alguém que votou SIM diz que quando há quase empate assim, o resultado deve ser abstenção.
  • 17:14. Raimundo diz que se fosse por maioria, teria colocado um ônibus aqui para votar.
  • 17:15. Corinto desenvolve um raciocínio dizendo que se não há contraposição fundamentada, deveria ser NÃO.
  • 17:17. Eugênio discorre que tenta evitar a abstenção do Brasil.
  • 17:21. Murilo do BB diz que as pessoas perceberam que há ítens impeditivos. Votaria NÃO.
  • 17:23. Marcelo Marque, 4Linux, sugere à ABNT que as discussões deveriam ser técnicas, e não comerciais ou políticas.
  • 17:25. Eugêncio tenta levar as pessoas ao longo de um raciocínio decisório.
  • 17:27. Bimbo insiste que não houve contraposição fundamentada a nenhum ítem crítico.
  • 17:30. Raimundo argumenta que o ODF passou na ISO com SIM com comentários técnicos. Mas ODF não é o assunto do dia.
  • 17:32. Raimundo acha que está sendo razoável. Eugênio argumenta que todos acham que estão sendo razoáveis. E todos riem.
  • 17:34. A mesa pede para chegarmos a um veredito por causa do horário. A ABNT precisa fechar o expediente.
  • 17:37. Discute-se que se não há consenso, deve haver abstenção.
  • 17:41. Corinto conta que Caixa Econômica e Banco do Brasil tiveram que sair para tomar seus vôos.
  • 17:42. Eugênio sai com o pessoal da ABNT para discutir fora da sala. Eles não sabem o que fazer, e não os culpo por isso.
  • 17:44. Raimundo discursa de pé dizendo que a turma do Software Livre não confiava na ABNT e agora estão amigos.
  • 17:45. Eugênio retoma a palavra perguntando ao Raimundo se a Microsoft confia na ABNT. Raimundo diz que sim. Eugênio adiciona então que agora a galera do SL também. Que bom !
  • 17:48. A mesa retoma e exige uma posição. Eugênio relembra que a abstenção não é mais uma opção. É SIM ou NÃO somente.
  • 17:49. Pessoas levantam nervosas. Dizem que a abstenção ser ou não uma opção não é discutível.
  • 17:52. Alguém discursa que a Microsoft pode ser ovacionada por admitir que há erros na especificação e corrigí-los, e que isso é importante.
  • 17:53. Eugênio tenta levar a um NÃO, argumentando que esse trabalho pode continuar, o draft pode ser melhorado pela Microsoft/ECMA, e que isso não é o fim. Conta que disse na ISO em Genebra que é um absurdo darem somente 4 meses para revisarem uma norma de 6000 páginas. E que o processo Fast Track é para normas pequenas, e não dessa magnitude.
  • 17:58. Por falta de tempo, Eugênio diz que terá que analizar as contraposições, que já tem um indicativo do voto, e dispensa todos para tomarem seus vôos. Diz que ele terá a responsabilidade de decidir o voto e que saberemos amanhã. Uma senhora responsabilidade, diga-se de passagem.


Achei que teria acesso à Internet da sala, mas só pude sincronizar na hora do almoço, e a noite quando cheguei em casa, em São Paulo, umas 21:00. Desculpem também qualquer erro de português: o editor do blog foi meu rascunho de anotações para vocês.

Amanhã vou postar mais impressões e opiniões pessoais sobre a reunião.

Lembre-se: o voto do Brasil ainda não está definido. Notícias como a que apareceu no site do PSL e que afirmam um NÃO, são mais especulativas do que verídicas. É importante não cantar vitória antes do tempo.

San Francisco Linux World Day 2

Second day started with Novell CEO Ron Hovsepian presentation. He made it light talking about Lenovo Thinkpads will ship with SUSE Linux, mixed [open and closed] source challenge for enterprises, how is easy to make security with their AppArmor, the role of virtualization on reducing power consumption in data centers.

He put Linux application availability and development in customers and ISVs as his top priority, saying the community must figure out a way to make all Linux distributions to merge some way, or to leverage standards as LSB, otherwise the Linux application market will be very fragmented and weak. Well, I can’t agree more with the idea, but completely disagree in the level of implementing it he is thinking about. Each distribution has its own set of GUI icons, packages organization, configuration files, etc. This is what make all distros different and LSB, FreeDesktop.org etc can’t cover all.

In the new Linux mobile market we are doing the same mistakes. Windriver, Access (the new Palm Source), Trolltech, Motorola, and others were presenting their Linux or OSS platforms and IDEs for mobile. All different, some focused on Linux Kernel, other focused on higher level APIs, etc. This is fragmentation. From an ecosystem perspective, all of them together don’t represent a single force as Symbian or Windows Mobile.

Hope to see a better future in this space.

I asked Ron what is Novell position regarding OpenDocument Format.

He said Novell officially supports and wants ODF to be THE standard for documents, but OOXML support in OpenOffice.org is one of the steps required to achieve that.

San Francisco Linux World Day 1

1999 was the year I went to a Linux World & Expo event (blog notes in portuguese) for the first time, in Raleigh, NC. The small capital was chosen probably because of the strong Red Hat presence in that region.

A lot of things have changed since then. Red Hat doesn’t have a booth this year, but got a lift in partners as HP. Novell/SUSE has the biggest presence — all green enforcing the SUSE brand more than Novell — in a giant booth full of partners.

San Francisco MOMA, taken from Yerba Buena Center for the ArtsThis year event has merged with Next Generation Data Centers (NGDC) conference associating Linux much more to an infrastructure tool than to a cybercultural revolution.

This is another thing that changed. All that glamour LWE event had in the past, as a generic real meeting point for Open Source activists that knew each other only through mailing lists, has been moved to technosocial events as FISL in Brazil.

If you want to discuss Open Source politics, social impact, cultural shift, Creative Commons, law, etc with geeks, go to FISL. If you just want to see practical IT solutions mostly delivered by marketing and sales folks, go to LWE.

The keynote speakers were Amazon.com and eBay and their speech was about Grid, Virtualization, NGDC and web services. We know these companies use Linux sometimes, but the presentations’ focus was way out of this.

Keynote auditorium

Most interesting things I’ve seen today:

  • GlusterFS. A highly configurable user-space distributed filesystem that achieves extremely high throughput, ideal for HPC clusters. Oil companies are starting to use it because a centralized NAS as NetApp can’t serve their thousands of HPC compute nodes efficiently. I enjoyed seeing some AFS characteristics as single mount point, and distributed high performance as GPFS together with some parts of FUSE. Oh, and it is Open Source. Z Research, the company behind GlusterFS, makes money selling services and has Anandu Babu, a former GNU Hurd developer, as their CTO.
  • Cluster IP. Mentioned by IBMer Alan Robertson, head of the Linux-HA project, in a conversation we had in the IBM party later. It is a technique to balance a workload without LVS or any kind of external entity. Each server on the cluster have same IP and MAC address and they agree about an affinity with each client. Pretty cool.

Ubuntu booth


Other things:

By the way, all computers in the registration area and used by event staff, plus most laptops used in booths and for presentations were running other operating systems. Linux on the desktop is getting more inexpressive everyday.

Folks as Jack Aboutboul, from Fedora, recognized me because of some Planets I participate. Thanks blogosphere.

How to Get Attacked

I noticed Oded’s blog was attacked which makes me remember some things:

I was once invited to analyze a Linux machine that was invaded. I ended up writing an article about it to the brazilian Linux Magazine.

The problem with the machine was a VERY weak root passw0rd. We could also find the tools they used to break that machine, cause they have installed them there to attack other machines.

We could see a file containing about 18000 user+password combinations, a modified SSH client and a script that runs it all based on an IP range. We saw also IRC bots and other stuff.

In the case of that machine, the attack was silent. They just wanted to use the machine to attack other machines. Pretty stupid.

Its easy to learn about this attacks. Just connect to the Internet a machine with a plain Linux installation and “passw0rd” as the root’s password, wait 1 or 2 weeks and your machine will be attacked. One way to verify the crackers are already in is to reinstall the netstat command (because they’ll modify your previous one) and see if there is some connection to IRC ports (around 6667).

If you investigate this IRC bot you’ll able to connect the IRC server, find the chat room, and actually talk to the cracker. I did this once and was not very funny.

More information in Attacks to GRC.com by Steve Gibson.

Viagem de Inovação aos EUA

Andei postando sobre algumas coisas que tenho visto aqui nos EUA, mas não contei o que de fato vim fazer aqui.

A IBM tem um grupo chamado International Technical Support Organization que produz livros técnicos chamados Red Books. Trata-se de livros gratuitos que podem ser lidos ou baixados do site do ITSO. Pode-se também comprar cópias impressas que geralmente damos para clientes. Os autores são voluntários do mundo todo, geralmente funcionários da IBM, mas também clientes, parceiros ou qualquer pessoa que se qualificar na entrevista feita para a chamada do livro na lista do ITSO. O livro é geralmente escrito em Austin, Texas (há também outras localidades) durante algumas semanas de imersão. Todas as despesas de viagem são pagas pela IBM, tem se a oportunidade de trabalhar com pessoas de diversas partes do mundo, e fazer mais turismo que só o superficial.

Alguns livros interessantes que o ITSO produziu:

Bem, vim participar de um livro menos técnico que a média do ITSO. Conta como a IBM criou um programa interno de inovação onde qualquer funcionário pode criar, divulgar e hospedar na Intranet algum software que aumente a produtividade dos funcionários. Qualquer coisa. Desde simples plugins para o Firefox, Lotus Sametime, uma ferramenta de blog corporativo interno, ferramenta de criação de wikis internos, uma aplicação para sincronizar mídia interna com dispositivos móveis, etc.

Dentro da IBM chamamos essas coisas de inovações e são tratadas como beta, para beta testers ou early adopters.

Ao longo do tempo elas vão amadurecendo, viram um serviço padrão da Intranet, e as vezes acabam até virando produtos que a IBM vende. Foi exatamente o caso do Lotus Connections, um produto para ser usado numa Intranet e que tem serviços como diretório de funcionários, departamentos e suas linhas gerencias, blogs, tagging tipo del.icio.us, entre outras coisas. O Lotus Connections reune exatamente o que funcionários da IBM andaram usando e refinando ao longo dos últimos anos, e posso dizer que é o que temos de mais útil na nossa Intranet.

O modelo desse programa de inovação livre é muito parecido com o universo Open Source. As tais “inovações” podem ser comparadas a um software GPL que alguém fez e publicou no Freshmeant.net, este comparável ao portal na Intranet que indexa todas as inovações, mede sua vitalidade, fornece notícias e links para acesso ou download.

Conversei com muitas pessoas que estão em altos cargos globais, entre eles a CIO global da IBM, e é interessante ver como pensam e as informações que tem acesso. As vezes pensamos que eles estão longe do mundo real mas surpreendentemente tem muito mais noção das coisas do que um gerente de nível mais baixo.

As pessoas que criaram esse processo de aceitação e publicação de inovações dentro da IBM tem a sensação que inventaram a roda porque é de fato muito bem sucedido e todos conhecem. Mas na verdade funciona igualzinho a comunidade Open Source. Há um quê de liberdade, de esforço por um bem maior, de comunidade. Copiaram sem saber que copiaram.

A grande inovação está mesmo no fato de que trouxeram a dinâmica da comunidade Open Source na Internet para dentro de uma empresa, para gerar valor de produtividade interna.

O livro conta mais detalhes. Aguardem a publicação.

My New Cellphone

Its a Nokia E61i.

The Nokia E Series smartphones are currently the most advanced in the market. Some may say iPhone but there is no more than great usability and fancy-ness on it.

These are a few characteristics I like in E61i:

  1. QWERTY keyboard. I’m tired of loosing stylus pens and even use them to point things.
  2. WiFi with power save features. This is unique and as far as I know only Nokia and now the iPhone have it. E61i can also connect to Cisco WiFi networks with LEAP authentication, as used by my company. At work, at home and everywhere it finds a WiFi network I stay connected all the time with a sort of smart roaming, without running out of batteries.
  3. A wide screen and great web features as integrated feed reader and full XHTML browser based on KDE’s Konqueror that perfectly render very well all pages I need.
  4. Integrated Java support so I can install a practical mobile Google Maps application amongst others.
  5. Media features as MP3, MPEG-4’s AAC, MPEG-4 video (low profile DivX/Xvid) and MP4 container support.
  6. 2 megapixel camera for pictures and video.
  7. Can syncronize PIM data with anything that supports the SyncML Open Standard, for example the ScheduleWorld.com service.
  8. Has Text To Speech capabilities, so everytime somebody calls me, the phone actually speaks his or her name as it is written in the contacts database. There are options to install and use different voices and language accents.
  9. Has voice recognition capabilities, so I can press a button in the wireless bluetooth phones to make the phone as for a name, I speak it and it recognizes by how it is written in the contacts database. I did not have to record each contact’s name as previous phone models. Nokia E61i actually recognizes what I speak.
  10. And, to keep me hacking, the most important: integrated VoIP support through the SIP standard.

This last point deserves an explanation. To use VoIP you usually have to install a softphone in your computer and be close to it to make calls. Well, this phone kind of has a standards compliant softphone already installed in the OS. Together with great WiFi support, I can carry my work extension and other SIP accounts with me all the time, to make cheap international calls and also receive free calls.

This is all very geeky and I love it.

In further articles I’ll explain how to configure advanced features I’ve been using in my new Nokia E61i, a very portable computer.

MacBooks at IBM


I spend the first week of this trip to US in IBM Somers campus, a set of buildings where most of the company’s head quarters are located.

I went to many meetings with people in the CIO organization, IBM Academy of Technology and others, and surprisingly many high level people have MacBooks as their primary laptops. No Thinkpads, no Windows. I also noticed there is an internal Mac@IBM community with an Intranet home page, forums etc.

Although, for historical reasons, our official platform for desktops and laptops is still Windows, current IBM strategy for this matter is something like “hey, use whatever platform, browser, office suite, etc you want, because we are heading towards an Open Standards way”. This is called [cultural] diversity.

This is good, I like it, and this is the spirit that our internal Linux deployment relies on. Compared to Mac, Linux has a bigger community of users, more fully supported internal applications, and more internal developers. But I can say that Macs are more popular amongst VIPs.

The basic minimal software kit for IBM employees is Lotus Notes for workgroup, Sametime for instant messaging, a standard compliant browser as Firefox, and maybe some office suite. Well, Firefox runs everywhere, Sametime is 100% Java, Lotus Notes 8 is based on Java Eclipse and integrates an office suite compatible with OpenDocument Format (OK, is actually OpenOffice.org 2 embeded in Lotus Notes). So the kit runs everywhere, including Windows, Mac, Linux and many mobile platforms (which are also internally encouraged to be used for supermobile workers). Many employees only use this minimal set of tools.

A few more interesting words about Sametime: its being integrated with our global voice infrastructure through VoIP standards as SIP, so you can call any extension in the world using the IP network. You also carry your extension with you wherever you go. The instant messaging tool is the right place for it because it is already very well integrated with our enterprise directory. So we search people, find and chat (by typing) or talk.

Yes, for historical reasons we also use many products based on proprietary technologies. At the time they were chosen Open Standards were not something in the global agenda yet. Or they implement some sort of needed disruptive technology that didn’t have a viable standards-based equivalent. This is the case for the Siebel CRM used by the sales force. Completely proprietary but unique and fulfills our business features.

Although disruptive and proprietary use to walk together in the ICT front, IBM as a technology consumer has been putting Open Standards in its complex equation of what things to buy and use. This may be easy for a small company, but is a huge step for a big enterprise as IBM. And is, in my opinion, an example to be followed.

Candidatos Democratas e o YouTube

Ontem aqui nos EUA passou na TV um debate dos pré-candidatos democratas (entre eles somente um será o candidato a presidência a representar os democratas).

Da perspectiva política já era um debate interessante, mas o que realmente chamava atenção era o formato.

O programa chamava-se CNN & YouTube. As pessoas gravavam e enviavam suas perguntas pelo YouTube e no programa o video era apresentado num telão. Junto havia o logotipo do famoso site e podia-se ver também aqueles controles tradicionais de Play, Pause, etc do videos do YouTube.

Alguns videos eram bem simples, com o cidadão fazendo uma pergunta em frente a câmera. Outros tocantes, como o do homem mostrando o túmulo de seu pai, avô e filho mais velho que morreram em guerras. E outros bem produzidos e editados, e engraçados.

As perguntas eram das mais variadas: saúde, impostos, guerras e a guerra com o Iraque, aquecimento global, e aquecimento global relacionadas ao alto padrão de consumo americano.

A indústria do entrenimento não se contenta mais em receber a ligação ao vivo e transmitir a voz do telefone. Buscou e encontrou um novo formato. No site da CNN há uma video-matéria entrevistando os fundadores do YouTube discutindo essa nova forma de debate, com cenas do debate em sí. Há muitos outros videos sobre o debate em CNN.com.

Eu achei muitíssimo interessante. Os pré-candidatos que se destacaram foram Barack Obama e Hillary Clinton. E se você visitar seus sites verá que ambos tem blogs e outros mecanismos a la Web 2.0 de interagir com seus clientes, digo, eleitores.

Joomla! or Drupal ?

I went to this Buffalo Billiards bar in Austin, TX with some friends.

Right in the next table there was some folks playing billiard and wearing t-shirts written Joomla! Day 2007. I asked one of them:

  • “OK, so which one is better? Joomla! or Drupal ?”
  • “You can choose whatever you want, they are both good.” — he said in the same millisecond.
  • “So both are good ?”
  • “Yes, both are very good.”

Two minutes later he came back and said:

  • “I am the wrong person to ask, because I’m Joomla!’s project manager.”

Later I did some research and I found that Austin was hosting the Joomla! Day 2007 in the next day.

For whom doesn’t know, Drupal and Joomla! are both web content managers, a type of software that helps you build general purpose (or also specific) web sites. You should be mad, or have a very good reason, to start a website without the help of this kind of software.

Amongst these content managers, I have only used for my own blog WordPress.org which is simpler, more blog-oriented and very popular.

Between Drupal and Joomla! — more advanced ones — I can only say that Joomla! has a better name, nicer and more colorful logo and a project manager well tunned with the open mind wing of the Open Source movement.

Índice Linux Journal, Junho de 2007

  1. Número de bilinários no mundo: 946
  2. Número de bilinários na Índia: 36
  3. Aumento de biolinários na Índia no ano passado: 12
  4. Posição da Índia entre países com bilionários: 1
  5. Número de bilionários no Japão: 24
  6. Posição de Bangalore entre os que fazem buscas sobre “Linux” no Google: 1
  7. Posição de Tókio entre os que fazem buscas sobre “Linux” no Google: 2
  8. Número de localidades no hemisfério ocidental entre as dez maiores fontes de busca por “Linux” no Google: 0
  9. Número de localidades dos EUA entre as que as dez maiores fontes de busca por “Microsoft” no Google: 7
  10. Milhões de ouvintes de rádios de Internet por mês em 2005: 45
  11. Milhões de ouvintes de rádios de Internet por mês em 2006: 72
  12. Dólares pagos por ouvinte/por “performance” (gravação) por webcaster comerciais americanos entre 2002-2005: .0007
  13. Mesma obrigação acima para webcasters não comerciais entre 2002-2005: .0002
  14. Dólares pagos por ouvinte/por “performance” (gravação) por todos os webcaster americanos (americanos ou não) retroativos para 2006: .0008
  15. Dólares pagos por ouvinte/por “performance” (gravação) por todos os webcaster americanos (americanos ou não) em 2007: .0011 por performance
  16. Mesma taxa para 2008: .0014 por performance
  17. Mesma taxa para 2009: .0018 por performance
  18. Mesma taxa para 2010: .0019 por performance
  19. Posição da Radio Paradise, baseada em Linux, entre as “mais bem sucedidas em sua classe” de rádios de Internet: 1
  20. Obrigações em royalties do citado como uma porcentagem da atual receita total da Radio Paradise: 125

Fontes

  • 1-5: Forbes, CNN
  • 6-9: Google
  • 10, 11: Radio and Internet Newsletter
  • 12, 13: Librarian of Congress in 2002
  • 14-18: Copyright Royalty Board in 2007
  • 19, 20: KurtHanson.com

Por Doc Searls. Original: http://www.linuxjournal.com/article/9650#mpart4

Testei o iPhone

De pé, numa loja da AT&T em NY, brinquei com o iPhone por uns 20 minutos.

  • Ele é menor, mais fino e mais bonito do que eu esperava.
  • Comparado com o iPod, sua parte de trás é fosca de material que não risca.
  • A Apple conseguiu fazer uma interface que só tem 1 botão, e ele é exatamente para o que você precisa naquele momento. Muito intuitivo.
  • Tem viva voz.
  • O lance da tela virar na horizontal e vertical não funcionou direito, mas acho que eu fiz algo errado.
  • Fiz ele travar uma vez quando inseria um contato na agenda e usei sua câmera para tirar a foto da pessoa. Simplesmente travou na hora de diminuir a resolução da foto.
  • Não se pode dar várias categorias (tags) a um contato, como se faz hoje com KPIM, Lotus Notes, ou Outlook. Isso faz falta.
  • Seu teclado virtual é bom e preciso.
  • Não encontrei nenhuma forma fácil de usar caracteres internacionoais com o teclado. Ou seja, não se pode escrever com ascentos. Talvez ainda não suporte isso.
  • Seu browser — o Safari — é ótimo e mostrou corretamente as páginas em que entrei, inclusive o GMail. Ele tem bom suporte a JavaScript.
  • Tem um controle de zoom espetacular: amplia ou diminui-se o tamanho das coisas abrindo ou fechando-se 2 dedos sobre a tela.
  • Mesmo em tamanho muito pequeno suas letras são legíveis, graças a tecnologias TrueType.
  • Tem uma aplicação de Google Maps personalizada. Mas acredito que pode-se acessar esse site também pelo browser.
  • Tem uma aplicação de YouTube personalizada. Funciona.
  • A interface de sua parte iPod não tem mais a roda sensível. Navega-se pelas listas com o dedo como se fosse um scrollbar.
  • Selecionei um filme para assitir, mas travou.
  • O navegador 3D de capas de albuns é lindo.
  • Não há aplicações de escritório como editor de planilhas ou texto rico.
  • Tem WiFi, acho que tem Bluetooth, mas não reparei se tem infravermelho.
  • O navegador de fotos é intuitivo e ótimo também, mas não consegui girar a tela conforme giro o iPhone fisicamente.
  • A aplicação de previsão do tempo — movida a tecnologia Yahoo! e Weather Channel — não achou a cidade de São Paulo !
  • Há outras aplicações como anotações e stocks, mas não as testei.

Enquanto no Brasil pagamos uma média de R$6 por megabyte nos pacotes de dados de telefonia celular, na AT&T a transferência é ilimitada.

Achei que o iPhone não iria me servir por causa da dificuldade de inserir dados, teclado etc. Mas adorei e mudei de idéia. E acredito que os problemas encontrados serão corrigidos ao longo do tempo.

O iPhone é uma revolução em interface com o usuário. Na minha opinião, é o primeiro computador de bolso verdadeiramente viável e prático além de bastante poderoso.

Ajude ODF a Vencer

Muita evangelização tem sido feita pela comunidade livre, requisitando que pessoas votem não ao Microsoft Office Open XML (ou MooX).

É ótimo para conscientizar, mas infelizmente não tem muito efeito prático.

Como Funciona Tudo Isso

  1. A ISO já aprovou o ODF como o padrão de documentos. Então a ECMA entrou com um pedido para endossar o MooX como outro padrão ISO.
  2. Como o MooX já foi pré-padronizado pelo ECMA (uma entidade menor que a ISO), a ISO iniciou um processo chamado Fast Track onde os National Bodies de diversos países (como a ABNT) votarão se o aceitam ou não o MooX como outro padrão.
  3. No Brasil a Associação Brasileira de Normas Técnicas criou um Grupo de Trabalho — o GT2 — para discutir o MooX e concluir qual é o voto que o Brasil — via ABNT — vai levar ao Fast Track da ISO. Processo semelhante está acontecendo em diversos países. Veja openxml.info com mais foco na América Latina.
  4. No GT2, claramente favoráveis ao ODF — e que tendem a votar não ao MooX — estão empresas/entidades como IBM, Red Hat, Sun, 4Linux, ODF Alliance Brasil entre outras. Mas quanto mais votos, melhor. É necessária a presença de mais empresas.
  5. Tem direito a voto as empresas/entidades que comparecerem a no mínimo 1/3 das reuniões. E como isso é uma questão nacional, a ABNT tem feito um rodízio de cidades, uma reunião em cada cidade.

Como Ajudar o ODF Neste Processo

Se você acredita que o ODF é o padrão univeral e verdadeiramente aberto para documentos e quer votar não ao MooX, incentive a sua empresa/entidade a comparecer com regularidade nas reuniões do GT2 da ABNT. Ao longo deste período, serão levantados e documentados aspectos técnicos e estratégicos do MooX a fim de munir os votantes de informação e votarem corretamente. Muita ajuda é necessária aqui e o trabalho está sendo coordenado pelo Jomar Silva da ODF Alliance Brasil.

Novamente, você pode votar somente se comparecer a no mínimo 1/3 das reuniões da ABNT. Do contrário, evangelizar é bom mas não suficiente.

A próxima reunião acontecerá em São Paulo, dia 17 de julho. No final de cada reunião é marcada a próxima.

Contate Milena Beguito Pires da ABNT, e-mail <atendimento.rj ARROUBA abnt PONTO org PONTO br>, tel 21-3974-2300 pedindo mais informações sobre o GT2 e atas das reuniões anteriores. No caso de não obter resposta, mande-me um e-mail ou deixe um comentário neste post.

Compareça com regularidade !

Viagem de Nerd

Não é de hoje que vos digo que o Google Maps é o melhor site da Internet (depois de um blog ou outro).

Pois bem, vou fazer uma longa viagem a trabalho para os EUA, com muitas cidades, muitos lugares para ir, vários hoteis, muitos aeroportos. E como todo bom nerd, estou posicionando todos esses pontos em um mapa pessoal.

meu mapa pessoal

Ainda mais nos EUA, que está inteiro semanticamente mapeado (na linguagem nerd: the country is entirelly geocoded). Assim posso traçar rotas e imprimir mapas personalizados e não mais quebrar a cabeça procurando os meus lugares em mapas genéricos.

Não vivo mais sem o Google Maps.

Nos Domínios da Paravirtualização

A virtualização é um recurso usado para simplificar, esconder ou mascarar detalhes de funcionamento infra-estruturais de um hardware ou de um software. Sua função é fazer um componente simular ou se comportar como outro tipo de equipamento. Desta forma, o que é executado sobre a plataforma virtualizada passa a dar mais foco à sua super-estrutura, ou seja, à lógica de negócio.

Fica mais fácil entender quando classificamos alguns tipos interessantes de virtualização:

  • Driver de dispositivo: esconde detalhes de um dispositivo específico criando uma representação virtual de um dispositivo genérico. É uma das formas mais populares de virtualização.
  • Virtualização de hardware: trata-se de um software que simula todos os aspectos de um computador, incluindo firmware e dispositivos.
  • Virtualização de sistema operacional: provê interfaces genéricas que podem ser usadas por uma ou várias aplicações simultânea-mente. É uma das virtualizações mais completas, mais usadas e a que é menos associada à idéia de virtualização.
  • Virtualização de Servidor de Aplicações: idêntica em todos os aspectos a de SO, mas provê APIs e serviços de ordem mais abstrata. SOs modernos como Linux e Windows já incluem esta camada como parte das funcionalidades que provêem. Como exemplo, temos J2EE e várias outras APIs no universo Linux e .NET no mundo Windows.
  • Grid: pode ser visto como um novo sistema operacional cujas interfaces simplificam, escondem e automaticamente gerenciam uma malha de recursos computacionais heterogêneos e distribuídos.

Poderíamos citar outros tipos, mas o importante agora é entender que o objetivo maior do uso de virtualização é a independência e separação lógica entre camadas de funcionalidades diferentes, melhor gestão de políticas de segurança e melhor aproveitamento de recursos computacionais.

A virtualização de hardware é especialmente prática porque permite manipular o que antes era metal e silício físicos, como informação que pode ser gravada numa mídia e até mesmo transportada via rede. Mas a separação lógica entre a máquina virtual hóspede e o sistema operacional hospedeiro não lhes permite cooperar de forma mais eficiente. Por exemplo, o hospedeiro não sabe como o seu hóspede está usando a memória física. Assim, pode haver um retrabalho em tarefas comuns como gerência de memória virtual.

A paravirtualização, a princípio, parece uma virtualização de hardware, mas propõe que o sistema operacional hóspede saiba que ele está sendo executado na camada virtual e possa interagir com ela. Isso implica em alterações no sistema operacional hóspede, mas garante uma cooperação sem precedentes entre as duas camadas. O ganho imediato desta cooperação é a maior performance do conjunto.

O datacenter do futuro, vislumbrado com tecnologias de paravirtualização do presente, será todo virtual. Muitos dos produtos que hoje são executados em servidores físicos dedicados, sem virtualização, passarão para servidores paravirtuais. Isso acontecerá pois a perda de performance da paravirtualização tende a zero, e ao mesmo tempo ganha-se muita flexibilidade de operação, benefício típico da virtualização em geral.

A máquina paravirtual passa a ser como um líquido que se adapta a qualquer recipiente, podendo ser migrada a quente para outro equipamento com apenas milissegundos de indisponibilidade real, armazenada em backup ou fazer parte de uma infra-estrutura de alta-disponibilidade de máquinas virtuais.

O primeiro sistema operacional moderno que implementou essas modificações para paravirtualização foi o Linux, com o projeto Xen. A idéia se popularizou e aderiram a ela vários fabricantes. Hoje há um diálogo bem sucedido na indústria sobre padronização das interfaces hóspede-hospedeiro.

Com essa padronização se concretizando e com os benefícios que a paravirtualização oferece, podemos dizer que nos próximos anos ela substituirá por completo a tradicional virtualização de hardware.

Lançado Site da ODF Alliance Brasil

Em primeira mão:

BR.ODFAlliance.org

ODF é o formado de documentos de padrão aberto usado por uma série de softwares e suites de escritório como o OpenOffice.org, BROffice.org, IBM Lotus Notes 8, GNUmeric, Abi Word, KOffice e outros.

Desde que se estabeleceu no Brasil, membros da ODF Alliance vem trabalhando na divulgação do formato OpenDocument [definição da IBM], e nos grupos de trabalho de padronização de documentos de escritório da ABNT.

Não deixe de demonstrar seu suporte ao ODF no livro de visitas.

Ah, esses Agregadores

PlanetaEsses agregadores de feeds estão entre as coisas mais interessantes que aconteceram na blogosfera. Isso é a pura Web 2.0 em ação.

Coisa mais óbvia: juntar em um só lugar todo mundo que se interessa e escreve sobre mais ou menos o mesmo assunto.

O interessante começa no “mais ou menos”. Porque eu, fulano e sicrano não escrevemos só sobre tecnologia. Mas já que estamos aqui, por que não ler sobre outros assuntos que estão escrevendo pessoas com quem temos afinidades ?

Com a isca do “só vou ver o que mais vai ler quem for me ler” ou “só vou ver como meu post ficou no planeta” você foi fisgado pelo meme. E a informação flui, a consciência se amplia, e a qualidade dos leitores melhora.

Meu blog já está em 3 planetas técnicos. Mas quero mais, muito mais. Quero estar em agregadores não técnicos também. O resto do mundo precisa conhecer essa maravilha cybersociológica.

E tenho preparado os feeds do meu blog para isso: além das amadas tags/categorias por assunto, estou criando também tags operacionais, tipo lang:en para posts em inglês, geek:no para classificar coisas para mortais não técnicos, etc. E forneço o feed mais abrangente possível, de acordo com a audiência do planeta/agregador.

Matisse

Se você também está num desses agregadores, deve estar me lendo agora. Saiba que eu te leio também. E adoro. E comento no seu blog. Então comente no meu também. É legal. É giro (para os portugueses que me lêem).

Para os que que só lêem, tratem de criar um blog e entrar para a festa. É legal. É giro.

Microsoft Silverlight

When we think all standards, tools and frameworks for web on the client was already invented and now its time to spread its use, Microsoft comes with a “new” thing: Silverlight.

Silverlight logoSilverlight has same functionality of Adobe Flash. You install it on your desktop system and it works as a browser plugin. Silverlight leverages proprietary .NET, thus it is proprietary too.

When it says cross platform, read Windows and Mac only.

Development tools are Microsoft only.

My advise is to stay away from Microsoft Silverlight or any Mono reimplementation as Moonlight (as noted by Roberto Teixeira in comments). It will lock you in into proprietary technologies.

These are some alternatives (name in bold) for such an impressive interactive web functionality:

  • JavaFX [home] should be considered as a trully open standards alternative. Altough it is as new as Silverlight, JavaFX leverages all mature Java ecossystem.
  • SVG+JavaScript. A true and mature W3C standard for advanced 2D graphics presented as a XML dialect embedable in web pages. With the addition of DOM capabilities of well known JavaScript, SVG can have provide advanced animations. Drawbacks here are lack of user friendly graphical development and animation tools. SVG does not provide multimedia, but this type of content can be used leveraging the regular media player (and its browser plugins) the user has installed on its system.
  • Althought YouTube and other great online video services use Flash to deliver multimedia content, Flash is generally known as evil for web applications. But if you need such a fat client for web, Flash is more cross platform, cross browser and widely used than Silverlight.
  • Plain AJAX can also deliver high impact interactiveness. Its capabilities are similar to SVG above.

As happened with Real versus Microsoft media formats, and Java versus .NET, it is expected that when Silverlight gets more popular, the Flash plugin will be removed from default Windows installations (forcing users to explicitly install it), considered as non-strategic (or a competitor) for Microsoft.

500 Comentários !

Tinha previsto para o fim do ano chegar a 500 comentários no post de Aquecimento Global.

Essa marca foi alcançada hoje, 6 meses antes 😀 . A média é +/- 3.3 comentários por dia ou 22.8 por semana.

Pena que poucos realmente se salvam. Tinha apontado alguns engraçados, mas outros melhores ainda apareceram:

Pelo menos fico feliz em saber que estou contribuindo com vários trabalhos escolares.

Font Technologies on Windows and Mac

Since I started to write the Linux Font HOWTO I am interested in this subject. Personally I believe that good fonts and good renderer are the top contributors to an elegant and comfortable desktop.

Joel Spolsky wrote an insightful article comparing font rendering approaches of Microsoft and Apple.

And he refered another article by GRC explaining subpixel rendering.

By the way, GRC made history describing how Distributed Denial of Service works.

The Web and the Internet :: A Web e a Internet

  • The Internet is the collection of cables, routers, protocols, servers, IT services and data you can access with a browser or some other networked application.
  • While the Web is a mesh of human relations where knowledge and experiences are being trade.
  • Web 2.0 is the Web that uses the Internet in a more optimized way.

  • A Internet é o emaranhado de cabos, servidores, roteadores, protocolos, dados e serviços de TI que se pode acessar com um browser ou outro programa de rede.
  • Já a Web é a malha de relações humanas onde se troca conhecimento e experiências.
  • A Web 2.0 é a Web que usa a Internet de forma mais otimizada.

Platforms

In an internal account planning meeting:

  • “So what about to offer another architecture option for their SAP with Linux on Intel/AMD ?” — I said.
  • “No no. A customer of this size can’t have such a critical application in Intel/AMD platform. System P [with AIX] is more reliable.”

Then I had to explain that Intel/AMD is not a platform. Is an architecture.

Linux on Intel/AMD is a platform. Windows on Intel/AMD is another platform. And the last one is probably the one he doesn’t trust for such a critical application. You can trust on the first option, man !

Current Intel/AMD servers are very reliable. Have excellent chipsets, support advanced virtualization, are as fast as hell, and together with Linux are as reliable as any other UNIX server. By the way, Linux is UNIX, in case you didn’t notice.

SAP is trying to drive customers IT budget to their pockets, instead to the infrastructure guys pockets (as IBM). They are advising customers to switch to cheaper architectures (as Intel and AMD) so they have more money to spend with SAP. This is an opportunity for Linux.

If a company is making changes to their IT infrastructure, is hard to find a good reason to not switch UNIX servers to Linux on cheaper architectures. (By the way, total cost of ownership for Linux on System Z can be even cheaper for big datacenters.)

Main reasons for customers to insist on UNIX are legacy applications, culture, and a damn good UNIX sales force.

Sun uses ODF

Sun logoI spent the day in an Office Open XML conference in Brasília with many colleagues from companies in the industry, including Red Hat, Novell, 4Linux, ODF Alliance, IBM and Sun Microsystems.

For Sun, I was able to confirm they have ODF as their standard format for all documents, globally. OK, this was pretty much expected, but its exciting to hear it as an official statement from a Sun executive.

Investing on Sun Microsystems

I met a friend that works on an investment bank and provides advisory to his customers about companies that are good to invest now.

He has Sun Microsystems on his short list.

He didn’t make any organic research about this company. He only analyzed the behavior of their graph.

Anyway, I told him Sun Microsystems is a company that I would not invest nowadays. They were very innovative in the past, but their future, in my opinion, is uncertain.

Novell uses ODF

Novell logoYesterday, in a meeting on the beutifull Novell office in São Paulo, I was able to confirm that ODF is their document standard. Globally, for all Linux and Windows users. If they need to exchange documents with customers, they send in PDF.

I supose Red Hat, a 100% Linux company, is also in this direction. I just didn’t have the chance to confirm this with the folks I know in Red Hat. But I’m pretty sure its the same. By the way, Red Hat, together with IBM and Sun, is member of our local ODF Alliance Chapter Brazil.

Quando Abrir o Código Fonte

Open Source LogoNum evento promovido na Universidade Federal de São Carlos eu fiz uma palestra longa sobre middleware IBM em Linux. No final os estudantes fizeram ótimas perguntas sobre carreira, trabalho, tecnologia e uma das mais interessantes foi essa do título.

A resposta rápida é: se um software fechado ainda traz lucro para seu dono não há porque abrir seu código fonte.

Mas na verdade essa é uma questão deveras delicada, e a decisão é muito difícil de se fazer.

Um software tem dois grandes valores:

  1. O valor de seu código, ou o quanto o mercado valoriza financeiramente a quantidade de trabalho empregada para desenvolver aquele software.
  2. Seu valor ecossistêmico, ou quantas pessoas conhecem bem esse software e estão prontas para trabalhar com (e para) ele, usando, desenvolvendo extensões, escrevendo livros, etc.


O segundo ponto é mais difícil de entender, então para explicar tomemos como exemplo o Adobe Photoshop versus o Gimp. O último tem a maioria das funcionalidades do primeiro e é de graça, mas o primeiro continua sendo muitíssimo mais popular, conhecido, usado, etc. O valor ecossistêmico do Photoshop é bem maior que o do Gimp e isso inclusive aumenta seu valor financeiro.

E para o primeiro ponto, lembrem-se do excelente webserver de código fechado da Netscape que perdeu a guerra ao se deparar com o Apache HTTP Server. O mercado não estava mais disposto a gastar dinheiro com algo tão simples e estrutural como o código fonte de um webserver.

Se você abrir o código cedo demais, vai perder lucro, mas se esperar muito pode perder ecossistema porque seus usuários irão migrar para opções abertas mais flexíveis e mais baratas. A qualidade geral da opção aberta talvez seja inferior num certo momento, mas conforme seu ecossistema cresce, a qualidade também cresce talvez ultrapassando as alternativas fechadas.

Community ROI

Há duas vantagens em abrir o código fonte:

  1. A primeira é tática e está relacionada a terceirizar o trabalho massante de manter um código que não tem mais valor comercial, mas que ainda é vital para outros produtos de maior valor.
  2. A segunda é de ordem estratégica e muito interessante. Consiste em usar o poder social do Open Source em agregar comunidades e assim estabelecer um padrão na área do código que foi aberto. Isso aniquila a concorrência, e se não há um padrão geral estabelecido, a abertura bem sucedida e amadurecida define um Padrão Aberto.

Abrir só com o primeiro ponto em mente, geralmente leva ao fracasso. Foi o caso do Darwin e o OpenSolaris, pois não conseguiram criar ao seu redor um ecossistema viável para sobreviverem sem seu criador. Seu código foi aberto muito tarde, tão tarde que Linux já dominava a cena de sistemas operacionais.


Quando há um equilíbrio entre as duas vantagens acima, abrir o código fonte pode mudar completamente o rumo do mercado naquele setor. Foi o que aconteceu com o Eclipse e o OpenOffice.org. No caso do Eclipse, era uma grossa camada de código muito bem feito mas que dava muito trabalho para manter. Além do fato de que o verdadeiro valor de produto estava no que ficava sobre o Eclipse, como o antigo WSAD da IBM. Quando foram abertos, não havia nem sombra de algo similar em código aberto e com aquela qualidade. O resultado hoje é uma comunidade dinâmica ao seu redor que está levando esses projetos onde nunca se imaginava poderem chegar.

O poder de uma abertura estrategicamente bem pensada pode abalar as bases de um produto bem estabelecido. É o caso do OpenOffice.org mais ODF versus o MS Office e todo o barulho que temos ouvido na mídia e nos governos.

Hoje, softwares que implementam conhecimento muito específico de áreas avançadas como engenharia, arquitetura, negócios, logística, etc estão longe de serem abertos, simplesmente porque o mercado ainda remunera bem seus fabricantes. Há opções abertas, mas é tão difícil criar e autosustentá-las de forma global e com qualidade, que as opções fechadas ainda são melhores.

E softwares que implementam funcionalidades de uso genérico como o de um sistema operacional, servidor de arquivos, webserver, etc, graças ao mundo pequeno que a Internet nos ofereceu já dominam seu escopo inclusive em termos de ecossistema, e ninguém mais se arriscará a criar um concorrente de código fechado. A excessão aqui é o Microsoft Windows, único sistema operacional proprietário e de código fechado, que ainda detém um ecossistema gigante.

Já estamos vivendo uma época em que a decisão de abrir o código fonte não está mais no âmbito da infraestrutura. Nos próximos anos provavelmente vamos ver middlewares populares terem seus códigos abertos. Open Source está avançando nesse setor, e a capacidade dos gestores dessas áreas em tomar decisões inovadoras será o que vai diferencia-los da concorrência.

Isso acontecerá num ritmo natural. Não se pode mudar os nove meses de uma gestação. São idéias que naturalmente estão amadurecendo no mercado.