Jornada musical até Engenho de Flores

Na década de 1990 eu entrei na faculdade no interior de São Paulo e saí do casulo em diversos aspectos. Um deles foi o casulo musical pois passei a ter acesso a estilos musicais que eu mal conhecia. Meu batismo no Jazz/Fusion foi com um grupo local chamado Matisse – tratava de não perder nenhum show –, do guitarrista Aquiles, e foi com eles que descobri o barato do improviso jazzístico. Mas o que me definiu como brasileiro foi a MPB que se ouvia por lá, trazida de todos os cantos do país, e que nunca havia escutado em casa porque minha família era estrangeira. Depois criei asas e literalmente rodei o planeta em minhas descobertas musicais, tratando de divulgar o que eu achei e continuo achando de melhor.

Tô contando tudo isso porque hoje, mais de 20 anos depois, esbarrei na canção que ouvi em alguma festa de república uma única vez e passei os anos seguintes cantarolando prás pessoas perguntando se conheciam, como se chamava, de quem era, onde poderia ouvir novamente etc. Aí vai ela. É a «Engenho de Flores», do maranhense Josias Sobrinho mas que ficou conhecida na voz de Papete (1978) e Diana Pequeno (1979). Ufa… que jornada! Nem sei o significado da letra, mas sua sonoridade me devolve praquele tempo onde tudo era uma suave novidade. Ainda é, na verdade.

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Impressões sobre o show do Vento em Madeira

VentoEmMadeira
Ontem, 16 de junho de 2015, fui ao show do Quinteto Vento em Madeira no Centro Cultural Cachuera. Dividiram o palco com Mônica Salmaso. Apesar da presença da cantora, não foi um show de MPB. Mônica novamente exercitou seu lado B jazzístico, deixou as letras de lado e ficou só no tum-dá-chibum dos scats.

O quinteto é liderado pela ótima flautista Léa Freire que tem um longo currículo de composições e gravações muito boas. Há também Teco Cardoso, que já me fez perder a conta de quantos álbuns monumentais da Música Instrumental Brasileira ele participa. De Ulisses Rocha a Orquestra Popular de Câmara, ao Pau Brasil, enfim… Em boa parte do show os sopros de ambos participaram de exuberantes diálogos: sax baixo de Teco subia quando a flauta de Léa descia e assim por diante.

Como bons representantes da cena instrumental paulistana, o Quinteto Vento em Madeira é vanguardista. Digo isso como um contraponto à cena carioca, que é mais renovadora do bom e velho choro/bossa/samba em roupagem instrumental. Mas voltando à vanguarda paulistana, ela é avançada, ou seja, exige algumas boas “escutadas” por ouvidos já amaciados para que seja apreciada. É o caso do Duofel, Grupo Medusa, Feijão de Corda, D’Alma e outros daqui da Pauliceia, que preferem a jornada do experimentalismo dissonante ao invés do pop instrumental.

Mas esse não é, repito: NÃO É, o caso do Vento em Madeira. Apesar de claramente soarem como a geografia vanguardista paulistana, eles conseguem ser fáceis e deliciosos. Ocupam assim um espaço incomum, difícil de preencher e é isso o que faz o Vento em Madeira extraordinário. Talvez pelo comando da natureza melódica dos instrumentos de Léa e Teco, talvez porque se projetaram assim, sei lá. E não importa. O que importa é que foi um dos melhores shows que fui nos últimos tempos, composições automaticamente inspiradoras e melódicas à moda antiga, só que tudo novinho em folha.

Acho também que eles tinham que sequestrar a Mônica de vez e virar um sexteto. Esse negócio de “participação especial” já não cola mais porque a gente sabe que ela tá em todas. E se arriscar muito ela passa a Joyce que para mim é ainda a maior “scater” do Brasil.

Uma coisa que me deixa mordido de feliz são os maracatus que aparecem do nada no meio das músicas. Adoro maracatu. Não há nada mais brasileiro, intenso e chacoalhante do que maracatu. E é tudo culpa do baterista Edu Ribeiro. O pianista Tiago Costa também se destacou como autor de ótimas composições.

Ponto marcante do show foi o veterano pianista Amilton Godói (ex-Zimbo Trio) roubar a cena com Léa, ele no piano, ela na flauta contra-baixo, instrumento este que eu nunca tinha visto nem ouvido. Do tamanho de uma pessoa de pé, soa grave e delicado, acompanhamento perfeito para a suave composição de Amilton.

Tem que ser muito petulante, ou escravo de rádio ruim, ou tremendamente desinformado prá dizer que a Música Brasileira está perdida, que não se faz mais coisa boa por aqui. O Vento em Madeira está aqui prá desdizer isso.

Fiquei feliz também que veio meu amigo Luiz e ganhei dele um álbum do violeiro Levi Ramiro que adoro. E que também consegui convencer meu ocupado colega de trabalho Alvaro Guimaraes, flautista, a adiar seus afazeres profissionais e vir ao show.

A nova TI do iPhone

Do PC ao Datacenter, como o iPhone mudou tudo o que fazíamos em TI

A fórmula era ambiciosa para 2007: um telefone com inovadora tela multitoque grande, teclado virtual que finalmente funcionava, SMS repensado e apresentado como uma conversa, aplicação de e-mail com interface extremamente efetiva e clara, inúmeros sensores que interagiam com o mundo físico. E, acima de tudo, um browser completo e avançado, que funcionava tão bem quanto o que tínhamos no desktop. Read More

WordPress Community is in Pain

I don’t know about you senior bloggers but I’m starting to hate the way the WordPress community has evolved and what it became.

From a warm and advanced blogging software and ecosystem it is now an aberration for poor site makers. Themes are now mostly commercial, focused on institutional/marketing sites and not blogs anymore. WordPress is simply a very poor tool for this purpose. You can see this when several themes are getting much more complex than WordPress per se. Read More

SMS sem Ansiedade

SMS, WhatsApp, iMessage, Hangouts mudaram a forma como nos comunicamos.

Só não podemos nos deixar cair na armadilha de achar que a mensagem entrou no cérebro do destinatário quando aparece ✔✔. Evite ansiedade desnecessária pois o destinatário pode estar ocupado, esqueceu de responder ou simplesmente viu mas não leu direito.

De resto essas Apps são adoráveis mesmo.

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O problema em fazer tudo o que seu filho quer…

O problema em fazer tudo o que seu filho quer não é exatamente ele ficar mimado. Se ele ficar, no futuro (um tempo e espaço que ainda não existe), depois a vida conserta, é um problema menor.

O verdadeiro dilema, hoje, é isso transformar a vida dos pais num inferno. Dá prá medir isso por quanto você, pai/mãe, sucumbe aos caprichos dos filhos. A palavra chave aqui é “capricho”. Pais devem saber diferenciar capricho de necessidade real dos filhos. Choro de criança é uma força extremamente potente da natureza, tipo, é muito difícil não se comover e não agir, principalmente para as mães e avós, que são mais sensíveis. Mas agir sempre no sentido de parar o choro é, de certa forma, sucumbir aos caprichos, então quem cuida deve aprender a ser forte, eventualmente deixar chorar, saber identificar o verdadeiro motivo do choro, conseguir interpretar se está realmente doendo ou se simplesmente quer o iPad ou chocolate na hora errada. E fazer tudo com ternura, mas se permitir endurecer quando necessário. Essa é a sabedoria que se adquire na paternidade/maternidade.

Você só possui o presente, o futuro não existe. Não aja de forma a moldar seus filhos, é sacrifício demais para algo que está 1000‰ fora do seu controle.

Eu acredito que a melhor paternidade/maternidade é aquela que é regada de amor. Inclusive amor próprio.

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Se você tiver vontade de abandonar o Brasil…

Se você tiver vontade de abandonar o Brasil, ir embora de vez porque está cansado disso tudo, deve parar e perguntar se a sua vida está mesmo tão ruim assim. E se essa ruindade toda é mesmo culpa do país onde você vive.

Há muitas pessoas que displicentemente falam mal de tudo com bem pouca profundidade. E isso é enormemente amplificado pelas usinas de circulação de pensamento que são as redes sociais. Tem certeza que você não está sendo facilmente influenciado por isso ? Read More

Ode às Redes Sociais e à Livre Circulação de Pensamento

Tirando uns 60% de conteúdo ainda meio supérfluo, redes como Facebook e Twitter são ferramentas sem precedentes na história da humanidade.

Se você consegue enxergar além da piadinha, da foto do bebê e do bichinho, perceberá que tratam-se de verdadeiras usinas de difusão e circulação de pensamento que mantém a mente fascinada, o raciocinio arejado e o coração aberto.

Não menospreze essas ferramentas alegando que prefere relações pessoais cara a cara. É como rejeitar voar só porque a natureza não te deu asas. É como esnobar Paris só porque você é carioca da gema. Já superamos isso, é uma desculpa ingênua, que não cola, que soa mal e não “cool”.

Seja um partícipe na circulação do pensamento. As idéias, a informação, o pensamento, tudo isso quer ser útil, de alto alcance, para transformar. Não exclusivo, não de difícil acesso e nem caro. Esses sistemas de engajamento podem completar e potencializar o melhor de você como qualquer ferramenta quando usada para o bem, só que de uma forma nunca antes vista na história desta humanidade.

Microsoft Windows na plataforma Power com KVM e QEMU

Com o lançamento de KVM para Power se aproximando no horizonte, tem se falado muito sobre rodar o Microsoft Windows em Power.

Só uma rápida retrospectiva, KVM é a tecnologia do Kernel do Linux que permite rodar máquinas virtuais de forma muito eficiente. E o QEMU é o software que emula diversos aspectos de um computador (portas serias, rede, BIOS/firmware, disco etc). O QEMU existia antes do projeto KVM e possibilita rodar, de forma razoavelmente lenta devido a emulação de todos os aspectos do hardware, outro sistema operacional completo dentro dele.

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Casal, Separação e Amor

Quando um casal se separa e cada um sai em busca de outros companheiros, com certeza encontrarão alguns que não tem os “defeitos e problemas” do anterior porque se especializaram em detectar esses “defeitos”. Mas com o tempo, com certeza absoluta encontrarão outros tipos de problemas, às vezes maiores que os do anterior, porque neste mundo nada ainda é perfeito, tudo está em constante evolução.

União edificante e bem sucedida é aquela em que cada um dá o melhor de si e ajuda o companheiro a superar seus problemas, exercitando amor fraternal e de nível superior.

Amor esse que não deve ser confundido com a curta faísca da paixão, amor que não é atração que decai tão rápido quanto a carne, que não é dependência emocional nem financeira. Amor que não é interesse e que não é medo ou veneração por regras sociais e religiosas.

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O Twitter vai acabar, Facebook vai prevalecer

Prevejo (e costumo acertar essas coisas) que a médio prazo o Twitter tende a desaparecer. Mesmo com conteúdo melhor — pelo menos das pessoas que eu sigo —, seu concorrente, o Facebook, tem mais funcionalidades e possibilidades, é mais auto-contido e é mais colorido e diverso, o que o torna mais popular também.

Então acho que muitos continuarão migrando para o Facebook e deixando gradativamente de usar o Twitter, infelizmente.

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Paz de Espírito

Não vim aqui para ter paz. Paz terei quando morrer.

Vim aqui para interagir com as pessoas, com as coisas e com o mundo. Despertar interesses, sensibilidade que vai além dos sentidos físicos e assim superar as aparências. Vim experimentar relacionamentos com o mínimo de diplomacia possível, pois esta esconde a essência e as verdadeiras intenções.

Sou muito jovem para ter paz. Há muito o que observar e aprender sobre o universo. Há muito o que se pensar e concluir, pois a opinião pronta dos outros me servirá no máximo como mais um parâmetro para a construção do meu próprio pensamento. E tudo isso é interessante e inquietante, fomentado pela minha infinita sede de saber. Ainda não há espaço para paz e isso é bom, pois é o tempo natural das coisas.

Desconfio de jovens com paz. Isso tem outro nome. Eu chamo de letargia, conformidade, desinteresse. Isso também é porta aberta para pensamentos alheios que não lhe são necessariamente úteis ou saudáveis. Publicidade, a ciência que estuda como fazer você desejar o que não precisa, quer essa porta aberta na sua cabeça. Quer você com “paz”.

No fim da vida, quando tiver acumulado diversas experiências edificantes, quando e se tiver a clara sensação de que cresci e junto ajudei o mundo a crescer, aí sim haverá espaço para paz na minha alma. E será um novo começo, leve e bem-vindo como a manhã fresca de um dia de folga.

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OpenShift for Platform as a Service Clouds

OpenShift-LogoAt the Fedora 20 release party another guy stepped up and presented+demonstrated OpenShift, which was the most interesting new feature from Red Hat for me. First of all I had to switch my mindset about cloud from IaaS (infrastructure as a service, where the granularity are virtual machines) to PaaS. I heard the PaaS buzzword before but never took the time to understand what it really means and its implications. Well, I had to do that at that meeting so I can follow the presentation, of course hammering the presenter with questions all the time.
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O judaismo e sua “não definição”

Sou de família judaica e já pensei muito sobre este assunto (comentando um artigo de minha amiga Andréa Kogan), decorrente de, na minha adolescência, começar a achar certas coisas muito esquisitas e essencialmente preconceituosas.

Conclui que há o judaísmo religião e há o judaísmo cultura (relacionado a história de um povo etc). E tomei a posição de ser um péssimo judeu religioso por achar a religião judaica, encarnada aparentemente em tradições que não fazem nenhum sentido, deveras obsoleta e desatualizada. Em termos de conhecimento e cultura espiritual, acho que há coisas melhores hoje em dia, como o espiritismo e bahai (não sei se é assim que se escreve).

Mas também me considero um judeu-cultural por excelência, pela forma como sinto a conexão com minhas raízes, com a história. É-me emocionante. Ah, e sou também um excelente judeu que vai em festas pois adoro as pessoas, comidas típicas e tal.

Promover a comunidade, quando não há intenções de segregação, é a melhor e mais duradoura característica do judaísmo.

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GMail as mail relay for your Linux home server

Since my Fedora Post-installation Configurations article, some things have changed in Fedora 20. For example, for security and economy reasons, Sendmail does not get installed anymore by default. Here are the steps to make your Linux home computer be able to send system e-mails as alerts or from things that run on cron. All commands should be run as user root. This is certified to work on Fedora 21.

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Argentina não é para vegetarianos

A Argentina tá prá ser eleita o país menos amigável para vegetarianos. Não consegui fazer nenhuma refeição decente e balanceada aqui. É até mais chateante que os países da Ásia Central (Uzbequistão, Quirguistão etc) porque a Argentina é mais cosmopolita e esperava que estivesse mais sintonizada com essa diversidade. Mas não: aqui ou é parrilla ou não presta. Não é a primeira viagem que constato isso.

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Coisas que aprendi e descobri na Latinoware 2013

 

Inovação e o Filme do Steve Jobs

Jobs movie Ashton KutcherBom mesmo o filme sobre Steve Jobs, para mostrar como é árida a jornada para a Inovação. Como é solitário, como todos ficam te falando que está tudo errado.

Inovar não é repetir essa mesma palavra 800 vezes em PowerPoints. É ter Visão (A Centelha Motivadora), se preocupar com Detalhes e Persistir. Sendo que Visão é o fator menos importante porque ela muda, refina e se adapta durante a jornada. Persistir é deveras mais dispendioso para conseguir atravessar o mar de antiquados que tentarão te impedir.

Essa é pros loucos, pros deslocados, rebeldes, encrenqueiros, pros pinos redondos nos buracos quadrados… pros que vêem as coisas diferente — eles não curtem regras… Você pode citá-los, discordar deles, glorificar ou denegrí-los, mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los, porque eles mudam as coisas… eles empurram a humanidade prá frente, e enquanto alguns os vêem como loucos, nós vemos genialidade, porque aqueles que são loucos o suficiente prá achar que podem mudar o mundo, são os que mudam.

Rob Stiltanen & Ken Segall

Install OS X on a Mac computer from an ISO file

For some reason nobody published a simple guide like this. Maybe nobody tryied this way. I just tryied and it works with OS X Mountain Lion on a Mid 2012 MacBook Air.

If you have a Mac computer or laptop and want to install OS X, and all that you have is the operating system installation ISO image, you just need an external USB storage (disk or pen drive) of 5GB minimum size. Those regular 120GB or 1TB external disks will work too.

Just remember that all data on this external storage will be erased, even if the Mac OS X installation ISO is just 4.7GB. So make a backup of your files and after installtion you can re-format the external disk and recover the files on it.

To make the OS X installation ISO image file usable and bootable from the external storage, use the Mac OS terminal app or, on Linux, use the command line. This is the magic command:

dd if="OS X Install DVD.iso" of=/dev/disk1 bs=10m

You might want to change the red part of this command to the disk name that you get when inserted the external storage. Remember to not use things like disk1s1 or, on Linux, sdc1. The highlighted blue part on these examples are the partition name, and you don’t want that. You want to use the whole storage, otherwise it will not boot the computer.

After the command finishes execution, boot the Mac computer with the alt/option key pressed. Several devices will appear on screen for you to choose wich one to boot. Select the one with the USB logo and called “EFI Boot“.

Mac OS X installation app will boot and you can start the process. Remember that the default behavior here is to upgrade the installed system. If you want a clean install, select the Disk Utility app on the menu and make sure you erase and create a new partition on the Mac internal storage.

As a side technical note, this is all possible because ISO images — primarily designed for optical disks — can also be written to regular other storages as pen drives. And Apple has also put the right bits on these ISO images to allow it to boot from non-optical disks too.

Unicode ♥ וניקוד ☻ Уникод ♫ يونيكود

Unicode ♥ וניקוד ☻ Уникод ♫ يونيكود

Você sabia que há pouco tempo era impossível misturar diversas línguas numa mesma frase de texto sem a ajuda de um editor multilíngue especial? Mais ainda, que havia idiomas cujas letras sequer tinham uma representação digital sendo impossível usá-las em computadores?

Tudo isso virou passado com o advento do Unicode e para entendê-lo vamos relembrar alguns conceitos:

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