Rumo a Kashgar via Naryn

Este relato é parte de uma viagem à Ásia Central que começa aqui.

Almoço no Yurt

  • Após uma ótima noite de sono, acordamos dispostos, tomamos café junto com um grupo de Singapura. Esperamos a Natalia e caímos na estrada.
  • Dormimos um bom pedaço da estrada até chegarmos em Koshkor, uma pequena vila onde iríamos almoçar.
  • Chegamos a uma guest house onde haviam vários turistas assistindo uma viva mulher fazendo artesanato com lã.
  • No quintal da casa haviam vários yurts para turistas. Antes visitamos a loja de artesanato onde haviam vários artigos de lã e feltro, provamos vários chapéus típicos, tentei tocar os instrumentos de corda e a Tati acabou levando um camelo de lã para o Thomas.
  • Entramos os quatro para almoçar no yurt. Haviam várias geleias na mesa e o melhor pão da viagem até agora. Provamos também umas frituras com gosto de nada que vimos vendendo por kilo nos bazares.
  • Uma senhora trouxe uma chaleira antiga chamada samovar que mantinha a agua para o chá quente, transferia para uma chaleira menor e de lá servia para cada um.
  • A entrada foi uma salada de cenoura com massa de arroz em formato de tagliarini, temperada com balsâmico e algo mais. Depois veio uma sopa de batata, cenoura e outros legumes com um pouco de carne, temperada com bastante dil. E o prato principal eram legumes cozidos com carne, mas até ele chegar nos empanturramos com tanto pão que só deu pra provar.
  • Ficamos conversando com a Natalia sobre a vida dos jovens, línguas, telecomunicações, e varias outras coisas.
  • Saímos para caminhar na pequena vila, ver os mercadores e tirar umas fotos de pessoas. E caímos na estrada novamente.

Planícies Nuas, Montanhas Bicudas

  • Sempre viajávamos por planícies muito amplas e nuas cercadas por montanhas pontudas por todos os lados. Havia neve no pico de muitas delas. A terra é bastante pobre e rochosa. Pouquíssima gente vivia ali, a agricultura já tinha sido colhida para a chegada do inverno. Agora, só havia feno para colher. A Natalia falou que o povo kyrgyz era tão nômade que tiveram que criar associações locais para ensiná-los técnicas de cultivo e de construção de casas.
  • Víamos muitos grupos de carneiros, cavalos e gado pastando ou sendo levados pelos pastores. É que no começo do outono, com a chegada do frio, eles descem a montanha com seus rebanhos e vêm para lugares mais quentes. Por isso, também vimos na estrada yurts desmontados sendo transportados em caminhões.
  • Diferente de nossas paisagens, os rios evoluíam nus, sem nenhuma vegetação escondendo sua passagem cristalina. Planícies vastas, montanhas ao longe e rios a céu aberto conferiam um tom de paraíso a toda a cena.
  • No fim da tarde chegamos em Naryn, uma cidade um pouco maior que a vila do almoço. Entramos numa guest house chamada Celestial Mountains e iriamos dormir num yurt mas nos deram o quarto da TV onde transformaram 2 sofás em camas, tinha bastante espaço, TV, DVD e vários filmes. Mas a empolgação durou pouco ao vermos que todos os filmes eram piratas e falados em russo. Os chuveiros, privadas e pias eram comunitários mas limpinhos. E haviam muitos outros turistas ali, principalmente holandeses.
  • Umas 18h metemos uns jaquetões pela primeira vez na viagem e fomos caminhar com Natalia pelas ruas de Naryn. Vimos escolas, crianças, prédios de aparamentos em condições ruins, praças, monumentos, casas de chá e vendas. Numa delas comprei um bom picolé por 10 som, menos de 1/3 de dólar. Tive que esquentá-lo no bolso por um tempo antes de abrir porque estava muito duro.
  • Voltamos umas 19h para o alojamento, bem na hora do jantar, e ouvimos outras pessoas já sentadas à mesa. Deram-me uma salada de pepino e tomate no lugar de uma maionese com carne, depois sopa vegetariana no lugar da sopa com carne, e arroz branco simples e puro no lugar do arroz com frango para os outros.
  • A luz piscou, acabou e voltou diversas vezes durante o jantar até que trouxeram velas. E todos se divertiram com isso.
  • Marcamos tomar café às 5:30 no outro dia, e depois do jantar já fomos direto para o quarto para não sair mais.

Limpeza Mental no Kyrgyzstan

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Tudo (de) Novo

  • Pousamos umas 3 da manhã com um pouco de dor de cabeça pelo barulho das turbinas do avião russo.
  • O aeroporto de Bishkek (FRU) consegue ser mais organizado e prestativo no meio da madrugada do que o de Tashkent no meio do dia. O visto saiu rapidinho, havia fila organizada para os passaportes, vários agentes atendendo e as malas vieram rapidamente. As instalações pareciam melhores também.
  • Encontramos Natalia, nossa guia para os próximos dias, no meio de uma multidão de taxistas e carregadores oferecendo serviços. Pequena, clara, de nariz arrebitado e cabelo muito curto. Tanto que quase parecia um rapaz afeminado. Falava inglês bem e com pouquíssimo sotaque.
  • Viajamos os 40km até Bishkek em rodovia duplicada e bem sinalizada. A primeira impressão era de um Kyrgyz que se esforça mais que o Uzbek para andar para frente. Bishkek de madrugada parecia uma cidade europeia com avenidas largas e arborizadas.
  • O hotel era uma casa grande estilo montanhês, decorado com muita madeira crua, belos quadros, rochas, ambiente familiar e é a sede do International Trekking Center do Kyrgyzstan. Todos eram russos, não pediram passaporte para o check in e a burocracia foi quase zero. Marcamos para 10:30 e fomos dormir um pouco.

Nas Alturas

  • Acordamos antes do despertador. Depois do banho descemos para o café bem adiantados. Cereais bons, ovos cozidos e recheados com ervas, pães meio velhos, saladas de beterraba, de couve flor, pepino, tomate etc e música francesa meio brega. Chanson française mesmo.
  • Catamos a Natalia no escritório da Asia Mountains no porão do hotel e caímos na estrada antes da hora marcada.
  • A cidade de dia era bem movimentada e tinha trânsito. A variedade de carros era bem maior que a dupla Daewoo-Lada do Uzbekistan porque traziam carros importados do Japão. Isso também garantia carros com direção no lado direito que estavam sendo proibidos recentemente.
  • Todo nosso orgulho de termos começado mais cedo o dia foi por água abaixo quando descobrimos que o fuso horário havia mudado. Então o que achamos ser 10:15 da manha era na verdade 11:15.
  • Na saída da cidade passamos por um bairro de casas grandes e aparentemente caras. A paisagem estava ficando mais campestre e começamos a avistar uma cordilheira altíssima lá longe. Em certas partes havia córregos de águas cristalinas acompanhando a estrada que já era só subida.
  • Já penetrando numa cordilheira entramos num parque-reserva com seguranças na porteira. Estacionamos perto de um grande chalé que era um hotel e fomos caminhando.
  • Céu azul se misturava com nuvens esparsas que se moviam rapidamente. Estávamos na abertura de uma garganta cercada por montanhas altíssimas de rochas pontudas que alcançavam 4000m: Ala Archa. Em algumas delas via-se neve. Para nós brasileiros era uma paisagem completamente nova e de tirara o fôlego.
  • O começo da trilha era asfaltado beirando um rio de uns 4m de largura, de águas rápidas e cor opalina que abriam seu caminho entre as rochas. O branco da água ficava marcado nas pedras com a decantação de minerais. Esse rio era um dos que abasteciam a cidade e haviam pessoas fazendo picnics em alguns pontos.
  • O asfalto logo terminou e foi substituído por trilhas de terra cercadas de pinheiros de natal e outros arbustos. E também por grandes trechos de rochas que deslizaram montanha abaixo como se fossem rios. Em alguns pontos dessas formações pudemos ouvir agua passando por baixo das pedras.
  • Era só subida e a paisagem foi ficando mais ampla. A pura visão de um paraíso perdido. As montanhas não eram muito verdejantes. Quanto mais alto menos arbustos tinham, até rocha nua se mesclar com neve. Depois de mais de uma semana de pó e construções religiosas medievais, ver tanta natureza era um alivio para nossas mentes e pulmões.
  • De repente uma surpresa: começou a nevar! Até Natascha ficou surpresa por ainda ser muito cedo no ano para isso. Mas durou pouco e foi substituída por chuva que também passou rápida.
  • Continuamos subindo garganta a dentro conversando com Natalia desde politica e sociedade até música e sotaques. Ela era séria, de pouca prosa, mas uma boa moça.
  • Já mais de 14h, paramos para almoçar os sanduíches, pepinos e maçãs que Natascha trouxe. A paisagem era tão vasta que ofuscou a avançada idade do pão e a questionável qualidade do queijo. À frente da trilha avistamos a cachoeira mirrada que comia a rocha verticalmente.
  • Era tempo de começarmos a voltar. Essa história de que para descer todo santo ajuda não é bem verdade. Vários trechos escorregadios exigiam muito mais concentração. Se subimos cantarolando e conversando, a descida foi em silêncio, focada nos passos e no chão. Mas depois de certa altura voltou a ficar fácil e chegamos em baixo bem.
  • Entramos na van com e mente limpa e descarregada, graças a paisagem e o foco na descida, e por isso apagamos quase imediatamente, até chegarmos no hotel. Subimos ao quarto e ficamos lá ate nos chamarem duas vezes para jantar umas 19h.
  • O jantar foi enervante. Salada de repolho, pepino, pimentão, um pouco de tomate e muito óleo para entrada. As pessoas não aprendem que pepino não combina com repolho e que pimentão só serve ao consumo humano sem a pele que é celulose pura e indigesta. Mas isso não foi o pior. O prato principal continha uma versão quente da mesma salada, inclusive o pepino, mais um purê insosso de batata. Supernutritivo. A Tati recebeu um sobrecoxa frita requentada. Que imaginação essa gente tem para culinária! A sobremesa eram uns crepes já frios com mel, que estavam bons graças ao mel.

Centro de Bishkek

  • Um chá de jasmim depois, resolvemos ir conhecer a cidade. Elnura, a recepcionista simpática e sorridente, nos explicou como ir e voltar ao centro de taxi, com nomes de ruas e direções por escrito. Trocamos também $15 com ela, por 37.34 som por cada dólar.
  • Ela chamou um taxi que nos levou ao centro. Para pagar, assim que chegamos perguntei quanto custou a corrida com um gesto. Não entendi nada do que ele disse mas lembrei que Elnura informou que custaria 75 som. O radio do carro sintonizava 107.4 MHz e apontei para o 7.4 que lembra 75. Ele entendeu, concordou, pagamos e pulamos fora. Quem não se comunica se estrumbica.
  • No centro havia grandes edifícios públicos, praças e muita gente batendo perna ou de bobeira. Havia karaokês, bares e buracos vendendo sanduíches de churrasco grego que chamavam de Гамбургер (Gamburger).
  • Caminhamos sem destino e devagar, testando nosso conhecimento do alfabeto cirílico. Passamos por floriculturas, lanchonetes, casas de câmbio. O trânsito era caótico e dirigiam como loucos.
  • Uma hora depois pegamos um taxi que nos levou ao hotel com a ajuda das anotações da Elnura por 70 som e fomos dormir.

De Samarqand ao Kyrgyzstan

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Dia Extra em Tashkent

  • Levantamos umas 7:30 e procedemos ao café. A única coisa diferente que provamos foi o iogurte que não parecia ser industrializado. Era bom e bem gordo, quase uma manteiga. Nunca provei algo assim.
  • Fizemos check out e nos despedimos de Umid que fechava seu turno de 12 horas. Encontramos Nina recepcionando um grupo de turistas e observei que estava com a mesma roupa elegante mais um blazer típico por cima.
  • Encontramos Sacha às 9h e caímos na estrada ouvindo música russa. Era a primeira rodovia duplicada que vimos, apesar de alguns trechos serem bem ruins, outros novos mas sem nenhuma sinalização no chão etc.
  • Iríamos direto tomar o vôo para Bishkek às 17h, mas ligaram para Sacha avisando que foi adiado para 2:30 da manhã! Ele nos levou então ao já conhecido e confortável Uzbekistan Hotel.
  • Não paramos para almoçar na estrada. Só Sacha comprou uns peixões do rio Syr Darya que pescavam clandestinamente e vendiam em pontos de ônibus na estrada.

Pindura

  • Chegamos quase 14h no hotel, mortos de fome. Depois de formalidades no banheiro, decidimos ir a um italiano chamado Bistro que no guia dizia ser bom e caro.
  • A caminhada até lá foi relativamente longa. Sentamos fora e era bem agradável. A garçonete disse que os pratos eram grandes, mas não foi o que achamos. Dividimos uma salada de alface, (sim, isso existe aqui!) tomate, cebola e atum em molho balsâmico e depois um ravioli bem recheado de espinafre com molho napolitano. Estava tudo fresco e muito bom. A Tati tomou um chá gelado com um monte de frutas e eu um suco de maçã com cenoura, muito refrescante. Para a sobremesa Tati foi de crepe de chocolate com sorvete de amora e eu de torta quente de maçã com laranja e geléia de framboesa. Foi a conta mais cara: 30700 sum ou $25. Não tínhamos sum suficientes, não aceitavam cartão de crédito, nem notas de $1, $5. Só de $10 e $20, coisa que não tínhamos. Para as de $50 e $100 dariam troco em sum, coisa que não nos servia para o último dia no país.
  • Então eu fiquei de garantia e a Tati saiu para trocar dólares. Voltou uns 45 min depois e só conseguiu trocar no nosso hotel mesmo. Nenhum banco. Nesse ínterim já estava começando a fazer amizade com as garçonetes.
  • Voltamos ao hotel a pé pelas largas e arborizadas ruas da cidade. A idéia era ir na ópera mas não sabíamos o horário e programação e precisávamos tratar de uma passagem com o Brasil pela Internet. Ficamos a ver e-mails e falar no telefone até umas 18:30 e quando descobrimos que a apresentação era às 18h, desistimos e fomos descansar no quarto até umas 23h.
  • Descemos uma 23:45 e checamos os últimos e-mails pelo celular no ponto WiFi público do saguão, provavelmente o único do país.

O Topolev Russo

  • Sacha nos levou ao aeroporto e nos despedimos porque não deixaram ele entrar. Era burocrático e precisávamos passar por um tipo de inspeção financeira na alfândega além do check in. Coisa de economia frágil.
  • Algumas carimbadas e raios-x depois, estávamos no portão de embarque. O avião era uma lata velha russa modelo TU-154Б e estava cheia de israelenses que encontramos em todas as cidades pelo caminho. Os acentos eram marcados com Α, Б, В, Г, Д, Е, e não A, B, C, D, E, F que estamos acostumados.

Dia Livre em Samarqand

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Museu à Meia Luz

  • Férias é bom e a gente gosta. Gosta muito. Acordamos meio cedo, tomamos banho, café reforçado e… dormimos até às 11h.
  • Saímos andando até o museu de história que ficava em frente ao Registan Square. Ia começar a ICT Expo 2007 ali no dia seguinte e montavam os stands. IT no Uzbekistan de hoje se reduz a 15 stands de empresas de telefonia celular e nada mais. Havia stands que mostravam em letras grandes “CDMA”, coisa que o Brasil quer se livrar rapidamente, por ser proprietário, e trocar pelo padrão aberto GSM que tem mais fornecedores de equipamentos e por isso os preços são melhores.
  • Por 2500 sum por pessoa ingressamos no museu. Englobava história de Samarqand e do Uzbekistan em geral desde a era do bronze até o século XX. Tinha cerâmica, metais, murais, azulejos, esculturas, afrescos, mosaicos, roupas, e referências a povos e costumes. Apesar das hilárias legendas em inglês, o museu estava bem montado e agradável.
  • Estava surpreendentemente vazio, tipo ninguém mesmo, nem mesmo os franceses que encontrávamos o tempo todo.
  • Uma parte do museu estava completamente no escuro. Talvez porque o yurt exposto ali não tenha pago a conta de luz. E havia mulheres tomando conta que dividiam seu tempo entre comer, rezar atrás de umas cortininhas e vender artesanato dentro do museu !

Bozori !

  • Do museu pegamos a rua que dava no Bazar. Estava meio vazio porque segunda o bazar não funciona completamente. Os feirantes faziam marcação homem-homem para oferecer suas nozes, frutas secas, haleua, doces fabricados, belos blocos de cristal de açúcar de uva, marshmellow. Na área de pães vendia-se pães e nada mais. Na de verduras e legumes havia cebolas, pimentões, tomate, pepino, repolho, beterraba, cenoura, coentro, dil, mas nem sinal de folhas verdes como alface ou rúcula.
  • Uma mulher vendia algo amarelo e molhado numa bacia. Olhei intrigado e entendi ela dizer que era figo enquanto já oferecia um para provar. Era de fato um figo bom de um tipo amarelo que nunca tinha visto. Agradecemos e fomos saindo quando fez com os dedos o sinal universal do dinheiro apontando para o figo que tinha dado. Aquilo não parecia correto mas perguntei quanto. Tirou um bloco de dinheiro do bolso e mostrou uma nota de 500 sum. Viramos e fomos embora nervosos. Que mania de querer se aproveitar dos turistas! É o tipo de coisa que estraga o resto do dia, igual ao sorvete do dia anterior.
  • A Tati comeu um somsa bem bom por 300 sum e eu um picolé de mesmo valor, que no dia anterior nos cobraram 1500 sum !
  • Passamos pela parte de packaged consumer goods da feira e entramos em lojas que vendiam tecidos sintéticos de baixa qualidade.
  • Voltamos ao Registan Square pelo mesmo caminho e paramos numa casa de chá em frente para um chá verde por 300 sum.
  • As mulheres na rua freqüentemente vestem a mesma roupa. As vezes é porque os uniformes (hotel, lojas, padarias) parecem, para nossos olhos destreinados, uma roupa como outra qualquer, mas usada por todos igualmente. Mas desconfio (Tati) que eles têm uma quedinha por uniformes ou pelo uniforme, porque várias meninas vestiam-se também de maneira idêntica e todas as crianças da escola são uniformizadas. Até as árvores são uniformizadas: elas usam aquelas meias branquinhas de cal, para afastar os insetos…

Cidade Nova

  • Então decidimos ir para a parte nova da cidade por caminhos alternativos. Entramos por um bairrinho que logo se transformou numa favela a beira de um rio. Miséria é miséria em qualquer canto. Não havia uma alma viva nas ruas.
  • Saímos atrás de uns edifícios que pareciam públicos, e bem perto do nosso hotel. Era a parte soviética (nova) da cidade. Subimos a bela avenida da universidade, entramos por suas arborizadas e amplas travessas. Gente andando nas ruas ou vendo a vida passar, crianças saindo da escola, teatro infantil, confeitarias e atmosfera agradável. Entramos num parque e acabamos saindo numa região comercial com boutiques do interior, pedestres, avenidas movimentadas.

Jantar de Turista

  • Umas 17h nos enchemos e pegamos um taxi que por 1000 sum nos levou ao hotel.
  • Assistimos um pouco de TV, só havia uns 3 canais. Arrumamos as malas e tomamos banho.
  • Na recepção conhecemos o Umid que havia morado 3 anos em Portugal e falava um ótimo purtuguéish. Ele nos ajudou com detalhes do hotel. Havia também uma loja de roupas e coisas típicas que vendia por $500 a mesma roupa que vimos na loja da amiga da Nina por $100, no dia anterior.
  • Jantamos no hotel mesmo. O refeitório estava cheio de turistas. Por $12 por pessoa (caríssimo para o Uzbekistan), num esquema self-service, tivemos um dos melhores jantares da viagem, com várias opções vegetarianas provavelmente devido a demanda dos turistas europeus. Sopas, saladas, panquecas, arroz, tudo bem temperado.
  • 22:30 estávamos dormindo.

Samarqand com Nina

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Ciência Antiga

  • Como o hotel aqui é muito parecido com o de Bokhoro, achamos que iam ser tão chatos quanto eles quanto ao horário do café. Chegamos às 8:50 e vimos uma bela mesa. Nos servimos rápido de frutas, panquecas com queijo, geleias e chá verde. Para nossa surpresa nos esperaram terminar e não tiraram a mesa.
  • No saguão nos esperavam Sacha e Nina, nossa guia. Era uma ucraniana de meia idade, cabelos pretos, olhos e sorriso grandes. Vestia roupas em estilo persa-moderno e apetrechos que combinavam bastante. Veio ao Uzbekistan fazer uma especialização em história da região, trazendo sua paixão pelo assunto, e acabou ficando por aqui. Esse seu lado intelectual somava elegância e veracidade às roupas, e o resultado final era uma mulher doce, atraente e equilibrada.
  • O primeiro lugar que nos levou foi impressionante. Ulug’bek — neto de Timur — foi um rei do século XV que incentivava as ciências e construiu um observatório de estrelas que fomos visitar. Contribui para o desenvolvimento da astronomia e fez medições bastante precisas de tamanho da Terra, distância a estrelas, e duração do ano. Buscava a fusão da fé e do saber. Sua época ofuscou o fanatismo religioso e transformou Samaqand na capital asiática da ciência. Mas foi infelizmente morto pelo filho ciumento e de tendências fanáticas.

Fanatismo Novo

  • Depois passamos pela necrópole onde havia mais mesquitas e túmulos com influência zoroástrica.
  • Ao longo do dia visitamos diversas mesquitas e madrassas. Samarqand tinha realmente porte de capital a julgar pela suntuosidade de suas construções. Nina explicava com bastante propriedade muitos aspectos históricos, geográficos, arquitetônicos, culturais e tradicionais do povo e a relação com a antiga religião zoroástrica que dominava a região antes do islã chegar. Foi nossa melhor guia até agora.
  • Religião lhe interessava muito e contou como muitos peregrinos seguiam sua fé até Samarqand, como uma pequena viagem ao invés de irem a Meca, e beijavam e adoravam elementos sem saber o que significavam ou que não tinham nada a ver com sua religião, como o observatório astronômico de Ulug’bek.
  • Havia falado que gostei de suas roupas então nos levou ao atelier de sua designer favorita. Tati acabou levando uma bela saia toda bordada.
  • Fomos almoçar num bom restaurante na cidade nova. Comemos saladas e conversamos sobre tudo. Queríamos tirar o máximo da cultura e experiências de Nina.
  • Fomos caminhando pela belíssima e arborizada avenida da universidade em direção ao Gur Emir. Vimos os túmulos de Emir Timur, Ulug’bek e outro heróis nacionais. Alguns peregrinos irracionalmente adoravam também aquilo, contou Nina.
  • Na saída, depois de usar o banheiro, pedi a Nina que perguntasse porque cobravam 200 sum para usá-lo se não cuidavam, não limpavam, não havia água e não repunham papel. A resposta da funcionária foi vaga.

Registan

  • Caminhamos por um bairro antigo de ruas apertadas até o Registan Square, ponto máximo de Samarqand. No caminho compramos picolés de valor altíssimo. Com certeza fomos explorados e isso afetou negativamente o resto do dia.
  • O Registan era composto por 3 construções muito suntuosas e bonitas, erguidas entre os séculos XV e XVII. Uma mesquita, uma escola de música e uma madrassa construída por Ulug’bek com inscrições nada religiosas exaltando o saber.
  • Já eram quase 18h e Nina nos acompanhou até o hotel. No caminho vimos um homem fazendo somsas nas paredes de um tandir (forno).
  • Ela contou mais uma história de Khodja Nasredin, esperou o marido chegar, nos despedimos e foi embora.
  • Subimos ao quarto, não fizemos mais nada e dormimos cedo.

Camelos e Samarqand

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Duas Corcovas Chacoalham Mais do que Uma

  • A claridade da alvorada ia entrando pelos pequenos buracos do yurt, mas isso não incomodava o conforto de dormir lá dentro. No café serviram panquecas finas, um algo delicioso entre geléia e compota de damasco, chá verde e outras coisas.
  • Fechamos as malas, largamos na van e os camelos de duas corcovas já estavam a nossa espera. Tarkan foi guiando os camelos a pé enquanto cantarolava algo. Era um sobe e desce morro sem fim, com paisagem homogênea e bela para todo ângulo que se olhasse.
  • No fim da jornada chacoalhadíssima de ±1h, avistamos o lago Aydarkul e um pouco mais adiante nos encontramos com Sacha e despedimos de Tarkan e seus camelos.
  • Depois de se perder um pouco, Sacha nos levou à beira do lago de águas cristalinas e menos salgadas que o mar. Precisávamos de mais poucos graus de calor para entrar de corpo e alma, mas o ligeiro frio convidou só os pezinhos. Caminhamos pela praia do deserto cuja areia era ainda mais fina e macia que as das praias brasileiras. Havia arbustos completamente cobertos por sal.
  • O mesmo cozinheiro dos yurts armou uma tenda perto da praia para servir um almoço só para nós. Tomate, pepino (mas sem faca para cortá-los), peixe frito, pão e uvas e melancia para sobremesa. Chá verde como sempre.

Civilizátsya a Caminho !

  • Caímos na estrada. Aos poucos iam surgindo montanhas na paisagem ainda desértica. Num trecho viajamos por uma planície paralelos a uma cordilheira que subia abruptamente. Um cenário singular.
  • A estrada era de um asfalto velho ou ruim exigindo muitas vezes desviar dos buracos em baixa velocidade, e não permitia passar dos 80km/h.
  • Paramos numa pequena cidade que Sacha não sabia o nome, compramos picolé muito barato e bom e ficamos olhando os artigos da venda: muito chá, cereais e macarrão a granel, barras de açúcar de uvas que parecia um cristal bem formado da cor da polpa dessa fruta. Compramos sabão em pó para lavar a roupa.
  • A paisagem ia ficando verdejante conforme nos aproximávamos de Samarqand e chegando lá Sacha nos deixou no hotel Afrosiyob lá pelas 16h. Xush kelibsiz !!!
  • Subimos ao quarto, tomamos banho e depois usamos a banheira para lavar a roupa. Ela soltou muito pó que foi pelo ralo. Deixamos secando sobre o ar condicionado e na varanda do quarto. Até a manhã seguinte as roupas estavam secas.

Internet e Jantar no Irã

  • Um pouco antes de escurecer saímos para transferir as fotos para CDs e comer algo. Depois de perguntar e andar bastante, achamos uma LAN house que gravou nossas fotos em 3 CDs. A Tati ficou na Internet enquanto isso, e tudo saiu por 3400 sum, bem melhor que os $5/hora do hotel, só para Internet. No espaço que sobrou no último CD, pedi ao rapaz da LAN house preencher com MP3s de música uzbek tradicional. Intercambio cultural é tão mais fácil nessa nossa era digital. Ganhamos uns 400 MB de algo que deve ser o Chico Buarque do Uzbequistão, segundo sua descrição.
  • O rapaz também sugeriu um restaurante chamado Istiqlol e nos metemos num taxi para chegar lá. Só esqueceu de dizer que não seria fácil para turistas. Nem amigável para vegetarianos. Todas as mesas ficavam em quartos privados fechados por cortinas e separados dos outros quartos por paredes de 2m de altura. Não se via ninguém mas ouvia-se bem suas conversas e seus cigarros impregnaram nossas roupas.
  • Tinham cardápios em farsi e em russo, inúteis para nós. Foi provavelmente o pedido mais demorado, mímico e trabalhoso que o garçom que mal falava inglês tirou. E foi baseado em coisas que conseguimos nos entender com ele, e não tanto no que realmente estávamos a fim de comer. Resumindo: “green and tomato salad”, “vegetarian soup”, “chicken kebab”. Foi divertido. Depois descobrimos que esse era um restaurante iraniano e que não era muito bom.
  • O taxi da volta saiu por 2000 sum e fomos dormir.

Sarmish e Nurata com Svtelana

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Invasão de Loira

  • Acordamos às 7h, começamos com as malas e desta vez descemos cedo para o desjejum. Foi meio difícil arranjar mesa e no fim acabamos dividindo com duas israelenses. As frutas estavam realmente extasiantes.
  • Fechamos as malas, fizemos check out, encontramos com Sacha e caímos na estrada.
  • Horas dormidas depois Sacha parou numa fábrica e museu de cerâmica. Vimos o processo de artesanato da cerâmica desde a trituração do barro com moinho movido a burro até o torno mecânico.
  • Estava cheio de turistas comprando tudo. Eu também comprei um blusão de algodão crú decorado com seda por $30, depois de pechinchar pacas.
  • Mais algum tempo dormido depois, entramos no deserto, mas tinha uma aparência diferente do outro. Este parecia mais arenoso.
  • Em Navoy de repente uma loiraça entrou no carro. Svetlana seria nossa guia para Sarmish e Nurata.
  • Vimos ao longe uma usina. Perguntei se era atômica, e Sacha respondeu com um belíssimo “this in atom Uzbekistan no”. Quase todas as suas frases começavam com “this”. Um barato.

Petróglifos e Águas Cristalinas

  • Pegamos uma estrada deserto a dentro e paramos numa pequena ilha de rochas escuras na região de Sarmish. Escalamos um pouco as pedras e Svetlana mostrou os petróglifos, desenhos de camelos, caravanas, bodes cabras, homens em várias rochas. Foram feitas desde a Idade do Bronze (3000 AC) até a idade média. Pareciam ser um tipo de sinalização para as caravanas que passavam exatamente ali.
  • Em Nurata, almoçamos numa guest house que é uma espécie de restaurante sem cardápio. Trata-se de uma casa bem ajeitada com vários cômodos e jardim. Havia também uma lojinha, claro. Serviram saladas sem folhas, sopa de repolho e cenoura amarela, e plov. Melancia, amendoins e uvas secas para sobremesa.
  • Sacha gostava muito de Svetlana porque ela era de linhagem russa e bonita. Conversamos um pouco mais com ela que tinha um inglês relativamente fraco.
  • Na saída esperavam por nós umas meninas de 12 anos com roupa de escola. Quase que profissionalmente pediram que tirássemos fotos com elas e já tinham seu endereço escrito em francês em pedaços de papel decorados com florzinhas que elas mesmas desenharam.
  • A cinco minutos de lá ficavam as Fontes de Chashma onde o genro de Maomé teria batido o cajado para tirar água das pedras. De fato havia uma grande piscina com água limpíssima cheia de peixes que Svetlana contou serem venenosos e por isso ninguém os pesca.
  • Alexandre o Grande achou esse poço e construiu uma torre lá perto, que vimos somente as ruínas.
  • Despedimos de Svetlana em algum lugar na estrada e continuamos para o pouso yurt alguns kilometros dali.

Plantação de Yurts no Silêncio

  • Plantaram no meio do deserto uns 10 yurts. Cada um tem uns 4 ou 5m de diâmetro, inteiro acarpetado, com estrutura de madeira e coberto com algumas camadas de um grosso tecido rústico de lã. As camas eram futons no chão e recebem umas 5 pessoas confortavelmente. Os yurts estavam distribuídos num círculo e no centro havia preparação para uma fogueira. Ducha, casinha e refeitório ficavam alguns metros fora do círculo dos yurts em lados opostos.
  • O silêncio do deserto era a primeira coisa que chamava a atenção. Durante um chá da tarde testamos a quantos metros podia-se ouvir um sussurro. Então saímos para caminhar um pouco deserto a dentro para ouvir o som do silêncio. E se o silêncio está sempre presente no deserto, também está o vento. Parece que o capitão Rodrigo vai chegar galopando (num camelo?) a qualquer momento.

Kaljan no Tear

  • Ao voltarmos, Sacha perguntou se queríamos ir a uma vila a 10 minutos dali. Brinquei dizendo que sim se houvesse sorvete. Na única venda da vila, Sacha traduziu os dizeres da dona: “this in ice cream no”.
  • Dongelek era uma vila pequena e pobre erguida bem no meio do nada. Suas casas simples eram bem espalhadas com muita areia entre elas.
  • Sem muito o que fazer naquele fim de tarde, caminhamos ao léu bem devagar e vimos perto de uma das casas algumas pessoas em volta de um tear. Fomos chegando envergonhados e eles nos chamaram. Bateu um interesse mútuo entre nós, e Sacha tentava ser o interprete porque eles mal falavam russo também. Eram kazakhs, morenos com feições totalmente chinesas.
  • A base do tear era o chão. Fios coloridos de lã se estendiam por uns 10m. Uma moça leve e ágil sentava sobre uma parte já pronta do tecido artesanal e executava o trabalho meticuloso da criação do padrão, fio por fio. Ficamos fascinados pelo seu trabalho.
  • Trocamos perguntas sobre o que, quando, como e onde. Perguntei seu nome, esticando papel e caneta e dizendo o nosso. Escreveu em cirílico, KАЛЖАН (Kaljan). Percebendo meu interesse, ofereceu para que eu operasse o tear. Foi legal.
  • Mesmo sem uma língua comum nos comunicamos ativamente, ofereceram chá (mas não aceitamos) e queríamos ficar mais mas já anoitecia. Fomos embora impressionados com a vitalidade, hospitalidade e simplicidade daquela gente.

Fogueira e Franceses Bêbados

  • Logo depois de voltarmos ao acampamento yurt chegou o ônibus dos franceses. Os mesmos que encontramos no aeroporto ao chegar em Tashkent, no hotel em Bokhoro, e em todos os pontos que paramos no meio do caminho. Eles também já nos reconheciam e era engraçado. Mas o silêncio do deserto terminou ali. Instalaram-se em seus yurts enquanto descansávamos no nosso.
  • Umas 19h fomos ao refeitório, nos cumprimentamos e sentamos em outra mesa com o Sacha. Salada russa, de beterraba, uma de beringela com cebola que foi a melhor até agora, outra de beringela com tomate e pão. Tudo com bastante óleo e nem sinal de folhas. Depois, uma boa sopa de repolho, e carne com batatas num molho bem saboroso. Para o vegetariano aqui trouxeram 3 claras de ovos fritas em bastante óleo. Comemos felizes. Perguntei ao Sacha cadê as gemas, que disse que muitos europeus preferiam assim. Bem, não sou europeu e não sei de onde tiraram que não queria a gema. Mas o Sacha também inventa as verdades dele…
  • Sacha abriu a garrafa de vodca uzbek para experimentarmos. Tinha um aroma forte, não encontrado nas vodcas no Brasil.
  • Os franceses terminaram suas garrafas de vodca e oferecemos a nossa, totalmente cheia. Celebraram, agradeceram e brindaram ao Brasil, à França, à vodca.
  • Sentamos em volta da fogueira onde BLABLA cantava e tocava seu ditur, instrumento de 2 cordas que parecia um pequeno alaude de braço muito comprido e fino. A julgar pelos seus traços totalmente chineses-mongois, ele era um kazakh e estava acompanhado pelo seu pequeno filho de uns 2 anos de idade que roubava boa parte da cena.
  • A noite no deserto é muito fria, todos se aproximavam da fogueira e não se preocupavam porque sabiam que dentro do yurt tudo se mantém bem aquecido.
  • A cantoria terminou eufórica e com danças. Depois de acabar (umas 22h), conversamos com os franceses sobre o islã, integralismo e viagens em geral. Alguns estavam bem altos graças a vodca

Chão de Estrelas

  • Apesar da noite estar bem iluminada por uma meia lua, dentro do yurt não se via um palmo a frente e precisamos usar o display da máquina fotográfica como se fosse uma fraca vela.
  • Dormir no yurt não é propriamente prático, mas é bem roots. Os futons eram deliciosos e davam uma boa sensação de volta às origens.
  • Eu (Tati) saí do yurt no meio da noite e vi o céu mais lindo de toda a minha vida. A lua se retirara e deixara vigilante uma imensidão de estrelas, incontáveis, serenas, donas de tudo. Parecia um sonho de tanta precisão e beleza. Nem um único espaço sem brilho no breu, que ficava ainda mais negro pelo contraste. Acho que eu também contaria histórias de Sherazade sob mil e uma noites como esta.
  • No meio da madrugada as areias do deserto são tão geladas quanto as águas de um rio de neve derretida. Caminhar nessa escuridão, com essa vista e no absoluto silêncio, faz acreditar que pousamos na lua e saímos para explorá-la. Infestado de vida, o deserto é também inspirador e cheio de poesia.

Bukhara com Aziz

Este relato é parte de uma viagem à Ásia Central que começa aqui.

Café da Manhã Apertado

  • Acordamos umas 8 e pouco e chegamos no café às 8:50. Era o mais completo café da manhã até agora, com os figos mais doces que já comi, escuros por fora e amarelos por dentro, outras frutas, muitos pães, queijos e frios, panquecas, omeletes, umas 30 geléias de todas as cores mas sem nenhuma legenda, sucos, etc. Mas pena que mal deu para saborear pois às 8:58 começaram a tirar tudo implacavelmente. Corri para reclamar e mostrar que ainda estávamos lá, mas não adiantou. Regra é regra nesses resquícios de burocracia soviética.
  • Apesar disso, comemos bem, embora correndo para pegar as coisas antes que os funcionários as tirassem. Na saída reclamei com um funcionário que parecia mais sênior. Com uma cara de que já vou tarde me mostrou a placa com o horário do café: 7 às 9.
  • Encontramos o guia: Aziz, um jovem tadjik de Bukhara. O santo não bateu. Ele parecia não conhecer nada senão o blablabla decorado da visita (tele)guiada, não parecia gostar de nenhuma surpresa ou saída do esquema e não respondia direito nenhuma pergunta sobre a vida cotidiana. Pior: só direcionava atenção para as lojinhas e técnicas de artesanato. Além do mais, não tinha nenhum senso de humor e falava o ano ou século, irritantemente, de todos os monumentos. Um robô turístico. As cores de sua roupa eram um bom símbolo de sua personalidade: calça bege, camisa bege, sapato bege.
  • E apesar de Aziz, Bukhara brilha. Madrassas enormes, lindas mesquitas e belas praças com chafarizes. A cidade é antiqüíssima mas foi destruída diversas vezes sendo a mais letal a passagem de Genghis Khan. Por isso poucos monumentos tem mais de 1000 anos e a maioria foi erguida a partir do século XV.
  • Começamos por uma praça com o pequeno mausoléu de Ismail Samani cujos tijolos colocados em diversos ângulos específicos formavam a decoração inteligente. Na hora que estivemos lá, o sol entrava pelas frestas e rasgava o ar com raios brancos.
  • No mesmo complexo havia também a Fonte de Jó onde o próprio Jó da Bíblia teria batido o cajado e feito brotar uma água límpida e cristalina que está lá até hoje. O governo aproveitou e fez lá um museu da água, que mostra os trabalhos de irrigação e os carregadores de água, profissão reputada desde o século passado. Podia-se ver ao longe o que restou da Fortaleza de Emir.

A Casa do Noivo

  • Andamos por uma rua adjacente e Aziz ofereceu conhecermos uma casa típica de um bukhariano. Isso foi realmente espontâneo da parte dele e gostamos.
  • Pediu licença e permissão, e foi entrando. Era uma casa relativamente grande, de um cidadão abastado, com um jardim de rosas interno e uma edícula que iria servir para seu filho morar com a futura esposa. Conhecemos o proprietário e o noivo, mas não entramos na sala nem nos aposentos. A decoração não batia muito com os nossos gostos.

As Árvores Milenares e o Ninho da Garça

  • Aziz nos mostrou uma casa de banhos feminina do século XVI, que segundo a Tati cheirava bem, e outra masculina, que cheirava a muito mofo.
  • Almoçamos na beira do Lyab-i Hauz, um dos antigos reservatórios de água da cidade que hoje tem um papel decorativo na cidade. Em sua beirada haviam árvores retorcidas com sinalização de que eram de 1470, século XIII.
  • Todos os turistas almoçam lá e encontramos o primeira e único grupo de brasileiros ali. Era uma coisa tão rara que ao ouvir português simplesmente chegávamos para conversar.
  • Zanzamos por mais ruas com mesquitas, monumentos, madrassas e minaretes que sempre estavam forradas de lojas com vendedores agressivos. No topo de uma delas havia um gigantesco e impressionante ninho de garça, pássaro popular naquelas freguesias.
  • Entramos numa fábrica de tapetes onde mulheres tímidas e peludas trabalhavam todas as fases da confecção. Usavam fios de seda e era um trabalho interessante de ver sendo executado.
  • No final do dia, já não agüentávamos mais olhar trequinhos e técnicas e tecidos e tesouras e dizer “não, obrigado” para todos os vendedores e artesãos. Este último ponto não é exatamente culpa de Aziz. Praticamente todos os monumentos foram loteados em centenas de lojinhas que vendem basicamente as mesmas coisas. Visitar qualquer monumento significa ingressar num shopping cujas vitrines é a própria calçada.

Dança, Moda, Compras e Internet

  • Umas 17h fomos para o hotel. Sacha agitou um show-jantar para nós mais tarde, e fomos descansar um pouco.
  • Umas 18:30 ele nos pegou novamente e levou a uma ex-madrassa em Lyab-i Hauz. Toda a praça interna foi recheada de mesas e cadeiras para um show de música, dança e moda uzbeke. As mesas já estavam postas com o tradicional chá, saladas, pães e somsas. Achamos que o jantar era só aquilo então mandamos ver. Mas depois veio sopa e um prato principal. Sacha cuidou para que me servissem coisas vegetarianas e deu certo.
  • O show era bem bonito, com muitas dançarinas e intercalavam uma dança com um desfile de moda uzbeke. Eu achei o desfile legal, mas a Tati achou a coreografia das modelos um pouco brega. As roupas eram interessantes.
  • Pena que nos deram uma mesa um pouco distante. Gostaria de ver mais de perto a dança e os instrumentos que tocavam, mas privilegiavam grupos maiores para sentarem mais próximos do palco. Foi uma apresentação bonita e junto com o jantar tinha o preço fixo de $10 por pessoa.
  • Não precisa dizer que o lugar era envolvido por lojas que já havíamos visitado de dia, já conhecíamos os preços e produtos, e já sabíamos o que iríamos comprar. Depois de muita pechincha, mas muita pechincha mesmo, compramos véus sedas, bordados e lindas capas de travesseiros decoradas com bordados de seda de cores intensas.
  • Usamos a Internet precariamente num cybercafe lá perto e voltamos a pé até o hotel meio desesperados porque nossas entranhas já não estavam muito boas, e dormimos em seguida.

O Caminho para Bukhara

Este relato é parte de uma viagem à Ásia Central que começa aqui.

O Professor de Inglês do Borat

  • Acordamos às 7h, fechamos as malas e fomos para o buffet matinal do hotel de Khiva. Melancia, melão diferente e bom, outras frutas, sucos prontos, ovo estrelado, uma panqueca adocicada de ricota que ficava melhor ainda com um pouco de mel e umas massas doces fritas, além de frios e queijos que não tocamos.
  • Às 9 nos encontramos com Sacha na recepção. Ele fala exatamente como o russo do filme Tudo é Iluminado. Uma de suas pérolas: “I recommendation to you”. Ou cantar “happy birthday to you” para o cão que recebeu todos os restos do almoço mais tarde. Ou gritar “spaghetti” quando tocou Enzo Ramazzotti no rádio. Ou ainda “next you are civilizatsya” para indicar que chegaremos em lugares mais civilizados em breve. Mas nada se compara a quando perguntei se a usina a vista era de energia nuclear e ele respondeu “this in atom Uzbekistan no”.

Paisagens do Deserto

  • Caímos na estrada. Dessa vez dei uma olhada melhor em Urgench. É uma típica cidade de interior mas tem ruas e calçadas largas muito arborizadas, tanto que mal se percebe os postes e fios elétricos externos.
  • Na periferia de Urgench havia muitas plantações de algodão e era época de colheita. Sacha contou que quem trabalha na colheita recebe 300 sum por quilograma, e uma pessoa colhe ± 10kg por dia. Mais tarde paramos para ver a colheita e pesagem e atualizamos o valor para 50 sum. No mercado internacional a tonelada de algodão vale 400 USD, segundo Sacha.
  • Atravessamos o rio Amu Darya a pé sobre uma ponte de metal totalmente remendada. Havia trabalhadores constantemente consertando a ponte. Sacha passou de carro, só fomos a pé porque é legal. Esse rio divide o território Khorezm do Karakalpak e havia um posto policial ali, quase como se fosse uma fronteira entre países.
  • O deserto é lindo. Paramos em alguns pontos altos para ver o rio de longe. Estávamos na época das secas o que fazia o rio ficar pequeno, mas pelas margens era possível entender o colosso que é por volta de março, época das chuvas e degelo.
  • Apesar da aparência árida, não havia 1 m² sequer sem um arbusto de no máximo 1.5m de altura. Na estrada estávamos constantemente quase atropelando pássaros que pousavam e levantavam vôo. Vimos também alguns pequenos animais irreconhecíveis cruzando a pista. Ou seja, como todos os cantos desse planeta, esse deserto era o seio fértil de fauna e flora ricas e próprias.
  • Paramos para almoçar numa casa de chá no meio do nada. Imagine parar para comer numa estrada deserta no interior do Piauí. Deve ser parecido. A idéia era comer peixe do rio. Desceram um pão que estaríamos com sorte se fosse da semana passada e um molho de tomate pronto como entrada. Depois veio um pratão com postinhas de peixe frito. Comemos com as mãos e estava bem bom. 9500 sum para nós três incluindo chá, biscoitos, balas e moscas.
  • Ao longo de toda a estrada desértica, seja perto de alguma casa de chá ou no umbigo de um grande nada, havia incontáveis garrafas de plástico jogadas. Deduzimos que os carros passavam ali e as pessoas lançavam seus lixos imperecíveis aleatoriamente. Como aquilo não se dissolve espontaneamente, ao longo dos anos as garrafas se somavam aos milhares. Uma pequena marca na visão do deserto mas um profundo arranhão na ética dessa civilização.

O Algodão e Uma Breve Bukhara

  • Já perto de Bukhara, vimos a colheita e transporte do algodão. Paramos para umas fotos e Sacha puxou uma prosa com eles. Um deles veio nos dar um punhado de algodão mas mostrei que já tínhamos de outro pomar. Sua primeira ação foi pegar um de nossos chumaços e contar o número de sementes. Pelo jeito isso define a qualidade do algodão porque é da semente que se extrai o óleo, usado na culinária etc. Nunca tinha pensado nisso.
  • Chegamos umas 17:30 em Bukhara e saímos às 9:00 de Khiva. O hotel é do tipo luxuoso-dos-anos-70. No guia diz que ele é um marco da Bukhara soviética. É meio longe da cidade, as coisas não funcionam direito e cobram 5000 sum por hora de Internet. Uma calamidade de caro comparado a outros lugares.
  • Despedimos de Sacha, subimos ao quarto e cogitamos dar um mergulho na piscina mas estava em reforma. Então fomos bater perna e acabamos chegando na cidade velha, com suas casas baixas e muitas lojas para turistas.
  • Descobrimos um pequeno hotel-boutique num bairro que não era dos melhores mas ficava mais próximo do centro que o nosso soviético Palace. O recepcionista era muito simpático e eficiente. Mostrou um quarto que era realmente charmoso, saleta secular preservada, onde se comia etc. Perguntou do Brasil e detalhes de futebol que realmente não sabíamos responder. Não conte para ninguém mas o preço era $50 por noite e realmente valia a pena.

Jantar e Internet no Interior do Uzbequistão

  • Já anoitecia, a fome batia e voltamos ao hotel. Decidimos ir jantar direto no Pelican Cafe, indicado pelo Sacha e uns 800m do hotel. Era uma lanchonete decorada como americana, passava clipes americanos na TV e tinha uma freqüência jovem. Mandamos uma sopa solianka para a Tati e um spaghetti com vegetais para mim. E depois um sorvete com frutas. 7000 sum.
  • Na volta paramos numa LAN house e por 800 sum por hora acessamos a Internet por linha discada. Foi irritante (porque já não estamos mais acostumados) mas funcional.
  • Voltamos para o hotel e chapamos.

O’zbekiston

Eh assim que se escreve o nome do pais que eh muito diferente do nosso.

A coisa mais incrivel eh a etnia das pessoas, ou melhor dizer, a salada etnica delas. Eh russo loiro misturado com mongol e tartaro ouvindo musica americana na MTV. Nunca se perguntaram por que o negocio se “salada russa”? Poizeh, entendemos.

Estamos em Bukhara, chegamos hoje depois de viajar o dia todo pelo deserto, que eh sempre lindo.

Ja passamos por Tashkent que eh bem bonita e arborizada, e Khiva que eh uma cidade-museu. Tashkent tem um ar europeu com edificios stalinistas enormes, avenidas larguissimas e gente bonita.

A comida eh meio turca, meio arabe, meio carneiro e meio oleo. Daqui a 2 dias vamos chegar em Samarkand onde disseram ter o melhor sorvete do pais, ai minha dieta vai se equilibrar 😀

As coisas sao muito baratas. Se a gente se livrasse dessa nossa cara de turista, ia ser mais ainda.

Dia Livre em Khiva

Este relato é parte de uma viagem à Ásia Central que começa aqui.

Quem Não Se Comunica Não Almoça Nem Dança

  • Perdemos o café felizes porque dormimos até tarde. Mas deram um jeito para nos servir umas 11:15. A Tati queria ver mais algumas coisas em Khiva e lá fomos nós.
  • Certa hora deu fome e fomos conhecer o bazar que ficava na parte de fora da cidade. Já tinham desmontado tudo mas vimos um lugar simplório que tinha um placa indicando ser uma casa de chá. Não era um lugar nem uma zona turística.
  • Havia uma moça extremamente bonita parada na porta e fomos entrando. Não havia ninguém comendo provavelmente por causa do horário. Quebramos os dentes para nos comunicar num esforço hercúleo de ambas as partes, até que a dona entendeu que queríamos ver o que ela tinha na cozinha. “Salat”, “nan” e “tchai” foram as únicas palavras que ambos entendemos. O resto que ela mostrou não nos interessou. Então acabamos comendo um pão caseiro bem bom, salada de tomate com cebola e coentro e chá verde.
  • Enquanto comíamos eles não paravam de nos olhar e coxixar de longe. Certa altura chamei alguém e vieram todos, a família toda com todas as crianças. Pedi que sentassem, principalmente a menina da porta que tinha realmente uma beleza e sorriso surpreendentes.
  • Nos divertimos tentando nos comunicar mas foi extremamente difícil. Com ajuda de papel e caneta descobrimos o nome e idade de cada um. A menina bonita parecia estar nos convidando para jantar em sua casa, mas foi tão confuso que pareceu improvável. Então tiramos um monte de fotos, e descobrimos que não eram uma família e que as duas moças só trabalhavam lá.
  • Nessas alturas a dona estava bêbada, começou a falar sem parar, não entendemos nada e para fechar a matraca dela pagamos com a mesma moeda: comecei a falar coisas aleatórias em português. Funcionou.
  • Cena surreal: meteram uma música e nos chamaram para dançar. Uma menininha tirou um monte de fotos.
  • A dona estava bem bêbada e ficava tentando agarrar todo mundo (Tati e Avi) falando “i love you”.
  • Começamos o ritual de despedidas e as moças pediram para que lhes enviássemos as fotos. Estiquei uma caneta e falei as palavras mágicas “e-mail” e “internet”. Elas disseram calmamente “no no, no internet”. Fiquei alguns segundos perdido pensando como iria enfrentar esse desafio enquanto elas escreviam seu endereço num papel. Fiquei mais calmo quando lembrei que existia uma coisa chamada correio físico e agora só faltava descobrir como usá-lo.
  • A conta saiu 1000 sum o que nos revelou o verdadeiro Uzbekistan — literalmente de 5 a 10 vezes mais barato comparado ao já barato circuito turístico.

Outras Aventuras em Khiva

  • Fomos nos aventurar por partes mais externas da cidade e descobrimos uma tal academia de ciências, mas o homem na porta ou não nos deixou entrar ou disse que estava fechado, ou não foi com nossa cara.
  • Voltamos para a muralha e achamos uma rampa para subir nela. Vimos a cidade do alto quando o sol já estava mais baixo.
  • Atravessamos para voltar ao hotel e no caminho tentamos descarregar a câmera para um CD. Cobraram 5000 sum, mais caro que a turística Jerusalém. Não topamos.

Jantar em Khiva

  • No hotel tomamos banho e esperamos a fome bater enquanto relembrávamos o dia. E ela bateu violentamente, o que nos arrancou do quarto em direção ao Farouk, restaurante bonitinho e a céu aberto que tínhamos visto de dia.
  • Não havia praticamente ninguém às 20:00 e começou o ritual de explicar que não comia carne e selecionar as opções. Mandamos ver uma salada oleosa mas boa de beringela, pão fresco, 2 tigelas de lakhman (lámen) e umas fatias de melancia. O lakhman estava bom, mas o serviço não: traziam só 1 guardanapo que tínhamos que dividir e precisei ir até a cozinha para conseguir sal e pedir a conta. Saiu 10100 sum incluindo o serviço, valor que tínhamos aprendido ser altíssimo para o interior do país.
  • Voltamos ao hotel, usamos o computador para transferir fotos para o pen drive da Tati. Internet nem pensar, era por linha discada, 33.6kbps, e não estava conectando. E fomos dormir.

Khiva com Timur

Este relato é parte de uma viagem à Ásia Central que começa aqui.

Sacha e o Caminho de Khiva

  • Acordamos às 5h, fechamos as malas, comemos pouco, rápido e praticamente de pé e nos encontramos com o Sergey às 5:35.
  • Levou-nos ao aeroporto que era num prédio diferente e mais moderno que e o internacional.
  • Fizemos check in observando muitas pessoas tentando furar fila. O cartão de embarque era escrito a mão. Depois do raio-X respiramos o ar pesado da sala de espera devido aos fumante ansiosos que haviam lá.
  • A Tati cochilou no vôo, e eu não.
  • Urgench parecia um aeroporto desolado e saímos do avião a pé direto para o estacionamento de carros. As malas são entregues ali mesmo diretamente do carrinho que vinha do avião.
  • Encontramos o Sacha, nosso motorista de feições russas e dentes de ouro (só os 2 de baixo, e os outro era muito estragados) para os próximos dias. Seu inglês nota 3.5 não intimidava sua comunicação e falava sem parar. Era engraçado.
  • Tentei dormir um pouco esticado na van durante os 30km para Khiva, sem sucesso.
  • O hotel Malika (que significa rainha em uzbek, mas a Tatiana ficava fazendo trocadilhos do tipo “malika sem alçika”) ficava em frente a entrada da muralha da cidade antiga. Na recepção encontramos Timur, nosso jovem guia de 23 anos, com quem combinamos adiar para as 13h o passeio, para tentarmos dormir um pouco. Era 9:30.
  • Antes entramos pelo muro na cidade velha para um chá. Encontramos o Sacha no bar que pediu um café na nossa mesa e não pagou (provavelmente ficou escondido na nossa conta). Então tentou nos convencer em almoçar mais tarde nesse restaurante, tanto que pareceu que iria tirar vantagem. De qualquer forma era muito cedo para pensar nisso, não topamos e voltamos para o hotel.
  • Tati chapou, eu não. Só fiquei com dor de cabeça.

Timur e sua Khiva Khorezm

  • Às 13h nos encontramos com Timur no saguão e fomos caminhando até um restaurante que a Tati viu no guia (Zarafshan). Era aconchegante e sentamos num tipo de cama gigante com uma mezinha mais alta no meio. Timur nos ajudou com o cardápio, pedi 3 saladas e a Tati mandou ver um manti que parece um guioza no vapor.
  • Timur disse que já tinha comido mas comeu também. Tudo bem, porque foi bombardeado por perguntas sócio-político-étnico-econômico-religiosas e foi uma conversa legal. A conta deu uns 9500 sum.
  • Começamos então um longo city tour a pé, que durou 5 horas de longa conversa e histórias de Timur. Percorremos os principais monumentos e pequenas ruas empoeiradas e marrons de Khiva. O monumentos eram decorados com azulejos azuis (alma), verdes (islã) e brancos (paz).
  • Um lugar interessante foi a mesquita Juma Masjid com seus muitos pilares de madeira trabalhada. Um deles foi feito na Índia como premio pela vitória de um “Hércules” khorezm no campeonato mundial de luta. Continha divindades indianas escondidas em seus detalhes. Os Khorezm são uma minoria que vivem nessa região. Quando a Rússia definiu as fronteiras, seu território ficou dividido entre o Uzbekistan e o Turkmenistan.
  • Nesse lugar conversamos sobre religião e contei emocionado sobre o episódio da reza no deserto da Jordânia.
  • Em algum lugar Timur mostrou um poço de água a moda antiga. Pode-se encontrá-los em várias partes da cidade e essa água subterrânea é o que deu origem a Khiva. Ele puxou um balde de água que era limpíssima e bem fria. Eu a provei e tinha gosto mineral.
  • Às 17h fomos assistir um show khorezm típico numa casa de chá. Eu dancei junto e foi muito interessante.
  • Uma menina que tocava acordeon no grupo era lindíssima e perguntamos sobre ela ao Timur, por que não namorava ela etc. Ele contou que ser músico em Khiva era um tipo de subemprego, a posição social dela era complicada e isso dificultava as coisas.
  • Compramos ali umas sedas artesanais feitas a mão, depois da tradicional pechincha. E no caminho para o hotel Timur nos levou para outras lojas onde havia CDs e VCDs de dança. Não compramos mais nada.

Jantar com Intercâmbio Cultural Portátil e Digital

  • Num Bed-and-Breakfast perto da saída da cidade Timur combinou um jantar para nós pois era alto e tinha vista. Iríamos voltar lá às 20:30.
  • Acompanhou-nos até o hotel, cochilamos forte no quarto e tomamos um banho de pouca água, o que nos atrasou para o encontro com Timur às 20:20 no saguão.
  • Chegamos no restaurante atrasados e o proprietário reclamou! Serviram as saladas, um pão não fresco, uns pasteis de carne e de batata que tinham sido fritos horas atrás, chá, água e amendoim doce, uvas passa, peras e maçãs para sobremesa por 5000 sum por pessoa. Timur, nosso guia simpático, disse que só ia nos acompanhar mas filou novamente. Cobraram 10000 sum como que só para 2 pessoas.
  • Ao longo do dia fizemos um intercâmbio turístico, histórico e cultural. Mas agora era hora do intercâmbio digital. Bluetooth ativado em nossos Nokias e lá estávamos a trocar MP3s de nossos países. Timur recebeu Sa Grama, Pau Brasil, Titane, João Gilberto, Sa & Guarabyra e Paco de Lucia. Faltou Ulisses Rocha, Zé da Velha e outros mas ele não tinha mais memória. E eu recebi alguns MP3 khorezm e fotos. É assim que tecnologia derruba fronteiras.
  • Voltamos felizes para o hotel e dormimos profundamente até às 10:30 do dia seguinte.

Tashkent Turística

Este relato é parte de uma viagem à Ásia Central que começa aqui.

  • Acordamos umas 7:00.
  • O café no hotel tinha pães típicos um pouco secos, peras, maçãs, frutas secas, tomate e pepino frescos, um queijo branco e outro amarelo que eram bastante mixurucas, frios, uvas, sucos de maçã e outra fruta que não soubemos identificar mas que tinham um sabor diferente e bom, cereais simples, leite, iogurte, coisas que estavam entre compotas e geléias de diversas frutas, croquetes fritos de frango e carne, panquequinhas recheadas de carne, arroz cozido no leite que não era doce e rabanada que também não era doce. Haviam ovos expostos provavelmente indicando que poderiam ser requisitados. O café em si era dissolvido em água quente mas havia uma máquina de expresso lá. Foi uma refeição suficientemente boa.
  • Vimos o carro do Sergey lá fora e fomos atrás dele. Aí apareceu a Natascha, nossa guia, e nos cumprimentou. Seu inglês era compatível com o nosso. Ela era filha de russos mas nasceu e viveu em Tashkent a vida toda.
  • Levaram-nos primeiro a um belo jardim chamado Victory Park na beira do rio Bozsu, de águas verdes e rápidas. Havia um memorial à independência de 1991 e um museuzinho que não entramos.
  • Obviamente bombardeamos ela com perguntas sócio-político-étnico-econômico-religiosas, e perguntamos como soa a língua uzbek. Ela foi atrás de umas senhoras com traços mais ou menos tártaros que passeavam por lá e pediu para abrirem a boca. E elas falaram frases simples mostrando seus inúmeros dentes de ouro. Foi o momento mais alto do dia até aquela hora.
  • Perto do jardim ficava a monumental antena de TV cuja arquitetura continha um tripé de tamanho colossal. Parecia um míssil pronto para ser lançado.
  • Depois fomos a um monumento tocante no epicentro do terremoto de 1966 que consistia do chão rachado e uma família parando o terremoto com um gesto sereno. Escultura monumental stalinista, mas bela.
  • Atravessamos um rio que era a divisa entre a cidade nova onde estávamos, e a velha, para onde íamos.

Tashkent Antiga e o Primeiro Corão

  • Fomos a um complexo de edifícios renovados de arquitetura islâmica típica do Uzbekistan. Fica na parte antiga da cidade, pois Tashkent sempre foi um lugar de passagem e troca de mercadorias. Além das ruas labirínticas de terra batida do século XVI, visitamos a madrassa e mesquita renovadas após a independência (e a retomada da fé islâmica).
  • Um dos edifícios continha exposto a Corão mais antigo que existe, escrito poucos anos após a morte de Maomé. Trata-se de um livro enorme com páginas papel de seda de ± 1m². Cada página continha umas poucas frases escritas em caligrafia grossa, grande e bem espaçada. Era proibido fotografar e tivemos que tirar os sapatos para chegar perto.
  • Andamos pelo bairro antigo, onde todas as casas são cercadas por grandes muros para que o pessoal de fora não soubesse a situação econômica de seu dono. Cada casa esconde um pequeno quintal com árvores frutíferas que pode revelar uma pequena jóia.
  • Natascha contou sobre os rituais de casamento, a proteção dos mais velhos, a mudança dos tempos e o fim do comunismo.

Bazar, Almoço e Outros Pontos Turísticos

  • Fomos para o bazar que parece a Feira do Ver o Peso de Belém. Era muito grande. Havia partes abertas que vendiam frutas e legumes, sapatos, roupas, temperos, e uma construção redonda muito interessante onde se vendia nozes, frutas secas, queijos (todos iguais e azedos), picles de vários tipos, conservas, legumes pré-fatiados-na-hora, condimentos, em 2 andares. Todos os bazares tem 2 andares: um para comidas, outra para roupas e outras coisitas. Por exemplo, 1kg de castanha de caju custava, sem pechinchar, 13000 sum ou $10, ou R$20, um pouco mais barato que no Brasil, terra do caju.
  • De lá fomos para uma antiga madrassa que foi transformada em um centro de artesanato onde artesãos mantinham seus estúdios e lojinhas. Todos faziam exatamente as mesmas coisas: caixinhas pintadas da forma tradicional, pinturas islâmicas simétricas de grande precisão e detalhe, e também os mesmos temas em papel de seda ou papiro antigo. Era lindo mas encheu o saco ver tantos artesãos fazerem a mesma coisa com diferenças somente técnicas.
  • Então fomos almoçar no Credo, restaurante estranhinho indicado pelo Sergey. Mesmo sendo domingo, estava praticamente vazio. Comemos umas saladas, carneiro e uma pizza frita de cheiro verde e um queijo meio estranho. Sorvete com nozes no final e chá verde com limão que parece o refrigerante Feel Good do Brasil.
  • Fomos ao pequeno museu de artes aplicadas na parte nova da cidade já com muito sono. Vimos sedas, tapetes, roupas tradicionais, madeira esculpida, cerâmica, instrumentos musicais, jóias, etc. A casa era do diplomata Alexandrovich Polovtsev em 1907 e havia pertencido a algum judeu que a reformou com inserindo alguns temas judaicos como Estrelas de David.

Jantar Turco

  • Fomos para o hotel umas 17h e chapamos até umas 19h.
  • Acordamos e decidimos jantar no Istambul, atravessando a rua do hotel, um turco que a Natascha indicou. Antes de chegar lá demos uma volta numa praça com lago e chafarizes e bares de espeto e de bêbados em volta.
  • No Istambul foi divertido pedir comida. Turcos fumantes se amontoavam para assistir um jogo de futebol na TV. Mandamos ver um prato de vagens, salada de pepino e tomate, e pepino com iogurte (a minha receita é melhor), acompanhado de um pão perigosamente gostoso. A sobremesa foi um preparado de semolina com nozes que minha mãe também sabe fazer.
  • Voltamos para o hotel pela passagem do metrô e demos uma espiada.
  • Já no quarto percebemos como fedíamos a cigarro. Fizemos parcialmente as malas e tentamos dormir. A Tati obviamente conseguiu, mas eu não por causa da soneca da tarde. Passei a noite em claro e sofri no dia seguinte.

Chegando em Tashkent

Este relato é parte de uma viagem à Ásia Central que começa aqui.

Aflição com o Passaporte

  • Pousamos em Tashkent.
  • Na imigração havia 4 guichês e nenhuma coordenação de ordem. As pessoas simplesmente se amontoavam para serem atendidas, sem fila nenhuma. Nunca vi isso.
  • Precisávamos tirar visto mas ninguém nos atendia. Esperamos mais de uma hora até todos terem o passaporte carimbado.
  • As vezes passavam policiais fardados do aeroporto sempre com carimbos pendurados na cintura ao invés de armas. Era engraçado.
  • Um cara de crachá apareceu e falou a palavra mágica: “visa”. Foi o suficiente para darmos nosso passaporte. Falou para esperarmos aí e desapareceu na multidão. Bateu medo, arrependimento e frio na barriga. Não podíamos ter dado o passaporte tão levianamente.
  • Outro cara voltou 10 infinitos minutos depois com os passaportes com visto e cobrou $60 por cada um.
  • Carimbamos os passaportes, pegamos as malas e nos juntamos a multidão quase inerte que precisava passar pela alfândega, também sem nenhuma ordem de fila.
  • Passamos pela alfândega e saímos para a parte externa do aeroporto que parecia o de Ilheus, Bahia. A Tati sentia cheiro de cravo. Pousamos às 7h, saímos do aeroporto às 10h. Bem eficiente.

A Moeda Engraçada

  • Encontramos com o Sergey que nos levou ao Hotel Uzbekistan (mapa). Ele falava pouquíssimo inglês mas era simpático.
  • A primeira impressão da cidade lembrou as capitais do norte como Belém, com suas árvores gigantes.
  • O hotel tem porte stalinista mas a fachada é inteira rendada lembrando temas islâmicos.
  • O carregador tinha pele literalmente rosa com olhos muito claros e as recepcionistas totalmente orientais, muito simpáticas, falavam inglês e atravessamos o grande saguão para falar com elas.
  • Fizemos check in, subimos, tomamos banho e dormimos das 11 às 14:30. O quarto era enorme, a cama também.
  • Fomos trocar dinheiro no hotel mesmo. $1=1274 sum. Mas a maior nota é de 1000 sum e ao trocar $100(=127400 sum) saímos com um incômodo bolo de 15cm de altura em notas. A maior cédula do país, de 1000 sum, comprava uma garrafa de água de 2 litros no hotel. É como se a maior cédula no Brasil fosse de R$5, talvez até menor.

Tashkent Soviética e a Primeira Refeição

  • Saímos para andar. Ruas e edifícios enormes, arquitetura monumental, parece Brasília com um toque de Stalin e um pezinho no oriente.
  • Andamos por uma rua muito larga com árvores enormes e um parque em um de seus lados. Havia uma estátua de Amir Timur, herói nacional do século XIV.
  • Entramos num lugar chamado Mir Burger, anexo ao Mir Stores — um tipo de supermercado com pequeno shopping no andar de cima, onde compramos pasta de dente — mas além de sandwiches haviam outros tipos de comida.
  • No andar de baixo havia o tal Restaurante Anatólia e pudemos montar pratos com vagens, feijão, espinafre com arroz e bolinho de carne com batata. Era gostosinho e lembrava a comida búlgara — ½ eslava, ½ turca — de minha mãe.
  • Uma avenida dava em um tipo de Esplanada dos Ministérios com avenidas, calçadas e jardins larguíssimos e bem cuidados. Conseguimos ler o nome do Ministério das Finanças em alfabeto cirílico. A segunda coisa que conseguimos ler foi СИМРСОНС (Simpsons, propaganda do filme).
  • Zanzamos por lá admirados com a arquitetura de coisas gigantes e principalmente com a variedade étnica e cultural das pessoas. Era mais interessante fotografá-las do que as paisagens. E seu temperamento muda tanto quanto seus traços: alguns são solícitos e simpáticos, outros são rudes, desinteressados ou desdenhosos. Ou pode ser só choque cultural mesmo…
  • Pode-se identificar as etnias pelas roupa (quem conhece). há chapéus quadradinhos, chapéus redondos, chapéus mais muçulmanos ou mais chineses. Para as mulheres, vestidos em geral longos e brilhantes, como se fossem a Scarlett Ohara com vestido do sofá da vovó. Mas tem aquelas moderninhas que se vestem com jeans ou micro saias, sempre cheios de brilhos. Aquele amor oriental por tudo que brilha, porque mesmo o que não é ouro, reluz.
  • A Tati ainda dormia de pé e fomos voltando para o hotel ao anoitecer.
  • Paramos para um café ruim num lugar na praça que parecia um coreto de nossas cidades do interior: totalmente aberto, alto e com tudo de mármore.
  • E lá perto havia uma feira de quadros como o da antiga Praça da República. Mas as pinturas em geral eram bastante bregas.

Jantar Típico e “Caro”

  • Descansamos um pouco no hotel, assistimos Fashion TV, tomamos outro banho e pedimos sugestões de restaurantes típicos.
  • Escolhemos o Caravan porque disseram ser típico e com música típica ao vivo, mas precisaríamos de um táxi.
  • 3000 sum depois, o taxista do hotel nos deixou lá, numa rua de bairro larguíssima e que ele fez questão de lembrar que sediava o consulado de Israel.
  • O restaurante era bem decorado com antiguidades e tinha vários recintos, alguns com mesas com sofás aconchegantes. Sentamos na parte de fora perto da música ao vivo que não era tradicional coisa nenhuma. Jazz meio vagabundo e tocaram até Pantera Cor de Rosa.
  • Para um sábado a noite, o restaurante estava bastante vazio, e havia mesas só com mulheres um tanto vulgares.
  • Depois ficamos sabendo que o lugar era considerado muito caro. 2 cumbucas de saladas boa e outra ruim, 1 chá gelado com berries, 1 pão tradicional, 1 somsa de espinafre (bureka com massa gorda) e 2 sobremesas (prato de frutas secas e maçã assada com pistache) saiu por 21000 sum, ou menos de $20.
  • Ligamos para o taxista Sunat vir nos buscar e voltamos para o hotel quase meia noite.

Towards Central Asia

Tomorrow we are traveling to Uzbekistan, Kyrgystan, Kashgar in China and a few days in Moscow.

Central Asia Map

When I tell this to people their first reaction is always “WTF are going to do there?”. Well, I try to reroute this question to my girlfriend, because I am still not sure. I even don’t know how she convinced me to do this trip. But with her company everything will be a pleasure.

I’ll try to blog the most I can from there, but I guess this region and some parts of Africa are the most remote locations in the world, so I can’t promise any single post.

São Paulo dos Vegetarianos

Minha São Paulo é uma cidade lotada de restaurantes vegetarianos, como uma cidade cosmopolita não podia deixar de ser. Temos mais de 50 catalogados !

A maioria segue o padrão sirva-se-e-coma-a-vontade, e não passam de R$10 ou R$15 por pessoa, geralmente com bebidas e sobremesas incluidas. Isso os faz ter o melhor custo-benefício entre os restaurantes, e são uma ótima opção também para os não-vegetarianos.

A lista abaixo é um resumão de um movimentado tópico na comunidade São Paulo do orkut.com, e que continua crescendo com a ajuda da comunidade dos Paulistanos Vegetarianos, do mesmo Orkut. Está ordenada por P.N. e provavelmente inclui todos os restaurantes vegetarianos de São Paulo, porque várias pessoas contribuem constantemente. Deus salve as comunidades.

Se você conhecer algum que não está aí, ou que esteja com informação imprecisa, por favor deixe um comentário. Esta lista só será melhor ainda se você continuar contribuindo para ela.

Este mapa interativo contém todos os restaurantes da lista. Encontre a região desejada e veja clique nos ícones para ver os restaurantes próximos. Mantenho ele publicamente disponível no Google Maps.
Exibir mapa ampliado

Mapa de Restaurantes Vegetarianos


Permalink desta parteMaha Mantra

R. Fradique Coutinho 766, na metade do quarteirão após a Inácio Pereira da Rocha (ou o Galinheiro), Vila Madalena. 3032-2560. www.mahamantra.com.br

Sem dúvida o melhor vegetariano de São Paulo, ou do mundo (conferido no México, Amsterdam, Munique, Paris, New York e outras cidades).

A cozinha mistura receitas indianas com idéias de cozinhas de outras civilizações. O resultado são soberbas feijoadas, babaganushes, dhals, etc. Alho e cebola não são usados porque atrapalham a prática da meditação.

Abre mão do excesso de opções para concentrar as delicias, desde a simples salada até o prato mais sofisticado. Os chutneys, especialmente os de manga e abacaxi, sempre se superam. Entre as bebidas, prove algum lassi (yogurt batido com água de rosas com opção de alguma fruta) ou deixe-o para a sobremesa, pois ele não mata a sede.

Falando nisso, as sobremesas não estão incluidas no preço, e o pudim de yougurt com calda de frutas vermelhas vale a pedida pela leveza.

R$11,50 por pessoa durante a semana e R$17 sábado e domingo. Sobremesas e sucos não inclusos.

Atualização 3/08/2008:

Depois de muito tempo voltei ao Maha Mantra para almoçar ontem. Descobri que mudou de dono e agora Fernando e Mariana tocam simpaticamente o lugar.

A comida continua espetacular, com ênfase no sabor indiano e temperos marcantes. Fernando me atualizou que os vegetais agora são orgânicos e vêm muito frescos de uma fazenda de Morungaba. É verdade, fresquíssimos.

O pudim de yougurt na sobremesa continua sensacional. E os chutneys, ah os chutneys…

A partir de 15/08/2008 o Maha Mantra abrirá nas noites de sexta e sábado servindo um buffet se sopas e saladas e opções no cardápio. Especificamente no dia 15/08, a partir das 18:30, haverá uma cerimônia do fogo para inaugurar essa nova atividade. Não vou perder.


Permalink desta parteGaia Gourmet Vegetariano

Rua Cônego Eugênio Leite 1152. Pinheiros. 3031-0680

Mande um e-mail para gaiavegetariano@ajato.com.br e receba diariamente o cardápio do dia. Escrevi um artigo rasgando a seda para o maravilhoso Gaia Gourmet aqui.


Permalink desta parteFlor de Mamão

R. Tutóia 126, esquina com Rua Manoel da Nóbrega. 2609-7347

Um oásis vegetariano numa parte da cidade que realmente fazia falta: perto do meu trabalho.

Por R$15 come-se a vontade diversas opções de saladas, quentes, sopas, sucos e sobremesas. A maioria é vegan, mas há sinalização onde há leite e ovos. Havia uma kafta de repolho no dia que fui que estava simplesmente estupenda. A simples sopa de ervilha também era imperdível. O que me chamou a atenção foi a originalidade das receitas, fora do espaço comum. As diversas sobremesas eram fortemente baseadas em frutas e excelentes também.

A casa tem 2 andares com muitas saletas e serve-se no térreo. É decorada com leveza e a música ambiente é MPB e às vezes do tipo inspirativa. Vendem também grãos, pães e livros de Paramahansa Yogananda.


Permalink desta parteGopala Prasada

R. Antonio Carlos 413, Perto da Av. Paulista. 3283-3867

Há fila no almoço, que é compensada pelo visual da espera, com pétalas de rosas no chão e decoração indiana. Não é self-service. Senta-se e escolhe-se o prato entre 2 opções. Os sucos são divinamente especiais, misturando frutas com essencia de rosas. A comida é satisfatória. Come-se em pratos e copos de metal, que remetem a Índia. Em indi, prasada significa refeição (aprendi isso em Nova Gokula, dos Hare Krishna :-). R$10 com tudo incluido, de 2ª a sábado.


Permalink desta parteBio Alternativa

Al. Santos 2214, quase esquina com a Augusta, ironicamente ao lado do McDonald’s, e em frente ao Galeto’s e Habib’s. 0800-556-876

Segue a linha supernatureba, e acho que não usam ovos nem leite e derivados. Receitas originais e gostosas, com opções de patês e pães. R$14 o buffet. Bebidas e sobremesas a parte.


Permalink desta parteVegethus

R. Padre Machado 51, perto do metrô Sta. Cruz, Vila Mariana. 5539-3635.

95% vegan, e o que não é fica em evidência com as plaquinhas ao lado de cada prato. Tudo parece feito com amor e atenção. Tive a impressão de ver mais sobremesas que pratos quentes, sendo a maioria baseado em frutas em calda e compotas. O bolo de fubá estava impressionante.

Num domingo de feriado, 14:00, ameaçaram espera de 10 minutos, mas só esperei 2. Há uma lojinha com livros e coisinhas lá dentro.

George Guimarães, o proprietário, é um grande ativista do vegetarianismo, proferindo palestras etc. O restaurante é usado para uma série de eventos, jantares, pic-nics externos, com agenda mensal, tornando-o um centro social para vegetarianos. A última que se tem notícia é o autêntico Jantar Junk Food, com junks tipo hamburguers, cachorro-quente, frituras, bebidas gaseificadas, e outras porcarias em sua versão vegetariana a uns R$8 por pessoa. Informações no próprio restaurante e no site.

R$11 com sucos e sobremesas. Só almoço. Fecha sábado. Pode abrir para eventos especiais.


Permalink desta parteApfel

R. Bela Cintra 1343, entre Al. Santos e Al. Itú, Jardins. 3062-3727.

Destaque para a PVT (proteina vegetal texturizada, ou carne-de-soja), que é a melhor que conheço. R$10 por pessoa, sucos e sobremesas incluidas.


Permalink desta parteApfel no Centro

R. Dom José de Barros 99 1o. andar, Centro. 3256-7909


Permalink desta parteAlcaparra

Av. Pompéia 2544, metros antes da Heitor Penteado, Pompéia. 3672-7674

Bom e simples, sem nenhuma especialidade nem pratos superoriginais. Ótimo para quem está por perto e quer comer bem. Há uma lojinha anexa de livros exotéricos, e produtos natureba. R$10 no buffet, com boas sobremesas incluidas.


Permalink desta parteCachoeira Tropical

R. João Cachoeira 275, depois da Pedroso Alvarenga, perto da Av. 9 de Julho, Itaim. 3167-5211

Provavelmente o mais conhecido e o mais cheio de opções. É o mais lotado também, com risco de espera. Tudo está incluido no preço do buffet, e pode-se escolher sobremesas com ou sem açucar, com ou sem gelatina (derivado animal). Criaram a pouco tempo um anexo similar, só que com uma opção de carne leve, como peixe ou frango. É ainda mais lotado. Uns R$9 pelo buffet.


Permalink desta parteLá Na Quitanda

R. Rodésia 128, perto do Forum, Vila Madalena. 3097-0410.

Os clientes da região fazem-no o mais descolado dos vegetarianos, que por sua vez contrasta com seu visual: fica nos fundos rústicos de uma verdadeira quitanda! Não bastasse o charme, a comida é muito boa também. R$10 com tudo incluido. Das 12h às 16h.


Permalink desta parteCheiro Verde

Peixoto Gomide 1413, entre Al Franca e R. José Maria Lisboa, Jardins. 289-6853

Ambiente bonito e agradável. Usam muita batata e muito queijo, o que lhes esconde a falta de originalidade. É a la carte e muito caro, se comparado aos outros vegetarianos. Sempre aparece bem colocado nos guias oficiais de restaurantes, talvez pq fez fama entre famosos carnivoros, que não ligam para vegetarianos. Vale a pena uma vez, para conhecer, e só.


Permalink desta parteBio Alternativa em Higienópolis

R. Maranhão 812, perto do Shopping Higienópolis.

É o primeiro da rede Bio Alternativa, e fica sobre uma grande loja de produtos naturais.


Permalink desta parteOrange

R. Batataes 388, entre Joaquim Eugênio de Lima e Al. Campinas, Jardins. 3885-3384.

Destaque para os sucos especiais, e comida leve e saborosa. R$11. Somente dias úteis.


Permalink desta parteAspargus

Av. Paulista 352, perto do metrô Brigadeiro, dentro do prédio ao lado do Fran’s Café.

Alguém relatou que viu o cozinheiro saindo da cozinha com vassoura na mão, correndo atrás de camundongos. R$9,90, só em dias úteis.


Permalink desta parteNutrisom

Viaduto 9 de Julho, 160, sobreloja. Perto da Av. Consolação com a São Luis. 3255-4263.

Só almoço e fecha aos sábados. Funciona domingos e feriados. Comida sem pretenções e atendimento simpático. R$13,90 com sucos, chás e sobremesas (algumas a vontade, outras não).


Permalink desta parteSabor e Saúde

Luis Coelho 214/222, entre Bela Cintra e Augusta.

Várias opções no buffet, mas nada supersaboroso. Se você estiver na região, o Gopala Prasada é uma opção mais autêntica.


Permalink desta parteLagoa Tropical

Borges Lagoa 406, atrás do Hospital São Paulo. Vila Clementino. 5579-9228.

Só almoço, fecha sábados.


Permalink desta parteInstituto de Desenvolvimento da Consciência Humana

R. Correia Dias 161, perto do metrô Paraiso. 5083-1930. http://www.idch.art.br.

É uma espécie de centro cultural alternativo, com festas, aulas de yoga, etc. Parece que deixou de ser um restaurante e virou uma lanchonete a noite. Mais informações sobre o restaurante, com cardápio e tudo.


Permalink desta parteFlor de Liz

Rua Doutor Cândido Espinheira, 643, Perdizes. 3676-1615. Diariamente, 11h30 às 16h. Loja: diariamente, 9h às 16h.

Há opções com peixes e frango tb.


Permalink desta parteMoinho de Pedra

R. Francisco de Morais, 227. 5181-0581.

Almoço de 2ª a sábado. Um dos VGs mais longínquos da cidade, perto do monumento ao Borba Gato.

Prepare-se para enfrentar longas filas para se servir (eu pelo menos peguei num sábado, 29/08/2009). Escolhe-se entre duas opções de prato do dia, com direito a salada de entrada por uns R$27, ou as outras coisas do cardápio. Não é self-service-coma-a-vontade e a bebida é a parte.

A comida é muito boa, o ambiente agradável e a frequência contempla todas as tribos, incluindo muito praticantes de yoga, gente saudável e bonita.

Na entrada há uma loja de orgânicos e coisas naturais. Começamos o almoço com um pão integral com castanhas do pará pescado ali que estava bem bom.

É um restaurante bom e prático para quem mora na região de Santo Amaro.


Permalink desta parteMoema Natural

Al. dos Arapanés, 1456 – Moema
Al. Jauaperi, 1332 – Moema

Achei que era vegetariano, mas mantém uma opção de frango. Sobremesas e bebidas não incluidas no buffet.


Permalink desta parteMercearia Alternativa

Fradique Coutinho 910, quase com a Inácio Pereira da Rocha, em frente a Livraria da Vila e ao lado do Fran’s Café, na Vila Madalena. 3816-0706


Permalink desta parteArroz de Ouro

Largo do Arouche, 88, Centro. 223-0219. Dia 31/Jan/2008 passei lá e observei que este restaurente fechou.

Este restaurente fechou.


Permalink desta parteBio Natural

Av. Paulista 2073, Conjunto Nacional.


Permalink desta parteBiosfera

Av. Higienópolis 618 (na praça de alimentação do Shopping Higienópolis). 3823-2855


Permalink desta parteCio da Terra

R. Mairinque 163, Vila Clementino. 5572-2054

Tem loja de produtos naturais.


Permalink desta parteMosteiro Dévakan

Pça General Gentil Falcão 86. Brooklin. 5506-3875

R$9,00 pelo prato do dia, R$7,50 salada Oceano, e R$2,50 o salgadinho.


Permalink desta parteSatori

Praça Carlos Gomes 60, 1° andar. Liberdade. 3242-9738.

Não abre aos domingos


Permalink desta parteÁsia Veg

R. Avanhandava 378 (com 9 de Julho), Bela Vista ou Centro. 6841-1945.

Culinaria asiática vegetariana no centro, principalmente para delivery. Yakissobas, yakimeshi, bifun e chop-suey a R$5,00 e R$1,00 a mais com tofu defumado. Opções de lanches, salgados, sucos, doces, chás, e até pão de mel vegano a preços muito bons.


Permalink desta parteSorveteria Soroko

R. Augusta 305, lado centro, em frente a um muro, perto da rua do Mackenzie. 3258-8939.

Sorveteria que tem opções com e sem leite (vegan). O vegan abóbora com côco impressiona, enquanto que o abacate com leite é intragável.

Servem também açaí na tigela. Se você é vegan, prefira os sorbets (sem leite) da Sotto Zero, Offelê ou outras sorveterias melhores. Sistema self-service por quilo, por uns R$16 o quilo. A regra da casa é não fazer degustação, diferente da Sotto Zero ou Offelê, por exemplo, onde esta prática é deliciosamente liberada.


Permalink desta partePizzaria Vegan

R. Guaricanga 135, Lapa. 3982-3030, dimiveg@yahoo.com.br. Pede-se ligar antes para reservar.

Usam requeijão de soja, PVT, produtos orgânicos da feira do Parque da Água Branca. Há também esfihas integrais. Sábado a noite (20:30 às 0hs), sistema rodízio com 5 sabores a R$10 com sobremesa incluida. Sábados e domingos coma a vontade no almoço (12:00 às 16:00) incluindo sobremesa, e sucos a parte. Criança acompanhada de adulto pagante não paga. Pede-se ligar antes para confirmar presença.


Permalink desta parteIntegrão

R. Joaquim Antunes 377, Pinheiros. 3085-3703 e 3088-3335

Almoço e jantar de 2ª a 6ª e almoço aos sábados.


Permalink desta parteLótus

R. Brigadeiro Tobias 420, esquina com Senador Queiroz, Luz. 229-5696 ou 229-6769

Vastíssima mesa de opções de saladas e pratos quentes inspirados na culinária chinesa. As opções que levam leite e ovos estão marcadas, o que o torna prático para vegans. Comida saborosa mas muito carregada em frituras. Sistema a kilo, onde os bons garfos, acostumados a comer a vontade em outros restaurantes do gênero, acabam pagando caro.

Refrigerantes e sobremesas (nada naturais) não incluidos, apesar de que há frutas no buffet de saladas.


Permalink desta parteCreatyvo

Av. Padre Antonio José dos Santos 1512, Brooklin. 5505-9400.

Sistema a la carte. Segunda a sábado das 12:00 às 15:30. A noite (terça a domingo a partir das 18:00) vira pizza-bar com bons sabores.


Permalink desta parteFulô

R. Haddock Lobo 899, esquina com a Alameda Itú, entre a Av. Paulista e R. Oscar Freire. Estacionamento conveniado está situado à R. Haddock Lobo, 867 (R$ 4,00). 11-3081-7769.

Diariamente temos um cardápio executivo com pratos vegetarianos e veganos. No almoço servimos duas opções de entrada e 3 opções de pratos quentes por R$18,70 ou R$ 22,00, com a sobremesa.

No jantar, a sugestão do chef inclui entrada, prato principal e sobremesa por R$ 27,00.

Horário de funcionamento:

Terça a Sexta das 11:30 às 16:00 e 19:30 às 23:30 h

Sábados e feriados das 12:00 às 18:00 e 20:00 às 23:30 h

Domingos das 12:00 às 18:00 h


Permalink desta parteSattva

R. Consolação 2904, Centro. 3083-6237 / 3062-7239.

Um dos poucos que abrem a noite. Pena que a comida a la carte não é aquelas coisas. Usam muita batata.

Prestam também um serviço de emagrecimento baseado em cardápios semanais.


Permalink desta parteVivenda Silvestre

R. Arandu 407, Brooklin. 5507-2704 e 5506-8944

Só almoço, fecha sábado.


Permalink desta parteAlfredo

Largo do Café, 14. 11h-15h. 3104-9970.

Self-service a vontade com sobremesas e sucos incluidos.

Primeiro andar é um restaurante vegetariano, e no segundo um natural.


Permalink desta parteLila

R. Ivorá 23, Morumbi. 3746-5803

Almoço de 2ª a 6ª.


Permalink desta parteDemether

R. Verbo Divino 1519, Santo Amaro. 5182-9118

Almoço de 2ª a 6ª.


Permalink desta parteManipura

R. Fidêncio Ramos 49, Vl. Olímpia. 3849-0201


Permalink desta parteBioqualitá

R. Cardoso de Almeida 1457, Perdizes. 3801-4406


Permalink desta parteSafra

R. Venceslau Bras 86, Centro. 3241-5378

Almoço de 2ª a sábado, a quilo e com uma sobremesa grátis.


Permalink desta parteDelícia Natural

R. Albion 193, Lapa

Almoço de 2ª a 6ª.


Permalink desta parteFamily

R. Riachuelo 100, Centro. 3104-5621

Almoço de 2ª a 6ª.


Permalink desta parteBoa Saúde

R. Tobias Barreto 809. 6605-6452.

Só almoço, fecha aos sábados.


Permalink desta parteGrano Vegetariano

granoencomendas@gmail.com, 3885.6510 ou 9679.5910

Produtos congelados para estocar, resfriados ou quentes para consumo imediato. Oferecemos produtos lactos ou vegans. Mande um e-mail para receber o cardápio ou fazer encomendas.


Permalink desta parteCéu Natural

R. Hideo Sugyama 70, Jabaquara. 5034-3719


Permalink desta parteViva Melhor

Rua Silvio Penteado 08, Brás. 3313-2110, veganas@terra.com.br

Totalmente vegan. Funcionamento de segunda a sexta-feira das 9h00 às 18h00. Aos sábados das 9h00 às 17h00


Permalink desta parteRecanto Vegetariano

Rua Florida, 1442, Brooklin. 5506-8944 ou 5507-2704.

Ainda não os conheço, mas parecem ser muito preocupados com qualidade e higiene. Seu site é bem feito e divertido. Segundo alguns leitores deste blog, verduras e legumes são excelentes pois são de produção propria e sem agrotoxicos.  Eles tem uma horta com 18.000 metros quadrados.


Permalink desta parteCiência e Natureza

Av. Eng. Luis Carlos Berrini, 1127. 5505-1461

Segunda à sexta das 11:30 às 15:30. Entrega lanches em domicílio das 10 às 18 horas.


Permalink desta parteEspaço Natural

Av. Cotovia 900. 5096-1301

Diariamente das 11:30 às 16 horas inclusive feriados.


Permalink desta parteAna Gouveia

R. Botucatu 693. 5579-4983

Segunda à sexta das 11 às 16 horas. Chá das 16 às 18 horas.


Permalink desta parteSabor Ético

R. Arthur de Azevedo 980, Pinheiros, a duas quadras da Henrique Schaumann. 3062-9917 e 3063-5344.

Vegan orgânico que oferecen chá da manhã, almoços e lanches diariamente, e pizza no sábado a noite, tradição trazida de seu antigo endereço na Lapa. Segunda a sexta até as 18h, sábado a partir das 19h.


Permalink desta parteMandala

Rua Anésio Pinto Rosa, 63 – Brooklin (entre as av. Luiz Carlos Berrini e av. Nova Independência). 5102-4381

Inaugurado no final de fev/2005, oferece comida lactovegetariana védica, feita por monges Hare Krishnas. Além dos pratos tradicionais como bife vegetal, arroz dal (feijões e lentilhas com especiarias) e também das massas, como lasanhas, panquecas e koftas (almôndegas vegetais ao molho) , pode-se comprar os pães integrais feito todos os dias. Após o almoço, há um cantinho especial para relaxar, com música tranqüila, energética e propícia. O restaurante funciona de seg. a sex. no horário do almoço, até 15:00 hs. São duas opções de pratos por dia, sendo que se pode pedir parte de um e de outro, podendo repetir o quanto quiser. O prato custa R$12,00. Inclui saladas, sucos e sobremesas. O ambiente é agradável e bem decorado e a comida muito saborosa (segundo minha opinião). Aceitam cartão Visa (não sei se outros).


Permalink desta parteTemplo Zu Lai

Estrada Municipal Fernando Nobre, 1.461 (Rod. Raposo Tavares km28, saindo a direita seguindo as placas para o templo). 4612-2895.

Considere isso mais que um almoço, mas uma agradável visita a este belíssimo e exuberante templo budista. O objetivo deste lugar não é ser um restaurante. A comida é oferecida como um serviço secundário aos visitantes e aos que vão orar no templo. O almoço é servido até as 14:00 e há filas. Os alimentos são simples e lembram comida chinesa, distribuindo-se entre saladas, preparados de legumes, sopas, tofu e PVT. Os R$10 por pessoa incluem almoço a vontade, alguma fruta e água. Outras bebidas e pães-doces a parte. Há uma cafeteria também vegetariana no templo, onde pode-se sentar ao ar livre. Visite também o museu budista e informe-se sobre cursos de culinária vegetariana, meditação etc.


Permalink desta parteFulô

rua. Haddock Lobo, 899. 3081-7769.


Permalink desta parteSatya Mandir Bistrô

Alameda Franca, 444. 3284-7961.


Permalink desta parteVegacy

rua Augusta, 2077. 3062 9989.


Permalink desta partePuri

rua Augusta, 2052. 3062 4429.


Permalink desta partePrema

R. Maria Figueiredo, 189. 3283-0884.

Almoço: 12:00 – 15:30hs. Happy Hour Natural: 17h00 – 20:00hs

Fica dentro de uma escola de yoga, perto da Paulista. Oferecem duas opções de entrada e duas opções de prato principal a escolher. A salada esta ótima, com excelente molho de gengibre. Comi também uma feijoada que podia estar mais bem temperada. Se trabalhasse lá perto, comeria quase todos os dias. Se não, provavelmente não me deslocaria até lá para almoçar.

Na sobremesa pedi uma torta de maçã com sorvete de castanha. Estava bem pesado.

Renata Rocha também conta: Tenho almoçado no Prema e gostado bastante de lá, só que precisa chegar cedo pra conseguir comer direito e ser bem atendido, depois de 12:30 a comida fica faltando no balcão e a casa lota.


Permalink desta parteBanana Verde

Rua Harmonia, 278, Vila Madalena. 3814-4828.

R$ 22,00, entrada, prato principal e sobremesa. Também serve café da manhã.


Permalink desta parteLar Vegetariano

Rua Domingos Rodrigues, 423, Lapa. 3835-2490.

De R$ 15,00 a R$ 20,00, cardápio original.

Segunda: Lasanha, Pizzas, Bife de Soja…
Terça: Strogonoof, Croquetes, Abobrinha ou Berinjela a Milanesa…
Quarta: Feijoada veg, Esfihas integrais , Quibe de forno..
Quinta: Panqueca,Torta e Hamburguer de PVT
Sexta: Yakissoba, Pizzas, Bife de Soja…
Sábado: Noite de Pizzas – Rodízio de 6 Pizzas Salgadas, Pizzas Doces, Espeto veg, Salgados e sorteios. Das 19:15 às 23:00 h, e deve-se fazer reserva.
Domingo: Reservado para Festas, Eventos e Encontros.


Permalink desta parteZym

Rua Tonelero, 1248. 3021-563.


Permalink desta parteVitallis

Av. Lins de Vasconcelos,1659. 6914-2294


Permalink desta parteSoja Brasil

R. Maria Paula, 140 piso L. 3106-0726.


Permalink desta parteNutrivida

R. Fernão Tavares, 132. 6197-5571


Permalink desta parteVida Verde

Rua Artur Guimarães, 166 – Santana (em frente à Chácara Souza). 6977-0579.

Almoço de segunda a sexta das 12h às 15h, empório aberto das 9h às 18h.
Restaurante lacto-vegetariano com delivery; R$ 7,00 o prato, s/ incluir suco e sobremesa. Aceita encomendas de doces, salgados, comida congelada, pão integral e bolo.


Permalink desta parteHari Prasada

Rua do Paraíso, 694 – Paraíso (próx. ao metrô Paraíso). 3149-0450.

De Terça a Sexta-feira, a partir das 14h, Sábados a partir das 12h e aos Domingos
as 16h.


Permalink desta parteSabores da Terra

Rua Abraão Adib 8, Paraíso (próx. ao Shopping Paulista).


Permalink desta parteSer-afim

Av. São Camilo, 288, São Paulo

2º a Sábado: a partir de 12h. Domingo não abre. Para alimentar a alma e o coração.


Permalink desta parteAnna Prem

Rua Muniz de Souza, 1170 – em frente ao Parque Aclimação, São Paulo. 3208-7552.

Ainda não posso falar da comida e do lugar porque só agora entrou na minha lista para visitar. Por enquanto só posso falar sobre o site que é bonito para os olhos mas pouco amigável para o browser por não seguir as boas práticas da Internet.


Permalink desta parteMasala

R. João de Sousa Dias, 281, Campo Belo. 5093 4257. www.masala.com.br

Recebi um e-mail anunciando este novo restaurante. Alguns de seus sócios são os ex-Maha-Mantra. Entrou na lista dos que quero visitar.

Limites da Voz

Uma vez prestei atenção na belíssima letra da belíssima canção I Say a Little Prayer.

Pasmem, ela é uma oração, uma reza, e não uma canção de amor !

De todas as versões que existem por aí, eu acho que as da Aretha Franklin (como a do video acima) são as mais bonitas.

Para fazer uma boa cantora não basta ter só bela voz. Gosto como Aretha modula a voz e não cai na armadilha de repetir melodias. Ela sempre trata de inserir improvisações melódicas. Elis Regina, Milton Nascimento, Chico Buarque e muitos outros são cantores que independente de terem bela voz ou não, tocam o âmago do nosso ser porque sabem transmitir emoção.

Um exemplo inverso é a Natalie Merchant, famosa cantora do 10,000 Maniacs, que tem uma voz de timbre singular e bonito, mas que considero no máximo mediana. Ela não sabe cantar.

Bem, acabei de achar o tal video por aí e todas essas idéias e lembranças me ocorreram.

Bossa Nova to Samba to Choro

Before the famous Brazilian Bossa Nova type of music we had Samba and before that, Choro. Each style evolved from its predecessor.

Many will translate the word choro as cry but nobody is sad. In old Portuguese, choro refers to the vibration of the strings of the acoustic guitar. But yes, it makes me cry when I listen to such a beautiful music.

Choro is a style being played for more than one hundred years. In the 1950’s people started to forget it because the Bossa Nova movement was flourishing and stealing the scene. But then a bandolinist called Jacob do Bandolim took it over playing in bars his wonderful compositions as Doce de Côco and since then Brazilian big cities, specially Rio de Janeiro, find enough room for all styles. In fact, one can find Choro shows 7 nights per week in Brazilian cities as Rio and São Paulo.

Around the end of the 1890’s Samba appeared as a direct descendent of Choro. Identical in rhythm and as melodic as Choro. But while Samba values more percussion and dancing, choro is more concerned with musical solos and harmony between instruments, as we can hear when the trombone plays together with the trumpet on O Trombonista Romântico.

Choro is Brazilian Jazz since before Jazz even existed.

The samples here are played by the outstanding duo of Zé da Velha e Silvério Pontes playing trombone and trumpet, a very uncommon combination of instruments for Choro, together with other excellent musicians from groups as Nó em Pingo D’Água, and other independent musicians.

Zé da Velha e Silvério Pontes first albumThe harmony between them is so unique that I can say they are the best “chorões” in their old school style nowadays. Particularly about Zé da Velha, the trombonist, some people say he plays as he speaks, and his voice recalls his trombone playing. Just listen the famous Alvorada to understand that.

Other wonderful songs they registered in their recordings:

Manchetes de Hoje no Rádio

O que não se aprende ouvindo um pouco de CBN ao vir para o trabalho.

  • Brasil precisa investir quase R$90bi sem parar ao longo dos próximos 10 anos para resolver nossos problemas de infraestrutura. Isso sem contar o investimento necessário para levar infraestrutura para todos os brasileiros. Falta de investimento foi a causa de problemas como o apagão aéreo. Esqueci qual era a fonte da pesquisa.
  • Um restaurante em São Paulo está oferecendo algo suigêneris. Diferente de restaurantes gregos onde simplesmente se quebra pratos no chão, o cliente pode entrar numa sala e jogar objetos em alvos que lembram pessoas, e a idéia é que os alvos personifiquem pessoas odiadas pelos fregueses. Os objetos quebráveis variam de R$2,50 a R$50.
  • Um homem exige indenização de R$15000 de sua futura ex-mulher por tê-lo traido e ter criado uma filha que não é sua.

Top Movies of My Life (so far)

Looks like people really enjoy talking about movies.

Lets leverage that with a blog meme and learn from each other which new movies people suggest us to watch. This is my unordered list.


Antonia

This is the best. Very feminist, dense, funny sometimes and beautiful. I wish I could have this DVD at home, but can’t find it on stores. It is an Oscar winner too.

Contact

I really like how Carl Sagan articulated the relationship between science, faith, religion and believes in this story. Its a very well done movie, and I am looking forward to read the book.

Festen

This is the first Dogme 95 movie I saw, and also the best. I remember how everything was refreshing: the technique, the acid story, language. All.

In the end of the movie, people in the theater started clapping. This is rare. Only for rare movies like this.

Crna macka, beli macor

A.k.a “Black Cat, White Cat”, is the best comedy I ever saw. I should see more movies by Emir Kusturica, but every time his movies feature in a film festival in São Paulo, I can’t manage the long lines.

Cidade de Deus

From Brazil, based in true facts, very violent, very well done and very beautiful too. The actors are completely unknown and poor boys and girls that were trained to play, and did a really great job on this movie. Nominated for 4 Oscars plus another 48 wins & 22 nominations. Don’t miss it.

Lola Rennt

Outstanding movie. Refreshing in shape, style, music, and on its story with a bit of metaphysics.

The Butterfly Effect

I really doubt somebody would put this movie in a top list. I like the metaphor this movie provides about reencarnation and spiritual learning and forgiving. I have to admit I watched it a little bit high.

The Matrix

I’m talking about the first movie plus a few elements from the 2 others to close the context and atmosphere. Not the whole series.

For me this movie is very philosophical and is a metaphor about our addictions, illusions and a real higher life that we need to find inside ourselves. This and the Butterfly Effect are somehow related movies in this matter.

Is just great how successful this movie was in establishing a style, a sort of new way of doing fantasy movies and on popularizing philosophical subjects.

The Last Temptation of Christ

Although I believe the actual life of Jesus was quite different from this story, The Last Temptation of Christ is the one that gets closer. Specially his search for a bigger true and how the story puts Jesus as a plain real man — and not a god —, with conflicts and agonies.

Xanadu

I saw it for the 9th time on TV at 3AM, after returning from a party, and finally time has come to recognize it as a very beautiful movie.

Electric Light Orchestra‘s soundtrack is wonderful and remarkable. The movie is light, full of love, and people involved in its creation were just having a lot of fun. A jewel from the 80’s that is still being sold as DVDs with high prices in stores.

Fantasia and Fantasia 2000

The idea is simple: get pieces of audio beauty and add some visual beauty on top of them. You can do no wrong. I prefer the more abstract or surreal chapters, but I don’t skip the other parts every time I watch these movies again and again.

Copying Beethoven

From all great classical composers movies, this is the best.

Despite the small romantic affair, problems with family etc, I like the focus of this movie on the intense emotional and spiritual relation of the composer with its music, where the inspiration comes from and its transforming power in human kind.

Amadeus

An incredibly entertaining movie about Mozart’s life which was the big Oscar winner of 1985, amassing best movie, best actor for Murray Abraham amongst other prizes. The Mozart character in the movie is very close to what is known about the actual real person.

Hero and House of Flying Daggers

Two movies from Yimou Zhang. The first is more philosophical and the other more romantic. Both have great landscapes, nice stories and excellent Kung-Fu/dance scenes.

Happiness

An excellent alternative american film. Very acid.

Love Actually

I think this is the best romance movie you can get.


If you join the meme, please remember to use trackbacks to get linked all around and leverage the blogsphere mesh.

Check also a list of top latin american movies.

Top Latin American Movies

A friend from Australia asked me for a list of some great Brazilian and LA movies. This is what I’m sending her.


  • Cidade de Deus
    Brazil. Probably one of the best movies I ever saw. Very violent and based on real facts. Don’t miss it.
  • El Abrazo Partido
    Argentina. Beautiful. Simple and beautiful. The music matches perfectly all parts of the story. I saw it again this week, and it is still great.
  • Nueve Reinas
    Argentina. Very funny, and maybe one of the first of the new movie age from this country.
  • Central do Brasil
    Brazil. Outstanding drama that unfortunately lost Best Foreign Language Film in Oscar 1999 for Benigni’s La Vita è Bella. Central do Brasil deserved that prize.
  • O Xangô de Baker Street
    Brazil. Sherlock Holmes comes to Brazil to solve a case and gets enchanted by brazilian drinks, food and women, and almost loses its focus. This movie is useful for foreigners, and is good too.
  • Whisky
    Uruguay. Sad but very well done drama. In the end you won’t be sure if you hate it or love it.
  • Abril Despedaçado
    Brazil. The tough life of poor people in northeast of Brazil.
  • Machuca
    Chile. Social classes conflicts by the eyes of a child.
    • O Auto da Compadecida
      Brazil. A funny movie that is a summary of a TV series. Adventures of two guys fighting for survival in the most bizarre ways. It is an adaptation of a very important brazilian play from the 70’s that shows many social and folk aspects of our country’s culture. The soundtrack is wonderful, by Sa Grama, a group focused on a very special type of brazilian folk lyric music. Non-brazilians may find difficult to understand the beauty of this movie, but give it a try.
    • El Hijo de la Novia
      Argentina. A very beautiful drama.
    • Kamchatka
      Argentina. Dictatorship and revolution being seen by the eyes of a child.
    • Diários de Motocicleta
      Brazil, Argentina. The Che Guevara movie.
    • Pequeno Dicionário Amoroso
      Brazil. A romantic story, from A to Z.
    • Amores Perros
      Mexico. Just watch it.
    • O Quatrilho
      Brazil. A well done drama about italian imigrants in southern Brazil. This movie could be shorter. Lost Best Foreign Language Film in Oscar 1996 for dutch’s Antonia. Indeed Antonia is a far better movie.
    • Pantaleón y las Visitadoras
      Not really great but just to put Peru in this map. Its a cute movie.


    I am not an expert, and I’m probably missing a few movies. And hope to see more suggestion in the comments below.

    Despertar da Consciência

    Muita gente considera meu pai um mestre espiritual.

    Ele tem desbravado os caminhos para o despertar da consciência e iluminação espiritual durante toda a sua vida. Diria que praticamente dedicou a vida para isso.

    Começou um blog a algumas semanas e já recheou-o com algumas centenas de aulas, técnicas de meditação, mensagens, pequenas citações, videos, etc.

    Para os buscadores da verdade, do encontro entre fé e ciência, ou que só tem dúvidas sem resposta, conheçam o Despertar da Consciência.

    Economizando Energia em Casa

    Ouvi esta manhã na KUT, ótima rádio comunitária aqui em Austin, que alguns estados americanos tem pensado em formas de reduzir o consumo doméstico de energia elétrica.

    Uma das soluções é instalar dentro de casa um mostrador de consumo em dólares e não em indecifráveis kWh. Deram um exemplo de que uma torradeira acusa consumo de US$0.59 por hora enquanto uma lavadora de roupas acusa US$1.09 por hora. Muito mais fácil de entender, não !?

    O dispositivo tem duas partes. Uma para coletar os dados, agregada ao relógio de kWh da casa, e outra dentro de casa funcionando só como mostrador. A comunicação seria por algum tipo de wireless.

    Selecionaram uma população para testar esse dispositivo por algum tempo, e observaram que 75% dos lares passaram a gastar menos energia. Não mencionaram quanto economizaram.

    Mas já é bastante efetivo. E funciona só porque apresentaram o consumo para as pessoas numa medida que todo mundo entende muito bem. Sim, isso é uma questão de acessibilidade também.

    Claro que discutiram também questões de redução do lucro das empresas que provêm energia. Mas pensando a longo prazo, na minha opinião isso é um problema menor e que se ajeita com o tempo.

    Candidatos Democratas e o YouTube

    Ontem aqui nos EUA passou na TV um debate dos pré-candidatos democratas (entre eles somente um será o candidato a presidência a representar os democratas).

    Da perspectiva política já era um debate interessante, mas o que realmente chamava atenção era o formato.

    O programa chamava-se CNN & YouTube. As pessoas gravavam e enviavam suas perguntas pelo YouTube e no programa o video era apresentado num telão. Junto havia o logotipo do famoso site e podia-se ver também aqueles controles tradicionais de Play, Pause, etc do videos do YouTube.

    Alguns videos eram bem simples, com o cidadão fazendo uma pergunta em frente a câmera. Outros tocantes, como o do homem mostrando o túmulo de seu pai, avô e filho mais velho que morreram em guerras. E outros bem produzidos e editados, e engraçados.

    As perguntas eram das mais variadas: saúde, impostos, guerras e a guerra com o Iraque, aquecimento global, e aquecimento global relacionadas ao alto padrão de consumo americano.

    A indústria do entrenimento não se contenta mais em receber a ligação ao vivo e transmitir a voz do telefone. Buscou e encontrou um novo formato. No site da CNN há uma video-matéria entrevistando os fundadores do YouTube discutindo essa nova forma de debate, com cenas do debate em sí. Há muitos outros videos sobre o debate em CNN.com.

    Eu achei muitíssimo interessante. Os pré-candidatos que se destacaram foram Barack Obama e Hillary Clinton. E se você visitar seus sites verá que ambos tem blogs e outros mecanismos a la Web 2.0 de interagir com seus clientes, digo, eleitores.

    Volto pro Brasil Mais Não

    Fiquei sabendo do nefasto acidente meia hora depois que aconteceu.

    Estou a trabalho nos EUA e depois conto detalhes. Mas tenho interagido com pessoas de diversos países que ficam me perguntando sobre o acontecimento, dando suporte etc, porque me tem como “referência de Brasil”.

    Eu tenho orgulho de ser brasileiro, mas esse sentimento tem definhado.

    Um colega comentou sobre um conhecido vitimado no acidente que deixou esposa e três filhos, uma delas de só 4 mêses de idade.

    Corrupção leva a desordem, que leva a negligência, que leva a morte. Corrupção mata. A bala no revolver é mais rápida que a corrupção, mas é também menos eficiente. Quem duvida é só passar na avenida Washington Luis em São Paulo.

    Outro colega me sugeriu nem voltar. Ficar por aqui. Com um tom de “esse país não tem mais jeito”.

    A Música Celestial de Bach

    Depois de ler o artigo sobre a apresentação anônima de Joshua Bell no metrô, revisitei minha querida coleção de Bach para ouvir a Gavotte em Mí Maior da Partita n°3 para Violino Solo que Bell usou para abrir a sua experiência.

    Que peça de extraordinária beleza !

    Na mesma obra há também o Prelúdio que lembro muito bem a primeira vez que ouvi, em uma versão mais elétrica da Vanessa Mae que alguém me mandou pela Internet. Estava no trabalho, me fez fechar os olhos e quase chorar de emoção.

    O gênio foi praticamente esquecido após a sua morte. Felix Mendelsson o redescobriu 1829 e desde então Bach não parou de influenciar músicos até os nossos tempos.

    Há quem toque Bach em versões jazzísticas, como Jacques Loussier e outros. Há quem faça belíssimos arranjos vocais, como os Swingle Singers. E músicos brasileiros como Altamiro Carrilho, Villa-Lobos e Paulinho Nogueira vivem dizendo que Bach foi o primeiro compositor de choro do mundo. Comprovam isso com releituras em choro de suas composições, ou compondo novidades ao estilo Bach. Bach é inconfundivelmente brasileiro! Veja por exemplo as Bachianas de Villa-Lobos.

    A técnica do contraponto vigoroso de Bach, sobrepondo diversas melodias similares em tempos defasados, exige um absoluto e matemático controle da harmonia, coisa que não é problema para o mestre. Um dos momentos mais vibrantes e perceptíveis dessa técnica é o último movimento do Concerto Brandenburgo n°3, onde uma avalanche de cordas e melodias cresce sem fim elevando nossa alma para justamente onde Bach queria nos trazer: perto de Deus.

    Em momentos de graciosidade, Bach nos presenteia com clássicos como a Badinerie de sua Suite Orquestral n°2 ou o primeiro movimento do Brandenburgo n°5. E quando é hora de buscar nossa paz interior Bach nos deixa a sós com a famosa Ária da Suite Orquestral n°3.

    Copiando Beethoven é o mais belo filme que fizeram sobre os grandes compositores eruditos. Apesar do pano de fundo do pequeno romance, as intrigas com o sobrinho etc, o foco do filme é a intensa relação emocional e espiritual do compositor com sua música, de onde vem a inspiração, e seu poder transformador na humanidade.

    Mozart, Schumann e outra vez Beethoven também tiveram seus filmes populares. Bach ainda não. Uns dizem que é porque sua vida foi sem graça e não merece um filme. Mas a verdade é que o cinema ainda não é crescido o suficiente para comportar a paixão que é Bach.

    Bach dizia que a função da música era elevar a alma para louvar Deus. Não um deus obsoleto das páginas da bíblia, do pecado, da igreja, das velhas tradições. Mas o Deus que é e está em tudo, no bem e no mal, e cuja multipolaridade inspirava em Bach seus belos contrapontos.

    Frases Para um Planeta Renovado

    Viva com simplicidade para que outros possam simplesmente viver.


    Adquira menos necessidades.


    Não há poder de mudança maior do que uma comunidade descobrindo o que é importante para ela.
    — Margaret Wheatley


    DIGA ADEUS AOS ANOS DO CARBONO…
    prepare-se para uma revolução na energia !!


    Toda escolha é um voto para o mundo no qual você quer viver.


    O caminho de menor resistência leva ao supermercado.
    — Tom Philpott


    Comida é a única coisa na experiência humana que pode ao mesmo tempo abrir nossos sentidos e nossa consciência sobre nosso lugar no mundo.
    — Alice Waters


    Ache o caminho mais simples e curto entre o planeta, as mãos e a boca.
    — Lanza Del Vasto


    Comida é uma forma de memória profunda. Através dela [pessoas] são ligadas a sua paisagem nativa, ao seu solo, sua água, e suas árvores.
    — Patricia Klindienst


    Os jardins do mundo são uma única democracia gigante.
    — Rudolf Borchardt


    Quando dizemos orgânico, queremos dizer local. Queremos dizer saudável. Queremos dizer ser autêntico às ecologias das regiões. Queremos dizer mutuamente respeitoso entre cultivadores e consumidores. Queremos dizer justiça social e igualdade.
    — Joan Dye Gussow


    O melhor fertilizante são as pegadas do fazendeiro.


    Vida simples, pensamento elevado.


    Tudo está conectado.


    Extraido do Northeast Organic Farming Association of New York‘s Organic Food Guide 2007, distribuido numa pequena feira orgânica em Mount Kisco, NY.

    Passaporte para Entrar nos EUA

    Como comentei no outro artigo, lá fui eu tirar um passaporte novo só porque ele vencia em menos de 6 meses. O visto americano só expirava em 2013.

    Consegui tirar um novo passaporte em uma longa tarde porque sabia tudo que precisava:

    Carta assinada da empresa dizendo que era motivo de trabalho, RG, passaporte antigo, título de eleitor e comprovantes de voto (que obtive no site do TRE), quitação do serviço militar, 1 foto 5×7 com ou sem data. A lista completa está no site da PF.

    E há duas delegacias da Polícia Federal em São Paulo que emitem passaporte com urgência (que é o modelo antigo): a do aeroporto de Cumbica, e a sede na Lapa. Fui na de Cumbica, e pessoas com problema semelhante que encontrei ali me disseram que na sede ninguém sabe nada e não dá certo. Coisas de Brasil.

    Ali eles preencheram um formulário com meus dados e emitiram um boleto de R$202,89 de taxa de passaporte urgente, que paguei no aeroporto mesmo.

    Com toda a documentação pronta e entregue tomei um chá de cadeira de várias horas e obtive um passaporte novo com válidade de 1 ano. Devolveram-me o antigo com suas páginas carimbadas com “CANCELADO”.

    E então descobri que não precisava ter feito nada disso. Vai ouvindo…

    Viagei então com 2 passaportes: o antigo, que expirava em 17/12/2007 (minha viagem é de 6/7/2007 até 4/8/2007, menos de 6 meses antes do passaporte expirar), e que contém o visto americano válido até 2013, e o novo, sem visto, mas que expira em 07/2008. O visto de um com a validade do outro me garantiriam a entrada nos EUA.

    Depois de 2 horas na fila da imigração no aeroporto de New York, perguntei a oficial que carimba o passaporte e efetivamente te deixa entrar no país ou não, se precisava ter tirado esse novo passaporte só porque o antigo vencia em menos de 6 meses, mas bem depois do término da viagem. Ela disse:

    Não é necessário fazer um novo passaporte se o primeiro não vence até o término da viagem e se contém um visto americano válido.

    Ela inclusive confirmou isso com outro colega carimbador. Observei ele abrir um arquivo para verificar.

    Reforçou afirmando que se minha viagem terminasse 1 dia antes do passaporte vencer, também teria me deixado entrar.

    Confirmei a mesma coisa com a companhia aerea, que sabe exatamente quem deve ou não deixar embarcar porque se der problema sera ela a culpada, multada e responsável por achar lugar num vôo de volta.

    Por que essa confusão acontece ?

    Tanto a agência de viagens como a Polícia Federal do Brasil me disseram que se o passaporte vence em menos de 6 meses “há grande probabilidade” de não entrar nos EUA, mesmo com visto válido. Esta informação é inexata e errada, não está escrita em lugar algum e é uma má interpretação de outra coisa: não se pode tirar um visto americano se o passaporte for vencer em menos de 6 meses conforme descrito no site da embaixada americana.

    Perdi um dia inteiro e cancelei compromissos desnecessariamente por causa de má informação da agência e da Polícia Federal do Brasil.

    Atualização de 30/4/2010

    O leitor Luciano Bastos achou no site da embaixada americana a seguinte pergunta e resposta:

    O meu passaporte brasileiro precisa estar válido por seis meses além da data de minha partida dos Estados Unidos?
    Não. Se seu passaporte não estiver válido por pelo menos seis meses a partir da sua data de saída dos Estados Unidos, isso não afetará sua viagem. Os Estados Unidos possuem um acordo com o Brasil pelo qual estendem automaticamente a validade de um passaporte para seis meses além da data de expiração desse passaporte.

    Isso é o ponto 34 na página de Perguntas Freqüentes sobre Vistos, no site da embaixada americana e significa que os EUA te deixarão entrar no país mesmo que seu passaporte expire em menos de 6 meses.

    Sonho acordado antes de viajar

    Não me interprete mal. É de insônia mesmo.

    Vou passar um mês a trabalho nos EUA, viajo sexta, e hoje descobri que meu passaporte vence em dezembro.

    Parece OK, mas estão me dizendo que preciso ter passaporte válido por no mínimo 6 meses. Até dezembro são 4.

    Então ou eu arrisco e vou com esse mesmo, ou viro minha semana de ponta-cabeça mais uma vez para tirar um passaporte em 2 dias.

    Em geral não sou ansioso para viajar. Sou do tipo que faço as malas 20 minutos antes de sair para o aeroporto, chego em cima da hora, não levo a farmácia na bagagem de mão, e na verdade só levo coisas na mão por que vão de carona com o laptop. Viajo light.

    Mas essas regras inexplicáveis de governos brasileiro e americano são o fim. E lá sei vai o meu sono…

    La Brasserie

    Um dos restaurantes que mais gosto de ir é o La Brasserie em São Paulo.

    É bonito, tem ótima comida e ótimo atendimento, além de ser pertinho, lá na Rua Bahia. Bom, tudo isso tem seu preço…

    Levei a Tatiana, minha excelente companhia intelectual e de sorriso grande, estavamos felizes e falantes.

    Focamos nos frutos do mar, então ela escolheu um pinot noir francês, meia garrafa, não lembro o nome. Apesar de eu preferir os vinhos do novo mundo, esse estava ótimo, elegante e perfumado.

    Para um jantar a dois, meia garrafa é totalmente suficiente. Se fosse mais, teríamos bebido, íamos sair grogues e bodeados. Mas isso não aconteceu.

    Programa gostoso nesses momentos de doce vida.